Capítulo 43
1688palavras
2024-02-20 12:37
Capítulo 43
Gabriel
Um médico entrou no quarto da Geovana para falar um pouco mais sobre o estado dela. Aparentemente ela está bem, pelo menos ao meu ver, fisicamente está tudo bem.
O médico direcionou a sua fala para nós três, ele disse que ela está bem,na verdade ele não disse nada diferente de antes. Enquanto ele ainda falava sobre tudo eu me levantei e fui até a recepção novamente, assim que pisei os pés naquele local, a recepcionista veio falar comigo.
Com licença…- ela disse vindo em minha direção.
Sim?- eu respondi
O senhor é o guardião legal da senhorita Patrícia de Lemos Almeida?- ela perguntou.
É senhora! Eu sou o marido dela! Gabriel Almeida- eu respondi.
Entendo! O senhor poderia vir comigo? O médico precisa falar com o senhor.- ela respondeu um pouco apreensiva.
Claro. - eu respondi e ela fez um sinal com a cabeça para que eu a seguisse.
Então foi isso que eu fiz, ela me guiou por um corredor até a sala de espera, lá uma médica estava à minha espera.
Este é o marido da paciente Patrícia de Lemos Almeida.- a recepcionista falou à médica.
Muito prazer senhor Almeida- A médica estendeu a mão para mim e eu a peguei.
Muito prazer, pode me chamar de Gabriel! - eu respondi. E a recepcionista saiu do recinto, voltando pelo mesmo lugar onde nós tínhamos entrado a poucos instantes.
Doutora, como vai a minha esposa?- eu perguntei sem mais demora. Nem sei como eu consegui ser educado a esse nível, a essa altura eu já estava muito desesperado para saber o estado da minha esposa.
Justamente por isso eu te chamei,senhor Gabriel. A sua esposa quebrou três costelas, devido as pancadas que ela levou, ela não apresenta nenhuma hemorragia interna, mas perdeu muito sangue. Ela começou a falar e o meu corpo gelou por inteiro, meu coração acelerava a cada palavra que saia da boca daquela médica. foi como se saíssem facas dela e atingisse em cheio o meu coração, eu estava destruído.
Ela está acordada?-eu perguntei a ela tentando não parecer tão desesperado.
Ela não está acordada, na verdade ela foi medicada , por isso está dormindo, a sua esposa vai precisar de uma cirurgia de emergência, é preciso que o senhor assine um documento, para permitir que a cirurgia seja feita.
Eu assino, apenas me prometa que ela vai sair bem da cirrurgia.-eu respondi quase implorando a médica.
Claro, não se preocupe, mas ainda tem uma coisa.-ela disse, antes de continuar.
O que? O que houve?-eu perguntei a ela.
Ela vai precisar de uma pequena doação de sangue, a sua esposa tem um tipo raro de sangue, e aqui no hospital estamos sem ele no estoque.-ela respondeu, mas que porra essa mulher tem cabeça, de só falar sobre isso agora?Qualquer pessoa em sã consciência fala primeiro sobre o que é mais urgente, porque caralho ela só falou disso agora?? Mesmo indignado com tamanha lerdeza, eu preferi me recompor e apenas agir tranquilamente, para podermos focar na cirurgia que a minha esposa precisa fazer.
Sim, eu sei, ela é O negativo.-eu respondi.
Precisamos receber uma doação de sangue O negativo, urgentemente, o senhor tem esse tipo de sangue? Ou conhece Alguém que tenha?- ela me perguntou.
O meu tipo de sangue é A positivo, então eu não posso doar para ela.-eu respondi e fiquei indignado, porque ela tinha que ser O negativo Esse é literalmente o único tipo de sangue que pode doar para todos os tipos sanguíneos mas só recebe de O negativo.
Eu vou fazer algumas ligações para ver se eu consigo o sangue, quanto tempo ainda temos doutora?- eu perguntei tentando achar uma solução.
Temos cerca de duas horas, esse é o máximo que ela pode esperar.-ela me respondeu, e mais uma vez eu pensei, mas que porra ela tinha na cabeça, de me dizer isso por ultimo? sinceramente tem cada profissional hoje em dia.
Tudo bem, acho que é o suficiente.- eu respondi e imediatamente fui em direção ao quarto da Geovana encontrar o Gael, talvez ele possa me ajudar.
Cheguei no quarto, bati na porta , o Gael pediu para que eu entrasse no quarto, mas ao invés disso eu apenas abri um pouco a porta de modo eu pude colocar um aparte do meu corpo para dentro do quarto e eu fiz um sinal para que o Gael saísse e falasse comigo. O Gael entendeu o meu sinal no mesmo momento, então ele saiu ao meu encontro.
O que houve Gaba?-ele perguntou.
A Patricia precisa de uma doação de sangue, o hospital não tem o suficiente para fazer a cirurgia.
Que cirurgia?-ele perguntou um pouco desconcertado e eu diria que até um pouco assustado.
Eu falei com a médica responsável por minha esposa, a Patrícia quebrou três costelas, perdeu muito sangue, mesmo não tendo nenhuma hemorragia interna,ela vai precisar de uma cirurgia de emergência, ela vai ficar bem, mas ela precisa de uma doação de sangue, porque o hospital não tem o suficiente. -Eu contei mais detalhadamente ao Gael, eu resolvi explicar tudo do início para que não houvesse nenhum engano.
