Capítulo 85
1121palavras
2023-11-14 00:38
Vou até o centro cirúrgico e na sala de descontaminação troco de roupa,vestindo uma roupa cirúrgica.
Entro na sala e meu coração aperta ao ver ele deitado com oxigênio e os batimentos bem baixos.
Nina — Bom dia, não tivemos muito tempo para nos conhecer,sou Nina Macnamara a cirurgiã chefe e vou conduzir essa operação, não sei como funciona com outros cirurgiões, mas gosto que antes de iniciar uma cirurgia fazemos uma oração voltada a Virgem de Guadalupe pedindo a ela proteção e sabedoria para realizar essa operação.
Falo e todos que estavam ali balançam a cabeça em afirmativo, abaixo a minha cabeça e começo a falar.
Nina — Ó gloriosa Mãe de Deus, Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina: Abençoai este centro cirúrgico e o seu filho que aqui está.
Protegei o meu filho, livrando-o das maldades e dos perigos deste mundo. Guardai o nosso lar, escondendo-o dos olhos dos maus. Que neste lugar o nome de Deus seja sempre invocado com respeito e amor. Que os seus mandamentos sejam observados com fidelidade! Que o vosso bendito nome, ó Mãe querida, seja sempre lembrando com muita devoção. Que a palavra do vosso Filho Jesus seja sempre meditada e seguida todos os dias de nossa vida.
Honra, louvor e glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo: Trindade Santíssima.
Amém.
Todos falam em voz alta o amém e começamos a realizar o procedimento.
Nina — Batimentos...
Enfermeira — 10/8
Nina — Está baixo um pouco mais de oxigênio.
As horas que iniciou a cirurgia era 8 da manhã.
Ali naquele cama de hospital estava o meu filho, o tumor era grande para sua idade e por isso a dor constante na cabeça, além de saber que era meu filho eu estava nervosa e ansiosa, mas a minha mão não tremia, porque a sua vida dependia de mim.
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JUAN
Ontem eu fui o mais sincero possível com a Nina, claro que ainda não contei tudo, mas o principal eu arranquei do meu coração, se ela soubesse como me deixou mais leve como ela me faz bem, prometi ao Vincent que não a magoaria dessa vez e vou cumprir, contei a ele o que aconteceu no passado sobre a chantagem da Yolanda e ele meio que entendeu,depois de me ameaçar inúmeras vezes.
Ao ver a Nina no quarto segurando as mãos do meu filho, percebi o quanto senti falta dela, sei que fiz errado, mas eu juro que pensei que nunca ia precisar dela, que nunca a veria de novo.
Fui errado, psicopata, louco, estranho, fui, tudo isso por amor a uma mulher que deixei livre para seguir o seu destino e que retornou, assim como a minha avó dizia.
Maria — Tenha fé senhor, ele vai estar brincando novamente.
Maria me desperta dos meus pensamentos, balanço a cabeça em afirmativo.
Juan — A mãe dele está cuidando dele, não estou com medo Maria.
Martín me olha sem entender e falo:
Juan — Você não lembra da Nina, eu não cheguei a apresentar a vocês, ela era a tal nerd que eu tinha que cuidar na faculdade onde Sebastian me mandou, eu fiquei puto por meses até que conheci ela, sua doçura, seu carinho, sua alegria me pegou tão desprevenido que me apaixonei por ela perdidamente, mas Yolanda descobriu e acabou com isso quando sequestrou o Ramón, eu fiz de tudo para que essa merda toda não chegasse até ela e deixei ela viver a vida dela, depois veio tudo que aconteceu e não tive cabeça para pedir o perdão a ela, um dia descobri que ela tinha congelado alguns óvulos e fui atrás e fiz uma fertilização in vitro e usei a Yolanda para parir o meu filho com a Nina, a única coisa que eu errei foi Yolanda do resto não me arrependo.
Falo sem remorso.
Martín — Que coincidência do destino.
Maria — Não, tá mais para a Virgem de Guadalupe que uniu o casal, ai que lindo senhor.
Maria fala e Martín bufa.
A porta do quarto abre e Dante entra com Lupita.
Dante — Ele já foi.
Juan — Sim, tem duas horas que estão lá.
Olho para o relógio ansioso.
Lupita — Vai dar tudo certo, Nina é uma incrível cirurgiã.
Juan — Obrigada Lupita.
Ela sorri e Dante se senta no sofá com Maria e Martín.
As horas pareciam intermináveis, escuto batendo na porta e Martín a abre, vejo o Vincent e a mãe da Nina me levanto da cadeira.
Liz — Passamos aqui para prestarmos a nossa solidariedade e dizer que o seu filho está nas mãos da melhor médica. Que a nossa senhora de Guadalupe não vai desamparar você.
A minha mãe teria gostado de conversar com a Liz.
Juan — Obrigado senhor e senhora Macnamara, e obrigado a senhora por ter doado o sangue.
Liz — Fiz pela minha filha e Lupi minha filha quer e bom que está aqui, diga para a Nina que preciso dela em casa hoje assim que acabar tudo.
Lupita — Eu falo sim, tia Liz.
Liz — Vamos querido.
Ela fala para o marido que não tirava os seus olhos de mim, assim como não desviei os meus dele.
Vincent — Sim querida.
Eles saem do quarto e ouço uma gracinha da Lupi, ela tem sorte de ser a melhor amiga da minha mulher e mulher do meu amigo.
Lupita — Tio Vince, te ama, dá para notar quando estão juntos.
Escuto risos de todos mais não me importo, o que me importa é a filha dele.
Juan — O tal Paniewisk onde está.
Dante — Está em Puerto Morelos.
Juan — Avise a bisavó da Nina, ele está perto.
Martín — Sim senhor.
Lupita — A Nina não merece isso, nem tia Liz, será que ele descobriu quem é a menina que ajudou a sua prisioneira a fugir e outra quem será essa pobre infeliz, a Nina contou que ela está grávida desse homem, que perdeu a memória devido aos traumas.Coitada.
Lupita fala e tenho uma ideia, vou usar essa menina para trazer Paniewisk aqui e descobri onde Yasmin está.
Olho para o Dante que me olha em resposta.
Juan — Vou até à cafeteira, preciso tomar um café bem forte.
Me levanto e Dante também.
Dante — Espera aqui, daqui a pouco eu volto e te levo para a empresa.
Ele me acompanha até a cafeteria do hospital.
Dante — O que pensou.
Juan — Quero saber quem é essa menina, ela vai ser de grande serventia para pegar Paniewisk, mas a Nina não pode saber que vamos usar ela.
Dante — Ok.
Sentamos a mesa e pedimos um café, a espera vai ser grande e tento resolver tudo pelo telefone.