CapĂtulo 44
1684palavras
2024-05-21 14:50
Ann estava com Shaina Francis enquanto pegavam Sandro na escola. Seu filho acabara de ser matriculado na escola particular depois de tantos anos vivendo na Europa. Ela decidiu principalmente que era melhor para ele ficar aqui, no lugar onde tudo começou. E que ela estava pronta para enfrentar tudo de cabeça erguida de agora em diante.
Para se recuperar daquele infeliz acontecimento, Ann decidiu sair do lugar depois de dar à luz. Ela teve gêmeos, um menino e uma menina, mas apenas Sandro sobreviveu. Imagine a devastação que ela sentiu ao saber que um dos gêmeos não resistiu. E depois tem a Alice...
Tudo era muito para ela naquele tempo que ela realmente implorou a Ryan para tira-la daquele lugar maldito. Ela sabia que nĂŁo poderia ser mĂŁe para Sandro se estivesse presa ao passado doloroso. Bom que a madrinha dele tambĂ©m concordou. A Presidente insistiu que, se sair do lugar pudesse ajudá-la a ser mĂŁe para seu filho sobrevivente, entĂŁo que fosse. Shaina tambĂ©m os ajudou a sair do paĂs o mais rápido possĂvel. E durante todos esses cinco anos, ela tem sido constante em sua vida e na de Sandro.
Como Ryan gerencia as Propriedades Francis, ele nĂŁo pode permanecer por tanto tempo com eles. De vez em quando, ele os visita no apartamento alugado na SuĂça. Ela e Sandro vinham vivendo uma vida simples no paĂs que os aceitou por cinco anos atĂ© que Ann finalmente decidiu que era hora de eles retornarem.
Naquele momento, ela estava com a Presidente, discutindo mais coisas que seriam feitas nas próximas semanas quando se lembrou da hora. Ela tinha que pegar Sandro em sua nova escola. Shaina insistiu em ir. E ainda a repreendeu por chamá-la de "mãe", mesmo que ela e Ryan não estejam casados.
Shaina disse que Sandro é um neto para ela. E que ela também é uma filha para ela. Ann não poderia ser mais grata pela generosidade da Presidente das Propriedades Francis. E se chamá-la de "mãe" seria suficiente para retribuir tudo o que a boa senhora fez por ela e por seu filho, então ela aceitaria seu pedido de bom grado.
Mesmo podendo pegar seu próprio carro, Shaina insistiu em usar seu carro e com seu motorista pela conveniência que isso trouxe, já que ela mencionou anteriormente que queria ver essa famosa loja de móveis na cidade.
O carro parou bem em frente ao portĂŁo da escola e Ann saiu do carro para encontrar seu filho caminhando com uma amiga. Uma jovem, a bem da verdade. Sandro deu adeus Ă menina enquanto esta entrava no carro ao lado. O foco dela estava centrado no seu filho que agora se aproximava dela.
Ann se agachou em frente a Sandro e arrumou seu cabelo desgrenhado. Um sorriso surgiu em seu rosto quando ela viu que seu filho tinha se divertido na escola. "VocĂŞ se divertiu na escola, Schnucki (Querido)?"
"Sim, mĂŁe", Sandro enxugou as gotas de suor de sua testa. Ele viu a vovĂł Shaina no fundo e acenou para ela. "Posso tomar um sorvete, mĂŁe?"
"Claro, podemos fazer isso depois que eu terminar meu negĂłcio, Sandro", e ela pega a bolsa dele e o orienta a entrar no carro imediatamente para que possam sair.
Alguns minutos depois, eles pararam do outro lado da rua onde a loja de mĂłveis estava localizada. Em frente a ele, estava a sorveteria que Sandro havia visitado algumas vezes antes. Sandro insistiu para que ela comprasse um sorvete, mas Ann fez seu filho perceber que ela tinha algo importante a fazer do outro lado da rua.
"Pode ir, Ann", Shaina estava falando com alguém pelo telefone e teve que suspender a ligação por alguns segundos enquanto falava. "Eu vou acompanhar Sandro. Não se preocupe com o seu filho."
"Obrigada, Mãe," E lá foi ela para a loja de móveis para ver o que mais poderia ser resolvido em sua casa.
Ela encontrou alguns conjuntos que chamaram sua atenção, mas tinha dúvidas sobre o tema. Ann pensou que precisava de alguém para consultar primeiro se os móveis combinariam com a cor e o tema da casa deles.
EntĂŁo Ann decidiu ir Ă sorveteria para pedir um favor Ă Presidente. O que ela nĂŁo sabia era que Shaina e Sandro estavam com o homem que ela pensava ter superado.
Os olhos deles se encontraram e Ann sentiu a fúria acender profundamente dentro de si. Ela não deveria sentir essa emoção tão cedo. Ela estava se preparando para o plano que tinha em mente, que se manifestaria em alguns dias.
Mas as coisas acontecem das maneiras mais inesperadas. E pensar que o homem que a fez sofrer continuaria a andar por aĂ, orgulhoso, como se nĂŁo tivesse feito nada?
Naquele momento, Ann só podia sentir o quão queria derrubá-lo do pedestal que ele havia reverenciado ao longo dos anos. E ela se certificaria de que dessa vez, ela se vingaria.
Ela afastou seus pensamentos quando seu filho se aproximou, juntamente com uma pequena garota encantadora. Ambos tinham potes de sorvete em suas mĂŁozinhas. Ann se agachou na frente deles e sorriu.
