Capítulo 78
1432palavras
2024-01-15 10:00
Toc, toc, toc.
Os olhos de Alyssa voaram para a porta da frente. Medo misturado com adrenalina correu pelas suas veias. Esta reunião poderia ter vários desfechos para todos eles. Alyssa contou sete homens na casa com eles. Ela não tinha ideia de quantos estavam posicionados ao redor da propriedade.
Scott estava sentado ao seu lado. Seu rosto estava terrível; os cortes e hematomas se transformaram em uma bagunça sangrenta. Apesar de tudo que ele passou, a preocupação e atenção de Scott sempre estiveram voltadas para o bem-estar dela. Se ela não amasse o homem já, isso teria selado o acordo.

Mas como se encontrava, Alyssa sabia que estava perdidamente apaixonada por Scott Tabor.
Um dos homens de Frank abriu a porta.
A respiração de Alyssa parou quando ela viu Ted Livingston e Olive entrando na casa de Frank com a estátua do cavalo e cavaleiro nas mãos de Ted.
Ela olhou para seu tio que estava praticamente salivando. Era mais do que óbvio que Frank estava saboreando sua vitória.
"Entregue a estátua e vocês estão livres para ir", ordenou Frank.
A sobrancelha de Ted subiu um pouco. "Libere Alyssa e Scott, e eu entregarei a estátua com prazer".

Frank levantou a mão para acariciar o queixo. Alyssa não tinha certeza se ele estava tentando imitar algo que viu em um velho filme de gângster. De onde quer que ele tivesse pegado, não parecia natural nem um pouco.
"Você não confia em mim?" Frank disse, seus lábios tremendo como se isso o divertisse.
"Você deve estar brincando?" Alyssa interveio. "Depois de tudo que você fez, não é surpresa que ninguém confie em você. Seus próprios homens não confiam em você."
A expressão de Frank se tornou séria. "Não confie em ninguém. Essa é a primeira regra da sobrevivência nesse mundo, princesa. Não esqueça disso."

