Capítulo 42
2109palavras
2024-02-20 12:36
Capítulo 42
Gabriel
Eu ainda estava a cerca de vinte minutos do hospital para onde a minha mulher tinha sido levada. Meu telefone tocou e para o meu quase alívio era o Gael, eu atendi cheio de expectativas com a esperança de que ele tivesse notícias boas sobre o estado da minha esposa nesse momento.
Oi chefe,você já está chegando?
Eu já estou a caminho, chego em vinte minutos no máximo.
ok, certo, eu estou na frente da recepção da área da emergência do hospital.
Como ela está? é muito grave?
eu ainda não sei, os médicos não me contaram a situação da Patrícia, e a Geovana já está liberada, ela vai passar o resto do dia no soro e amanhã ela vai receber alta, o médico disse que mais tarde eu posso vê-la, então vou perguntar como tudo aconteceu, eu sinto muito.
conversamos sobre isso depois, tchau.-desliguei sem dar tempo dele se explicar ou se despedir, ainda preciso saber porque ele abandonou o posto, estou bravo com o Gael por não ter protegido a Patrícia, mas não foi ele que a machucou, eu vou fazer os responsáveis por colocar a minha mulher no hospital pagar por isso da pior forma possível.
Eu estou a poucos minutos de chegar no hospital para saber como minha esposa está, me sinto péssimo, essa é a segunda vez que ela vai parar no hospital, meu coração está doendo de tristeza, é muito difícil saber que não pude mantê-la protegida. Eu amo tanto a Patrícia e sinto que parte disso foi minha culpa, talvez se ela não estivesse casada comigo ela tivesse mais segura.
Eu sei que não deveria pensar assim nós nos amamos e merecemos ficar juntos, sei que vou descobrir uma forma de mantê-la segura e todos que a machucaram vão sofrer por terem chegado perto da minha esposa.
Patricia
Quando abri os olhos eles arderam com a luz amarelada do quarto que eu estava, duas pessoas de branco estavam ao meu lado, ou eu estava no céu ou fui levada ao hospital, percebi que era a segunda opção graças a prancheta que um deles segurava, foi tudo o que eu vi de relance naquele momento, não consegui manter os olhos abertos, ainda estava me sentindo fraca, um dos médicos abriu os meus olhos e colocou uma lanterna na minha cara, o que fez os meus olhos revirar, eles falavam algo entre si, mas eu não conseguia entender direito a minha mente ainda estava fora de ordem então tudo foi ficando lento de novo, minhas vistas ficaram escuras e eu apaguei.
Gabriel
Cheguei ao hospital e entrei correndo, segui direto para área da emergência, olhei para todos lados com a intenção de encontrar o Gael.
Onde ela está?- Perguntei ao Gael na recepção assim que eu o avistei.
Ela ainda está sendo atendida e os médicos não me disseram nada ainda, mas podemos tentar tirar alguma resposta da recepcionista,pedir para ela falar com os médicos, essa é a única opção que temos agora.-ele se levantou e apontou a recepcionista.Me senti ainda pior em não ter notícias dela, tentei não demonstrar o quão bravo eu estava com o Gael, ele também estava abalado com o que tinha acontecido com a minha esposa, e não era hora e nem lugar para brigas.
Tem razão, vamos falar com ela e tentar descobrir alguma coisa.-Nós andamos até o balcão mas tinha uma pequena fila então ficamos esperando, quando a fila andou por mais alguns minutos estávamos na frente, eu comecei a falar que era o marido da Patrícia e que precisava falar com os médicos para saber como ela estava mas a recepcionista insistia que nós tínhamos que esperar assim como todo mundo que estava lá.
Mas pelo menos você poderia perguntar para os médicos, ou a algum enfermeiro se tem alguma notícia sobre o estado dela? Por favor, estamos desesperados, se nos ajudar com isso, não vamos mais te incomodar, eu juro!-Gael falou com uma cara de desespero tão grande que a recepcionista aceitou a proposta para a gente deixar ela em paz, por que nós passamos muito tempo insistindo.
