Capítulo 4
1730palavras
2024-01-26 02:58
Patricia
Seu beijo foi lento e suave, mas ao mesmo tempo eu pude sentir que havia desejo envolvido, ficamos ali por alguns minutos, me deixei levar pela maciez dos seus lábios, e a doçura do teu beijo.
Eu nem sei por que ele fez isso, talvez só quisesse que eu calasse a boca, eu não sei direito o porquê, e também não sei porque eu correspondi aquele beijo.
Ele simplesmente parou o beijo e se levantou, me deixando desconcertada, eu não posso dizer que queria aquele beijo, mas também não posso dizer que desejava que ele interrompesse.
Porque me beijou? - perguntei me sentando na cama olhando para ele de pé.
Você fala demais.- ele respondeu simplesmente, indo em direção a porta.
Aonde você vai?- perguntei e a minha voz saiu falha.
Se quiser que eu fique, eu posso sentar e apreciar você se vestindo, mas só se fizer um showzinho para mim.- ele disse com um sorriso malicioso.
Cai fora! - eu disse alcançando uma almofada e jogando em sua direção.
Gabriel saiu do quarto mas me avisou que a porta não estava trancando mais, por conta do seu humor explosivo e troglodita. Portanto ele me esperaria atrás da porta, para que eu me sentisse segura. Sinceramente, acho que ele ficou me observando atrás daquela porta, mesmo que fosse difícil a visão, aposto que ele tentou dar uma espiada.
***
O dia do nosso casamento chegou, logo pela manhã, fui acordada por uma dona Marta completamente desesperada batendo na porta como se o mundo estivesse acabando.
O que foi Marta?- respondi ainda sonolenta. Dona Marta pediu para entrar, mas a porta estava trancada, pois é , depois daquele episódio em que o meu noivo quebrou a porta, fiz questão de mandar trocar, afinal não sou maluca de dormir nessa casa sem tranca.
Aqui nessa casa mora o meu noivo, eu, dona Marta, meu futuro sogro e uns caras mal encarados que trabalham para eles.
Eu fui apresentada a todos eles como a futura esposa de Gabriel, todos me conhecem mas aparentemente ninguém sabe que vim para cá obrigada, talvez só os brutamontes que me trouxeram a força para cá, Gabriel até me pediu desculpa depois pelo ocorrido, ele falou que os idiotas não entenderam que eu deveria vir por livre e espontânea pressão, digo , livre e espontânea vontade.Também cheguei a conhecer dois caras que andam com o gabriel, um deles se chama Gael, um cara muito bonito, alto, forte, sorriso encantador, um homem preto, com cara de pegador, se eu não me engano é o melhor amigo do meu noivo. E o outro se Luiz, um carinha esquisito, diferente do Gael, esse não me atrae em nada, ele me asusta um pouco mesmo sendo tão esguio.
Levantei da cama e abri a porta para a dona Marta que parecia sem fôlego.
Me desculpe por te acordar assim senhora, as moças já estão lá embaixo para te arrumar. -Marta respondeu depois de recuperar o fôlego.
Primeiro que senhora está no céu, me chame de Patrícia. Diga a elas que podem subir em 20 minutos. Porque eu vou tomar um banho. - respondi e ela assentiu.
Tranquei a porta e logo em seguida me dirigi ao banheiro. Eu deveria estar muito feliz hoje, é o dia do meu casamento, eu sonhei com isso a minha adolescência inteira, o dia em que eu me casaria com o amor da vida, o dia em que eu diria sim e aceitaria dividir o resto da minha vida com alguém escolhido por mim.
Acho que fiquei de luto por um tempo depois de aceitar a ideia de que vou me casar para salvar a mim e o meu pai da miséria.
Depois do banho quente e relaxante as meninas subiram , eu estava apenas de roupão, vieram 4 mulheres todas com o mesmo uniforme lilás,uma calça ,uma blusa,e todas usando luvas e máscaras, com suas maletas, uma cabeleireira , uma manicure , uma maquiadora, e uma que estava dando assistência a todas elas.
Todas as funcionárias fizeram questão de me parabenizar pelo casamento, escolhi o penteado, a maquiagem e a cor das unhas.
O casamento seria às 15h , eu já estava pronta às 13h30.Gabriel queria uma festa, entretanto,eu não queria que nenhum dos meus amigos da alta sociedade soubesse que eu estava me casando com o Gabriel, ele é um homem rico, mas não tem classe alguma, e essa não é a imagem que o marido de Patricia Lemos deve ter.
***
Nós nos casamos no civil, e houve uma festa na comunidade, Gabriel resolveu chamar todos que na cabeça dele deveria estar lá, ele disse que chamou o meu pai, mas ele não quis ir, e eu não duvido, Carlos Eduardo Lemos, jamais pisaria neste lugar, e se não fosse pelas circunstâncias eu também não.
Estava tocando uma música, acho que é da Anitta, eu até que curto as musicas dela, eu me sentei logo depois de chegar e comprimentar a maiorias dos convidados,meu agora marido, quis ir dançar eu não fiz questão de ir, por isso, me sentei e me empanturrei de álcool e coxinha, eu não sou muito de comer porcarias não, mas eu estava exausta, e tinha bastante comida então eu deixei a dieta de lado e comi tudo o que tinha direito.
