Capítulo 48
1304palavras
2023-12-02 00:01
Terceiro Trimestre: Você pode sentir como se não houvesse maneira possível de sua barriga crescer ainda mais. Mas saiba que seu bebê ainda tem muito a crescer. Durante esses últimos meses de gravidez, seu bebê, que amadurece rapidamente, crescerá de um pouco mais de um quilo até entre dois e meio a quatro quilos. Dores, fadiga, azia, varizes e as contrações de Braxton Hicks são apenas alguns dos deliciosos aspectos que você conhecerá nesta última fase da gravidez.
***
"Ninguém na história da gravidez jamais esteve grávida como eu”, disse Maria com um gemido, ao se afundar na poltrona macia do apartamento da irmã.
Sua irmã mais nova, Madrina, permaneceu por perto enquanto segurava e balançava seu bebê de quatro meses, Charlotte, em seu quadril. Maria sorriu quando o bebê lhe deu um sorriso sem dentes e agitou os punhos.
"Ela realmente é o bebê mais linda do mundo", comentou Maria, enquanto passava a mão pela barriga distraída.
Parecia que tudo doía hoje, desde suas ancas até seus tornozelos e pés. Às vezes Maria levantava a camiseta apenas para ver se a pele estava se rasgando. Nada disso havia em seus livros de gravidez.
Foi então que a Sra. H, a governanta da Madrina, entrou na sala, estendendo os braços para a criança. "Espero que você não se importe", interrompeu a Sra. H., "mas já é hora da soneca desta garotinha."
"Você é uma bênção, Sra. H", disse Madrina, com sinceridade em sua voz. "Nem sei o que faria sem você."
Maria assentiu. "Se eu sequer pensasse que tínhamos a chance de te tirar da Madrina e do Olive, faria de tudo para isso acontecer."
As bochechas da Sra. H esquentaram, enquanto ela balançava a cabeça. "Você duas! Por que não vão para a varanda e peço ao Berkeley para lhes trazer um chá?"
Maria fez uma careta, que não tentou esconder da mulher mais velha. Madrina apenas riu enquanto a Sra. H revirou os olhos e acrescentou, "E um chocolate quente para você, querida."
Madrina foi até a frente de sua irmã e segurou suas mãos estendidas. Então, com um grunhido, ajudou Maria a se levantar.
"Vê, estou enorme!", Maria choramingou.
"Você não está!", insistiu Madrina.
"Você está ofegante só de me levantar", acusou Maria.
Madrina colocou o braço em volta de sua irmã e começou a levá-la pelo apartamento. Seu marido, o magnata dos negócios Olive, lhe dera total liberdade com o design de interiores. Até onde Maria podia dizer, sua irmã não havia mudado muito. No entanto, Maria sentiu que o lugar era muito mais acolhedor do que antes.
Suas vidas haviam realmente mudado dramaticamente no último ano. De muitas maneiras, Maria mal conseguia conciliar quem eram agora com as duas irmãs do lado errado dos trilhos.
Uma pontada de tristeza a atravessou quando pensou em seus pais recentemente falecidos. Seu ex-marido Dreck havia se envolvido profundamente em um tráfico de drogas que acabou mal. Ele não apenas matou os pais dela, mas quase arrancou a recém-descoberta felicidade de Maria e Madrina.
Por sorte, os envolvidos estavam sob custódia policial e seriam julgados por seus atos. Maria supunha que deveria ter ficado triste com a morte de seus pais, mas a relação entre seus pais e as meninas sempre foi abusiva e tensa.
Madrina era a única constante na vida de Maria. Bem, ela tinha sido, até Olive e Ted aparecerem. O marido de Madrina, Olive, empurrou seu melhor amigo para Maria alguns meses atrás sob o pretexto de salvar sua cafeteria.
Não somente Ted havia entrado em sua vida, mas também havia se mudado para sua casa, aceitado seu status de grávida e casado com ela. Um sorriso puxou nos lábios de Maria ao pensar em Ted. O advogado impetuoso era honesto, leal, terrivelmente atraente e um pouco mais do que insano. Ele também a adorava mais do que a vida. Nada poderia ter preparado ela para a verdadeira felicidade que encontrariam juntos.
