Capítulo 87
1303palavras
2023-11-15 00:30
JUAN
Lupita — Juro vocês me surpreende.
Lupita falava na minha cabeça durante uns dois minutos.
Martín — Caramba! Você só reclama.
Martín fala e olho para Dante que faz cara de bravo, tenho que intervir, não vou escolher lado mesmo que a Lupita mereça ficar calada um pouco.
Juan — Já...
Nem falo as palavras por que Maria fala primeiro calando a todos, sorrio da atitude dela meu irmão murcha rápido.
Maria — Caramba os dois, estamos em um hospital, Rafael está lá em cima se recuperando, tem um tanto de familiares aqui, vamos respeitar por favor.
Lupita — Tá desculpa, não vou falar mais..
Caímos na gargalhada com ela falando de novo.
Olho no relógio e são 8:50 da noite, vou ver o meu filho só amanhã.
Juan — Podem ir para casa, eu fico esperando.
Maria— Não senhor, vai descansar eu fico esperando, vocês têm coisas importantes para fazerem.
Estávamos despreocupados sentados na recepção do hospital,conversando ia começar uma pequena discussão com quem ia ficar para esperar o Rafa sair da UTI e passar para o quarto quando a Nina simplesmente aparece gritando na recepção.
Nina — Chame o maqueiro e o médico plantonista, emergência…
Ela passa por nós correndo, me levanto assustado e os meus homens acompanham o meu movimento, pensei que o pior estava acontecendo, quando vejo ela indo para fora do hospital, um maqueiro vem com uma maca e dois médicos correm também.
Foi a cena mais surreal, não que eu já não estivesse visto de tudo,mas foi assim a maçã passou por nós eu olhei para a Nina que estava super aflita, a mãe,o pai, o irmão, atrás correndo e ali antes que a porta do elevador fechasse meu mundo fica pequeno.
Menina— Tutu.....me ajudaaaaa.....me ajudaaa...
O meu cérebro entrou em um modus operante que não faço ideia do que aconteceu, aquela voz, aquela voz, corro para a porta do elevador mais ele já tinha se fechado, corro até as escadas e subo para o segundo andar emergência.
A cada degrau subido, eu me lembro da história.
*********** Flashback on **************
Yasmin tinha cerca de um para dois anos, eu fui ao shopping com Dante, Yolanda e Nala uma amiga da Yolanda que ela queria apresentar para o Dante, fomos ver um filme, lanche depois, passei na porta de uma biblioteca e vi o livro do Rei Arthur em desenho, entrei e comprei a capa era de desenho com a cor rosa e logo pensei na minha irmã, a Yolanda até riu de mim, mas não importei comprei e levei para casa, quando cheguei meu pais já estavam dormindo e ouvi um chorinho no quarto dela, entrei ela estava acordada.
Juan — Ei, o que faz acordada.
Ela ria e brincava com a pepeta, era assim que ela chamava o bico.
Peguei ela em meu colo e levei ela até a cama que ali tinha e deitei com ela e mostrei o livro.
Juan — Olha o que eu comprei para você, esse livro se chama O Rei Arthur e nada daqueles livros de princesas e fadinhas.
A minha mãe tinha comprado para ela inúmeros livros de princesas, mas quis outro diferente para ela, um que mostrasse que ela poderia ser mais que uma mãe e mulher do lar.
Juan — É Rei Arthur...
Contei a história para ela por todas as noites durante anos, ela sempre ia na sua mesinha e pegava ele arrastando até o meu quarto e eu contava a história.
Um dia ela começou a falar e a primeira palavra não foi mamãe, ou papai.
Yasmin — Tutu...
Sim ela passou a me chamar de tutu, por conta da história e ficou.
************ Flashback off *************
Menina — Tutu, me ajudaaaaa, me ajudaaaaa...
Essas palavras ecoavam pela minha cabeça, até o último degrau.
Juan — Me deixa ver ela porra…
Falo para as enfermeiras na porta da sala de emergência.
