Capítulo 18
1694palavras
2024-01-31 20:48
Capítulo 18
Patricia
Eu ainda não estou preparada para isso.-eu falei empurrando o psicopata para longe de mim, e indo para o outro lado.
Não seja assim, Pati.-O maluco disse tentando se aproximar de mim.
Eu não… não estou muito bem… será que pode me trazer comida?-Perguntei no desespero, para tirá-lo daqui, tirá-lo de perto de mim, eu não sei se vou conseguir contornar essa situação.
Certo Patrícia, por enquanto eu vou deixar você descansar, até porque teremos muito tempo para aproveitar quando irmos embora daqui. Quando chegarmos no exterior vamos poder começar de novo, do zero, apenas você e eu meu amor.-disse o cão do inferno com o papo de maluco de novo.
Eu vou buscar comida, mas antes, abra a mala, preciso dos seus documentos.-ele disse da forma mais fria e calma possível.
Meus documentos? Porque você os quer?-eu perguntei assustada, e um pouco ofegante.
Para garantir que você não vai a lugar nenhum sem mim.-Ele disse com um sorriso sínico e óbvio.
Mas é que..-eu tentei retrucar.
Anda porra!- ele disse, começando a se descontrolar, segurando a arma.
Certo! Calma, eu vou pegar.-eu respondi de forma rápida, pegando a minha mala abrindo e tirando a minha carteira com os documentos e entregando a ele.
Muito bem Pati,acho que já estamos começando a nos entender melhor.-ele disse segurando o meu queixo,ficando cara a cara comigo, segurando arma muito próxima de mim.
Vou buscar a sua comida querida.-ele disse me dando as costas e indo embora, levou com ele o celular,os meus documentos e também as chaves após me trancar naquele quarto imundo.
***
Gabriel
Vocês viram a minha esposa?-perguntei a um casal que comprimentamos quando chegamos.
Vi, ela estava por aqui há uns minutos.-respondeu a senhora.
E viu para onde ela foi?-Perguntei confuso.
Não, não vi.
Eu não entendo como não estou conseguindo encontrá-la, Há poucos minutos eu estava conversando com a Sol, e depois eu vim procurar pela Patrícia e não consigo encontrar. O salão não é tão grande, está cheio, mas é impossível perder uma pessoa dessa maneira.
Oi, vocês sabem onde está a minha esposa?-perguntei a Sol e a um grupo de amigas dela.
Eu não sei, já procurou no banheiro?- respondeu a Angela, uma amiga em comum que tenho com a Sol.
Vou procurar por ela! Com licença.-eu saí feito louco atrás da minha esposa.
Procurei a minha esposa por todos os cantos daquele maldito salão, saidas laterais, perguntei aos convidados,e aos seguranças ninguém havia visto. Perguntei aos seguranças, eles disseram que viram ela sair com o Luiz. Acredito que tenha ido para casa,chamei o Gael, para vir comigo. Ao entrar no carro o Gael me disse que achou o celular da minha esposa, um garçom entregou a ele e disse que era para me entregar, peguei o celular e entramos no meu carro, dirigi em direção a minha casa, tentei ligar para o telefone de casa, mas ninguém me atendia. Liguei para a Marta, que me disse que estava indo para minha casa.
Depois do trânsito horrível que peguei, aquela hora da noite,cheguei em casa,as luzes estavam acesas, estacionei e entrei rapidamente com o Gael.
A minha esposa já voltou?-perguntei a Marta que abriu a porta para mim.
Não senhor, ela não está em casa, quando cheguei estava tudo fechado.-ela respondeu assim que entramos.
Muito obrigado!-Falei subindo as escadas rapidamente.
Algum problema Gabriel?-Pude ouvir Marta perguntar.
Corri até o nosso quarto, abri a porta, acendi a luz e procurei por todos os cômodos, varanda, banheiro… Nada da minha esposa. Estou começando a ficar preocupado. O que eu faço? O que eu faço?... Merda, Merda… O que eu faço?
Fiquei me perguntando por um tempo, desci as escadas apressadamente e fui em direção a porta que dava na garagem , para pegar o celular da minha esposa, para saber se havia alguma pista, de onde ela estaria indo.
O que está acontecendo senhor?- A Marta me perguntou preocupada por ver toda essa agitação.
A dona Patrícia sumiu dona Marta.- explicou o Gael para a Marta, que parecia assustada.
Chegando na garagem, abri a porta do carro, peguei o celular, demorou um pouco até eu acertar a senha dela, mas consegui desbloquear com a data do aniversário do pai dela, eu sei tudo sobre o meu sogro, afinal ele nos devia muito dinheiro.
Já cheguei,me encontre perto do bar ao lado da segunda saída lateral.
Verifiquei o celular e essa era a última mensagem recebida. O número desse contato não está salvo, não tem foto, mas eu acho que já vi esse número antes.
Sem pensar duas vezes, peguei o meu celular do bolso de trás da calça e digitei o número, assim que disquei os últimos dígitos, o contato apareceu no aparelho: Luiz trabalho. O que esse filho da puta pensa que está fazendo? Decidi arriscar e ligar para ele…. Depois da décima tentativa, entrei em casa novamente. Cheguei até a sala e vi a Marta descendo as escadas apressadamente.
Está faltando algumas coisas da senhora Patricia, algumas peças de roupas, seus documentos e uma mala pequena.-Marta disse horrorizada.
