Capítulo 5
2091palavras
2024-01-26 03:00
Patricia
Gabriel continuou o beijo mas dessa vez não tinha nada a ver com aquele beijo suave de antes, era um beijo ágil e urgente, um beijo que fazia todo o meu corpo se arrepiar, suas mãos percorreram minha cintura , meus seios e minhas costas. Ele parou o beijo por um instante apenas para desabotoar a camisa que usava e jogar ela para fora da cama assim como fez com os sapatos, e voltou a me beijar, dessa vez eu que parei o beijo.
O que foi? - Meu marido me perguntou num sussurro sem fôlego.
Me ajuda a tirar esse vestido - pedi também sem forças na voz.
Sentei na cama depois de Gabriel ter me dado espaço para levantar. Ele cuidadosamente deslizou seus dedos pelos meus ombros e depositou pequenos beijos no meu pescoço , o que obviamente me fez arrepiar novamente.
Colocou o meu cabelo longo para o lado e abriu o zíper do vestido por completo revelando a única coisa que eu usava por baixo dele, uma pequena calcinha de renda branca. A princípio não era isso que eu ia usar, mas eu não queria frustrar as meninas que me ajudaram a me arrumar para o casamento.
Gabriel beijou as minhas costas nuas e me ajudou a tirar o vestido por inteiro.
Voltamos a nos beijar, e aquele momento foi muito mais do que apenas sexo, apesar de não nos amarmos senti que nos conectamos de verdade. Nos conectamos de corpo e alma, e pensa num homem talentoso?! Perdi as contas depois de duas horas quantas vezes cheguei ao clímax.
Na manhã seguinte ao casamento, acordei às 11h e Gabriel ainda estava ao lado, é claro, ficamos quase a madrugada inteira acordados, um homem de muita energia eu diria.
Minha cabeça está um pouco dolorida, mas não tanto quanto as minhas pernas, esse homem é muito grande.
A noite foi muito divertida e farei questão de repetir a dose da diversão sempre que eu puder.
Gabriel se movimentou e jogou o braço por cima de mim, e me puxou para perto dele, pude sentir a pele quente do seu peitoral nas minhas costas, ainda estávamos completamente nus. Sua boca e nariz foram direto no meu cabelo, aquele pequeno gesto de carinho me deixou confortável, depois de alguns minutos naquela posição o despertador tocou e o meu marido acordou, desligou o despertador e sorriu preguiçosamente para mim.
Bom dia Pati.
Bom dia..- respondi me levantando da cama e me cobrindo com um lençol.
Onde vai?- ele perguntou com a voz rouca de sono.
Tomar um banho.
Quer companhia? -ele sorriu com a carinha de safado.
Não, fica aí e dorme mais um pouco.
Entrei no banheiro e me olhei no espelho ,mas que merda que estou fazendo?
MERDA,MERDA MERDA!- Surtei sozinha com a porta do banheiro trancada.
TRÊS CERVEJAS PATRÍCIA! TRÊS CERVEJAS E VOCÊ DÁ PARA O SEU MARIDO! TA FICANDO DOIDA?
ELE QUEM TA ME DEIXANDO DOIDA- quer dizer, olha para mim , discutindo com as minhas personalidades no espelho do banheiro, pelada porque acabei de perceber que transei com o meu marido na noite de núpcias.
Na verdade não parece tão ruim , afinal ele é o meu marido.
MAS VOCÊ NÃO QUER ESSE CASAMENTO! VOCÊ NÃO VAI PERDOAR O QUE ELES TE FIZERAM! NEM SEU PAI, E NEM ELE.
Vou tomar meu banho que eu ganho mais, Gabriel me contou a uns dois dias atrás que íamos nos mudar depois de nos casarmos ,ele disse que a casa é por aqui por perto, e que a dona Marta irá com a gente, ela é como uma mãe para ele. Meu marido quer se mudar daqui, porque é a casa do seu pai, e apesar de amá-lo ele não quer que ele invada nossa privacidade. O velho é bem ranzinza , ele é um coroa bonito até, mas ainda sim, um chato de galocha.