“E quem seria esta pequena garota, Sandro?” Ela perguntou ao filho enquanto olhava para a jovem. A menina quase possuĂa o mesmo rosto que aquele homem que ela conhecia. E seus olhos eram assustadoramente semelhantes aos dele.
Ann concluiu que a menina era filha de Kingsley. O que mais a perturbava era que quando seus olhos se encontraram, era como se ela estivesse enxergando atravĂ©s dela. Ela de fato foi magnetizada por seus olhos azuis magnĂ©ticos. E quando ela sorriu para ela, a barreira que Ann construĂa ao redor de seu coração frágil derreteu instantaneamente.
“Oi! Eu sou Kenny, a nova amiga e colega de classe do Sandro,” e para sua surpresa, Kenny a beijou no rosto.
“Sim, mãe. E ela também é neta da avó Shaina,” Sandro mencionou, o que fez ela olhar de volta para a mesa. Tanto Shaina quanto Kingsley estavam olhando para eles.
Então Kingsley teve uma filha com Sally. Mas na cabeça de Ann, Kenny não era nada como a mãe. Sim, ela era vivaz, mas era contida. E inteligente e bonita, mais do que aquela socialite.
Enquanto a presidente parecia agradada com o que estava vendo, Ann podia claramente ver que Kingsley sĂł tinha olhos para ela.
“Kingsley,” ela murmurou para si mesma. Seu nome era como um veneno em seu sangue que ela não consegue se livrar, não importa o que faça.
Ver ele só trouxe de volta dolorosas lembranças do passado. Ann estava determinada em se vingar pelas pessoas amadas que se foram por causa de sua intrusão em sua vida. Ela esperou por cinco anos... Cinco longos anos para finalmente confrontá-lo e enfrentar a dura realidade. Mas Ann se disse para se acalmar. Que seu plano aconteceria no momento e local que ela havia determinado.
Kingsley se levantou e puxou a cadeira ao seu lado. “Bom te ver de novo, Ann...”
“Depois de tantos anos, você voltou—”
Ela o ignorou deliberadamente e focou sua atenção nas duas crianças que pareciam desfrutar de seu sorvete. Ann acariciou suas cabeças e sorriu para os dois adoráveis pequenos.
"O sorvete está mesmo bom?" Ela perguntou a ambos. Sandro respondeu com um grande aceno de cabeça. Enquanto Kenny pegou uma colherada de sorvete e ofereceu a ela.
"Sim, Tia, este Ă© o meu sabor de sorvete favorito. Aqui, prove e vocĂŞ vai ver..."
Ann ficou surpresa com o gesto. Mas ela aceitou com prazer. E seu coração derreteu uma vez mais com o sorriso genuĂno dessa pequena garota.
"O que vocĂŞ achou?" Kenny perguntou. Ela acenou em resposta.
"Está delicioso. Você sabia que o sabor baunilha também é o meu favorito?"
"Mesmo? Acho que o Sandro me disse isso antes mas eu esqueci," os olhos de Kenny se arregalaram. Depois, ela pegou mais uma colherada de sorvete e ofereceu a ela. "EntĂŁo toma mais um pouco, Tia..."
"Eu sempre posso fazer o Papai comprar mais se eu quiser..."
"Kenny, chega," essa Ă© a voz de Kingsley repreendendo sua filha. A garotinha fez bico e logo se dirigiu a Kingsley para pedir um favor.
"Pai, eu vi este lugar lá dentro," Kenny subiu no colo do pai e falou com ele. Ann então fez Sandro se sentar na cadeira ao lado de Shaina enquanto ouvia a conversa deles. "Podemos ir na área de brinquedos?"
"Não acho que a Mãe do Sandro permitiria," E Kingsley lançou um olhar na direção dele. Uma de suas sobrancelhas se contraiu em irritação.
"EntĂŁo vocĂŞ vai jogar a decisĂŁo para mim? Que astuto, Kingsley Henry!"
E entĂŁo Kenny se virou para ela com olhos de cachorrinho que pareciam suplicar. "Por favor, Tia..."
"Nós seremos bons e ficaremos perto da loja." Kenny até baixou o lábio inferior, como se estivesse à beira das lágrimas.
Ela suspirou novamente enquanto olhava para seu filho. “Você quer brincar mais, Sandro?”
Sandro lançou-lhe um olhar cheio de expectativa ao ouvir a palavra "brincar". Ele tinha sorvete por toda a cara e ela teve que limpar com seu lenço. "Sim, mãe. Podemos?"
"Eu não acho que temos tempo para—"
Antes que Ann pudesse terminar a frase, a avó deles já a interrompeu.
~*~
Depois de tantos anos, Kingsley ainda acha Ann linda aos seus olhos, não importa o quanto ele negue esse fato. Até mais bonita do que a última vez que ele consegue se lembrar, se ele for sincero.
Os anos adicionados foram bons para ela. Ela ganhou confiança agora, e ele podia ver em seus olhos os anos de experiência que ela adquiriu enquanto estava em terras estrangeiras que a fizeram quem ela é agora.
Ann parecia cada centĂmetro de uma mulher independente e sofisticada. E a maternidade lhe caiu bem. Kingsley podia ver que partes de seu corpo haviam se tornado mais cheias de uma boa maneira desde que ela deu Ă luz a criança.
Mas entre todas as suas descobertas, o que mais o surpreendeu foi que, depois de todos esses anos, ele ansiava por algo proibido. E que ela nunca seria dele, já que agora pertencia a outro.