Capítulo 18
1250palavras
2023-10-10 11:44
Ponto de vista da Madrina
"Não vou desistir agora, agora, agora, me deixe te amar." Cantei junto com a música, e de repente senti uma mão me puxando pela cintura, para mais perto. Luxúria e outra emoção que não consegui definir preencheram os olhos azuis frios enquanto eu ria e me virava, dançando ao som da música.
*No próximo dia*
Abri os olhos, olhando para o teto, e gemi quando a dor atingiu o lado da minha cabeça. "Que d*abos..." Sentei-me na cama olhando ao redor e arregalei os olhos ao perceber que estava no meu quarto, depois os fechei, confusa.
"Estou vendo que acordou..." A voz de Derek me assustou, e me virei para a direita para encará-lo. O vampiro estava sentado em uma cadeira ao lado da minha cama, evidentemente bravo, como se a palavra "irritado" estivesse escrita em letras garrafais no seu rosto, então abri um sorriso amarelo.
"O que aconteceu? Quando voltamos?" Perguntei, e Derek me fitou por um longo tempo, ficando em silêncio, o que me deixou preocupada. "Você não se lembra de nada?" Ele questionou, levantando-se e enfiando as mãos nos bolsos antes de caminhar em direção ao outro lado da cama.
"Você não se lembra de todos os problemas que causou ontem à noite?" Ele se corrigiu, voltando ao tom frio de sempre, e de repente flashs de memórias da noite anterior passaram pela minha mente, fazendo o meu queixo cair. E-eu fiquei bêbada?!
"Sobre isso..." "Você se lembra de vomitar na minha camisa?" Meus olhos se arregalaram do tamanho de um pires antes de eu negar com a cabeça e sair da cama, correndo para me desculpar, mas ele cutucou a minha testa com força, fazendo-me tropeçar para trás.
"Mantenha distância." Derek uivou, com o rosto se contorcendo de aborrecimento, e eu mordi o lábio inferior em silêncio. "Do que você se lembra?" Fechei os olhos em total humilhação enquanto outra cena passava pela minha mente: eu tinha dançado com ele.
"E-eu me lembro de dançar, só isso..." Ele levantou uma sobrancelha e se virou, arregaçando as mangas, deixando as tatuagens à mostra. "Então, você não se lembra de todos os comentários rudes que fez pra mim?" O vampiro colocou as mãos de volta nos bolsos, e eu me encolhi um pouco.
"E-eu... sim..." Murmurei, abaixando os cílios para mirar o chão, e o ouvi cochichando algo para si mesmo antes de falar novamente. "Do que mais você lembra?" Eu balancei a cabeça. "Só isso... não me lembro de vomitar ou algo assim." Suspirei, e Derek ficou em silêncio por alguns minutos, até resolver se aproximar.
Observei enquanto ele pegava a minha mão direita e a levantava, e estava prestes a dizer algo quando notei a pulseira no meu pulso. "Isso..." O vampiro começou, com a voz ficando profunda e séria. "Quem deu isso pra você?"
Passei de totalmente perdida e confusa para fascinada ao mirar a pulseira de prata com uma pedra de topázio azul incrustada. 'Onde eu consegui isso?'
"Madrina, me responda..." Derek me chamou com uma voz monótona, e eu levantei a cabeça para olhá-lo. "Quem deu isso pra você ontem à noite?" Ele exigiu desta vez, e eu encolhi os ombros, confusa. "Não me lembro…"
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"Derek, não me lembro, eu juro." Eu disse pela milionésima vez, e ele simplesmente estreitou os olhos, levantando as sobrancelhas, pois obviamente achava que eu estava mentindo.
"Tire essa pulseira!" Derek ordenou, e eu franzi a testa, olhando para a joia bastante confusa. Por que ele estava tão nervoso com uma coisa tão idiota? A ponto de ficar me perguntando a mesma coisa o dia todo?