Acho que ela fugiu cara!- O Gael disse tentando não parecer tão óbvio.
ELA FUGIU, E O DESGRAÇADO DO LUIZ FOI QUEM A LEVOU! -eu grunhi desesperado.
Você tem certeza, meu filho?-A Marta me perguntou.
É CLARO QUE EU TENHO CERTEZA PORRA! AQUELE DESGRAÇADO FILHO DA PUTA ,MANDOU MENSAGEM PARA ELA, TÁ AQUI A PROVA!- gritei jogando o celular no sofá.
Calma cara! Desespero não vai resolver nada agora.-O Gael disse tentando me acalmar.
Tem razão! Não resolve! Mas isso não vai ficar assim, mas não vai mesmo! Eu não vou deixar que acabe dessa forma.-Falei indignado, meu coração estava acelerado, eu estava completamente tomado pelo ódio.
Gael liga o carro, vamos para o aeroporto!-eu falei jogando a chave para o Gael.
Qual o aeroporto?-O Gael perguntou.
O mais Próximo- eu respondi virei de costas e corri subindo as escadas, fui em direção ao meu escritório que ficava no andar de cima.
Resolvi pegar a nossa certidão de casamento caso eu precise comprovar que somos casados.
Destranquei o cofre que ficava embaixo da minha mesa, e entre dinheiro, joias e alguns relógios de ouro, retirei papéis importantes, pastas, e o classificador que eu guardei a nossa certidão de casamento.
Guardei todas as coisas que eu havia retirado do cofre, guardei , tranquei o cofre, e em seguida a porta do meu escritório, desci e encontrei o Gael na entrada que já esperava com o carro ligado.
O caminho até o aeroporto foi muito longo, fomos a toda velocidade, o Gael me deixou na porta e eu corri para a recepção.
Patricia de Lemos Almeida!- eu repeti pela milésima vez para a moça atrás do balcão.
O que está acontecendo?-O Gael perguntou para mim.
Ela não quer me dar as informações.-eu respondi nervoso.
Eu já te disse que eu não posso dar essas informações.-a moça me criticou de novo
Aqui, você esqueceu dentro do carro.-O Gael me disse entregando a mim o envelope com a certidão e os meus documentos.
Obrigada amigo.-Eu agradeci ao Gael.
Olha, aqui está a minha certidão de casamento,o meu RG,CPF, CNH , passaporte e até a minha carteira de trabalho.
Eu não posso te dar essa informação.-A mulher me respondeu firme.
POR FAVOR! É A MINHA ESPOSA! Ela estava com um homem. Isso é um assunto muito sério, ela pode estar sendo sequestrada!-eu falei disparadamente.
Olha senhor , eu entendo a situação, por favor fique calmo.Eu vou falar com o meu supervisor.-A mulher resolveu ser racional e me ajudar.
Ela se virou e levou com ela a pasta.
E se eles não foram de avião, vamos ter que continuar a procurar. E se eles foram, nós ainda nem sabemos para onde estão indo.
Não interessa, eu vou achar a minha esposa.
E se não foi um sequestro, porque a Patrícia tomou essa decisão?-O Gael me perguntou.
Eu não sei, estávamos indo tão bem.Eu não tenho ideia do que se passa na cabeça daquela mina.
***
Obviamente foram pela estrada.- O Gael comentou ao pegarmos de volta a pasta na mão da recepcionista que me informou que não tinham nenhuma passagem no nome da minha esposa.
Mas para onde eles foram?-Eu perguntei indignado, indo em direção a saída do aeroporto com o Gael.
Qualquer lugar! Podem até estar em outra cidade!
Mas porque, Gael? Porque? Nós já estávamos nos entendendo, nós estávamos indo tão bem , eu até me declarei para ela, achei que ela também sentia alguma coisa por mim.
Eu não sei Gaba, eu não sei, mas é melhor irmos para a sua casa, talvez tenhamos novidades lá.-disse o Gael, ao abrir a porta do meu carro ao lado do motorista.
Você tem razão, vamos.-eu disse sentando no banco do passageiro, fico grato pelo Gael estar comigo em todas as dificuldades, eu realmente não teria cabeça para dirigir numa situação como essa.
***
Cheguei em casa na madrugada, já passava das duas horas da manhã, não havia nenhuma novidade, nenhuma ligação, nada. A Marta ainda estava acordado quando eu cheguei, ela não tinha nada de novo para me contar, então a dispensei e mandei ela ir dormir, eu subi, tomei um banho para esfriar a cabeça e tentar baixar o nível de adrenalina no meu corpo. Eu tentei dormir, mas no final acabei vasculhando todas as coisas da Patricia, incluindo mensagens e ligações no celular, procurei pelo guarda roupa, qualquer vestígio, ou pistas de onde ela poderia ir. A Sol não voltou ontem, com certeza ficou curtindo a sua festa de aniversário, é até melhor mesmo, assim eu não preciso ficar me preocupando com ela.
O dia clareou e eu não preguei os olhos, a preocupação que isso está me causando é surreal. A primeira coisa que fiz foi ligar novamente para ao desgraçado do Luíz, aquele cuzão dizia ser meu parça, eu confiei naquele filho da puta.
Liguei muitas vezes e apenas deu na caixa, então eu dirigi até a casa do meu sogro, porque a minha esposa podia estar lá,o que na verdade foi em vão porque ele não estava em casa, aquele velho deve estar jogando dinheiro fora como sempre faz.