Capítulo 88
1126palavras
2023-11-15 00:31
NINA
Nina — Eu já disse Juan, não foi você, na hora de toda a confusão eu nem vi onde bati.
Juan estava sentado novamente com as mãos na cabeça quase arrancando os cabelos, ele repetiu durante cerca de quinze minutos que ele era um mostro que me machucou e que deixou a irmã ser pega.
Mas eu não faço ideia de como me machuquei, quando eles correram eu percebi que havia algo errado e chamei as meninas, que me acompanharam e subiram no elevador, paramos no segundo andar, os homens gritavam e xingavam, Juan estava desnorteado querendo invadir a emergência.
Foi graças a Virgem que ele me ouviu, os seus olhos estavam negros de raiva, a sua cara mudou completamente, as suas feições eram de terror, esse deve ser o Don temido no México.
Enfermeira — Doutora.
Sou chamada por uma das enfermeiras do hospital.
Nina — Sim.
Enfermeira — Tem jornalistas lá em baixo.
Nina — Não deixa ninguém subir, vou mandar os seguranças dos Cochelos tirarem eles daqui.
Enfermeira — Ah, e o doutor Pedro está chamando a senhora.
Suspiro frustrada.
Nina — Avisa que já estou indo.
Ela balança a cabeça em afirmativo e sai.
Vou até o Juan e abaixo em sua frente.
Nina — Ei, eu tenho que ir ao consultório do doutor Pedro, por favor não faça nada até eu chegar.
Falo e ele me olha, os seus olhos estavam em um misto de emoções, passa o seu polegar no meu rosto.
Juan — Eu sou um monstro.
Ele fala e sorrio.
Nina — É o meu monstrinho, já disse que não foi você amor. Olha, eu vou até o consultório e retorno, vou pedir uma água para você, a sua pele está pedindo um pouco.
Ele sorri de lado e a sua covinha linda aparece.
Nina — Ai tá vendo…
Sorrio em apreciação, a minha gracinha deu certo.
Dou um beijinho nos seus lábios e saio, chego perto de um dos homens dele que se não me engano era Stallone, foi o que ouvi eles o chamarem.
Nina — Stallone.
Pergunto.
Stallone — Sim senhora Macnamara.
Nina — Tem alguns jornalistas lá em baixo, pede para não deixarem nenhum subir.
Stallone — Sim senhora
Agradeço e subo até o quarto andar.
Chego no consultório do doutor Pedro e bato na porta.
Pedro — Obrigada por vir.
Ele aponta para me sentar e sento.
Nina — O que é de extrema importância.
Pedro— Sei que estamos sob muita pressão doutora, mas o que aconteceu na área da emergência foi inaceitável.
Ele começa a falar e sei onde vai chegar eu simplesmente o paro.
Nina — Doutor Aguirre, imagina o senhor a quase seis anos sem ver a sua irmã que foi sequestrada, e quando acha a mesma ela está em um hospital e com suspeita de morrer, esses homens simplesmente reagiu emocionalmente,mas garanto ao senhor que não irá acontecer novamente.
Pedro — Eu entendo, mas lhe chamei aqui também para dizer que saiu alguns resultados de exames do seu paciente.
Meu coração erra uma batida, era muita emoção para um dia só.
Nina — Qual foi.
Ele estende um envelope e abro o lendo.
Nina — Pela Virgem de Guadalupe, um Ganglioglioma...
Falo em êxtase.
Pedro — Sim, preliminarmente não achamos nada maligno.
Ele fala e sorrio como se não tivesse amanhã, Rafael tem um tumor benigno que só com a cirurgia e às vezes com radioterapia, resolve e principalmente as chances de cura são quase 100%.
Pedro — Amanhã ele está no quarto e logo recuperado.
Nina — Sim, sem passar por quimioterapia, uma sessão de radioterapia será suficiente.
Falo e me levanto.
Nina — Obrigado doutor Pedro.
Pedro — Julguei que a colega ia querer saber da notícia o quanto antes, pedi ao pessoal do laboratório urgência e foi esse o resultado.
Nina — Sim, depois de muita turbulência, agora eu vou descer quero estar na sala de espera quando a menina for liberada.
Ele balança a cabeça em afirmativo.
Pedro— Ah doutora, sobre a menina, infelizmente ela perdeu a criança.
Ele fala e meu coração fica apertado.
Nina — No caso dela doutor, isso vai ser de grande ajuda para curar as feridas, um filho como esse que foi concebido pelo estupro ela não conseguiria amar.
Falo me retirando do consultório e voltando para o segundo andar.
Sou médica e fiz um juramento que salvaria vidas, isso é o mais importante para mim, assim como salvei o meu filho, queria muito que ela amasse o dela, mais não sei e nunca poderei imaginar a dor que ela passou para engravidar.
Imagino quantas vezes ela não foi violentada das piores formas, quantas vezes ela chorou em seu travesseiro depois que os homens saíram do quarto, imagino ela olhando todos os dias para essa criança e voltando aos dias mais na vida dela.
Eu ia ajudar a achar um lar para essa criança,mas infelizmente ela foi mais rápida, quando ela acordar tenho certeza que me contará o seu motivo.
O elevador para no segundo andar e vejo todos ali em silêncio, Martín estava sentado com Maria que adormeceu em seu colo, já passava de meia-noite, Lupita estava sentada ao lado de Dante que estava em silêncio e Juan estava com as suas mãos novamente na cabeça.
Nina — Ei...
Chego até ele que me olha.
Juan — Aconteceu alguma coisa.
Nina — Alguns resultados laboratoriais do Rafa saiu.
Falo e todos olham para mim.
Nina — O câncer dele é benigno, a cirurgia e uma sessão de radioterapia e ele estará curado para sempre.
Juan levanta da cadeira sorrindo e me abraça me rodando.
Juan — Obrigada meu anjo, obrigada...
Sorrio com isso, Lupi e Dante sorri, Martín que quase não esboça reação sorri.
Mas a alegria dura pouco quando doutor Palhares abre as portas da emergência.
Palhares— Familiares da paciente.
Juan me coloca no chão e mais que depressa vai até a porta.
Juan — Eu, ela pode ser minha irmã.
Palhares me olha um pouco confuso.
Nina — A irmã dele foi sequestrada quando mais nova e há uma grande possibilidade dessa garota ser ela.
Falo e ele olha para Juan que estava aflito.
Palhares— Eu entendi, o senhor vai querer fazer o teste de DNA.
Juan — Sim.
Palhares— Vou pedir para colherem o sangue, olha infelizmente não conseguimos salvar o bebê, enquanto a ela fizemos uma lavagem estomacal e ela se encontra em observação, amanhã de manhã eu libero ela para o quarto.
Juan — Doutor, eu posso ver ela, mesmo que de longe, só para ter certeza.
Ele pediu, não mandou, olho para o doutor e balanço a cabeça em afirmativo.
Palhares— Sim senhor.
Juan me olha e eu pego em sua mão.