Capítulo 52
1536palavras
2023-10-31 00:01
Ponto de vista da Madrina
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"Tire suas mãos de mim..." Ok, um lembrete para mim, nunca recue, apenas corra, porque de uma forma ou de outra, a p*rra de uma parede vai te encurralar do nada.
"Mas..." Ele fez uma pausa para se aproximar ainda mais, e eu respirei fundo, olhando ao redor, rezando para que alguém, qualquer um, aparecesse para me salvar. "Por que eu faria isso?" Ele perguntou, muito devagar, como se não soubesse a resposta para sua pergunta.
"Mark, não quero te machucar, por favor..." O vampiro começou a gargalhar com o meu aviso, e eu engoli o nó na garganta antes de olhar para ele.
"Você? Me machucando? Que fofa... Tudo bem então, me dê o seu melhor." Ele estava se divertindo, como se tudo não passasse de uma grande aposta. Cerrei os dentes e levantei a mão para lhe dar um tapa, porém ele a pegou com facilidade, puxando-me para mais perto, tocando o rosto no meu.
"Você perdeu a chance, agora é a minha vez!" Ele murmurou com os olhos ficando um pouco mais escuros, e antes que eu pudesse gritar, o vampiro agarrou a minha boca e me empurrou rudemente contra a parede, para depois enterrar o rosto na curva do meu pescoço. Tudo aconteceu muito rápido. Senti sua língua roçando a minha pele e, no segundo seguinte, Mark foi arrancado de cima de mim e jogado para o lado. Olhei para cima e vi Derek, com as mãos fechadas em punho e o queixo cerrado de raiva, seus olhos estavam repletos de ódio, quase pretos. Um arrepio percorreu a minha espinha ao ver esse lado dele, um lado que nunca pensei que tivesse. Seus olhos continham uma intenção assassina.
"Derek, espere..." Comecei a chamá-lo, mas já era tarde demais. Derek correu até Mark, que estava se levantando, e antes que ele pudesse ficar em pé, Derek o atingiu novamente, fazendo-o tropeçar. Juro que só consegui ouvir o som de ossos quebrando, e meus olhos se arregalaram de horror ao ver o líder dos Alexandre se elevando sobre o outro vampiro, socando-o de novo, e de novo, e de novo, um soco atrás do outro, golpe atrás de golpe.
"Nunca mais toque nela, p*rra!" Ele esbravejou, rosnando e dando mais socos no pobre Mark, que provavelmente já estava inconsciente. Só Deus sabe se vampiros desmaiam.
"Derek, pare..." Finalmente consegui falar, levantando-me e correndo em direção a ele. "Pare! Derek!" Gritei, abaixando-me para agarrar o seu braço, mas ele me empurrou bruscamente, fazendo-me cair para trás no processo. Outro soco. Eu não aguentava mais... ele realmente ia matá-lo.
"Estou implorando, Derek, pare! Você vai matá-lo!" Desta vez berrei, rezando para que alguém me ouvisse e subisse. 'D*ne-se a música alta e os i*iotas bêbados. Alguém está sendo morto aqui, e ninguém tem a coragem de aparecer?!'
Sem aviso, agarrei a camisa de Mark, na tentativa de afastá-lo de Derek de alguma forma, mas uma mão agarrou o meu braço, apertando-o com tanta força que soltei um gemido antes de ser empurrada para o lado.
"Fique bem longe dele, ou ele não será o único espancado desta noite!" Derek me ameaçou, mas eu sabia que o que ele falara não passara de palavras vazias. Seus olhos ficaram completamente pretos, e eu vi seus nós dos dedos ficarem brancos antes de ele se preparar para dar outro soco, porém dessa vez, eu me joguei sobre ele, fazendo-o cair para o lado, então me sentei em cima dele e prendi seu torso com as pernas.
"Pare..." Segurei sua bochecha antes que ele pudesse abrir a boca para gritar, e senti seu queixo retesar sob minhas palmas, sua respiração ficou mais pesada quando inclinei o rosto para mais perto do dele. "Por favor, Derek, acalme-se…" Implorei, com lágrimas brilhando nos olhos enquanto tentava acalmar nós dois. Minhas mãos tremiam quando mirei os seus olhos, rezando para que voltassem à cor normal.
"É melhor você sair de cima de mim antes que eu acabe te machucando também, Madrina." Suas palavras foram frias e mortais, mas balancei a cabeça em protesto.
"Ele já está inconsciente."
"Eu não me importo, p*rra! Ele merece ser espancado até a morte..."
"Pare, apenas pare!" Gritei assim que ele tentou se levantar, e o empurrei para fazer a única coisa que cogitei poder acalmá-lo. Pressionei os lábios contra os dele e deixei as lágrimas rolarem pelo meu rosto. Eu estava com medo, apenas com medo. Assustada e com medo de que ele fizesse algo pelo qual eu nunca seria capaz de perdoá-lo. Nunca!
