JUAN
Quase fiz a maior merda da minha vida,onde eu estava com a cabeça,mas ela estava lá tão linda e cheia de coragem,me encarando e falando comigo do jeito que nenhuma outra pessoa falou, seu perfume,seu corpo...
Dou um soco na parede do hospital,algumas pessoas que passavam me olhavam mais nem me importava.
Juan — Cacete...
Levo minha mão até meu nariz e sinto o cheiro dela.
Pareço um louco no meio do hospital,me recomponho e vou até o quarto do meu filho,abro a porta ele estava lá sorrindo para Maria,meu irmão estava no canto como sempre fez em silêncio e devorando ela com os olhos.
Rafael— Papai... Ele me chama e todos me olham.
Maria se levanta da cama e abaixa a cabeça,entro e fecho a porta.
Juan — Vejo que está melhor...
Vou em sua direção e me sento na cama ao seu lado.
Rafael — A titia disse que vai me ajudar com a dor..
Ele fala sorrindo com seus dentinhos ainda em crescimento e sua língua enrolada, estranho e olho para Martín.
Martín — A médica que vai operar ele, já esteve aqui e conversou com ele.
Olho para Rafael que tinha um largo sorriso no rosto.
Juan — O que você achou da titia..
Falo e ele me olha seus olhos brilham.
Rafael— A titia é lindaaaa...
Ele fala e abre os braços indicando o tamanho e não aguento,solto a maior risada que já dei durante esses anos todos, Maria vai para o lado de Martin que me olhava sem acreditar.
Passo a mão na cabeça dele e digo:
Juan — Sim, a titia é linda,a mulher mais linda que já conheci.
Lá no fundo meu coração bate forte em m pensar nela... Esse é meu garoto...
Juan — Maria, você já almoçou..
Pergunto ainda sentado na cama com Rafa.
Maria— Não senhor, não estou com fome.
Ela fala e olho para trás,Maria se preocupava tanto com meu filho.
Juan — Leve ela para almoçar Martín,eu fico aqui.
Maria— Senhor, não será necessário,eu ainda tenho que alimentar o Rafa,o pessoal do hospital passou aqui....
Ela fala e a paro.
Juan — Não se preocupe,ele está de jejum,a médica pediu alguns exames,que daqui a pouco eles vão levar ele,agora vá se alimentar,precisamos ficar forte por ele.
Martín pega na mão de Maria a levando para fora do quarto,ele sabe que não falo duas vezes e nem peço por favor.
Me levanto da cama indo até a geladeira do hospital,Dante tinha abastecido com água e alguns alimentos,pego uma garrafa com água e a bebo.
Rafael— Papai...Eu queria a mamã aqui....
Ele fala e paro a meio gole a garrafa, me viro para ele e vejo que seus olhos estão cheios de lágrimas.
Juan — Sua mãe não vai poder vir agora Rafa,ela está dodói...
Falo e ele me olha
Rafael— Assim como eu...
Ele pergunta e sorrio indo em sua direção.
Juan — Não, mas está dodói e não pode vir.
Ele abaixa a cabeça e depois a levanta falando.
Rafael— Eu não quero a Yoanda aqui, quero minha mamã...
Estranho sua fala e vou em sua direção.
Juan — Mas Yolanda é sua mãe...
Ele olha para mim balançando a cabeça em negativo.
Rafael— Não,ela disse que não era para chamar ela de mamãe.
Me sento e noto a tristeza em seu olhar ,por que inventei essa história de que Yolanda era mãe dele.
Juan — Escuta Rafa, sua mamãe não vai poder estar aqui por agora,mas prometo que logo ela estará.
Por mais que tivesse uma boa intenção,eu não me toquei na péssima escolha para o meu filho, Yolanda nunca foi capaz de ser um ser humano imagina uma mãe.
Mas antes que eu pudesse falar qualquer coisa a porta do quarto é aberta.
Enfermeira — Olá, senhor Cochelo,estamos aqui para levar o pequeno para fazer os exames.
Olho para a enfermeira que entrou no quarto,ela vem até o Rafa e começa a arrumar ele para levar,coloca ele em uma cadeira de rodas.
Juan — Vai ficar tudo bem...
Falo para ele assim que o levam porta a fora, me sento na poltrona pegando meu celular,ligo para o Dante que atende no segundo toque.
Dante — Senhor...
Juan — Preciso que venha até o hospital..
Dante — O que aconteceu...Ele pergunta
Juan — Preciso falar com você,mas não posso sair daqui,o Rafa foi fazer alguns exames.
Dante — Estarei aí em alguns minutos.
Desligo e fico pensando em quanta coisa aconteceu em um dia.
Enquanto respondi algumas mensagens,organizo alguns carregamentos e os despacho,Dante abre a porta.
Dante — Senhor...
Ele vem até mim e o peço para se sentar.
Juan — Senta,preciso te contar uma coisa.
Ele se senta me olhando e estranhando.
Dante — O que foi, é alguma coisa com o Rafa.
Juan — Também, você não imagina quem é a médica dele.
Falo e Dante me olha.
Juan — Nina...
Ele abre e fecha a boca várias vezes,mas não consegue dizer nada.
Dante — Uou......Isso é....
Juan — Uma merda...
Falo me levantando da poltrona.
Juan — E o pior, ela me acha o maior idiota do mundo.
Ele começa a rir e olho para ele com a cara feia.
Dante — Desculpa,mas não me contive, a Lupi já tinha me dito que ela te odiava,mas olha só como está o destino meu amigo, ele colocou a mulher que não sai da sua cabeça de volta e aí da por cima vai te ajudar com seu filho.
Ele fala e olho para ele com deboche.
Juan —Destino Dante...
Ele ri e se levanta da cadeira.
Dante — Você precisa de uma bebida meu amigo, a Lupi vai sair hoje vamos lá para casa, já que na sua tem a insuportável.
Juan — Ótima idéia,preciso relaxar antes da cirurgia do Rafa.
Assim que falo a porta do quarto se abre e meu filho entra, as enfermeiras o colocam na cama.
Enfermeira — Senhor,ele vai ficar sonolento por um tempo,deixe o descansar, a doutora estará aqui em breve.
Ela fala e sai,olho para meu filho dormindo.
Dante — Ele vai ficar bem meu amigo.
Juan — Eu sei,eu sei...