Capítulo 17
1751palavras
2024-01-31 20:38
Capítulo 17
Patricia
Percebi o quanto eu te amo, Pati.-disse o Luiz olhando sério para mim.
Espera o que? eu não estou entendendo, o que você quer dizer com isso? você só pode estar maluco?!-estava tão assustada que falei antes mesmo de lembrar que estava à mercê desse louco.
Fica tranquila Pati, sei que está assustada agora mas o Gabriel não pode te machucar daqui, eu vou te proteger, ele nunca vai te achar, não se preocupe mais!-ele falou com os olhos esbugalhados que me fizeram chorar de medo.
Como assim nunca me achar, o que você vai fazer comigo?Falei chorando e me afastando o máximo possível dele, mas ele se levantou da cadeira e se aproximou ainda mais de mim, sentou do meu lado na cama eu não tive coragem de me mover pois agora ele já estava com sua arma nas mãos.
Pati não chora, você me interpretou mal,eu não vou me livrar de você! -ele falou enquanto acariciava minha bochecha com a mão desarmada, meu rosto já estava todo molhado de suor e lágrimas, sentir sua mão no meu rosto me fez ter calafrios era como ser acariciada pelo diabo, enquanto eu chorava tentando não soluçar ou me mexer ele voltou a falar.
Vou te levar para um lugar seguro fora do país para vivermos juntos, sei que será estranho para você no começo mas vai se acostumar bem rápido porque é assim que é o amor, e quando você notar o quanto eu te amo seremos felizes para sempre.-ele levantou a arma e a usou para afastar o meu cabelo do rosto, foi aí que eu entrei em choque e comecei a implorar para ele me deixar ir.
Luiz você não tá pensando direito! A gente mal se conhece, por favor me deixa ir, eu juro que não conto para ninguém por favor, só me deixa ir embora por favor.-eu disse suplicando tentando me afastar, mas ele insistia em se aproximar.
O que quer dizer com isso agora Pati? Eu tenho demonstrado o quanto eu te amo diariamente, eu faço tudo o que você pede, deixei tudo para trás para ficarmos juntos hoje, segui todas as suas ordens esperando por esse dia. O dia em que estaríamos juntos definitivamente, mas você, minha querida Pati, é muito estranha, em alguns momentos você me mostra como sou o seu salvador nisso tudo, e em outro finge que não me vê!!! Você está me deixando louco! Mas agora não haverá mais dúvidas, eu sei que o Gabriel estava no nosso caminho mas agora com ele longe, posso finalmente provar todo o meu amor por você.-ele disse isso já exaltado quase gritando como se só ele soubesse toda a verdade como se eu realmente tivesse dado a entender que queria algo com ele, estava fora de si.
Luiz eu realmente agradeço o quanto me ajudou para fugir.-Falei tentando manter ele calmo e quem sabe fazer ele retomar a consciência.
Mas todas as conversas que tivemos não foi..não tive nenhuma intenção de demonstrar… quero dizer nós estávamos ficando amigos você é amigo do Gabriel eu nunca teria insinuado algo assim, sinto muito se você me entendeu mal. -falei tudo com a calma que consegui fingir, ele me ouvia totalmente sério e sem emoção com os olhos mais sombrios que eu já vi, eu me levantei da cama devagar enquanto ele me ouvia eu me afastei até o outro lado do quarto tentando acalmar minha respiração estar naquele lugar com ele era como ficar presa com um cérbero(cão da mitologia grega de três cabeças que guarda a entrada do mundo inferior mas conhecido como inferno) esperando para dilacerar minhas entranhas.
Me surpreendi,porque esperei que ele me batesse ou me machucasse de algum jeito depois do que disse, ele apenas me encarou deu um sorriso de lado como se esperasse que eu dissesse isso então ele se levantou colocou a arma na parte de trás das costa presa na calça, e calado como a noite estava naquele momento, ele andou suavemente em minha direção, eu comecei a tremer não esperava essa reação, agora minha respiração acelerou totalmente meu corpo já estava todo suado, maquiagem borrada, mas segurei o choro, ele se aproximou de novo e a essa altura eu estava presa entre ele e a parede e então ele voltou a falar.
Sabe Patricia, eu sabia que seria minha naquela primeira noite em que te vi, tão indefesa, tão triste e sozinha, quando te vi dormindo eu já sabia, fiquei tentado a acariciar seu cabelo e sussurrar no seu ouvido que eu te salvaria daquele sofrimento…-ESPERA ERA ELE!!! Ele que estava me observando na primeira noite em que cheguei e agora eu estava presa ali com ele.
Ele está a um centímetro do meu rosto e isso me dava náuseas, eu só queria empurrar ele e fugir, mas não quero morrer nesse quarto.
E isso que você acabou de me dizer, prova que estamos no caminho certo, você me avisou tudo isso, que eu teria que te manter do meu lado custe o que custar mesmo que diga o contrário.-Ele continuou.
