Capítulo 29
1324palavras
2023-12-05 06:46
Stefany esperava impaciente os homens voltarem ao lugar combinado. Por um momento achou que o plano havia falhado, mas cinco segundos depois, a moto parou ao lado dela. Stefany ainda tinha a tensão impregnada no rosto.
Um dos homens retirou o capacete enquanto o outro descia da moto e caminhava em direção a ela.
— Por favor, me conte que trouxe boas notícias –, ela podia sentir suas bochechas tremerem.

— Não só boas notícias, madame – o outro homem retirou o capacete e olhou enquanto sorria para ela – trouxe também um celular como ordenado.
Stefany arregalou os olhos de satisfação, e podia-se ver um brilho sórdido nele.
— Ótimo trabalho! – Sorriu enquanto pegava o aparelho nas mãos. – Completou o resto do serviço?
— O aparelho está desbloqueado – disse.
Stefany abriu a bolso e retirou de lá um pacote pardo e entregou a um dos homens.
— Estejam atentos – fechou a bolsa, lançando um último olhar até eles – ainda posso precisar dos serviços de vocês.

Virou as costas, caminhando com passos apressados até o outro carro estacionado no velho galpão abandonado. Stefany estava pronta para seguir o plano e mal podia esperar por aquele momento.
Enquanto uma fina chuva começava a cair, o portão gigantesco preto se abriu e o carro acelerou para dentro da mansão de Oliver. Stefany havia subordinado os funcionários para eles permitirem a sua entrada. Sabia o horário exato que Oliver chegaria e teria tempo o suficiente de chegar antes dele e colocar seu plano em prática.
Vestia um sobretudo preto quando entrou na luxuosa sala de estar. Um sorriso de satisfação riscou o seu rosto. Como ela sentiu saudades daquele lugar. O frio do ar-condicionado varreu sua pele, trazendo com ele o aroma doce e a sensação de um ambiente misterioso, a qual Stefany amava.
A governanta da casa caminhou apressada em direção a ele e parou ao seu lado.

