Capítulo 27
1168palavras
2023-12-14 14:44
À medida em que a meia-noite se aproximava, Emília ficava mais nervosa, principalmente depois de ver velas se acendendo a sua volta. Ela conseguia ver tudo claramente. Diaz estava sentada ao lado de Emília.
Emília agarrou a mão dela com força e perguntou inquietamente: "O que tá acontecendo, Diaz?" Diaz deu um tapinha na mão de Emília. "Não se preocupe, esse é só o começo. De agora em diante, escute a vovó. Vamos dar o nosso melhor."
"Emília, menininha, venha e sente-se aqui", a vó da Diaz pediu a Emília que se sentasse no centro do cômodo.
Emília foi até lá e sentou-se onde mandaram-na sentar. Dessa forma, Emília parecia uma criança que não sabia de nada do que estava acontecendo a sua volta. Ela estava usando o vestido branco que disseram para ela usar.
Ela viu a bruxa pegar um pouco de pó branco e, depois, espalhar o pó ao redor do centro onde Emília estava sentada, formando um círculo.
"Diaz, venha cá e sente-se comigo", a bruxa disse.
Diaz foi e sentou-se no lado direito da parte de fora do círculo. A senhora idosa se levantou dali e ficou em pé. Ela foi para fora e pegou uma panela grande e preta, feita de aço e que estava cheia de água. Ela colocou a panela na frente da Emília.
Por curiosidade, Emília queria saber o que tinha na água.
"Não olhe pra água. Apenas feche seus olhos. De agora em diante, não os abra mais, criança", a senhora idosa disse para Emília, a qual assentiu com a cabeça e fechou os olhos.
A bruxa sentou-se do lado esquerdo de Emília e, em seguida, também fechou os olhos, com Diaz seguindo-as e fechando também.
Ambas começaram a entoar alguns feitiços e, em um piscar de olhos, todas as velas do local se apagaram.
De repente, o círculo em que a Emília estava sentada dentro pegou fogo.
Emília conseguia sentir o calor súbito, o que causava um medo nela. Ela era um lobisomem, não uma bruxa. Ela não sabia nada sobre bruxaria. Ela estava se sentindo desconfortável com todos aqueles feitiços que a Diaz e a avó dela estavam entoando.
Diaz estava lançando feitiços e dando o seu melhor para recuperar a loba da amiga. Ela prometeu para Emília que a ajudaria e, agora, era a hora de provar que era uma boa amiga.
A bruxa estava lançando feitiços como se fosse completamente natural para ela. Ela era velha, mas fazia aquilo como se fosse algo corriqueiro.
Diaz e a avó estavam entoando feitiços quando ouviram lobos uivando. Emília se assustou e pensou: 'O que tá acontecendo?' Ela ouviu corvos e sons do ar em alta velocidade. Cada som ia crescendo aos poucos, o que fazia com que ela quisesse abrir os olhos.
A avó da Diaz franziu as sobrancelhas, mesmo com os olhos fechados. Ela enfatizou: "Não abra os olhos, Emília."
Emília fez um gesto com a cabeça, imaginando que a bruxa pudesse vê-la.
De repente, ela não conseguia ouvir mais nada. Tudo tinha parado. "Agora, abra os olhos, Emília", a senhora idosa disse para ela.
Emília abriu os olhos lentamente, pois estava com medo. Tinha apenas fogo ao redor dela. Ela não conseguia ver nada, além de fogo.
"C-cadê você, vovó? Diaz? Eu não consigo te ver."
"Emília, olhe só pra água, boa menina. Mas lembre-se, não toque nela."
Emília assentiu com a cabeça com muito nervosismo e se virou para a panela preta com água. Ela chegou perto dela e olhou lentamente para ela, mas ela não conseguia acreditar no que estava vendo.
"EMERY!!!"
Emília gritou bem alto. Ela começou a chorar: "Emery? O que você tá fazendo aí, Emery? Você não sabe o tanto de saudade que sinto de você, Emery. Por favor, volte pra mim. Sem você, eu não sou nada, Emery."
Ela conseguia vê-la. O pelo branco dela, e os olhos azuis que a olhavam da mesma que ela olhava a Emery. Parecia que ela estava olhando o próprio reflexo na água.
Emília não conseguiu se controlar e tocou a água. A palma da mão dela se queimou imediatamente. "AAAAAHHH, MINHA MÃO", Emília gritou.
"Eu avisei pra você não tocar na água. Por que você não me ouviu, Emília?" A bruxa a repreendeu.
"Emília, você tá bem?" Diaz perguntou preocupada.
"Diaz, fale pra sua avó que peço desculpas por duvidar dela no começo. Você estava certa, a minha loba não morreu", Emília tocou a mão direita e choramingou.
"Agora não fale mais nada e sente-se onde você estava sentada há um momento atrás", a bruxa ordenou para ela.
Emília se moveu imediatamente para trás e sentou-se no lugar em que estava há alguns minutos.
"Feche os olhos mais uma vez." Com isso, Emília fechou os olhos.
Dessa vez, a bruxa pegou uma faca, cortou a palma da própria mão e foi até o fogo. Ela lançou magia diversas vezes, mas o fogo não parava de queimar.
"Diaz, comece a lançar seus feitiços. Eu não consigo parar o fogo sozinha. Nós não temos esse tipo de poder."
Diaz e sua avó começaram a entoar novamente. Depois de dez minutos, o fogo parou e todas as velas se acenderam novamente.
A avó da Diaz pegou a palma da mão que estava sangrando e a levou até a panela. Ela derramou algumas gotas do próprio sangue na água da panela. Em seguida, ela disse para Diaz fazer o mesmo. Os olhos da Emília continuavam fechados. Ela não sabia o que estava acontecendo.
Diaz cortou a palma da mão e murmurou: "Tá doendo, vovó."
A vó a confortou, "Está tudo bem, Diaz, nós somos bruxas. Apenas pense que você tá experimentando uma das bruxarias mais difíceis hoje." Diaz assentiu com a cabeça para ela.
Diaz também derramou um pouco do próprio sangue na água da tigela. Parecia que a água tinha sido tingida de preta, como se alguém tivesse misturado cores pretas na água.
Elas se sentaram do lado da panela e começaram a entoar feitiços novamente.
Emília sentiu que tinha uma tempestade terrível a sua volta, e que tudo estava virando de cabeça para baixo no ar. Até o calor do fogo voltou a esquentar.
"Venha cá, Emília", a senhora idosa disse.
Emília abriu os olhos e viu que, dessa vez, as duas estavam sentadas na frente dela, do lado da panela grande e preta.
"C-Como vocês duas entraram?" Emília viu o fogo ao redor de si. Ela não conseguia acreditar que elas tinham entrado ali dentro, atravessando o fogo.
"Não é hora de falar disso. Venha cá e pegue a faca, Emília", a idosa exotou. Emília conseguia ver os olhos verdes da bruxa com a luz do fogo.
Ela olhou para Diaz, e os dela estavam iguais.
Emília pegou a faca e perguntou:
"E, agora, o que tenho que fazer com essa faca?"
Emília estava olhando a faca, que estava banhada em sangue.
E, então, a bruxa disse:
"CORTE PROFUNDAMENTE A PALMA DA SUA MÃO E DERRAME ALGUMAS GOTAS DO SEU SANGUE NA ÁGUA."