Capítulo 64
1334palavras
2024-01-01 10:00
Carregando duas sacolas cheias de presentes e segurando uma dúzia de rosas cor de rosa, Ted entrou no The Grind. O som familiar de sucessos populares sendo tocados como peças instrumentais atingiu seu ouvido. Cuidadosamente, começou a arrumar as coisas, esperando ver sua esposa a qualquer momento. “Maria”, ele chamou.
Em vez disso, um garoto em sua adolescência estava lá. Seu cabelo escuro era oleoso e empurrado para trás da testa, e seu rosto parecia como se precisasse fazer a barba a cada seis meses mais ou menos. Ele parecia que poderia usar algumas refeições, e como se ainda não tivesse crescido totalmente.
Uma coisa era certa, ele não deveria estar no café da Maria.
"Quem diabos é você?" Ted exigiu.
O garoto olhou para ele do seu telefone, todo o tempo sorrindo para Ted como se tivesse um segredo que não estava disposto a compartilhar.
"Calm down, man. Frankie tem uma mensagem para você." A voz do garoto tinha um tom de tédio que quase levou Ted ao limite.
"Vá se foder", Ted respondeu quente. "Onde está minha esposa? Por que ela te deixaria aqui com a loja?"
“Não é como se ela tivesse muita opção” disse o garoto com outro sorriso.
Em questão de segundos, o telefone do garoto bateu no chão com um ruído assustador. Ted tinha o garoto dobrado sobre o balcão enquanto segurava seu pescoço numa chave de braço.
"Escute, cara", Ted zombou. "Você tem cinco segundos para me dizer onde a minha esposa está."
"Minha esposa está bem!” o garoto conseguiu falar. “Frankie não a machucou. Ele só quer fazer uma troca. Sua esposa pela sobrinha dele."
"Você está brincando comigo?" Ted rugiu. "Ele pegou minha esposa. Minha esposa muito grávida?"
"Ei, o que está acontecendo aqui?" Olive gritou ao entrar. “Quem é o moleque?”
“Eu não sou um moleque.”
"Cale a boca", Ted e Olive responderam ao mesmo tempo.
"O que está acontecendo?" Madrina perguntou da porta.
Atrás dela vieram a Sra. H, Berkeley e um punhado de outras pessoas.
"Olha, eu não quero problemas", o garoto começou novamente. "Eu só estou aqui para passar a mensagem."
"Na verdade, você está sob custódia," disse Scott, sendo o último a entrar. "Agente Scott Tabor, FBI."
O sorriso que estivera em seu rosto há pouco já tinha sumido enquanto Scott lia seus direitos.
"O quê?" o garoto gritou. "Eu não fiz nada."
"Você quase admitiu que foi cúmplice no sequestro da minha esposa", disse Ted, apertando um pouco mais o pescoço do garoto.
"Foi o Frankie! Eu não fiz nada."
"Onde eles estão?" Scott exigiu. "Faça um favor a si mesmo e coopere conosco. Se você não fizer, as chances são de que você poderá ser preso por muito tempo."
Os ombros do garoto se curvaram e ele de repente parecia muito mais jovem do que antes. "Eu só precisava de algum dinheiro extra para comer. Ninguém vai contratar um estudante que abandonou o ensino médio."
"Poupe-nos da história triste, garoto", disse Scott rispidamente. "Precisamos saber onde Frankie Vauban levou a Sra. Livingston."
Um som alto quase como um tiro ecoou pelo ar. Olive correu para a porta e a abriu.
"Ah, graças a Deus," Madrina gritou e começou a correr para o exterior.
Ted soltou o garoto e correu atrás dela porta afora. Foi então que ele a viu - não, ela. Maria estava fortemente abraçada em Madrina, parecendo não ter sofrido nenhum dano.
Ted nunca se considerou uma pessoa emocional. Ele não chorava em filmes ou mesmo na maioria dos funerais. Portanto, nunca lhe teria ocorrido que ele iria se desmontar no momento em que viu que sua esposa estava bem.
A bola de emoção se acumulou na parte de trás de sua garganta e ele não conseguia engolir ou mesmo respirar. Ele se sentiu quente e tonto ao mesmo tempo.
"Ted!" Maria gritou, interrompendo o abraço com Madrina e correndo para se jogar em seus braços.
Ted acariciou o belo rosto dela e enxugou as lágrimas que escorriam pelas suas bochechas.