Eu já volto, sentem-se e esperem!-ela falou com a cara fechada e os braços cruzados, também não deixamos fácil para ela se ela não tivesse aceitado teriamos insistido até ela aceitar.
ela foi até a sala onde a minha esposa estava bateu, depois de um minuto a porta se abriu um enfermeiro saiu e eles conversaram, eles não estavam perto o bastante para eu poder escutar a conversa, mas a recepcionista notou que estávamos encarando então olhou com uma cara brava que fez com que Gael e eu decidimos sentar e esperar.
Ficamos lá sentados na recepção esperando a recepcionista voltar e dizer como a Patrícia estava e depois de tanto esperar ela finalmente voltou, parou na nossa frente e começou a falar o que ela descobriu.
Assim que ela parou na nossa frente levantamos, os dois com os braços cruzados esperando respostas.
Bom a sua esposa está sendo tratada, e a amiga de vocês já pode receber visita.
O que? É só isso?sendo tratada?- falei indignado com a resposta da recepcionista, não acredito que ela passou tanto tempo conversando para só me dizer que a minha esposa está “sendo tratada” isso não tem cabimento, ela só pode estar de brincadeira.
Isso é tudo que eu sei, quando os médicos saírem eles te explicam tudo senhor.-ela falou com uma voz calma, como se não se importasse com o nosso sofrimento.
Por favor moça, só me diz, a situação dela é muito grave?-ela olhou pra mim depois pro Gael, aumentando ainda mais o meu nervosismo naquele momento.
Ela vai se recuperar, não se preocupe tanto, pergunte tudo para os médicos quando saírem da sala eles irão te explicar tudinho, eu realmente não sei de mais nada essa não é a minha área, e agora eu tenho que voltar ao trabalho, mas boa sorte pra vocês, sei que tudo vai ficar bem, vocês deveriam acreditar nisso também, em um hospital o sentimento mais importante que as pessoas devem manter é a esperança, com licença.-ela caminhou até o balcão da recepção e voltou a fazer seu trabalho, a fila na frente do balcão já estava grande outra vez, eu fiquei muito grato por ela ter deixado o trabalho para nos ajudar mesmo não tendo recebido muita informação, fiquei mais tranquilo com suas palavras mesmo uma parte de mim achando que ela só disse isso pra me deixar mais tranquilo antes de descobrir a situação real da minha esposa.
Vamos até o quarto da Geovana para ver se ela está bem, e perguntar como tudo aconteceu.-disse o Gael.
Vamos.-nós caminhamos até o quarto em que a Geovana estava internada, quando chegamos lá batemos na porta e para nossa sorte ela estava acordada e a enfermeira que estava lá dentro saiu para deixar a gente a sós para conversarmos com mais tranquilidade.
Quando ela nos viu ela deu um sorriso tímido de alívio, nós somos os primeiros rostos conhecidos que ela viu depois do assalto.
Oi, como você está?-o Gael falou assim que botou os olhos na Geovana, logo se aproximou se encontrou do lado da cama e segurou a mão dela,ela sorriu para ele de uma maneira meiga e não pareceu se incomodar com ele segurando a sua mão, eu andei até o outro lado da cama e me encostei também.
Eu tô me sentindo bem melhor, fisicamente pelo menos, tudo foi tão assustador.-ela falou com a voz trêmula, ela parecia bem traumatizada com tudo o que aconteceu, eu não queria pressioná-la depois de tudo que ela passou, mas eu preciso saber o que aconteceu.
Sei que esse é um péssimo momento para te perguntar isso, mas eu ainda não entendi como tudo isso aconteceu com vocês, vocês poderiam me contar como foi que tudo isso aconteceu!-falei de maneira calma tentando não causar tanto desconforto para os dois, eles pareciam muito nervosos ainda e não soltaram as mãos em momento algum,o primeiro a começar a falar foi o Gael.
-Eu estava com a patroa fazendo compras, depois de algumas horas ela ficou com fome então nós estávamos a caminho da praça de alimentação quando encontramos com a Geovana e então elas continuaram conversando, para deixar elas mais confortáveis eu fiquei um pouco para trás, mas eu acabei notando que estávamos sendo seguidos,e estávamos sendo seguidos muito de perto, e era alguém muito esquisito e que usava um casaco preto.-ele falou e fez uma pausa antes de continuar.
