Capítulo 22
1329palavras
2023-10-12 14:08
Ponto de vista da Madrina
"A verdadeira razão para você ter me dado a pulseira." Acrescentei, lançando-lhe um olhar sério, sabendo muito bem que não fora por acaso que ele se encontrara comigo naquela noite da viagem e aparecera na mansão agora. Ele com certeza estava tramando alguma coisa. "Garota esperta, ok, vou responder todas as suas perguntas." Ele sorriu, dando um passo para trás e caminhando em direção à porta para sair. "Espere, ainda não sei o seu nome..." Perguntei em voz alta, e ele parou repentinamente, virando-se para me encarar com um sorriso crescente no rosto que me fez estremecer. A situação toda estava ficando terrivelmente assustadora. "Você pode me chamar de Termis."
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"Posso falar com eles?" Perguntei, correndo em direção a Derek, e ele nem mesmo se virou para me olhar, só respondeu com um rápido "não" e continuou andando pelo corredor enquanto eu o seguia.
"Mas os meus pais..."
"Eu já te disse que eles estão bem." Ele me interrompeu, parando e se virando para me encarar, fazendo-me morder o lábio inferior para me calar.
"Só estou preocupada com eles..." Murmurei, enrolando algumas mechas de cabelo entre os dedos, e o ouvi soltar um suspiro frustrado e olhar para o teto.
"Você vai me deixar louco, Madrina." Sua voz parecia surpreendentemente exausta, o que me fez ficar em silêncio, com um rubor subindo pelo rosto. Não que a opinião dele importasse para mim, mas saber que alguém chegara ao ponto de considerar a minha existência cansativa me envergonhava um pouco. Sem mencionar o meu orgulho, que se desintegrara em um milhão de pedaços.
"Ok..."
"Vou ligar para os seus pais, se isso fizer você calar a boca por um segundo." Ele disse aborrecido, antes de marchar em direção ao quarto e entrar. 'Seus pais estão bem, Madrina, acalme-se.'
"Está tarde!" Ouvi a voz de Santiago enquanto andava pelo corredor escuro e o encontrei no meio do caminho. "Você deveria estar na cama." Ele afirmou, parado na minha frente, e de repente uma imagem de Termis passou pela minha mente.
'Por que ele me deu aquela pulseira? E como ele conseguiu entrar na mansão sem ser visto? Por que ele correria esse risco e...'
"Ei, você está bem?" Santiago interrompeu os meus pensamentos, estendendo a mão até a lateral da minha bochecha, fazendo-me estremecer.
"Huh? S... sim, estou bem." Respondi, pronta para afastar a sua mão quando ele levantou um pouco o meu rosto e encarou os meus olhos.
"Você está realmente bem?" Ele perguntou suavemente, enquanto eu afundava na imensidão dos seus olhos azuis.
"Não, estou assustada e confusa porque o vi esta noite." Meus olhos se arregalaram quando percebi que estava sob sua compulsão e, por isso, acabara falando a verdade. Então, virei-me e comecei a marchar de volta ao meu quarto com o pulso mais acelerado do que nunca, ignorando a expressão surpresa de Santiago. 'Como ele pôde fazer isso?! Meus pensamentos deveriam ser privados e ouvidos apenas por mim. Como ele simplesmente os invadiu como se não fossem nada?'
"Espere, o que você quis dizer com isso?" Ele exigiu, agarrando o meu pulso e me girando, mas consegui afastá-lo.
"Nada, estava falando do Derek." Falei a primeira mentira que me passou pela cabeça, e vi algo brilhar nos olhos dele antes que o vampiro voltasse a ficar sério.
"Você está mentindo..."
"Eu quero a minha pulseira de volta, você pode pegá-la com o Derek?" Perguntei, interrompendo-o, e Santiago me lançou outro olhar antes de agarrar as minhas mãos e marchar pelo corredor, arrastando-me junto com ele.
"Pare, aonde você está indo?" Meu coração começou a bater forte contra o peito quando paramos repentinamente perto do quarto do Derek.
"Se você quer a pulseira de volta, pegue você mesma." Ele forçou um sorriso e sumiu de vista antes que eu pudesse falar qualquer coisa. Qual era o problema dele, afinal? Por que ele simplesmente não tinha ido buscar a bendita da pulseira? Por que eu tinha que passar por isso?
