Capítulo 3
1968palavras
2024-01-25 00:59
Gabriel
-Para de ser doida Patricia, e entenda logo de uma vez mano! A gente vai casar e não tem o que discutir! - a essa altura do campeonato eu já tava pistola com essa mina. Na moral, não sei quanto tempo vou conseguir segurar esse B.O, essa mina não bate bem nas ideias não.
- Me diz porque resolveu tentar fugir?- perguntei tentando manter a calma que já não existia.
- Mas será que você não entende?Eu não quero me casar com você, Gabriel!- a nanica berrou de braços cruzados.
- Você não tem escolha, pelo menos se ainda quiser seu pai vivo.- eu disse me sentando e querendo saber até onde essa mina ia.
Por fim Patrícia se deu por vencida ,acho que ela percebeu que não tinha saída.
-Gabriel, eu não quero ficar naquele quarto! Ele não tem tranca, e não quero ninguém me vigiando quando estou sozinha.- ela fez uma carinha de nojo para mim.
-Te vigiando? ta loka? - será que ela endoidou de vez?
Então fica com esse quarto , que eu vou para lá, mas se eu descobrir que você tentou fugir de novo… tô avisando, eu vou meter o louco. - eu disse dando o prévio aviso.
Ok- ela disse se sentando na cama.
Então jura !
Jurar? mas que coisa mais infantil!
Jura se não eu durmo aqui com você!
Tá, eu juro!- ela jurou revirando os olhos para mim.
Ok, boa noite, e para de tentar pagar de louca.- eu disse indo em direção a porta e ela me mostrando o dedo do meio.
Assim que saí do quarto, a Patrícia fechou a porta e eu ouvi o click, do trinco da porta sendo trancada.
Eu não sei muito sobre as mulheres, afinal eu só tive uma namorada séria na vida e não acabou muito bem.
Mas a Pati , ela é diferente, ela é uma pessoa do bem, nós nos conhecemos desde de criança, bom , quase, a gente se conheceu ainda crianças, mas depois da morte da minha mãe eu vim morar aqui na quebrada com meu pai, o meu velho é de boa mas não gosta que pisem no calo dele tá ligado? E o pai da Pati o senhor Carlos Eduardo Lemos, vish, aquele tio é mó ideia errada, ele devia mo grana pro meu pai, e ele tava deixando passar batido, eles já se conhece a mó cota então não queria resolver isso assim, então eu como sou o mas do que só um filho, sou um parça, fui resolver esse Bo. Cheguei pro meu velho e falei:
Ô pai, vou trombar com esse tio ai.
De quem você está falando Gaba?- meu pai perguntou enquanto se sentava em sua cadeira que ficava atrás da mesa no escritório dele em casa.
Do sr. Carlos Eduardo Lemos.- respondi me sentando no sofá branco que ficava encostado na parede.
Gabriel, eu não quero que se meta nesses assuntos.- meu pai respondeu de forma séria.
Esse tio é mó vacilão, ele tá te dando um migué. O senhor não é de deixar passar batido.
Eu sei Gaba, mas estou entre a cruz e a espada, o Eduardo é um é velho amigo, mas ele já me deve a um tempo.- meu respondeu um pouco apreensivo.
E o senhor não vai fazer nada?- perguntei , afinal tava curioso demais.
Gabriel, eu vou resolver isso no momento certo.
Pai, me deixa dar o corre lá( resolver algo)- tentei convencer meu pai.
O senhor não quer resolver porque ele é um dos seus parças, mas ele não é nada meu, deixa que eu resolvo isso.
Depois de tanto insistir, meu pai concordou e eu fui resolver o B.O. Cheguei na casa do meu futuro sogro, mas eu queria dar um susto nele, então eu chamei os meus parças, e uns caras pra ir comigo.
Não mentir, eu estava nervoso, mas meu plano era simples: dar um susto e resolver essa parada. Mas tudo mudou depois dos caras terem quebrado tudo e o cara tá ajoelhado na minha frente , ele me disse que não tinha dinheiro, ele chorou, berrou e por último disse:
Eu tenho uma filha, pode ficar com ela.- ele disse apontando para o retrato.
Ficar com sua filha? Tá louco tio?- eu fiquei bugado, o cara tava me oferecendo a filha em troca do que exatamente?
Fica com ela e perdoa a minha dívida.
Então quer dizer que o senhor, se endivida , aposta tudo que tem e o que não tem , e para pagar você quer dar a sua filha? Porra, voce é mó zika tio!
Por favor, ela é a única coisa que eu tenho para te oferecer! - ele se levantou e foi em direção a mesa que ele havia apontado e pegou o porta retrato e em seguida me entregou.
Ela se chama Patricia, minha única filha e herdeira.
Herdeira de B.O, só se for.- retruquei pegando o porta retrato.
E não é que a mina é bonita.
Linda não é ?
E então? O que me diz? - O cara era um velho esperto, ele mudou de posição logo que percebeu meu interesse na mina. Deu para ver que ele queria desenrolar a fita. (revolver o problema)
Você se casa com a minha filha e perdoa a minha dívida. Claro se você não for casado.
Não, não sou casado.- Realmente a proposta me deixou interessado.
E onde está a Patricia? Onde está a sua filha?- perguntei me sentando na última cadeira ainda de pé.
Ela está em Milão mas nada que uma ligação mude isso.
Então fechou, traga ela , e eu mando buscá-la.
Fechou? O que fechou?- ele me perguntou com cara de bugado.(confuso)
Quer dizer que eu concordo com meu parça.- expliquei ao senhor que agora será meu sogro.
Então tudo bem. Ótimo, Graças a Deus!