Meu coração derreteu quando ele finalmente correspondeu ao beijo, dolorosamente devagar, como se estivesse tentando se conter e esconder a raiva. Um braço foi até meu pescoço, e eu segui seu movimento, segurando sua nuca e saboreando seus lábios. Parecia tão certo. Ele estava sendo tão gentil, beijando-me devagar como se quisesse colocar todos os sentimentos naquela carícia. Eu queria que o momento durasse para sempre, mas devido à falta de ar, finalmente tive que me afastar. Então, descansei a testa contra a dele, e, pelos próximos minutos, ficamos os dois deitados, olhando nos olhos um do outro, como se ambos estivéssemos procurando por algo a mais dentro deles. Sua respiração ficou mais uniforme, e sorri quando ele fechou os olhos, exausto. A raiva nos olhos dele havia desaparecido, e seu corpo parecia menos tenso, fazendo-me suspirar de alívio. Um beijo, um beijo fora o suficiente para acalmá-lo. Quem diria que o d*abo poderia ser domado?
"Vá para o meu quarto agora." Ele abriu os olhos e disse, levantando-se enquanto eu me arrastava para longe.
"Você... você não vai fazer nada, certo?" Eu o questionei, levantando-me e olhando para Mark, que estava deitado, ainda inconsciente.
"Sem promessas." Eu lhe lancei um olhar suplicante, mas ele manteve o olhar no outro vampiro.
"Não faça isso, Derek. Já foi o suficiente, ele já..."
"Eu disse..." Ele se virou para me fitar. "Sem promessas." Ele rosnou, e até cuspiu, fazendo-me estremecer.
"Por favor, eu..." Engasguei quando ele agarrou o meu pulso e me puxou para mais perto.
"Juro por Deus, Madrina, que não estou com vontade de negociar nada com você agora." Seus olhos foram escurecendo a cada palavra, fazendo-me pressionar os lábios em uma linha fina. Por fim, ele me soltou, e sem mais perguntas, saí, ainda encarando o corpo de Mark enquanto caminhava para o quarto de Derek.
x-x
Andei pelo quarto do infame vampiro por horas, até finalmente desistir e me jogar na cama, trazendo um travesseiro para mais perto dos lábios. 'O que aconteceu com o Mark? Será que o Derek o matou? Não, não tem como! Ele não iria tão longe.'
Depois do que pareceu uma eternidade, a porta se abriu, e eu quase pulei ao ver o rosto do Derek.
"Onde está o Mark? Você o deixou ir embora? Não bateu nele de novo, né?" Despejei todas as perguntas, correndo até ele, acompanhando seu ritmo acelerado enquanto marchava até o banheiro.
"Por favor, Derek, não vou conseguir dormir se..." O homem de repente sibilou e se virou, cutucando a minha testa com força, fazendo-me chiar de dor.
"A única coisa com que você precisa se preocupar é levar sua linda bunda para a cama antes que eu tenha que te obrigar..." Ele falou calmo, mas com um tom exigente, e eu ia continuar falando quando ele abriu a porta do banheiro e tirou a blusa, pegando uma toalha.
"Derek, você está sendo..."
"Se não quiser que eu te arraste pro banheiro comigo, saia da frente." Ele avisou sem nenhuma expressão no rosto, e meus olhos se arregalaram do tamanho de um pires quando ele agarrou o cinto, desafivelando-o rapidamente.
"Não!" Gritei, corando furiosamente antes de marchar até a cama. Ouvi o vampiro dar uma risadinha antes de a porta do banheiro se fechar, eu deveria descobrir uma maneira de fazê-lo parar de me tratar como criança.
Alguns minutos depois, Derek saiu com uma toalha enrolada no quadril, deixando à mostra o V da sua barriga, e deixe-me dizer, esse cara definitivamente conseguiria cortar alguém com aquilo, sem mentiras.
"Ainda emburrada ou apenas admirando o que está na sua frente?" Sua voz soou mais como um chamado para que eu acordasse, então imediatamente virei a cabeça em direção à parede, apertando as mãos que estavam sobre o meu peito enquanto endireitava a postura. Limpei a garganta quando ele começou a secar o pescoço com uma toalha e caminhar até o guarda-roupa, ignorando-me completamente. 'Huh, vamos ver quanto tempo ele vai conseguir continuar assim."
Limpei a garganta novamente, mais alto, e endireitei a postura, olhando para ver se ele estava prestando atenção, mas não tive sorte. Não acreditei no que vi, e o xinguei um milhão de vezes na cabeça antes de me virar de novo, tentando fazer parecer que não me importava com o que ele estava fazendo. Então, limpei a garganta mais uma vez, porém bem mais alto, e ele continuou me ignorando.
"O que você quer, Madrina?" Finalmente, ele se pronunciou, gemendo e se virando enquanto eu fechava a boca para me impedir de tossir mais. Sim, eu tomara medidas extremas porque o i*iota não prestara atenção em mim antes, por isso tossira.