Capítulo 17
1395palavras
2023-10-10 11:10
Ponto de vista da Madrina
"Por favor? Eu realmente quero ir, prometo que terei muito cuidado." Implorei, esperando que Santiago cedesse, mas ele se manteve firme. "Não é seguro para você. Pode haver outros por aqui, e se você se machucar..." "Outros vampiros?" Eu o interrompi, e ele assentiu. Eu sempre soube que havia muitas famílias de vampiros por aí, além dos Alexandre, mas não sabia que estavam tão perto.
.....
"Esses b*stardos passaram dos limites ao entrarem no nosso território. Por que deveríamos temê-los se temos Derek?" Felipe se pronunciou, afastando o cabelo castanho ondulado do rosto, e eu encarei Santiago em busca de uma resposta, mas ele permaneceu quieto.
"Posso ir?" Perguntei com muita delicadeza, quebrando o gelo, mas Santiago negou com a cabeça enquanto Troye colocava a mão nos ombros dele e me lançava um olhar falso de desculpas que me fez estreitar os olhos. "Sinto muito, querida."
Por que eles estavam sempre mexendo comigo? "Tanto faz!" Murmurei, virando-me e entrando na tenda. "Madrina, não fique assim." Ouvi Santiago suspirar ao falar, porém o ignorei e fechei o zíper da barraca, aborrecida. Afinal, não era justo eu ser a única a ser forçada a ficar para trás e apodrecer ali.
"Devia ter colocado um suéter." Murmurei para mim mesma ao mirar a blusa preta simples e o short azul que estava usando, com um pouco de frio. "Já é meio-dia e meia, o que vou ficar fazendo aqui?" Resmunguei antes de pegar a sacola de comida e bebidas e abri-la, deparando-me com uma garrafa de vinho que me fez suspirar.
'Há quanto tempo não bebo?' "Uma bebida não vai doer, não seja tão molenga, Madrina!" Sibilei antes de abrir a garrafa e trazê-la para mais perto dos lábios. Tive que conter a vontade de vomitar quando o cheiro de álcool queimou o meu nariz, porém mesmo assim dei um gole, e depois outro, e outro. "Muito melhor." Falei, já me sentindo um pouco tonta enquanto tentava me concentrar na bebida que estava segurando.
"É melhor bolar um outro plano!" Coloquei a garrafa longe para o caso de ficar bêbada, embora tivesse certeza de que já estava um pouco naquele momento. Fiquei ali sentada por pelo menos mais duas horas, sem fazer absolutamente nada, até os meninos começarem a me chamar do lado de fora da tenda.
"Madrina, vamos nadar, você quer ir junto ou vai ficar de mau humor e estragar o seu dia inteiro?" Morin gritou, e revirei os olhos, deitando-me. "Estou bem, podem ir! Não tenho "permissão" para me divertir, lembrem-se." Respondi, e ouvi os caras rindo enquanto as garotas murmuravam algo para mim, mas as ignorei, querendo um tempo para pensar e ficar sozinha. "F*da-se, se não posso me divertir, pelo menos posso atacar as bebidas." Disse em voz alta, pegando a garrafa de vinho.
Nem sei quantas horas se passaram enquanto eu apodrecia na barraca, e ninguém parecia se importar. Aparentemente, se eu estivesse "segura", estava tudo bem.
Peguei outra garrafa e olhei o rótulo, tentando focar nele, mas tudo pareceu tão embaçado que fiquei um pouco frustrada. Mesmo assim, eu a abri com um gemido e tomei um gole, sem nem me preocupar com as consequências. O líquido azedo escorreu pela garganta, e fiz uma careta antes de tomar mais alguns goles e, nesse ponto, minha mente já estava completamente confusa.
"Madrina, saia para comer. Acendemos uma fogueira." Santiago me chamou, e gemi, olhando para a garrafa e ficando ainda mais tonta. "Me deixe em paz!" Cruzei as pernas, murmurando alguns palavrões para mim mesma. "Nossa, Madrina, saia daí. Você não precisa ficar de mau humor o resto do dia só porque não pôde explorar a área com o resto do grupo." O vampiro murmurou, mas tudo que fiz foi dar uma risadinha enquanto meus pensamentos vagavam no meu próprio mundinho.
"Saia, já deu de ficar aí!" Ele falou ao abrir o zíper da tenda, e eu olhei para cima para encará-lo. "Madrina, o que você..." Ele parou quando avistou a garrafa que eu estava segurando, e eu soltei uma risadinha. "Você ficou bebendo?!" Ele perguntou em descrença, e eu soltei um suspiro falso antes de Anthony e Morin se aproximarem.