Eu saí de lá antes que o papo daquele velho me desse mais anciã de vomito, o cara vendeu a filha, e eu achando que meu pai era zika.(perigoso, ruim)
Sinceramente, só aceitei porque lembrei da Patricia, ela foi meu crush de infância, eu gostava muito dela, estudávamos juntos, mas depois que a minha mãe morreu, que Deus a tenha, meu velho e eu nos afastamos do mundo em que nós vivíamos e fomos para favela, fomos para o morro e o meu pai assumiu os negócios dele, eu não sou muito chegado nisso não, mas eu faço o que tenho que fazer, eu ainda não esqueci de quando vi o corpo da minha mãe sendo arrastado por um dos capangas do meu pai, meu pai me abraçou naquele dia e disse que os inimigos dele tinham feito aquilo com ela. Eu ainda vou me vingar deles, vou matar um por um , com as minhas próprias mãos e faço questão de ver eles morrerem lentamente, e sentirem a dor que a minha mãe sentiu aquele dia.
Depois daquele dia na casa do seu Cadu, ele me ligou dizendo para ir buscar a filha dele às 14h do dia seguinte, eu não tive como ir então mandei um parças do meu pai, a merda foi que eles acharam que estava sequestrando ela, colocaram um saco na cabeça dela e quando cheguei ela tava desmaiada e amarrada numa cadeira.
Mas é muito burro mesmo! - Eu cuspi cruzando os braços.
Eu falei para amarrar a mina?- perguntei colocando a minha pistola na mesa.
me diz quem foi o animal, filha da puta que amarrou ela?-Urrei para os dois idiotas à minha frente.
Desamarrem ela! Eu não mandei trazê-la assim!-gritei para eles
-Mas patrão… -o asno à minha frente falou baixo
Sem mas! Bando de asno! - eu já tava pistola.
Me desculpe, patrão!
***
Durante a tarde cheguei mais cedo do trampo, eu trabalho na empresa que era da minha mãe, meu pai não curte muito não esse bang (coisa) de eu ter um emprego fora das coisas dele, mas eu não me importo eu quero manter vivo o que minha mãe deixou.
Perguntei à Marta onde estava Patricia, Marta falou que ela desceu apenas para comer na hora do almoço e depois foi para o quarto novamente. Então decidi ir ver como está a minha noiva.
toc toc
bati na porta do quarto.
Patricia, sou eu , abra!-ordenei mas não recebi nenhum ruído como resposta.
Puta merda! Ou ela fugiu , ou alguma merda está tentando fazer. A porta está trancada.
Patricia! Patricia! Abra a porta! - exclamei batendo mais forte na porta e chamando mais alto.
depois de alguns segundos e nenhuma resposta , desci atrás da Marta que estava na cozinha já começando a preparar o jantar.
Marta, eu preciso da chave extra do meu quarto agora! - Falei de forma rápida.
A Marta assentiu , desligou as bocas do fogão e foi procurar, ela disse que estava em cima do armário, mas não estava conseguindo achar.
Então eu corri novamente para cima e chamei de novo, mas sem respostas. A essa altura eu estava desesperado, a Pati é maluca, ela pode ter fugido, ou pior pode ter tentado se matar!
Sem mais tempo para perder, chutei a porta e ela se abriu por completo, eu já havia arrombado uma porta antes, mas dessa vez era por pura preocupação.
Quando entrei no quarto , não havia ninguém e estava tudo escuro , revirei a cama, olhei no quarto inteiro,na varanda, até dentro do guarda-roupas eu olhei, e por um minuto eu havia esquecido de um cômodo, quando fui em direção , a porta do banheiro se abriu e lá estava Patricia, usando apenas uma toalha pequena envolta do corpo ,a fumaça do chuveiro quente ainda estava presente, e nossa… como ela estava linda daquele jeito, com o cabelo molhado, distraída os enxugando na toalha branca de algodão.
Pati nem percebeu que estava ali, me sentei na cama e fiquei calado observando ela.
Patrícia ligou a luz e foi em direção ao guarda roupa e retirou a toalha do seu corpo e colocou na cadeira ao lado eu pigarrei trazendo a atenção dela para mim.
Ai que susto Gabriel!- ela saltou logo que ouviu.
Você me assustou, achei que tava morta!- eu respondi levantando.
Você sabe que tá pelada né?- falei apontando para seu lindo corpo perfeitamente desenhado e esculpido.
Ela num susto pegou a toalha e se cobriu. Eu fui em direção a porta para fechá-la. Mas não consegui porque o chute que recebera não permitia mas que fosse trancada, por isso só encostei.
Por que você entrou aqui? - ela me perguntou indignada.
Primeiro que esse é o meu quarto, então eu entro e saio na hora que eu quiser, e segundo eu já te disse, achei que estava morta!
Não se preocupe, farei questão de fazer você aguentar por muito tempo ainda! - a minha noiva retrucou como se já estivesse acostumada com a ideia do casamento.
Não foi o que pareceu ontem a noite.
Ontem a noite eu teria a minha carta de alforria se você não fosse tão intrometido.- Nesse momento eu cheguei mais perto dela.
Você não está presa Pati, está aqui por sua escolha.- sim eu sei que ela não quer estar aqui. Sou cruel por deixar ela irritada de propósito com isso? Talvez! Me arrependo? De jeito nenhum.
SEU CRETINO FILHO DA PUTA!- ela rosnou para mim. Devo admitir que é bem engraçado vê-la irritada comigo.
A Pati começou a gritar e falar umas coisas que eu nem me lembro mais, porém , enquanto ela chutava o pau da barraca, eu ouvi passos vindo em direção à nossa porta, e ela não calava a boca sobre o que aconteceu ontem , então eu a puxei para cama e a calei com os meus lábios e o meu corpo por cima do corpo dela.