Minha tolerância ao álcool costuma ser alta, mas dessa vez eu só bebi 3 cervejas e já estava tonta. Foi aí que eu avistei uma piriguete dançando com o meu marido. Dá para acreditar? A piralha parecia que nem tinha saído do ensino médio ainda, se é que ela vai à escola.
Me levantei e fui em direção a eles, a música estava alta e eu estava meio zonza. Puxei o cabelo daquela fedelha e arranquei de cima do meu marido, como é que pode? Rebolar desse jeito em cima de um homem casado.
Patricia, solta ela AGORA!- meu marido me olhou de forma feroz.
Você vai ficar do lado dela?- perguntei ao cretino do meu marido.
Solta ela Patrícia! - Ele falou com uma notória ira na face.
Então eu larguei a perua mirim no chão , juntei todas as forças que eu tinha e
paft!
O estalo da minha mão na cara do Gabriel ecoou no salão daquele clube meia boca, a música parou e todo mundo olhou para nós. Gabriel agiu rápido e pegou no colo, exatamente como os recém casados fazem, mas por motivos diferentes.
Gabriel me levou para fora do clube e me carregou até o carro dele, estamos sozinhos ele me colocou no banco do passageiro , fechou a porta e disse para eu colocar o sinto.
Ele foi até o lado do motorista, colocou o cinto de segurança,e ligou o carro. Meu marido nos levou de volta para casa, me guiou pelo pulso de forma nada gentil até o nosso quarto e fechou a porta.
Bruto!- gritei quando ele me jogou na cama.
Você tá ficando louca, Patrícia?- ele me perguntou com um grito esganiçado.
Louco está você, se pensa que vou ser traída e ficar quieta!
Você está ouvindo o que está dizendo?- ele me olhou como se eu estivesse louca.
Patricia, eu estava apenas dançando,você não quis dançar comigo, eu te chamei lembra? - ele me disse como se fosse óbvio.
Não! Só me lembro daquela vagabunda mirim dando em cima de você! - respondi retirando os sapatos de saltos baixos, jogando cada um em um canto diferente do quarto.
Patricia, estamos casados, e diferente de você eu levo essa união a sério! ele disse esfregando o rosto.
Escuta aqui, Gabriel.- Eu disse ao me levantar e ir em sua direção, me aproximei e puxei ele pelo colarinho, claro que tive que levantar os pés, esse homem é gigante.
Você é meu marido!- dei ênfase na palavra meu.
E como meu marido, não vou deixar que nenhuma mulher sequer chegue perto de você. Nem em seus sonhos você vai estar com uma mulher que não seja eu.
Então isso quer dizer que vai rolar alguma coisa entre a gente.- ele me olhou de forma maliciosa e com um sorriso de lado, e nossa, eu não estava pensando em nada demais até aquele momento.
Eu.. é … quer dizer… - as palavras fugiram da minha boca.
E meu marido começou a andar em minha direção me levando até a cama, enquanto eu buscava palavras para rejeitá-lo mesmo que todo o meu corpo grite para que ele me beije e me possua por inteira, nós não somos tão próximos ainda, mas eu sinto desejo imenso por ele desde aquele dia em que nós nos conhecemos e eu podia jurar que ia conseguir feri-lo com uma caneta.
Me diz Pati, o que quer de mim? - ele perguntou agora com o corpo completamente por cima do meu , deixando espaço apenas para respirar.
É que…- ainda não consigo dizer nada.
Eu sei que você gosta de mim, não precisa fazer cerimônia, sou seu marido agora -Gabriel falou ajeitando uma mecha do meu cabelo.
Gabriel é de longe o cara mais gostoso e musculoso que eu já vi na vida,da primeira vez que o vi sem camisa, admito eu agradeci aos céus e a minha mãezinha querida que está lá no céu olhando por mim, por ter me jogado esse homem delicioso para mim.
Claro que é muita hipocrisia da minha parte agradecer por ele ser um deus grego e ao mesmo tempo não querer me casar forçadamente, mas pensa comigo , o que é preferível casar com um velho, feio, barrigudo, ou com um pedaço de mau caminho que é o Gabriel?
Exatamente! casar com essa delícia não é sacrifício nenhum, para falar a verdade eu queria fazer jogo duro, não ia cair em tentação , mas bastou 3 cervejas para eu virar a esposa ciumenta.
Gabriel beijou o meu queixo e em seguida beijou o meu pescoço, um beijo lento e delicioso que fez com que eu me perdesse por completo, foi como se tudo ao meu redor estivesse sumido só existia ele e mais nada ao nosso redor.
e num sussurro eu o chamei.
Gabriel…- ele olhou para mim, de uma forma em que eu podia ver fogo em seus olhos, era o fogo do desejo e da paixão que ardia e queimava a minha alma com aquele olhar penetrante.
Ele sorriu para mim e eu o beijei.