Enfermeira — Não pode passar senhor, seguranças...
Ela gritava.
Martín e Dante chega na mesma hora.
Martín — Sai da frente, se não arrebento os seus miolos.
Ele fala para um dos seguranças que chegou ali.
Enfermeira — Senhor, por favor, daqui para frente se vocês entrarem pode atrapalhar o socorro da garota.
Juan — Sai Porraaaa...
Falo e neto o pé na porta,mas nesse minuto sou impedido pelo meu anjo.
Nina — Calma Juan…
Olho para ela, mais estava cego, estava com as vistas escuras, não enxergava nada na minha frente.
Juan — Sai da minha frente.
Empurro ela entrando pelo o corredor, mas ela me para novamente entrando na minha frente e acertando um tapa na minha cara.
Nina — Calma... As senhoras não podem passar daqui, se não atrapalha no resgate,me conta o que está acontecendo Juan…
Ela gritava comigo e começava a voltar a realidade.
Juan — É a Yasmin Nina, a minha irmã.
Falo ele só me segura.
Nina — O quê...
Juan — A Yasmin, é ela...
Ela olha para a porta da sala e os seguranças chegam a fechando, eu poderia matar todos ele e ia.
Nina — Por favor amor, olha para mim, escuta a minha voz, não entre deixem os médicos salvarem ela, se você entrar agora pode atrapalhar, me escuta.
Ela segurava o meu rosto eu estava fervendo, estava quente e cego, mas a luz que ela emanava me trazia de volta.
Nina — Juan, por favor me ouça amor, acalma o seu coração, eu vou te ajudar agora vamos sair daqui, a sala é esterelizada, ela pode correr risco e sei que se ela for sua irmã, você não vai colocar a vida dela em risco, por favor me escuta.
Olho para seus olhos que estavam vermelhos e cheios de lágrimas e começo a me acalmar, olho para trás e Dante estava sendo segurado pela Lupita, Maria e mais dois homens estavam segurando Martín.
Olho pelo vidro da porta e vejo os médicos com ela, um estava com o oxigênio, o outro do lado oposto e uma enfermeira correndo do lado para o outro.
Tutu… Me ajuda… Me ajuda...
Fecho os meus olhos e escuto ela falando a voz era idêntica a dela só estava um pouco mais forte.
Nina pega a minha mão me puxando dali, Dante e Martín também já estavam mais calmos, os seguranças do hospital, meus homens, se não me acalma-se seria uma carnificina sem propósito.
Juan — JÁ CHEGA!!!!
Grito e todos me olham.
Nina — me conta o que está acontecendo, por favor.
Martín — É a min, eu sei, é ela Juan.
Martín fala.
Juan — ainda não sabemos, vamos esperar.
Sento na cadeira da emergência e coloco as mãos em minha cabeça, o grito dela de ajuda ecoa.
Mas não me afundo por muito tempo, sinto as mãos mais macias em mim, ela me faz encostar na cadeira e senta no meu colo.
Nina — Me conta o que aconteceu.
Olho para seus lindos olhos azuis, que tinha uma marca na bochecha.
Pego a minha mão levando até ali.
Juan — O que foi que eu fiz...
Ela apenas derrama uma lágrima e balança o ombro para não dizer nada.
Juan — Eu te machuquei meu anjo…
Eu estava tão cego que nem percebi que a tinha machucado.
Juan — Eu sou um monstro.
Nina — Ei, para com isso, não foi por querer e sei disso, olha para mim, não quero ver essa sua face novamente.
Ela recosta a sua cabeça no meu peito, passo a minha mão nas suas costas, beijo a sua cabeça enquanto me acalmo.
Juan — Me perdoa.
Sussurro e ela levanta o rosto e beija a minha boca.
Nina — Acalma tá! deixa os médicos ajudarem ela.
Ela fala e meu coração aperta, eu não vi o que fiz e não sei a hora que a machuquei.