Capítulo 70
1523palavras
2024-01-22 12:10
Kelsey deu um gole em seu ponche, apreciando observar a todos no baile. A única coisa que faltava eram crianças. Naquele momento, ela pensou que seria bom ter filhos, mas não agora. Ela e Edwiin precisavam esclarecer muitas coisas antes de considerar isso.
"Em que você estava pensando agora?", perguntou Edwiin, chegando por trás e falando em seu cabelo.
Kelsey deu de ombros, um sorriso iluminando seus lábios.
"Vamos lá! Não pode ser tão ruim assim", brincou Edwiin, envolvendo seus braços em volta dela.
Ela, de forma brincalhona, afastou seus braços. "Não aqui! As pessoas estão nos observando."
"Então, vamos..." Ele pegou sua mão e a conduziu para a varanda. As estrelas estavam lá fora, cintilando em um mar de céu azul escuro. "Agora. Conte para mim."
Kelsey riu. "Você não vai largar isso, vai?"
Edwiin balançou a cabeça. "De maneira alguma!" Seus lábios estalaram o 'p', enquanto ele envolvia seus braços em volta dela de costas, obviamente apreciando a vista com ela.
Kelsey suspirou, olhando para o campo de Estrea, as casas visíveis apenas à luz do luar e as luzes esporádicas que estavam acesas nas casas da vila. Olhando para Estrea, era como se ela tivesse voltado no tempo. Com a pedra e a arquitetura europeia, ela nunca tinha visto um lugar tão único antes.
Ela não queria contar para ele, mas por que não? Afinal, eles ainda não tinham discutido sobre ter filhos, um tópico que normalmente era acordado antes do casamento.
"Eu estava apenas pensando que esta noite está perfeita", começou Kelsey, "e que a única coisa que falta são crianças."
Ela esperou por um momento e ele não disse nada, obviamente deixando-a terminar.
"Eu sei, não agora", ela corrigiu. "Temos muito para esclarecer primeiro... mas você quer ter filhos... eventualmente?"
Edwiin a virou para encará-lo, a expressão em seus olhos era sincera. "Por que? Você quer?"
Kelsey assentiu. "Não agora, mas algum dia."
Edwiin sorriu. “Estou feliz em ouvir você dizer isso, porque eu também adoraria ter filhos... com você. Não apenas para dar continuidade à sucessão da Coroa, mas porque eu amo crianças."
“Você ama?" Kelsey sorriu.
Edwiin riu. “Sim, claro que sim."
Kelsey assentiu. “Entre nós, você acha que Cornelius estava falando sério quando mencionou a adoção?"
Edwiin inclinou a cabeça para o lado. “Espero que sim. A criança nunca seria capaz de ascender ao trono, mas além disso, Cornelius seria um bom pai."
Uma ruga se formou entre os olhos dela. “Por que não? É porque a criança tem que ser de sangue verdadeiro?"
Edwiin assentiu. “Eu temo que sim."
Kelsey suspirou, voltando-se para a vista novamente. “Bem, para mim, sua família são as pessoas em sua vida que estão lá para enxugar suas lágrimas e apoiá-lo em momentos bons e ruins. Muitas pessoas podem dar à luz, mas nem todos podem ser bons pais."
Edwiin assentiu. “Eu concordo completamente, mas tem sido uma lei por séculos."
Um canto dos lábios de Kelsey se curvou em um sorriso. “Você sabe, quando for rei, pode mudar as leis."
Edwiin riu. “Sim, mas não essa. Eu concordo que a família é mais importante que o sangue, mas vamos escolher uma batalha de cada vez."
“Todos!" a voz do rei ribombou de dentro. “Por favor, juntem-se a mim na varanda para uma surpresa especial!"
Kelsey tremeu, mas não queria perder o que o rei havia planejado.
“Frio?" Edwiin tirou o paletó do smoking e o colocou sobre os ombros dela.
“Não vai sentir frio?" Kelsey apreciou o gesto, mas não queria que Edwiin também pegasse um resfriado.
"Edwiin balançou a cabeça. Mas toda a conversa chegou ao fim quando todos se juntaram a eles na varanda.
O rei fez um aceno e então fogos de artifício subiram até o céu e explodiram num mar de cores. Os fogos eram de todas as cores: vermelhos, azuis, verdes, laranja, roxo... praticamente toda cor estava representada. Edwiin envolveu seus braços firmemente ao redor dela e sussurrou em seu ouvido. "Eu te amo." Foi a primeira vez que ele disse que a amava, e isso não passou despercebido por ela.
"Eu também te amo," ela respondeu. Então os lábios dele desceram sobre os dela enquanto o grand finale rugia acima, e Kelsey sabia que era a mulher mais sortuda do mundo.
***
"Feliz Natal," Edwiin sussurrou contra seus lábios quando ela acordou na manhã seguinte.
Kelsey franziu a testa, tentando se orientar. “Ug! Está tão claro!"
"Depois que você acordar, quero te mostrar uma coisa," Edwiin sorriu, beijando seu pescoço.
