Capítulo 86
1206palavras
2023-11-15 00:30
NINA
Após 12 horas de cirurgia estávamos finalizando.
Nina — Doutor Lizandro, o próximo passo.
Pergunto para o cirurgião estético que nos acompanhava, foram duas equipes de enfermeiros trocadas, e quatro cirurgiões acompanhando a cirurgia que foi milimetricamente elaborada, ele vem e começa a costurar o couro cabeludo juntando para a cicatriz ficar certinha e não ficar grande, enfaixamos a sua cabecinha.
Lizandro— Pronto.
Nina — Finalizamos, equipe vocês foram incríveis.
Batemos palmas e começam a arrumar ele para a UTI pós-operatório, observo todos os movimentos de todos os enfermeiros, como pode, eu que até então depois de uma cirurgia tão complexa saia da sala e ia tomar um longo banho, agora não o meu instinto de mãe me faz ficar aqui de olho.
Enfermeira — Doutora.
Ela me tira dos meus pensamentos.
Nina — Desculpa, eu estava apenas olhando.
Enfermeira — Vamos limpar ele e levar a UTI.
Nina — Eu sei, eu sei, só estou observando.
Falo sem tirar os olhos dele.
Tiram ele da cama e colocam ele na maca ele passa por mim.
Nina — Daqui à pouco eu vou lá te ver meu filho.
Falo na minha cabeça enquanto ele passa por mim, vou até à salinha e retiro a minha roupa que estava suja e contaminada, lavo as minhas mãos,me arrumo e vou até à recepção, estou cansada, mas quero falar com Juan antes de descansar.
Saio do centro cirúrgico o relógio marcava oito e meia da noite, ando com as minhas pernas doendo, mas valeu cada segundo lá dentro.
Assim que as portas se abre para a recepção, vejo o homem que amo sentado com as mãos na cabeça, Lupita, Dante, Maria e Martín estavam ali também, Lupi é a primeira a me ver.
Lupita — Ah , graças a Virgem de Guadalupe.
Todos olham para ela que fica em pé, Juan vira o seu rosto para minha direção e levanta também.
Nina — A cirurgia foi um sucesso, agora é aguardar a biópsia para ver com o que lidamos,mas ele está no pós operatório e logo vai para o quarto.
Escuto Maria rezando para a Virgem santíssima, Lupita agradecendo, Juan vem até mim e me abraça.
Juan — Obrigado meu anjo...
Ele beija a minha boca num selinho carinhoso.
Nina — Eu agradeço, pela oportunidade de dar a vida ao meu filho, de poder promover a ele a vida.
Falo e Lupita grita com a sua voz mais estranha.
Lupita — O Quê!!!!!
Nina — Quero ver explicar isso para ela.
Juan bufa no meu pescoço e deixa um beijo antes de sair do abraço em que me envolveu.
Nina — Te falo que tenho um filho lindo, cheio de vida, que vai ser a alegria da minha casa.
E falo mais a trapalhada foi dele, se quiser bater eu seguro.
Juan — Hei…
Dante ri ao lado da Lupi e olho para ele com os olhos afiados
Nina — Você sabia né...
Lupita — Do que ele sabia, que filho, o que você fez senhor Cochelo.
Nina — Lembra que te disse que fui ao consultório da doutora Ravine, que congelei meus óvulos, por que não queria filhos por um tempo e que ia focar na minha carreira. Pois é,conta para ela Juan e vai ensaiando para contar para meu pai e minha mãe.
Ele se senta na cadeira da recepção da forma mais relaxada possível, cruza a perna, olha para Lupita e diz:
Juan — Eu fui a doutora Ravine e gentilmente pedi para ela um óvulo para fazer uma fertilização in vitro, ela me concedeu um óvulo e Rafael nasceu, simples assim.
Lupita — Simples assim, sem a autorização da Nina, sem ela saber, gente você é doido.
Dante pega na mão da Lupi e a puxa para o sofá.
Dante — Lupita.
Lupita — Lá em casa conversamos e você sabia o tempo todo e não me disse nada.
Nina — Bom, eu vou até a UTI, preciso realmente ver como ele está e retorno aqui para falar com vocês, lá só pessoal autorizado.
Antes de sair vou até ele e dou um beijinho.
Juan — Você não comeu né.
Nina — Ainda não.
Juan — Vou mandar trazer algo.
Nina — Se possível um caldo, não vou conseguir comer nada sólido.
Juan — Ok.
Saio da recepção indo até a UTI, a enfermeira responsável pelo setor vem em minha direção.
Enfermeira — Boa noite! Tem autorização.
Nina — Ah, sim, sou Nina Macnamara a médica do Rafael Cochelo, quero informações sobre ele.
Enfermeira — Ele está se recuperando bem, já mexeu as mãozinhas, agora aguardar o efeito da anestesia passar.
Olho pelo vidro que separa os leitos e ele está lá com o oxigênio em seu rosto, ligado por um monte de fios, imagino essa cena a 24 anos atrás como a minha mãe não ficou aflita, sinto o mesmo que ela sentiu, mas estou mais feliz por que proporcionei a ele a cirurgia.
Enfermeira — A doutora não vai pode ficar mais aqui.
Enxugo a lágrima que escorria do meu rosto.
Nina — Obrigada, qualquer coisa, mais qualquer coisa pede para me chamar, que virei na mesma hora.
Enfermeira — Pode ficar despreocupada doutora chamarei se preciso for.
Olho mais uma vez para ele e saio da UTI, estava no elevador quando o meu celular tocou, era o número da minha mãe.
Nina — Oi mãe, acabei cirurgia agora.
Liz— Nina, estamos chegando no hospital, a menina, ela tomou inúmeros remédios e está tendo convulsão...
Ela fala e meu coração acelera.
Nina — Estou descendo para a recepção.
Aperto inúmeras vezes o botão do primeiro andar, o meu coração batia acelerado.
Nina — Ela não vai morrer…
As portas do elevador se abre e grito para as recepcionistas que estavam ali.
Nina — Chame o maqueiro e o médico plantonista, emergência…
Falo correndo em direção a entrada do hospital, passo pelo Juan que estava sentado ainda com todos me esperando ele.
Corro até a entrada do hospital e vejo o carro do meu pai parar na porta.
Liz — Ela foi até o meu quarto e bebeu os meus remédios, calmantes, remédios para dor, tudo que tenho no banheiro ela ingeriu.
Nina — Maqueiro…
Grito enquanto meu pai e Javier tira ela do carro.
Javier— Por favor Nina ajuda ela.
Ele fala quase chorando.
Menina — Tira ele de mim... Tira ele de mim...
Ela fala gritando e chorando.
O Maqueiro chega, dois médicos chegam juntos.
Nina — Possível intoxicação medicamentosa causada por ingestão de vários medicamentos, ela está grávida em torno de seis meses de gestação.
Falo e os médicos sai correndo com ela, para dentro do hospital, mas assim que ela entra no elevador ela começa a gritar novamente.
Menina— Tutu.....me ajudaaaaa.....me ajudaaa...
Não sei dizer o que aconteceu em seguida, olhei para Juan que se virou para olhar as portas do elevador fechando, Dante, Martín todos tinham nos seus rostos uma expressão esquisita, Juan corre para o elevado que já tinha fechado as portas.
Martín, Dante o seguiu,eu, Maria e Lupita não nos movemos mas o que me chamou atenção foi eles correndo para as escadas,minha única reação foi ir atrás eu não fazia idéia do que estava acontecendo.