***
Acabamos de nos mudar, a casa é bem bonita, não é tão grande quando estou acostumada, mas tem uma pequena piscina o que me deixa feliz, tem dois quartos um do casal e um de hóspedes, eu vou dar um jeito de me mudar para o quarto de hóspedes logo logo.
Além desses 2 quartos no andar cima , que por sinal já verifiquei e ambos são suítes, tem também um quarto de empregada que fica no andar de baixo junto com a cozinha e uma sala de estar bem espaçosa tem dois sofás imensos e uma tv grande na parede. e na mesma sala, há uma mesa de jantar enorme de 12 cadeiras, sinceramente achei um exagero até para mim que não me contento com pouco. Temos um lindo jardim perto da piscina.
Subi até o nosso quarto para conhecer melhor, me joguei na cama, pois eu estava cansada, mesmo que a gente não tenha mexido um dedo para fazer a mudança, já Marta cuidou de tudo, eu tenho começado a gostar dela, é uma senhorinha muito legal, sempre muito gentil e muito cuidadosa comigo e com o Gabriel, não é atoa que o Gabriel a tem como uma mãe.
Acabei adormecendo sem conhecer a hidromassagem que Gabriel alegou ter no nosso banheiro.Acredito que eu dormi por pouco tempo, mas foi o suficiente para eu ter um sonho estranho, não deu para entender muito do que se passava eu estava numa floresta e conseguia ver a minha mãe, através de um espelho no chão, mas não a via , eu estava com ela, mas eu era uma criança e depois uma sombra igualzinha a mim saia de trás dela, e eu gritava
Mamãe, mamãe, não vá.
Patricia! Patricia! - Gabriel me despertou.
Hã…? Que?
Você está bem? - ele parecia preocupado demais.
Estou, o que aconteceu?- perguntei tentando me levantar.
Você estava gritando- ele respondeu me ajudando a sentar na cama.
Eu, eu tive um sonho esquisito- contei a Gabriel com uma mão no peito, tentando me recuperar do sonho.
Um sonho te assustou Pati?- Gabriel me perguntou com um sorriso de lado.
Que isso,pensei que nada te assustasse gata. - continuou ele zombando de mim.
E nada me assusta.- retruquei
Hum, sei.- ele me olhou com uma cara de deboche.
E alias, pq veio me acordar?- perguntei mudando de assunto, afinal eu não quero e nem vou expor as minhas fraquezas a ele.
Vamos dar uma volta!- Ele disse arregaçando as mangas da camisa branca dele.
Ai, finalmente! Não aguento mais ficar em casa!- Só tem uma semana que tudo isso aconteceu, mas pelo fato de estar trancada o tempo inteiro é como se eu estivesse aqui a mais de meses.
Então se ajeita que vamos dar um rolezinho.
Rolezinho Gabriel? - Fiz cara de nojo.
E eu lá tenho cara de ficar dando rolezinho?
Para com isso Pati, você vai gostar , vamos.
Onde vamos? Ao Paris 6? Ao shopping?- Eu me empolgo fácil , quando o assunto é passear e fazer compras, sinto falta da minha vida de compras e coquetel de luxo em Milão.
Na- na -ni-na ,não! - ele disse cada sílaba bem devagar como se eu fosse alguma criança ou precisasse de ajuda médica especial.
Pode pelo menos me dizer aonde é? Eu preciso me vestir de acordo, não acha?
Não vou te dizer onde é, o que está usando está bom, mas sugiro colocar um tênis.- eu estava usando um short confortável de linho, uma camiseta branca e um cinto preto ,nada demais.
OK, vou calçar os tênis, a gente vai sair para comer? Porque estou faminta!
A gente come por lá! - Gabriel saiu bancando uma de misterioso, nada contra eu até gosto,o que eu não gosto é de surpresas ainda mais vindo dele.
Já passava das 15h da tarde quando saímos pelo portão da frente. Eu achei estranho estarmos indo a pé ou como o Gabriel me disse camelar. Ele se esforça,tenho que reconhecer isso, mas ele não deixa de falar como um maloqueiro.