Pelo canto do olho, Alyssa viu Nobel, o gerente da cafeteira de Ted e Maria, fora da janela.
Sem querer alertar ninguém sobre sua descoberta, ela tentou permanecer tão natural quanto possível.
"Vamos lá, Frank," Ted insistiu. "Você queria essa estátua. Vamos fazer uma troca."
Frank sorriu dessa vez. Um sorriso cheio de dentes que lembrava Alyssa de um chacal. Despejando três copos, Frank estendeu um em direção a Ted. “Por que você está com tanta pressa? Tome uma bebida."
"Isso não é uma visita social", Olive respondeu em tom sério.
Os homens de Frank levantaram suas pistolas, todas apontadas para Ted e Olive.
Um puxão na manga fez Alyssa virar-se para Scott. Eles estavam amarrados nas cadeiras, lado a lado.
"No contar de três, derrube sua cadeira", Scott sussurrou para ela.
Alyssa deu o menor aceno de cabeça indicando que entendeu suas instruções.
"Um, dois..."
Ele foi interrompido quando tiros soaram do lado de fora do prédio.
Sem pensar duas vezes, Alyssa chutou tão forte quanto Scott conseguia se desvencilhar das suas amarras. Eles caíram juntos de costas.
Scott trabalhou freneticamente nas amarras dela até que as mãos de Alyssa também estivessem livres.
"Desamarre seus pés e se esconda", ele instruiu. "Não saia antes de eu dizer que está seguro."
Alyssa assentiu, mas assim que Scott se virou para sair, ela agarrou o braço dele.
"Espere", ela implorou. "Eu preciso te contar algo."
Scott pausou por um breve momento. Acariciando o rosto dela, ele respondeu em tom rouco, "Há muitas coisas que precisamos conversar, amor. Mas não vamos fazer isso aqui."
Ele beijou-a rapidamente na boca e depois rolou para longe dela, onde Ted estava se escondendo. Ela viu Ted passar uma arma para Scott.
Olive estava do outro lado da sala, atrás do sofá com Nobel.
O barista desencanado tinha um olhar mortal no rosto enquanto ele calmamente derrubava cada um dos guardas.
“Desamarre-se,” Scott sibilou de sua posição.
Alyssa balançou a cabeça e tentou bloquear o que estava acontecendo ao seu redor. Esticando-se, ela afrouxou as amarras ao redor dos seus tornozelos. Então, cuidadosamente, ela moveu o piano para a frente e ficou atrás dele.
Achando que era o lugar mais seguro da sala, Alyssa esperava e rezava para que tudo acabasse logo.
A voz de Frank soou crua e irritada, “Vocês são umas malditas antas. Matem todos eles!” Isso foi seguido por batidas e um tiro.
Por um instante, Alyssa estava de volta a onde tudo tinha começado, vendo Frank brutalmente matar aquele pobre homem. Só que o estranho não estava mais lá; era Scott sentado ali, inerte, com uma facada de orelha a orelha. Era o sangue de Scott escorrendo pela sua frente e caindo no chão.
Não, não, não! Isso não podia estar acontecendo!
"Scott!" ela gritou, não percebendo nem que estava chorando.
"Ei," sua voz foi rápida em confortá-la. Fortes braços envolveram Alyssa e a trouxeram para perto. "Está tudo bem. Acabou tudo."
"Ele te feriu," ela disse em meio a um soluço falhado. Cuidadosamente, Alyssa levantou a mão para tocar o rosto dele. Não havia ferimento de faca, nem sangue. "Graças a Deus você está bem."
Ela o abraçou forte, não querendo nunca mais se separar dele. Acabou, finalmente, tudo acabou.
**
“Alyssa e Scott estão aqui!” Madrina gritou antes de deixá-los entrar no apartamento de cobertura dos Brands. Cuidadosamente mobiliado e decorado com expertise, seu lar era a inveja da maioria dos bilionários em Manhattan.
“Eu estava tão assustada,” Madrina continuou a tagarelar enquanto os recebia em casa. “Foi terrível na delegacia? Eu me lembro o quão horrível foi quando tivemos que dar depoimentos para Dreck, Sherry e Esme.”
“Estou temendo o tribunal,” Maria adicionou do sofá na sala de estar.
“Seu bebê!” Alyssa exclamou e felizmente se acomodou no sofá ao lado de Maria.
Foi-se a beleza arrogante que uma vez intimidou Maria tão terrivelmente.
Foi com sinceridade que Maria respondeu com um sorriso e disse, “Eu estava louca para você conocê-lo. Este é o Auggie.”
Ela puxou a ponta do cobertor dele para que Alyssa pudesse ver seu rostinho.
Depois de dizer todas as coisas certas sobre o filho perfeito de Maria, Alyssa voltou-se para a sala para falar com Ted e Olive.
“Eu não posso agradecer o suficiente—” ela começou.
Ted balançou a cabeça, levantando a mão para impedi-la. “Nós apenas desejávamos ter te encontrado mais cedo. Sinto muito por tudo o que você passou.”
Madrina acenou com a cabeça, acrescentando, “Será bom para você deixar tudo isso para trás.”
“E poder seguir em frente sabendo que ele não pode mais te machucar,” Maria adicionou. “Foi uma reviravolta tão louca nos eventos. Ainda estou pasma com o fato de que o Nobel é da NSA. Ele me enganou, mesmo. Eu deveria ter percebido que algo estava estranho pela aparência dele.”
Madrina franziu a testa. “O que você quer dizer?”
“Quantos maconheiros bêbados você encontra que estão em uma condição física tão incrível?”
“Ei!” Ted disse em falso ultraje. “Eu malho.”
“Não como o Nobel,” Olive acrescentou e depois riu quando Ted o encarou. “O quê? Pareço um idiota aqui. Eu perguntei a ele uma dúzia de vezes sobre sua rotina de treino e o desgraçado me disse que não malhava porque o trabalho o mantinha em forma. Eu me perguntava o quão pesados poderiam realmente ser aqueles sacos de grãos de café!”
"Você não precisa adicionar nada ao seu treino", insistiu Madrina. "Você é perfeito exatamente do jeito que você é."
Maria revirou os olhos. "Arrumem um quarto!"
"Esta é a minha casa", Madrina respondeu com audácia. "Todos os quartos são meus."
"Lamento por causa do Frank", disse Ted sinceramente. "Eu sei que ele era um homem horrível, mas também era seu último parente vivo."
Alyssa assentiu. "Tenho sentimentos conflitantes sobre tudo. Scott e eu estávamos conversando. Vou conversar com alguém, um profissional, para colocar minha cabeça em ordem. Foi tão caótico que nem sabia que Frank tinha levado um tiro e morrido até chegarmos à delegacia."
"Graças ao Nobel, eles pegaram Jackson e Tyrone", acrescentou Scott. "Mas sinto muito mesmo pela sua cafeteria."
Maria sorriu fracamente. "Estava toda preparada para passar para o Nobel. Mas agora, não sei o que fazer com o imóvel. Acho que nada precisa ser decidido hoje."
Ted se moveu até onde ela estava sentada com Auggie no sofá e beijou sua têmpora. "Não, por agora só precisamos comemorar uns aos outros."
Olive tirou um vinho e serviu um copo para todos. Depois que todos foram servidos, ele ergueu o seu e disse: "Para a família. Alguns por sangue, outros por escolha."
Alyssa levantou seu copo e bebeu — grata do fundo do seu coração por essas pessoas a terem aceitado como uma dos seus. Ela havia finalmente encontrado um lar.