Capítulo 54
1676palavras
2024-02-25 13:04
Capítulo 54
Patricia
Acordei feliz, como nunca antes,mesmo não tendo dormido quase nada, o dia parece mais bonito e iluminado essa manhã, com certeza a noite anterior me ajudou a manter um humor tão positivo assim, sinto que nada pode me atingir hoje, graças aos talentos do meu marido lindo e gostoso, posso com certeza passar um dia maravilhoso com tranquilidade.
Graças a madrugada agitada meu marido quase se atrasou para o trabalho, então pulou o treino da manhã e foi direto para o trabalho, é claro que nos despedimos em grande estilo antes dele correr para o trabalho.
E também como o meu marido eu me arrumei as pressas porque ninguém merece chegar atrasada no segundo dia de trabalho, tomei um banho rápido e frio para me manter alerta, depois escolhi uma roupa simples, uma calça mom jeans escuro com a cintura alta e uma blusa hello crepe com manga de pétala azul bebe, escolhi ela porque o tecido é fresco e está muito quente hoje, prendi meu cabelo pra cima com uma piranha, peguei uma bolsa baguete branca e nos pés uma sapatilha branca para combinar com a bolsa, um truque de moda antigo mais sempre funciona, qualquer look fica bom com a cor da bolsa combinando com o sapato.
Desci as escadas, quando cheguei a cozinha meu café já estava esperando por mim, tinha de tudo, café, suco de laranja, torradas, ovos, e diversas frutas e dois bolos, um de chocolate e um de laranja, a mesa estava linda chega me sinto como se eu estivesse em uma novela da globo, nas novelas as mesas estão sempre cheias de comida, pena que a maioria das comidas que aparecem são falsas, vi em uma reportagem uma vez um tour pelo local em que produziam as comidas falsas e tinha de tudo, tortas, pães, bolos de casamento, brigadeiro e tudo mais que se possa imaginar, fiquei um pouco decepcionada afinal as comidas eram de dar água na boca, mas eu entendo que seria gasto desnecessário então só a comida que os atores vão comer é de verdade.
Nossa dona Marta você, caprichou hoje!! essa mesa está linda.-eu disse ao chegar na cozinha.
Acho que eu me empolguei hahaha, que bom que gostou!-e enquanto ela me falava que estava testando como o forno estava por isso fez dois bolos, eu colocava um pedaço de cada no prato, peguei algumas torradas e ovos, algumas uvas e banana, peguei um copo de suco e uma xícara bem cheia de café, continuei escutando a dona Marta falando várias coisas sobre o café, nós conversamos sobre comida, e chegamos a um consenso que a brasileira é a melhor de todas sem sombra de dúvidas, eu até mencionei as comidas falsas nas novelas, ela falou que também ficou triste porque parecia tudo tão gostoso, nos rimos de toda aquela conversa sem sentido sobre comida e quando eu finalmente terminei o café eu me despedi da dona Marta sai da cozinha e andei até o estacionamento, o Gael e os outros seguranças já estavam me esperando no carro, um deles saiu e abriu a porta para eu entrar, nos seguimos até a Casa da Esperança.
Gael desceu do carro comigo e me acompanhou até a parte de dentro enquanto os outros ficaram do lado de fora, de olho em tudo, quando entrei a primeira pessoa que eu avistei foi a Geovana, ela estava de costa para mim, mas de longe já dava para ver a pilha de papel nas suas mãos,a Geovana é uma mulher muito trabalhadora e esforçada, fico muito feliz de poder trabalhar com ela e principalmente por ter uma pessoa que nem ela como amiga, me aproximei dela para comprimenta-la, e assim que ela percebeu minha presença falou comigo com um grande sorriso no rosto, ela também notou o Gael, também seria difícil não notar ele olhando para ela como se ela estivesse completamente nua na sua frente.
Oii, bom dia-ela falou para mim, mas olhou para o Gael deu um sorriso e o comprimentou com o olhar, ele fez o mesmo.
Bom dia, para que todos esses papéis,quer ajuda?-eu perguntei.
Que bom que perguntou, na verdade eu estava esperando você chegar, hoje você não vai da aula surgiu uma tarefa importante para os professores voluntários.-ela respondeu.
O que?-eu perguntei.
Correção de prova, estamos passando simulados para as crianças mais velhas para elas aprenderem e se acostumarem com esse tipo de prova para se saírem melhor no futuro quando precisarem prestar vestibular.-ela respondeu mexendo nos papéis.
Isso é maravilhoso, com certeza vai fazer uma grande diferença para eles no futuro.-é bom saber que essas crianças podem contar com a Casa da Esperança, aqui todas as pessoas se importam com o futuro dessas crianças e a sobrevivência dessas famílias, esse tipo de instituição só faz o bem, é tudo tão inspirador.
Tá certo é só você ir até aquela sala à esquerda, e falar o seu nome já tem dois professores lá, e daqui a pouco chegam mais, são muitas provas de todas as matérias.-ela ficava passando o olho de mim para o Gael o tempo todo enquanto falava, e ele de braços cruzados caladinho, ouvindo tudo fazendo uma cara inocente.
