Capítulo 78
1219palavras
2023-11-12 23:08
NINA
Eu estou tão confusa e com raiva, e principalmente com vergonha por ter beijado ele mais cedo.
Acho que bebi demais, vou ao banheiro é a melhor coisa a se fazer, me levanto do sofá e sinto mesmo que passei dos limites.
Porquê a casa da Lupi tem que ser tão grande, não custava ter um banheiro lá em baixo, AFF escadas...
Subo contando os degraus, que raiva, quem bebe assim,eu e a culpa foi dele que me olhava como se quisesse me devorar, cada pedacinho do meu corpo queimava.
Nina — Graças a Virgem, o banheiro.
Entro e me olho no espelho, a imagem estava meio distorcida.
Nina — Juro pela virgem, que não bebo mais.
Lavo o meu rosto, várias vezes me sentindo péssima, amanhã tenho a cirurgia do Rafa e estou aqui me embebedando.
Que merda de médica eu sou…
Os meus pensamentos estão a acompanhar meu corpo de bêbada, lavo o meu rosto e molho a minha nuca, a minha maquiagem começa a borrar o meu rosto e sei lá porquê começo a chorar.
Nina — Por quê sou assim...
Quem nunca depois de beber tanto não chorou no banheiro?
Nina — AFF que merda.
Sento- me no vaso e começo a chorar, não por que estou bêbada mais por que tenho muito no meu coração.
A porta se abre e tento enxugar o meu rosto.
Nina — Já vou Lupi... Só bebi um pouco.
A porta fecha e olho para os sapatos.
Juan — Aqui...
A minha cabeça sobe e ele entrega-me um lenço.
Nina — O que você quer? Sai daqui.
Juan — Não, vamos vou levar você até a sua casa.
Nina — Não precisa eu vim dirigindo.
Juan — Hahaha, acho que sua sanidade ficou a três copos de tequila atrás.
Levanto-me de uma vez do vaso e ia responder à altura as suas palavras, mas ainda estava zonza e quase caio se não fosse ele segurar-me tinha batido de cara no chão.
Juan — Vem, deixa eu te pegar.
Ele fala e irrito-me.
Nina — Ah! Vai à merda Juan, não preciso da sua ajuda, na realidade não preciso de você, nunca precisei nesses dez anos, sai que quero passar.
Juan — Nunca precisou?
Ele fala e eu olho-o.
Nina — Não, nunca sai da minha frente.
Ele ri me fazendo parar a meio caminho da porta.
Nina — Por que ri que nem um idiota, ah! Por que é um idiota.
Juan — Esse idiota aqui, sempre esteve te ajudando doutora bêbada, lembra a sua primeira festa na faculdade que aquele cara queria por tudo lhe dar aquela bebida, e depois ele sumiu, foram meus homens que descobriram que ele lhe daria um boa noite Cinderela.
Ele fala e me lembro mesmo daquele cara esquisito, tanto que depois de alguns dias ele estava com a perna quebrada.
Nina — Como?
Juan — Lembra quando saia da faculdade e tinha aquela festa no “campus” que você não foi e acabou sendo perseguida por aqueles babacas e do nada eles sumiram, foram meus homens.
Ele fala e abro e fecho a boca centenas de vezes, não estou no meu juízo normal, por que se tivesse tinha dado um murro na cara dele, não espera é isso que vou fazer.
Vou em sua direção e começo a bater nele, Juan estava mais alto e forte, mas mesmo assim eu não amoleci, afinal eu treinei por anos luta.
Juan — Sua formatura, eu estava lá, eu queria ver como você estava bem, feliz e livre eu sempre estive lá Nina, aquele carro não parou misteriosamente para lhe levar quando o seu carro quebrou fui eu...
Ele fala e me lembro de cada detalhe, o Leny estava atrasado por conta de uma acidente e tive que ir com o meu carro que para minha sorte estragou, e no meio da ponte um senhor para e me ajuda.
Nina — Você é louco, por que fez isso.
Ele me segura prendendo os meus braços em torno do seu corpo.
Juan — Por que eu queria te ver feliz e seguindo o seu sonho.
Ele fala e paro de tentar sair do seu braço.
Nina — Porquê? Alguma forma de tirar o peso da sua consciência, por ter usado a idiota aqui, por ter-me feito de trouxa e se casado com outra.
Sem ele esperar eu acerto um chute nas suas bolas e ele cai no chão do banheiro.
Nina — Se fosse pela sua consciência perdeu o seu dinheiro e tempo.
Falo abrindo a porta e saindo, mas antes que eu chegasse até as escadas a mão dele estava em minha cintura.
Nina — Me larga seu babaca..
Ele me pega como se fosse um saco de batatas e joga nos seus ombros.
Nina — Não, idiota é uma palavra linda neandertal isso sim, combina com você.
Não sei para onde ele está me levando só vejo na hora que ele fecha a porta me colocando no chão depois.
Nina — Neandertal, quero passar.
Tento passar por ele que não deixa.
Juan — Você vai sentar e vai escutar tudo aquilo que tenho para falar.
Nina — Não vou, não quero, se não quis por todos esses anos por que vou querer agora.
Juan — Por que senti o mesmo que você sentiu quando me beijou.
Ele fala e não tenho mais argumentos para jogar nele.
Nina —Hum! E quem disse que senti algo, aquilo lá foi só, algo que aconteceu, que nem lembro mais.
Falo falhando miseravelmente nas minhas palavras e ele começa a rir de mim.
Juan — Hahaha... Sei vou fingir que acredito em você.
Juan vai até à porta e a tranca, pega a chave e coloca no seu terno.
Nina — Ah tenha santa paciência né, abre essa porta estamos na casa dos outros e você não tem nenhum direito de me trancar aqui e ainda querer falar algo depois de tudo que aconteceu entre nós.
Observo Juan ir até à poltrona e sentar se com a maior naturalidade enquanto eu estou brava.
Nina — Eu disse para abrir ó todo-poderoso, sei lá como te chamam, não vou ficar aqui olhando para sua cara e esperando as suas explicações esfarrapadas.
Juan — Eu fui forçado a casar-me com a Yolanda.
Ele fala e paro de falar que nem uma louca histérica.
Juan — Yolanda, tinha se aliado a Gustavo pai do Leny e sequestraram o meu irmão.
Nina — Deve ser o mal dos Gustavos...
Falo sem pensar fazendo Juan olhar-me e revirar os olhos.
Nina — Desculpa, não resisti.
Juan — O meu pai pensou que o meu casamento com ela serviria para reparar um mal que aconteceu quando Yolanda era criança, mas ela tinha sede de vingança e aguardou todos esses anos para usar.
Juan fala e eu vou até à cama me sentando.
Nina — Como assim...
Juan — Eduardo lo Muerte matou os pais da Yolanda na sua frente, meu pai e ele estavam querendo as terras da família para construir um galpão estratégico, o meu pai ia pagar mais Eduardo preferiu o método mais rápido, uma das irmãs da Yolanda foi levada e o meu pai ajudou ela.
Ele fala e me calo, a bebida que tinha em minhas veias começa a se esvair.