“Quando Oliver chegar, faça exatamente o que eu ordenei”
A mulher balançou a cabeça e se retirou logo em seguida.
Não foi difícil para Stefany subordinar os funcionários de Oliver, uma vez que todos eles detestavam o jeito arrogante do patrão e tinha nos lábios o desejo de vingança. O fato de Oliver ser odiado por muitos, deu a Stefany uma arma poderosa para ser usada contra ele mesmo.
Com um sorriso maquiavélico no rosto, ela começou a subir as escadas. Já no andar de cima, caminhou lentamente pelo corredor até o quarto de Oliver, saboreando cada momento. Quando adentrou o ambiente foi consumida pela adrenalina. Se jogou na cama satisfeita. Ela estava pronta para dar ao Oliver o que ele merecia.
Uma hora mais tarde, um carro estacionou em frente à entrada principal da mansão. Oliver desceu do carro e como estava acostumado a fazer diariamente, foi para o escritório. A casa estava silenciosa e não havia sinais de que algo estranho estava acontecendo ali.
Mas o semblante de Oliver era de um homem cansado, como se carregasse o mundo nas costas. Desde quando Romero começou chantageá-lo, ele vivia em constante alerta, sempre preocupado. Durante muito tempo ele acreditou que se tornar integrante da sociedade seria o ápice da sua felicidade, mas os problemas se multiplicaram e Oliver se via cada vez mais irritado e sozinho.
Após tomar sua bebida, saiu do escritório e subiu as escadas. Não percebeu os empregados o observando. Já no quarto, Stefany sabia que Oliver havia chegado. A janela da suíte principal ficava em frente à entrada da mansão e ela o viu descer do veículo. Ouviu passos vindo do corredor. Seu coração disparou, já era tarde demais para retroceder.
No quarto escuro, ela apenas esperava a porta abrir e a luz ser acessa. Quando Oliver enfim entrou no ambiente e a claridade se espalhou por todo o quarto, seu olhar desconcertante se encontrou com os dela. Oliver parou, ainda com a porta do quarto aberta e travou o maxilar. O olhar frio que ele lançou até ela deixou claro o quanto ele sentia-se aborrecido com aquela brincadeira.
— A palavra limites, certamente, não existe no seu dicionário – o olhar indiferente de Oliver invadiu a cena – você é tão perversa que subordinou meus empregados para invadir o meu quarto?
— Eu não vim aqui para brigar com você, Oliver – sua voz era doce e impetuosamente sedutora.
Stefany lentamente começou a abrir o sobretudo e revelar pouco a pouco o seu corpo nu. Oliver amava a ousadia que exalava dela, mesmo que não revelasse sua admiração, só o fato dela estar ali enganando-o já o deixava excitado. De repente a frieza do olhar se esvaziou, dando lugar a chama que invadiu completamente o seu corpo.
— Há quanto tempo você não fica com uma garota? – Deixou a roupa cair aos seus pés ao olhar atento de Oliver – um sorriso malicioso apareceu no canto dos seus lábios, enquanto ela caminhava em direção a ele – estou lhe propondo uma trégua só por essa noite.
Assim que ela terminou de falar, a porta se fechou atrás dele e o barulho da tranca fez Oliver se virar rapidamente.
— Quer me tornar o seu prisioneiro? – Oliver sentiu o corpo quente dela envolver o seu.
— Posso lhe garanti que não vai se arrepender – encostou seus lábios nos dele sem esperar nenhuma resistência.
Esqueceu-se de todo o tempo ruim que pairava sobre eles. Das provocações de Stefany e do fato dela ter tentado atropelar Ashley.
— Você é meu, Oliver White – envolveu-o nos seus braços – ninguém além de mim, pode tocá-lo ou amá-lo. Diga isso.
— Eu sempre serei seu – sussurrou, apertando seus seios com força – e ninguém pode me amar como você.
Oliver deixou se envolver na luxuria. Com a mulher já nua, ele arrancou as próprias roupas, sentindo seu corpo estremecer. Não pensou nas consequências nem ao menos no jogo sujo a qual Stefany estava o envolvendo. Se entregou completamente até seu corpo não aguentar mais. Podia-se ouvir o barulho que vinha da sute principal ecoar por toda a enorme mansão durante algumas horas. Stefany apenas viu o homem desabar ao seu lado e adormecer.
Quando o crepúsculo já partia, Stefany se esgueirou para fora do quarto, em uma distância segura onde Oliver não pudesse desconfiar dos seus passos. Carregava em uma das mãos o celular de Ashley. Sentou-se na escadaria e digitou a mensagem.
“Oliver precisa vê-lo urgentemente na mansão. Stefany está aqui”.
Um sorriso se formou em seus lábios quando ela enviou a mensagem.
Correu de volta para o quarto, se despiu novamente e se deitou ao lado do homem que ela amava. O plano parecia perfeito. Logo Filipe estaria ali e descobriria toda a verdade sobre eles dois. Oliver jamais desconfiaria que havia sido ela a arquitetar tudo.
Meia hora depois, ela conseguiu ouvir passos apressados que vinha em direção ao quarto. Observou Oliver dormir, certificando-se que ele não acordaria antes da cartada final. Com a porta entreaberta, Filipe a empurrou com força e se deparou com a cena mais angustiante de toda a sua vida. Stefany estava nua na cama ao lado seu melhor amigo.
Oliver deu um salto da cama, completamente assustado e nu. Podia-se ver a fúria no olhar de Filipe. Do outro lado, Stefany se encolheu como se estivesse constrangida e envergonhada. Coisa a qual ela jamais sentiria.
O rosto de Filipe estava contorcido e havia nojo claramente espelhado no olhar que ele lançava a Oliver. Oliver não tinha para onde fugir quando constatou os passos de Filipe se aproximando dele. Era claro que não havia um discurso ensaiado onde ele deveria dizer que não era nada daquilo que Filipe estava pensando, mas não houve tempo de arrumar justificativas. O braço levantado com o punho fechado acertou precisamente o rosto de Oliver, que apenas sentiu o sangue escorrer pela boca.
Ninguém poderia salvá-lo da tragédia que viria em seguida. Oliver estava arruinado.