"Eu estava tão assustado", ele sussurrou, beijando sua testa e então seus lábios. "O que aconteceu?"
Madrina colocou a mão nas costas de Ted. "Vamos levá-los para dentro, e então poderemos conversar."
Maria concordou com a cabeça e se apoiou contra Ted quando ele passou o braço em volta dela.
Ajudando-a a voltar para dentro e a se sentar em uma mesa, Ted sentou-se ao lado de Maria, segurando sua mão.
"Ela está bem!" o garoto insistiu. "Você não tem o direito de me segurar agora."
Scott ignorou o garoto e olhou para Maria em busca de sua explicação sobre o que havia acontecido.
Maria suspirou para se acalmar. “Não foi o Frank, pelo menos ele não era o cara que me pegou. O garoto magro e outro cara grande e robusto entraram no The Grind, trancando a porta atrás deles.”
"Eu não sou um garoto!"
"Cale a boca!" todos gritaram para ele.
"Enfim", continuou Maria, "o grandalhão disse que Ted estava ferido. Tentei ligar para um de vocês para confirmar, mas meu celular não estava funcionando. Então peguei o telefone fixo e ele também estava morto. Perguntem ao garoto. Eles devem ter feito algo para que ambos parassem de funcionar."
Todos olharam para o garoto, mas ele balançou a cabeça indicando que não estava ajudando.
Ted não conseguia fazer o sentimento de pânico desaparecer. Quase a perdera.
"O que ele queria com você?" perguntou Ted.
"Eu não sei. Nada fazia sentido. O grandalhão me tirou daqui e me levou para um prédio vazio na mesma rua. Ele não falou comigo ou me tocou. Ele apenas bloqueou a porta. Toda vez que eu tentava sair; ele se recusava a se mover. Eu estava com medo, muito medo."
"Ele tinha uma arma?" perguntou Scott.
"Eu não sei", respondeu Maria, tremendo. "Ele não me mostrou. Eu achei que ele me manteria lá a noite toda e então seu telefone vibrava como se tivesse recebido uma mensagem ou ligação, e ele me deixou ir."
"O garoto estava mandando mensagens no celular quando eu entrei", disse Ted, apontando para o bolso do garoto.
"Bom saber", respondeu Scott. "Parece que temos um número de telefone para o cúmplice, talvez até mesmo uma linha para Frank Vauban."
"A Alyssa está segura?" perguntou Maria.
Scott assentiu. "Temos alguns agentes protegendo ela. Parece que teremos que fazer o mesmo por você, Sra. Livingston. Sinto muito que isso tenha acontecido com você."
Maria tentou sorrir. "Obrigada."
"Vamos levar esse idiota para a sede", disse Scott, empurrando o garoto para frente. "Vou precisar de mais algumas informações, Sra. Livingston. Mas pode esperar até amanhã. Sinto muito que sua festa tenha sido estragada."
"Ei, pessoal! Estou atrasado para a festa?" Nobel chamou ao entrar pela porta.
Todos se viraram para olhar para ele
"O quê?" ele perguntou confuso.
Maria balançou a cabeça, um som entre riso e soluço escapou de seus lábios.
"Vamos", disse Ted, a abraçando. "Vamos te levar para casa."
"Vamos limpar tudo", chamou a Sra. H, e Berkeley acenou em concordância.
"Não se preocupe com isso, Sra. H", disse Nobel, pegando alguns dos pacotes que haviam caído no chão. "Sinto-me terrível por deixá-la aqui sozinha."
"Não", disse Maria, balançando a cabeça. "Não foi sua culpa."
Madrina se aproximou e envolveu a irmã com os braços. "Tem certeza de que está bem?"
"Sim", ela respondeu, então olhou para Scott e o magricela algemado. "Por que você se envolveria em algo assim?"
Ódio apareceu nos olhos do rapaz enquanto ele olhava em volta da sala. "Malditos ricos, vocês não têm ideia do que é passar fome, não saber se hoje é o seu último dia. Você fica aí me julgando, mas hoje à noite você volta para o seu apartamento de cobertura, e eu não tenho nada."
Ted deu um passo à frente para encarar o rapaz, mas Maria o impediu. "Não deixe que a sua raiva destrua a sua vida."
"O que você sabe sobre isso?" cuspiu o rapaz.
"Mais do que você imagina."