Tá bom, então, nos vemos mais tarde.-Enquanto andava em direção da porta acabei escutando parte da conversa dos dois.Não foi de propósito,mas o que posso fazer se a minha alma de fofoqueira raiz fala mais alto sempre.
E você?-ela perguntou
O que que tem eu?-ele respondeu.
Você não vai embora?-ela perguntou
Tenho que acompanhar a Patrícia o dia todo, sabe como né, eu sou o segurança.-ele respondeu
Então vai ficar aqui com os braços cruzados?-ela perguntou ao meu segurança sedutor.
Claro que não, eu vou ser seu ajudante hoje, que tal?-ele respondeu
...-ela ficou calada.
A qual é, diz que sim, eu prometo seguir as suas ordens sem reclamar.-ele respondeu fazendo manha.
Tá, mas é melhor me obedecer mesmo, aqui segura esses papéis, sua sorte é que temos muito trabalho que fazer hoje, já sei até o que você vai fazer.-ela respondeu entregando os papéis que estavam nas suas mãos para o Gael, que deveria ser meu segurança mas hoje será ajudante da Geovana.
Sim senhora, como você ordenar.-respondeu o Gael a sua nova chefe.
Você vai ficar com gracinha mesmo?-ela perguntou com um sorriso no rosto.
Parei.-ele respondeu segurando o riso.
Ai ai esses dois foram feitos um para o outro, se continuar assim eu vou ganhar um saco de coxinhas bem grande. Eu continuei caminhando até a sala, quando bati na porta, uma mulher muito bonita abriu, eu falei o meu nome assim como a Geovana disse e dois minutos depois já estava sentada em uma das cadeiras pronta para começar, então a mesma professora que abriu a porta me deu uma pilha enorme de provas e o gabarito, o outro professor só parou por um minuto para me cumprimentar e então voltou a corrigir.
Eu então comecei, fazer aquilo me lembrou dos tempos da escola, o cheiro de tinta de caneta, o barulho do ventilador de teto, que sempre me dava medo de estar embaixo, depois de assistir o filme premonição,eu nunca mais quis sentar embaixo de um ventilador de teto, Deus me livre morrer dessa forma, as carteiras apertadas, era como voltar no tempo, me lembrei da pressão das provas, principalmente quando os professores corrigiam em sala de aula, eu ficava tão estressada que mal conseguia olhar a nota da prova, eu dobrava sem olhar e colocava no classificador para olhar em casa com mais calma, mas a diferença daquela época para agora é que a professora sou eu, fico feliz por não precisar fazer as provas mas corrigir milhares delas também é uma tarefa difícil.
Comecei a ler e corrigir as provas com calma, depois de corrigir algumas já estava cansada, então olhei para o celular para ver a hora provavelmente estava tarde, mais quando olhei para a hora notei que só tinha passado vinte minutos que eu tinha começado, nossa isso seria mais cansativo do que eu imaginava.
***
Depois de mais alguns minutos, outras duas professoras chegaram e começaram a corrigir as provas, e cada minuto era uma tortura, ninguem falava nada na sala, só dava para ouvir o som das canetas balançando ou batendo na mesa, a respiração e bocejo dos professores com sono, e o ventilador de teto que fazia um barulhinho irritante, duas horas se passaram e eu nem tinha chegado na metade ainda, e não foi por que eu sou ineficiente e sim porque a pilha de provas que a outra professoira me deu superrava a torre de pizza, os outros professores tambem estavam com pilhas grandes e graças a Deus eu fiquei com as provas de humanas, as correcões ficaram dividida em tres grupos, humanas, exatas e redação/linguas, um dos professores que ficou com as materias de exatas estava quase arrancando os cabelos, literalmente,a cada prova que ele coringa ele respirava fundo suspirava era como ouvir um alivio de estar uma prova mais perto de chegar ao fim daquela tortuta.
E eu entendo totalmente esse sentimento, isso é tortura, não é ter que corrrigir as provas ,e sim ficar numa sala com varias pessoas e não falar nada, isso é muito estranho para mim já que sou uma tagarela, nem sequer uma musiquinha de fundo para o ambiente não parecer tão monotono, então decidi ouvir musica já que todos iam continuar calados peguei meus fones de ouvi e coloquei uma playlist animada para tocar, pelo menos assim eu me concentraria em corrigir as provas e não ficar reparando nos tiques nervoso dos professores e aquele maldito barulho irritante do ventilador.
Coloquei a playlist favoritas do Brasil, depois que comecei a escutar o tempo parece andar bem mais rápido, me concentrei totalmente nas provas e fui corrigindo uma por uma, as horas foram passando quando notei aquela pilha imensa de provas tinha se transformado em uma única prova, era a última que faltava, quando peguei ela a minha felicidade cresceu e um alívio surgiu no meu coração,finalmente, terminei.