Capítulo 65
1084palavras
2023-11-08 20:48
NINA
Todos notam que me assustei e a mulher diz:
Maria— Esse é o tio do Rafa, Martín.
Olho para ele que me faz ter um misto de pensamentos.
Martín — Prazer doutora ..
Ele fala seco,sua voz me assusta por ser forte e grossa,as marcas e tatuagens em seu corpo também não são das menos intimidadora, mas o que me chama a atenção são os olhos, não sei o que falar mas o olhar.....
Maria— Doutora....
Ela fala e solto a mão do rapaz.
Nina— Hum, é, prazer...
Falo e olho para ao pequeno e vou em sua direção.
Pedro— Ele dormiu bem senhorita Maria.
Maria — Sim dormiu, reclamou um pouco de dor nos olhos, mas tirando isso não teve mais febre.
Escuto ela falando e pego em minha maleta meu estetoscópio, ouço o batimento de seu coração que está um pouco acelerado, pego outros instrumentos e meço sua febre, pulsação e quando ia falar com a família ele acorda.
Rafael — Oi..
Sorrio para ele.
Nina— Oi..
Me sento na sua cama para manter meu contato visual com ele, quero que sinta que faço parte da vida dele.
Nina — Me chamo Nina e vou ser sua médica.
Rafael — Meu nome é Rafa...
Ele fala com sua vozinha de uma criança de três anos,a fala arrastada e a língua presa é tão fofo.
Nina — Como você está.
Rafael— Dói aqui oh....
Ele levanta sua mãozinha e coloca na cabeça.
Nina — É, sabe a tia aqui vai te ajudar a melhorar..
Rafael — A tia vai tirar a dor.
Nina — Sim, a tia vai, você confia na tia.
Eu falo e ele olha para a moça eu olho também e ela balança a cabeça em afirmativo e ele me diz:
Rafael— Eu confio tia....
Nina — Que bom, olha a tia vai pedir para uma moça vir pegar você e te levar para fazer um exame e depois desse exame a tia vai fazer uma mágica e plim a dor vai embora...
Falo sorrindo e ele me olha e sorri,o sorriso dele me deixa um pouco confusa na hora, acho que estar nessa cidade tem me feito ver coisas onde não existe.
Me levanto da cama e olho para a mulher a minha frente que tinha os olhos cheios de lágrimas.
Nina — Senhora, vou precisar da sua autorização para realizar alguns procedimentos e exames,depois que receber os diagnósticos e resultado dos exames quero sentar e conversar sobre a cirurgia.
Falo e ela me olha.
Maria — Não, não,eu não sou a mãe dele,sou a babá,como disse ele é o tio.
Estranho essa fala dela e acabo questionando indignada.
Nina — Cadê os pais dessa criança.....
Falo notando que o doutor fica esquisito, a moça abaixa a cabeça e olho para o tio.
Martín — Meu irmão teve que ir a empresa resolver algumas coisas,mas vou avisar que a senhora está aqui.
Nina — Sim, avise o e a mãe também,preciso que os dois estejam aqui.
Falo mesmo indignada,como os pais nesse momento prioriza o trabalho ao filho, todos os meus pacientes tem seus pais ao seu redor,um ambiente familiar é importante para que se sintam seguros e protegidos antes da cirurgia que é muito evasiva e com um pós operatório doloroso, pois querendo ou não mexerei no seu cérebro.
Maria— A senhora, creio que não virá,mas Martín vai ligar para o senhor que logo estará aqui.
Ela fala e vejo que o homem já estava ligando.
Martín— Senhor, a médica responsável pela cirurgia do Rafael já está aqui.
Falo por cima dele.
Nina — Avise o que preciso falar com ele mais rápido possível.
Ele me olha e transmite o que falei.
Martín— Ok, até breve.
Ele fala desligando o celular.
Martín— Ele estará aqui em meia hora.
Nina — Ok, obrigada.
Pedro— Avise que a doutora estará na minha sala enquanto isso.
Martín— Sim...
Ele fala e olho para a criança que dormiu novamente.
Maria— Ele vai ficar bem doutora.
Nina — Sim, apesar de ser um câncer raro as chances são boas..Sorrio transmitindo calma para ela.
Depois de tranquilizar eles saímos em direção a sala do doutor Pedro.
Conversamos bastante,sobre o hospital,como mudou,como transformou com o passar dos anos,ele me disse que ficaria honrado se viesse trabalhar aqui em Cancún,ele chamou o filho mas ele queria ficar na cidade do México, onde se estabeleceu e casou,mas tenho certeza que não estou pronta para largar Paris.
Pedro— Sabe daqui a alguns anos vou me aposentar e tenho certeza que seu pai gostaria que viesse para o hospital.
Ele fala e o questiono.
Nina — Meu pai...
Ele me olha sem entender e eu também.
Pedro— Sim, o senhor Macnamara comprou metade do hospital logo depois que você fez sua cirurgia,ele modernizou a área oncológica,a cardíaca e a pediátrica,os outros sócios modernizaram o restante.
Nina — Não sabia que meu era dono do hospital.
Falo e ele sorri.
Pedro— Desculpe se contei algo que não deveria.
Nina — Não, doutor,meu pai tem muitos investimentos e nunca me sentei e perguntei quais são. Falo o tranquilizando.
O telefone na mesa de Pedro toca que atende.
Pedro — Sim,ok mande o entrar.
Ele desliga e fala:
Pedro — O pai do paciente chegou.
A porta do consultório é aberta e me levanto da cadeira que estava sentada e ali naquela hora meu mundo para quando vejo a pessoa que mais queria distância, acho que foi como câmera lenta de um filme de terror.
Pedro— Senhor Cochelo........ Pedro fala mais é como se meus olhos não acreditassem no que via, nossos olhos se cruzam ele para no lugar me olhando foram alguns segundos que mais pareciam horas.
Nina — Juan......
Falo em um sopro de susto, frustração, dor, raiva, rancor um misto de emoções que jamais pensei em sentir.
Juan — Nina .....
Sua surpresa não foi maior que a minha, doutor Pedro olha para nós dois.
Pedro— Vejo que já se conhecem.
Sempre imaginei como seria se um dia eu o visse,quanta coisa eu faria, até ensaiei uma vez,mas aqui, agora.....
Olho para ele e por mais ruim que seja o que vou falar, ele está mais lindo do que antes ,mais forte, mais alto, mais...mais.....
AFF Nina cala a sua cabeça,lembra que ele te deu um pé na bunda, feriu seus sentimentos, te usou, te jogou fora quando se casou, penso nisso e quase tenho uma síncope em constatação a mãe da criança só pode ser a Yolanda...