Encarei a porta de Derek e comecei a me questionar: 'Eu realmente preciso dessa pulseira?'
"Claro que sim, você precisa se proteger deles." Sibilei para mim mesma e levantei a mão para bater à porta, quando ela se abriu, e Derek apareceu na minha frente mais uma vez, sem camisa e com uma toalha na mão.
"O que você quer?" Ele perguntou, jogando a toalha sobre os ombros e levantando uma sobrancelha. "Consegui ouvir os seus batimentos cardíacos a um quilômetro de distância, é irritante." Ele sibilou, e eu abri um sorriso amarelo, puxando a ponta do meu vestido bordô de mangas curtas.
"Eu queria te perguntar uma coisa." Falei com cuidado, e ele me olhou de lado antes de abrir a porta e voltar para dentro. Interpretei isso como um sinal de "bem-vinda" e entrei, parando em pé na frente dele toda desajeitada, mexendo nos dedos.
"Fale logo!" Ele disse, abrindo um enorme guarda-roupa preto para pegar algo para vestir.
"Eu queria saber se eu poderia pegar a minha pulseira de volta... por favor." Murmurei, dando um passinho para trás enquanto Derek fechava a porta do guarda-roupa, ou melhor, batia-a com força.
"E qual seria o motivo para você querê-la de volta, posso perguntar?" Ele levantou uma sobrancelha, e falou com uma voz educada bastante suspeita ao mesmo tempo em que vestia uma camisa azul-escura que combinava muito bem com sua calça de corrida preta.
"E... eu só a quero de volta." Respondi num tom um pouco mais alto que um sussurro, já lamentando ter feito o pedido. Era claro que ele começaria a suspeitar de mim naquele momento!
"Você se lembra do que aconteceu naquela noite?" Derek perguntou, enfiando a mão nos bolsos e pegando a pulseira. 'Ele realmente carrega isso com ele 24 horas por dia, 7 dias por semana?'
"Não..." Murmurei, e ele soltou uma risada sombria antes de colocar a pulseira de volta no bolso.
"Você..." Ele começou, dando um passo à frente, e eu dei um passo para trás, já me sentindo intimidada por sua presença. "Realmente não deveria me tratar..." A cada palavra, ele dava um passo à frente, e eu fui recuando até não conseguir mais, encostando na parede mais próxima. Oh não.
"Como um i*iota." Ele terminou, aproximando-se, e eu pude literalmente sentir o calor irradiando do seu corpo.
"Estou falando a verdade, realmente não me lembro de nada." Falei, abaixando os cílios, e congelei ao sentir suas mãos agarrando e levantando o meu queixo, um sinal de que ou ele estava muito sério ou p*to.
"Você se lembra do que aconteceu naquela noite?" Ele perguntou, e eu senti como se meus olhos fossem instantaneamente absorvidos por seus hipnotizantes orbes azuis.
"Não!" Peguei-me respondendo, mas ele continuou encarando os meus olhos por mais algum tempo, como se procurando algo mais. "Você acabou de me compelir, então falei a verdade. Que outra prova você quer?" Perguntei calma, e o observei estreitar os olhos antes de me soltar.
"Não vou devolver a pulseira pra você. Agora saia." Ele disse, levantando um pouco a voz enquanto eu o observava caminhar até a cama.
"Mas eu preciso dela para me proteger..."
"De quem? De mim?! Posso te garantir, cara de boneca, que uma pulseira idiota não pode me impedir de conseguir o que quer que eu queira de você." Ele se virou para me mirar enquanto eu negava com a cabeça.
"Dos outros vampiros." Tentei convencê-lo, mas não adiantou, pois ele não acreditava mais nas minhas palavras, por isso me mandou embora de novo. Suspirei ao vê-lo colocando alguns livros perto da cama. Não fazia sentido tentar argumentar com aquele monstro, só perderia o meu tempo.
"Você nem sabe quem te deu isso de qualquer maneira..."
"Mesmo se eu soubesse, não faria diferença..." Murmurei baixinho, e ofeguei quando percebi o que tinha acabado de falar. Vi Derek congelar no lugar e começar a se virar, então aproveitei a oportunidade para ficar de costas, sem ousar encará-lo.