Entendo, mas qual é o tipo de sangue dela?-ele perguntou para mim
Ela é O negativo, eu não posso doar, porque sou A positivo.- eu respondi.
O meu tipo de sangue é B positivo, então eu também não posso doar. Podemos fazer algumas ligações, para ver como podemos resolver.- O Gael me disse e pegou o celular para começar a busca por doações de sangue.
Então eu vou fazer algumas ligações.- eu respondi e caminhei para o lado oposto do Gael.
***
Já se passaram quase quarenta minutos desde a notícia que a minha esposa precisa de sangue, não consegui nada, liguei para o centro de doação de sangue mais próximo mas não consegui achar nada, eu liguei para amigos próximos, e familiares, eu até liguei para o seu Cadu, que de novo não consegui encontrar,mas provavelmente aquele velho deve estar jogado por alguma rua, de tanto beber por aí.
Liguei para dona Marta, mas ela não tem esse tipo de sangue, depois eu liguei para alguns parentes, mas ninguém podia doar.
O Gael, ligou para a dona Joana, a avó de Geovana para avisar do ocorrido, e tranquilizar a doce senhora, apesar da situação da minha esposa não ser tão tranquila, quando a dá Geovana, mas eu também estou aliviado por elas estarem vivas.
Depois de algumas ligações, eu já estava sem esperanças, a minha esposa precisa de sangue urgentemente, e pelo que vejo não há nada que eu possa fazer sobre isso. Me sentei em um dos sofás da recepção, e respirei fundo , rezando para que alguma notícia boa chegasse logo, e a minha esposa pudesse realizar a cirurgia.
Gaba.- O Gael me tirou do meu devaneio melancólico.
Oi!- eu respondi levantando a minha cabeça.
Conhecemos alguém com esse tipo de sangue, e eu acho que ela vai poder doar!-ele me disse mas algo parecia bem errado , quando ele disse isso, ele deveria estar aliviado, ao invés de tenso.
Ótimo! Mas porque você está com essa cara Gael?- eu perguntei
Por que a pessoa com esse tipo de sangue é a Sol!- ele disse.
Eu nem se quer me lembrei disso.-Eu fiquei tão atordoado com tudo que está acontecendo, que nem lembrei que esse é o mesmo tipo de sangue da Sol.
Mas eu não sei se você vai querer falar com ela.- ele disse
É claro que eu vou, a minha esposa está em perigo, e nada é mais importante que isso agora. -eu respondi.
Você tem razão, mas acho que você deveria ligar para ela agora. O tempo já está acabando.-ele me apressou.
Ok, eu vou ligar para ela.-eu respondi e peguei o telefone, eu ainda tinha no celular, apesar da Patrícia ter bloqueado o contato da Sol.
Apertei no botão verde da tela do meu celular, e esperei até que a ligação fosse atendida. A primeira ligação não foi atendida, então eu resolvi tentar de novo.Para a minha sorte ela resolveu atender o telefone dessa vez.
Gaba?-ela atendeu e parecia surpresa
Sol, eu preciso falar com você!- Eu falei de uma vez, para que não desse tempo dela desligar o telefone, o que na verdade é bem provável, depois da briga em que tivemos.
Então finalmente se arrependeu, e veio me pedir desculpas? Eu sabia que isso aconteceria, mas não imaginei que seria tão cedo.-ela respondeu do jeito mais arrogante e prepotente que só ela tem.
Não é sobre isso.-Eu falei, e eu já estava começando a me arrepender de ter ligado para a Sol.
Então se não ligou para me pedir desculpas, me ligou para quê então?- ela perguntou e parecia levemente chateada pelo seu tom de voz.
Na verdade eu preciso de um favor.-Eu disse depois de engolir o meu orgulho.Até porque pedir um favor desses para alguém com quem eu achei ter um bom relacionamento de amizade e depois acabar descobrindo que eu estava errado, é realmente difícil.
Resumindo então, você além de não me pedir desculpa por ter me tratado daquela forma tão humilhante, me expulsando da sua casa, você quer que eu te faça um favor?- ela disse indignada.
Sol,por favor, eu estou falando muito sério, isso não se trata de mim, é sobre a Patrícia… Ela.. Ela está internada e precisa fazer uma cirurgia de emergência.- eu supliquei em nome da minha esposa que estava em situação de emergência.
E o que isso tudo tem a ver comigo?- ela perguntou para mim com indiferença.
O hospital não tem o tipo de sangue da Patrícia, pelo menos não o suficiente para fazer a cirurgia, ela é O negativo, ela precisa de apenas uma doação. - Eu parei de falar e a Sol ficou muda por alguns segundos.
Por favor Sol… pelos velhos tempos… Se tem algum sentimento por mim ainda…Por favor, ajude a minha esposa. -Eu tentei mais uma vez…
Olha Gaba… Eu não estou na cidade…Estou no Rio de Janeiro , na casa da minha mãe.. eu não sei se daria tempo…-ela respondeu.
Mas está disposta a doar?-eu perguntei.
Se der tempo…