Kelsey forçou os olhos a permanecerem abertos. "Acho que você me mostrou algo ontem à noite. Duas vezes, na verdade. Mas quem está contando."
Edwiin riu. "Sim, quem está contando?"
"Por que está tão claro?" Kelsey rolou, puxando o travesseiro sobre sua cabeça para bloquear o brilho.
Edwiin removeu o travesseiro de seu rosto. "É isso que eu quero te mostrar."
"Me dê um minuto." Kelsey se arrastou para fora da cama e se dirigiu ao banheiro. Ela saiu alguns minutos depois, sentindo-se muito melhor depois de ter escovado os dentes e penteado o cabelo. Ela finalmente desistiu de tentar passar um pente pelo emaranhado, então se contentou com um coque alto e bagunçado.
“Vamos lá!" Edwiin pegou a mão dela assim que ela saiu do quarto e a puxou para a janela. Um brilhante manto branco de neve recém-caída estava espalhado pela terra como se o próprio Deus tivesse desenrolado.
"É lindo," Kelsey respondeu, aproveitando a reação de Edwiin tanto quanto a vista em si. Foi a vez que ela o viu mais feliz.
"Vamos nos vestir e encontrar todos na sala de estar," Edwiin disse, um sorriso amplo se espalhando por seus lábios.
Kelsey riu. "Nunca te vi tão animado antes."
Edwiin deu de ombros. "Bem, nem todo dia é Natal."
Eles se vestiram e alguns minutos depois, entraram na sala e Cornelius e Halbernce já estavam lá.
"Fico surpreso em ver vocês dois acordados tão cedo", comentou Cornelius. "Imaginava que depois de uma noite tão tardia, vocês estariam dormindo até mais tarde."
Kelsey sentou-se no sofá ao lado de Cornelius, encolhendo os pés debaixo dela. "Você está brincando comigo?" Ela fez um gesto com o polegar para Edwiin, que acabara de se sentar do outro lado dela. "Este daqui despertou ao raiar do dia."
Todo mundo riu.
"Você deveria tê-lo visto quando éramos crianças", Cornelius provocou. "Ele estava tão animado para a manhã de Natal que não conseguiu dormir nada na véspera de Natal."
"Sim, e eu não era o único", respondeu Edwiin.
"Bom dia e Feliz Natal!" anunciou o rei ao entrar. "Então, todos estavam me esperando?"
Cornelius inclinou a cabeça na direção de Edwiin e Kelsey. "Eles acabaram de chegar."
Kelsey o cutucou brincando com o ombro. A camaradagem fraterna com Cornelius fez com que ela sentisse falta da irmã, da mãe e de Katherine. Ela fez uma nota mental para ligar para elas mais tarde.
"Bem, já que todos estão aqui..." O rei puxou um pufe acolchoado para junto da árvore. "Podemos começar?"
Eles passaram a manhã abrindo presentes um para o outro. Kelsey ficou surpresa que todos haviam comprado presentes uns para os outros. Kelsey pensou que eles devem ter se esgueirado e colocado-os sob a árvore, pois a pilha havia crescido durante a noite. A não ser que o verdadeiro Papai Noel realmente tivesse vindo.
"Kelsey! Eu adorei!" Exclamou Cornelius ao abrir seu presente de suprimentos para jardinagem.
Edwiin bufou. "Como é que você sabe que não fui eu quem escolheu?"
Cornelius pensou por um momento e então disse: “Como eu disse: Kelsey, obrigado pelo presente."
Todos riram.
"E obrigado a você também, irmão," acrescentou Cornelius, olhando para seu irmão.
Edwiin acenou com a cabeça, sorrindo. Suas ações deixavam claro que eles tinham sido próximos ao longo dos anos. Típicos irmãos.
Todos estavam se divertindo, mas quando chegou a hora de Edwiin abrir seus presentes de Kelsey, ela prendeu a respiração. Primeiro, ela pediu para ele abrir o conjunto de pintura e os materiais de arte, que ele adorou. Cornelius também adorou, dizendo a Kelsey que Edwiin não desenhava nada há anos. Mas então chegou a hora de Edwiin abrir o álbum de fotos com as imagens de sua mãe. Kelsey esperava que ela não tivesse ultrapassado limites ou tropeçado em algo tabu na família.
"Oh, Kelsey!" Edwiin exclamou quando viu que era um luxuoso álbum de fotografias. Cornelius olhou por cima dos ombros dele quando ele abriu. Lentamente, Edwiin virou cada página, olhando para cada foto, mas não disse nada. Quando finalmente levantou o olhar, havia lágrimas em seus olhos. Sem dizer mais uma palavra, ele entregou a Cornelius o álbum e puxou Kelsey para perto em um abraço. "Esse é o presente mais atencioso que alguém já me deu."
"Estou tão feliz que você gostou", respondeu Kelsey, sentindo arrepios pelo corpo. "Eu estava com medo de ter ultrapassado limites."
Cornelius se levantou e também a puxou para um abraço. "Nunca."
Logo, eles passaram o álbum para o pai deles, que chorou abertamente, obviamente lembrando o que era, os Natais passados, e a mulher que ainda era uma parte importante de suas vidas.