"Do que você está sorrindo?" perguntou Madrina ao ajudar Maria a se acomodar em uma cadeira de vime com um travesseiro macio atrás dela.
"Ted," Maria disse simplesmente.
Um sorriso brincava nos lábios de Madrina. "Suponho que Cristina deu a Ted a sua cura para o desânimo do terceiro trimestre?"
As irmãs riram ao pensar imediatamente em Cristina, a enfermeira impertinente de seu obstetra. Ela não apenas recomendou que Madrina conseguisse um vibrador melhor, mas também sugeriu que Madrina encontrasse um jovem agradável para instalar em seu quarto até o fim da gravidez. Agora que Madrina era felizmente casada, Cristina levou todo o crédito por Madrina e Olive estarem juntos!
"Ela é única", acrescentou Maria quando suas risadinhas diminuíram.
"Então me diga; o que está te incomodando?" Madrina perguntou, a preocupação gravada em seu rosto encantador. "A cafeteria está indo bem. Não foi você que disse que o Nobel gostou de assumir como o novo gerente?"
Maria assentiu hesitante. "Sim, sou muito grata por ele ter assumido esse papel."
"Então, o que é?" insistiu Madrina. "Vamos lá, você pode me contar qualquer coisa!"
Maria soltou uma risada. "Eu sei disso. Afinal, foi você quem me ligou com seus problemas de evacuação após o parto."
Madrina fingiu um olhar horrorizado. “Você jurou que nunca discutiríamos esse tópico novamente.”
Maria riu. “É verdade! Eu jurei. A perda de memória é um outro sintoma da gravidez?”
“Boa tentativa, cara de pau,” disse Madrina com um sorriso irônico. “Mas quero saber, o que realmente está te incomodando?”
“Você se lembra de eu falar sobre a Alyssa Vauban?”
A sobrancelha de Madrina se franziu enquanto ela tentava associar um rosto ao nome. “Não era a garota com quem o Ted saiu depois da pós-graduação?”
Maria assentiu miseravelmente. “Sim. Ela também é advogada, mas Ted disse que ela nunca realmente exerceu a profissão. Ela não precisa disso—dinheiro velho. Enfim, ela vem para Nova York e o Ted me pediu para apoiá-la enquanto ela decide se quer se mudar para cá.”
Os olhos de Madrina se arregalaram. “O quê? Por que diabos eles pediriam uma coisa dessas?”
Maria balançou a cabeça. “Meu palpite é que Alyssa acabou de passar por um término de relacionamento ruim e quer recomeçar. Ela e Ted terminaram como amigos. É natural que eu queira furar os olhos dela?”
Madrina engoliu uma tosse que soou suspeitosamente como uma risada. “Como é?”
“Você não entende?” Maria gemia. “Alyssa está aqui para roubar meu marido de mim!”
“Não!” Madrina balançou a cabeça. “Não, deve haver algo que não estamos vendo. Ted nunca faria nada para te magoar. Ele te adora.”
Maria sentiu a frustração e devastação que havia sentido naquela manhã quando Ted lhe pediu o favor. "Você não está entendendo, Madrina. Eu disse ao Ted que não queria fazer isso. Eu disse a ele que me sentia desconfortável por ser chamada para conviver com uma de suas ex-namoradas. Deixei claro que eu não participaria disso."
"Você está certa”, disse Madrina por fim. "Eu não entendo. Se você falou com ele, por que ela está vindo?”
Uma única lágrima escorreu pelo rosto pálido de Maria. Madrina deixou escapar um palavrão delicado enquanto vinha abraçar sua irmã.
"Diga-me o que ele disse," Madrina sussurrou suavemente.
O fôlego de Maria ficou preso em soluço. "Ele me perguntou se eu preferia que ele mesmo fizesse isso."
Madrina congelou. "Ele o quê?"
As lágrimas de Maria, finalmente se libertando, percorriam suas bochechas e caíam em sua blusa de seda. "Ele disse que às vezes as coisas não são o que parecem e que ele não poderia me contar mais."
"Poorzinha," disse Madrina, enxugando suas lágrimas. "Talvez Ted tenha razões que ainda não conhecemos."
"E talvez ele queira transar com a ex", Maria respondeu com o nariz fungado.
"Quem está transando com a ex?" Olive exigiu da porta, com a atenção de ambas voltando-se em sua direção.