"Eu não estou bêbada!" Respondi, colocando a mão sobre o peito e olhando para ele, afetada. Como ele tivera a audácia de me acusar de estar bêbada?
"Você devia ter cuidado dela." Ouvi Felipe falando e me levantei, forçando-me a caminhar até eles, embora meus pés parecessem geleia. "Com licença..." Balbuciei, apontando o dedo para Santiago, pronta para falar tudo o que eu estivera entalado na minha garganta desde cedo. "Ah, está escuro." Cantarolei, rindo e olhando para o céu, e ouvi Anthony me chamar todo doce, antes de um braço deslizar em volta da minha cintura.
"Música! Onde está a música?!" Perguntei em voz alta, e ouvi alguns deles rindo enquanto mirava Alice, que estava me olhando com nojo. "Você, qual é o seu problema, afinal? Está sempre me encarando 24 horas por dia, 7 dias por semana. Você tem algum problema comigo?" Eu a questionei, e vi seus olhos se arregalarem de surpresa antes de ela se virar envergonhada. "Volte para a barraca para descansar, você precisa..."
Uma música alta de repente começou a tocar, tomando conta do silêncio, e eu olhei para a direita, onde Morin estava parado ao lado de dois enormes alto-falantes com um sorriso no rosto. "Agora, sim!" Exclamei, apontando o dedo para a fogueira, onde ele supostamente estava. "Esse sim é um cavalheiro..."
Todos começaram a aplaudir e dançar antes mesmo de eu terminar de falar. "Vamos, deixe-a se divertir pelo menos à noite." Ouvi Anthony rindo enquanto eu tropeçava em direção às garotas e aos garotos que dançavam. Não demorou muito para eu me juntar a eles e fiz sinal a Santiago para se juntar a nós, mas sendo o estraga-prazeres que era, ele recusou. De repente, vi-me com os braços em volta do pescoço do Anthony, movendo os quadris e dançando de um jeito que nem eu sabia que era capaz.
"O que d*abos está acontecendo aqui?!" Ouvi uma voz familiar ríspida que fez todos ficarem quietos, então nos viramos e vimos Derek, cujos olhos me encaravam como se eu fosse a culpada por tudo aquilo.
"Uma festa, obviamente." Anthony respondei, e revirei os olhos, marchando até o recém-chegado. "Você..." Falei arrastado, cutucando o peito de Derek, e ele olhou para mim. "Qual é o seu problema? Por que sempre tem que estragar a diversão?" Questionei, colocando as mãos nos quadris, e seus olhos se arregalaram de surpresa.
"Você está bêbada?" Ele me questionou, meio que tropeçando nos palavras, e eu revirei os olhos com tanta força que comecei a ficar um pouco tonta.
"Mas que m*rda é essa? Eu não pedi a todos para ficarem de olho nela?" Ele retrucou, e eu agarrei sua camisa, puxando-o para mais perto do meu rosto com uma cara feia. "Eu não estou bêbada! Por que todo mundo fica falando isso? Estou bem!" Choraminguei e gritei quando uma das minhas músicas favoritas começou a tocar no alto-falante.
"Ela ficou bêbada dentro da barraca. Nós não sabíamos." Ouvi Morin explicando antes de dizer às meninas para continuarem dançando. "Não seja tão estraga-prazeres, Derek Brunswick." Murmurei, agarrando sua camisa preta com força e me aproximando do seu rosto. Seus olhos fixos nos meus enquanto eu passava os dedos ao longo dos seus braços e o arrastava para dançar.
"Vamos voltar agora." Ele ordenou, e, com um gemido, peguei o seu rosto e o virei para encontrar o meu. "Venha, quero dançar com você." Choraminguei, passando um braço em volta do pescoço dele e fazendo meus movimentos de dança. Derek não se moveu, em vez disso, enfiou as mãos nos bolsos com uma expressão pouco divertida.
"Não desista agora, agora, agora, eu não vou desistir agora, agora, agora." Comecei a cantar junto coma música, segurando suas bochechas, e ele começou a me encarar, com os olhos ligeiramente arregalados .
"Me deixe te amar." Cantei, fitando os seus olhos, os quais se encheram de tantas emoções, que não fui capaz de diferenciar quais eram.
"Madrina, pare..." "Me deixe te amar, não desista agora, agora, agora..." Eu o ignorei e continuei cantando e movendo os quadris, aproximando-me ainda mais do seu corpo ao pressionar meu peito contra o dele quando comecei a cantar mais alto.