Andamos uns dez minutos e paramos no que parece ser um bar, sentamos em uma das mesas de plásticos, O Gabriel pediu uma breja, e pediu pastéis para nós dois , eu não sabia o que era a tal da breja mas aceitei, quando os pedidos chegaram eu descobri que se tratava de cerveja, apenas isso, acho engraçado como somos do mesmo lugar, bom, quase do mesmo lugar e nos comunicamos de uma forma tão diferente.
No começo eu não queria comer não, mas já que eu já estava no inferno, abracei o capeta! Fiquei furiosa com meu marido, achei que ele ia me levar para almoçar num lugar chique, mas ao invés disso me trouxe para um lugar como esse. Claro que não é de todo mal, pelo menos o pastel é gostoso.
Depois de comer e beber, ele pagou e de novo andamos, conheci algumas pessoas, comecei a conhecer a comunidade, Gabriel me mostrou onde ele conheceu o Gael, me contou que no início ele não se davam bem, viviam brigando , eles se conhecem desde meninos, o Luiz já não é alguém tão especial é só um cara que trabalha bem e que o meu marido confia, eles parecem boas pessoas, mesmo que mexam com coisas da pesada, eu ainda não sei exatamente o que eles fazem, porém tenho certeza que não é coisa boa.
E aquela pichação ali? Até que não é feia!- falei apontando para o desenho em uma parede aleatória.
Não é pichação Patrícia, é grafite! Um tipo de arte!- meu nada amável esposo me corrigiu.
Arte é? Não parece!
E você por acaso entende de arte?
Mais do que você!
Mais do que eu?
Vejo que você não sabe nada sobre a sua esposa! Fiquei sabendo, que eu, Patricia Lemos, estudava arte em Milão, e quase me formei! Quase né, se meu pai não tivesse falido,eu teria me formado e me tornado uma grande artista plástica.
Olha então minha esposinha é uma artista!
Quase, faltava meio período para me formar, passei os últimos anos por lá,eu gosto de arte, não sou a pessoa mais talentosa do mundo, mas eu sou esforçada sabe.
Gabriel me deu um sorriso de lado e olhou para mim de um jeito novo, não era desprezo e nem desejo, era um olhar doce, quase como um olhar de pena, agora não sei se era um olhar de pena por eu não conseguir me formar ou por me achar uma fracassada.
Olha Pati! - Estávamos caminhando e Gabriel parou me forçando a parar junto com ele , segurou a minha mão e olhou nos meus olhos.
Sei que não somos um casal normal, e muito menos um casal de apaixonados, sei que foi obrigada a se casar comigo, e tenho a plena consciência que não deve ser fácil para você.
Mas eu acho que deveríamos nos esforçar um pouco, para fazer dar certo, agora temos uma vida inteira pela frente, eu gosto de você, e tenho certeza que você também não me odeia.
Como tem tanta certeza que eu não te odeio? - perguntei dando uma de difícil , mas logo me arrependi pela resposta que recebi.
Pati, ninguém transa daquele jeito com alguém odeia. - ele disse isso chegando mais perto.
Isso não quer dizer nada.- menti.
Tem certeza?- ele perguntou umedecendo os lábios de forma extremamente sexy e mordendo lentamente o lábio inferior.
Tenho.
Devo confessar, que ouvir sobre a nossa noite de núpcias me acendeu um fogo, meu corpo arrepiou e senti minhas bochechas corarem.
E me ver corar daquele jeito, surtiu algum efeito sobre o meu marido porque ele se aproximou ainda mais, me fazendo sentir as batidas do meu coração cada vez mais forte e mais alto.
Engoli seco quando ele passou uma das suas mãos grandes e fortes no meu rosto,e segurou a minha cintura com a outra.
Só o fato dele ter olhado para a minha boca me fez perder o ar, ele chegou o seu rosto mais próximo do meu , fez menção de um beijo,o que me fez fechar os olhos como uma adolescente apaixonada e esperançosa pelo seu primeiro beijo de amor, e posso até jurar que fiz até o biquinho com a boca , mas ele virou o rosto em direção até a minha orelha e sussurrou:
Eu sei que só eu consigo te fazer estremecer daquela forma.- logo após ele deu uma mordida leve na minha orelha, o que fez meu corpo inteiro amolecer.
Juro que se não estivéssemos no meio da rua eu arrancava as nossas roupas e dava até perder a consciência.