Capítulo 59
1260palavras
2023-11-08 17:31
NINA
Olá, há quanto tempo não nos falamos né, dez anos se passaram desde que sai de Cancún e vim para Paris.
Estudei,ralei, não sai de casa por anos, até que me formei e hoje sou oncologista chefe do hospital da Salpêtrière em Paris.
Doutor Pierre Lagrange meu mentor e amigo se aposentou e eu fiquei em seu lugar,ajudar crianças com a mesma situação que a minha me faz querer ser melhor todos os dias.
Meus pais vem para cá quase todo final de semana,meus irmãos também.
Larissa saiu de casa e foi estudar em Nova York meu pai quase teve um troço, afinal Vincent Macnamara é assim,super protetor com quem ama, ela hoje tem 21 anos e estuda design de modas uma paixão dela
Meu irmão Javier simplesmente não quer sair de Cancún ele é uma versão mais nova de meu pai, um mini Macnamara nato, ele ajuda meu pai com os hotéis que agora além da Flórida como era o sonho de meu pai, temos também no Brasil, Canadá, Alemanha e nas Bahamas.
Lupita minha amiga, eu a vi ano passado o dia que ela veio para uma premiação que recebi, eu a amo e por causa desse amor não falamos do passado, ela e Dante voltaram, parece que conversaram muito e decidiram dar uma chance ao amor deles e acho bonito mais não me misturo com ele, sabe foi a melhor decisão que fiz quando vim para Paris, aqui aprendi muito, faço aulas de luta, tiro, academia, ah cheguei a treinar com a guarda parisiense, depois de me tornar mais velha aprendi que o nome certo abre portas.
Há alguns anos atrás vasculhando a internet eu soube da morte dos pais do idiota, fiquei mal por dias,liguei para minha irmã e ela me contou que papai e minha mãe tinha ido ao funeral de um amigo e na hora soube que era a família dele, fiquei por um momento me sentindo péssima,queria voltar abraçar ele, dar conforto,mas aí me lembrei que ele estava casado com Yoscrota e não fiz essa idiotice.
Hoje estou em uma cidade chamada Cazã na Rússia estou participando de um congresso de oncologia, ah mais Nina, você ficou sozinha e amarga.haha não, para minha surpresa algum tempo depois que fui para Paris encontrei um grande amigo que se tornou meu namorado, ou melhor meu amigo com benefícios.
Leny — Pronta...
Nina — Quase
Falo e ele me dá um beijo na testa.
Leny — Estou te esperando lá embaixo.
Balanço a cabeça e continuo me arrumando, Leny se tornou algo em minha vida que não sei o que dizer, meu amigo, meu companheiro, ele me contou sobre como era seu pai, a morte de sua mãe, a vingança entre o pai dele e o de Dante, a forma como os pais do idiota morreu e como ele se sentiu culpado por entregar o pai, mas depois de uma briga ele viu que Gustavo nunca foi um pai e sim um genitor filho da puta, Leny me escutou,me ajudou e me entendeu e principalmente ele não mentiu para mim, não me enganou ou manipulou.
Termino de me arrumar e desço para a hall do hotel, assim que as portas do elevador se abrem vejo Leny conversando com uma moça sorrio pensando que jamais pedi fidelidade a ele, nunca pedi que fosse mais que um amigo ou amante, temos um compromisso de bom sexo e várias horas de conversa, não sou mais aquela menina que sonha com o príncipe encantado.
****** Mais Nina por quê você se tornou assim, tão amarga.
Simples, o amor não é para mim, minha mãe vive um conto de fadas, um sonho que nunca vou ter, que nunca vou presenciar em minha vida, e outra Leny é meu amigo, ficamos e conversamos e pronto ele está livre para achar a mulher que ele quiser,mais nesses seis anos ele ficou e por mim tudo bem.
Nina — Olá, vamos...
Ele me olha e sorri.
Leny — Sim, Nina essa é Maslowa, ela está hospedada no hotel.
Nina — Olá...
Conversamos em russo e depois de alguns minutos nos despedimos.
Nina — Ela é linda Leny.
Leny — Sim ela é,mas você não fica por fora minha querida.
Nina — Hahaha, galanteios senhor cobra, que fofo...
Ele fala e entramos no táxi que nos levará até o evento, eu vou discursar e falar sobre temas recorrentes na área médica ou em uma especialização oncológica.
Assim que chegamos no anfiteatro vários jornalistas vem falar conosco.
Tiram fotos e fazem perguntas ao qual respondo sem exitar, não sou mais aquela Nina tímida que ficava em um canto vendo meu pai responder aos jornalistas.
Depois que entramos, o evento começa, foram algumas horas de debates e reuniões, estamos com alguns experimentos em fase de avanço na área oncológica e se forem positivos teremos mais chance de cura para nossas crianças, fico feliz que na Rússia tenham tecnologia para avançar nessa parte,ao final do evento eu e Leny fomos até o grande salão onde foi oferecido um grande jantar para os médicos ali presentes.
Leny — Estou cansado...
Sorrio com isso e dou um beijo em sua bochecha.
Nina — Eu disse que seria cansativo Leny.
Leny — Eu sei, eu não entendi de nada do que vocês falaram, células, matéria prima,sou um homem de números.
Dou uma gargalhada com isso.
Nina — Leny, você é homem de músculos querido, mais vamos também me cansei e amanhã terei mais uma reunião interminável.
Leny — Amanhã irei aproveitar a piscina do hotel então.
Ele fala e não esperaria menos de Leny, ah se você acha que ele vive a base do meu dinheiro, enganou-se, Leny é muito rico,faz investimentos na bolsa de valores e vive a vida conforme ganha. Saímos do local do evento e um carro estava nos esperando, assim que o rapaz começa a sair pelas ruas da cidade eu fico observando a arquitetura que é espetacular, mais algo me chama a atenção em uma rua quase deserta.
Nina — Para o carro...
Grito em russo fazendo o motorista e Leny se assustar.
Leny — O que foi Nina.
Abro a porta do carro e saio correndo até a rua vejo uma menina correndo de dois homens,desesperada, assustada.
Pego uma arma que sempre uso para me defender e grito atirando para cima.
Nina — Larguem ela....
Os caras me olham e a menina corre para mim,seu rosto é de pânico não sei como os homens tratam as mulheres na Rússia mais não vou deixar uma menina ser violentada na minha frente.
Leny chega e fica entre mim e a garota que me olha com a cara mais apavorada e pede socorro, o que mais me deixou confusa foi que ela pediu em espanhol e não em russo.
Menina — AYUDA- Me
Leny — Vocês não vão querer se aproximar, esse é só uma aviso.
Leny fala e a menina desmaia em meus braços
A puxo para o carro que estávamos e vejo Leny batendo em um dos homens o motorista fala que nos metemos em uma fria, que os homens são homens de um tal de Dimitri Paniewisk, mas não me importa ela tinha os olhos do medo em seu rosto.
Leny entra no carro com a boca sangrando e mando o motorista arrancar com o carro.
Leny — Nina...O que fizemos...
Nina — Não me importa Leny, a menina estava apavorada pedia ajuda,eu não ia deixar ela simplesmente lá sozinha lutando pela vida.
Falo e olho para ela que estava desmaiada em meu colo.