Quando chegamos até a praça de alimentação eu falei para as duas que iria atrás da pessoa que ainda estavam seguindo a gente,porque eu pensei que já que se tratava apenas de uma pessoa, se ela realmente estivesse nos seguindo, quando eu me aproximasse, essa pessoa se afastaria, e elas ficariam seguras,eu tinha certeza de que elas ficariam seguras até dei instruções sobre o que elas deveriam fazer.-ele continuou falando e a sua voz saía de um jeito muito sério e até um pouco melancólico.
“Não saia daqui, e fiquem juntas o tempo todo, eu vou mandar uma mensagem para os outros seguranças para encontrar vocês aqui, então não saia eu volto já”,e o meu intuito era mandar a mensagem para eles irem imediatamente, e ficarem com as meninas na praça de alimentação,mas eu acabei esquecendo, quando eu lembrei de mandar mensagem, já era tarde demais -ele falou tudo com muita seriedade, mas dava para sentir em sua voz o quanto ele se sentia culpado por todo o incidente, depois de ouvir tudo isso percebi que vou ter que aumentar o treinamento da minha equipe de segurança, para que esse tipo de situação não chegue nem perto de acontecer de novo.
E a pessoa de capuz que você seguiu, o que aconteceu?-a cara de decepção dele aflorou.
Eu não consegui descobrir quem era a pessoa,ela foi muito rápida, mas rápida que eu no caso,eu a segui até a saída do shopping, ele correu como se não houvesse amanhã. Quando estávamos na frente do shopping, ele ou ela, correu feito um maluco pela rua e eu acabei perdendo o capuz de vista, e depois quando voltei achei a Patricia e a Geovana mas tudo já tinha acontecido.-Ele suspirou fundo e usou a outra mão para segurar a mão de Geovana a mão dela ficou no meio das suas mãos, ele olhou para ela e depois olhou para baixo provavelmente com vergonha de si mesmo por deixar tudo aquilo acontecer.
Bom, depois que o Gael saiu atrás da pessoa que supostamente estava nos seguindo, a Particia e eu, ficamos com muito medo,porque a praça estava cada vez mais fazia, estava ficando tarde, nós esperamos por mais alguns minutos, então a Patrícia disse que seria melhor que nos encontrássemos os seguranças no carro, e depois eles procurariam o Gael para saber o que aconteceu, eu concordei com ela então nós saímos da praça de alimentação e passamos por um corredor que estava vazio, então começamos a andar mais rápido, correr na verdade, em direção ao elevador, aí de repente esses dois caras apareceram dizendo que era um assalto, eu já estava com medo antes disso tudo acontecer, nesse momento eu não consegui me segurar e comecei a chorar, eu achei tudo muito estranho eles estavam vestidos como se fossem seguranças do shopping, com a mesma roupa como se fosse um uniforme, então nós começamos a entregar nossas coisas, dinheiro, celular, relógio, então um dos caras segurou o pulso da Patrícia e o outro abriu a bolsa dela e jogou as coisas dela no chão, pegou a carteira dela mas ao invés de procurar dinheiro, ou coisas valiosas, ele olhou os documentos dela, depois de olhar os documentos ele deu um tapa nela que fez ela cair, então ela começou a entregar todas as compras dela e implorou para ele parar mas ele começou a bater nela sem motivo, e antes mesmo de dar tempo de reagir o outro cara me deu um soco e eu apaguei.-Ela falou tudo de uma vez só, ela estava chorando muito e tentando limpar as próprias lágrimas ao mesmo tempo, então o Gael se sentou ao lado de Geovana e passou o braço pela parte superior das suas costas para confortá-la então ela encostou a cabeça no ombro dele.
Eu não tentei insistir nas perguntas já que ela estava tão abalada, mas mesmo acreditando no que eles disseram sinto que estão escondendo algo, enquanto eles falavam trocaram olhares como se soubessem algo que não podem contar.
Mas não é isso que importa agora, tenho que saber o que aconteceu com a minha esposa, porque os médicos estão demorando tanto?!