O que? O que você tá dizendo nem faz sentido, por favor Luiz!
Custe o que custar você é minha Pati, eu sou seu salvador, vamos nos livrar desses monstros que querem te machucar-ele falou como se não estivesse mais ali, seus olhos pareciam vazios, mas ele continuou.
Eu te amo e esse amor me custou tudo, depois disso não posso voltar a falar com Gabriel quando sairmos do Brasil será um recomeço para os dois, eu vou deixar tudo pra trás por você então não fique tão assustada enfim ficaremos juntos.
EU NÃO QUERO SAIR DO PAÍS!-eu o empurrei com força ele cambaleou para a esquerda e eu corri em direção a porta para tentar abri-la uma tentativa falha a porta estava trancada e ele estava com a chave, não tinha como escapar.
O que importa ficar ou sair do país? você já estava fugindo mesmo! Sei que não quer voltar para aquela casa se não, não teria aceitado fugir.- esse miserável ele falou cada palavra enquanto balançava a chave da porta de um lado para outro e em seguida olhava pra mim como se eu estivesse brincando com fogo, nesse momento percebi que a ideia boba de tentar arrombar a porta poderia ter sido a última coisa que faria na vida, porque pelo jeito que ele está me encarando mas um deslize meu e não vou viver o suficiente para sair deste quarto.Decidi cooperar, o medo já superou o limite que posso aguentar, não quero morrer, vou tentar fugir assim que amanhecer quando estivermos saindo ou no aeroporto eu não sei bem como mas não vou sair do país com esse maluco.
Você tem razão, eu não estava com o Gabriel por amor, e sim por um acordo, eu já queria fugir e ter minha liberdade de novo.-o que não era mentira, continue a falar e ele não tirou os olhos de mim nem por um segundo ele nem sequer piscava enquanto me ouvia.
Mas eu não esperava sair do país, e sim ir para o interior do Rio de Janeiro e depois que minha situação estivesse tranquila eu entraria em contato com o meu pai, ele é minha única família eu não posso sair do país sem falar com ele e me despedir ele morreria se eu desaparecesse assim. -Deus por favor que ele caia nessa!!!
Não se preocupe quando estivermos fora do País a primeira coisa que vai fazer é ligar para ele e dizer que está bem e não vai mais voltar.-ele disse com tranquilidade que eu nunca mais voltaria, como se realmente fosse meu desejo, ele só pode estar maluco, nem morta eu vou ficar presa com esse infeliz para sempre, isso nem morta.
Mas eu não posso ir assim sem mais nem menos e só falar com ele quando eu já estiver fora do país, vai ser como uma facada no peito dele, ele ficaria muito angustiado e quem sabe o que aconteceria depois, ele já é velho e eu sou sua única filha ele ficaria arrasado e poderia até morrer de tristeza, eu não posso fazer isso com ele, se ele morresse eu não teria ninguém, e eu.. Eu nunca te perdoaria por isso e mesmo que você me demonstrasse todo o amor que diz sentir, isso não seria o suficiente para eu retribuir porque você seria o culpado da morte da minha única família e…eu..-tentei enrolar o máximo que consegui para tentar convencê lo a me deixar falar com o meu pai ou com a polícia se eu tivesse a chance, era só isso que eu precisava para sair desse inferno de uma vez por todas, mas teria que ser antes de chegarmos ao aeroporto para não correr o risco de ser obrigada a embarcar com ele antes da ajuda chegar.
Não seja dramática, Pati você está exagerando…puff, ta bom se você ficar mais tranquila você liga pra ele antes da gente ir para o aeroporto está bem?!- estávamos em direções opostas no quarto mas ele deu alguns passos e rapidamente estava na minha frente a trinta centímetros de distância a essa altura minha confiança estava aumentando, consegui enganar ele por um momento com o teatrinho da boa filha. só assim vou ter a chance de pedir ajuda.
Mas essa ligação só vai acontecer se você se comportar,e não tentar fugir! me entendeu?-ele se aproximando cada vez mais até a ponta dos nossos narizes quase se tocarem, meu coração estava disparado de novo era como encarar a morte iminente, mesmo que ele não me matasse se eu realmente tiver que passar o resto da minha vida exilada com esse maluco seria como a morte em vida, já foi difícil deixar o Gabriel mesmo sabendo que ele ainda é apaixonado pela Sol, talvez se tivéssemos tido mas tempo quem sabe poderia dar certo, por que agora por mas violento que o Gabriel possa ser, eu daria tudo para ter ele aqui para me defender, me salvar ou apenas para sentir seu abraço estou com tanta raiva e medo. Cometi um erro terrível, não deveria ter fugido como eu queria poder voltar atrás.
Entendi, eu não vou fugir nem causar nenhuma confusão, não se preocupe.-falei com uma voz fraca e triste, só posso ter esperança nessa ligação, porque se der errado eu estarei presa com o Luiz em outro país para sempre.-ele sorriu por eu concordar com ele e se aproximou como se fosse me beijar!