"Por quê?" Eu o questionei, e ouvi o vampiro sibilar ao me lançar um olhar claramente irritado por eu estar "questionando" sua alteza todo-poderosa. "Não é uma pulseira qualquer, Madrina. Ela contém uma erva chamada verbena que te protege de ser compelida." Ele finalmente explicou, virando-se para olhar para mim, enquanto eu arregalava os olhos em descrença.
"Mas suponho que você já sabia disso quando a ganhou, não é, cara de boneca?" Ele me acusou em tom irritado, e eu neguei com a cabeça em protesto, sentando na cama.
"Eu juro..." "De qualquer forma, quero que você tire isso." Ele murmurou, interrompendo-me, e eu pressionei os lábios em uma linha fina, esticando as mãos na direção dele. "Pegue!" Derek suspirou de frustração, e eu fiquei incomodada ao vê-lo franzindo ainda mais as sobrancelhas. Eu estava apenas seguindo as suas ordens, então não via razão para ele ficar tão irritado.
"Você não acha que eu já teria feito isso se pudesse?" Ele aumentou um pouco a voz, e eu pisquei os olhos confusa até finalmente entender. 'Então ele não pode tirá-la à força?'
"Vou dá-la para você..." Eu disse, tocando a pulseira e mordendo o lábio inferior, hesitante. "Em troca do meu colar." Terminei e observei Derek estremecer um pouco com as minhas palavras antes de enfiar a mão nos bolsos e tirar o meu colar, enrolando-o entre os dedos. "Aqui está!"
Em segundos, tirei a pulseira, entregando-a a ele, e estava prestes a pegar o meu colar quando Derek agarrou as minhas bochechas e aproximou o rosto do meu, fitando-me nos olhos. "Da próxima vez, não espere uma barganha." Ele me soltou e jogou o colar na cama enquanto eu respirava fundo. Fora por um triz.
Naquela noite, eu me revirei na cama, incapaz de adormecer. Então, com outro suspiro profundo, tirei o cobertor e pulei da cama, saindo furtivamente do quarto. 'Por que não consigo dormir?'
"Acho que vou pegar algo para comer." Murmurei para mim mesma, caminhando pelo corredor, até Felipe aparecer na minha frente, interrompendo os meus planos. O susto me fez dar um passo para trás, porém ele agarrou a minha cintura, puxando-me para mais perto, o que me fez gritar.
"O que você quer?" Olhei para cima para encontrar seus olhos castanhos e coloquei a mão firmemente no seu peito, para impedir que ele se aproximasse ainda mais.
"Para onde você está indo, querida?" Ele perguntou, e eu fiquei em silêncio por alguns segundos antes de comprimir os lábios, aborrecida. "Vou comer." Respondi, dando-lhe um empurrãozinho, e ele passou a mão pelos cabelos lisos e castanhos com um pequeno sorriso se formando nos lábios.
"O que foi?" Eu o questionei, e o vampiro se encostou na parede, com o sorriso ainda maior por causa da pergunta. Imagine algo assustador...
"Ah, então você vai se juntar a nós esta noite?" Ele deu um passo à frente, e o medo tomou conta do meu rosto enquanto eu negava com a cabeça. "Por que não?" Ele perguntou, dando mais alguns passos para frente, e por instinto, eu dei não um, mas cinco passos para trás, até acabar na parede.
Péssima jogada, porque Felipe então me prendeu entre suas mãos, colocadas uma a cada lado do meu pescoço, e eu segurei a vontade de gritar, por saber que de nada adiantaria.
"Só estou com fome, Felipe..." Tomei coragem para dizer, e ele inclinou o rosto para mais perto, o hálito mentolado soprando nos meus lábios enquanto eu tentava encontrar uma maneira de fugir.
"Eu também..." Ele murmurou, e eu estava prestes a retrucar quando uma voz familiar nos interrompeu, fazendo Felipe dar um passo para trás quase instantaneamente.
"Madrina, venha aqui." Santiago me chamou, e eu rapidamente corri até ele, olhando para Felipe, que agora nos mirava sério. Tenho que dar alguns pontos para Santiago, porque ele sempre me salva de situações como essas.