Capítulo 16
1360palavras
2023-10-10 10:05
Ponto de vista da Madrina
"Derek..." Balbuciei quando ele aproximou as minhas mãos dos seus lábios, estudando-as e respirando fundo. "Não..." Implorei, mas já era tarde demais. Derek lambeu o sangue dos meus dedos e suspirou, como se estivesse satisfeito com o que provara. Fechei os olhos, pronta para enfrentar o que estava por vir, mas para minha surpresa, parei de sentir dor.
"Eu não vou fazer nada, relaxe." Eu o ouvi dizer e abri os olhos, ele estava cuidando do meu machucado. "E... eu pensei que você ia..." "Alimentar-me de você? Posso garantir, cara de boneca, que esse dia chegará muito em breve." Ele disse, fazendo sinal para que eu me virasse e levantasse o joelho.
Virei-me para encará-lo, colocando os joelhos na cama, e ele fitou o arranhão, provavelmente pensando se deveria lamber o sangue ou não. "Posso te fazer uma pergunta?" Ele respondeu com um rápido "não", mas continuei falando, por não esperar que ele realmente se negasse a conversar comigo. "O que aconteceu com eles lá na sala?" Parei quando percebi o que ele acabara de dizer.
O vampiro me lançou um olhar bastante irritado enquanto pegava outro band-aid da caixa para cuidar do meu joelho. "Eu já te falei o que aconteceu..." Ele murmurou, fechando a caixa e levantando-se para sair. "Espere, mas eu não entendi..." Comecei, agarrando o seu dedo, e ele se virou, alternando o olhar entre os meus olhos e minha mão, que agora segurava o seu dedinho com força.
Foi quando eu rapidamente o soltei, murmurando um pedido de desculpas um pouco envergonhada por ter sido tão pegajosa. "O seu sangue é diferente." Ele finalmente falou, virando-se. "Tem cheiro e sabor diferentes dos que bebemos até agora." Ele terminou, e fiquei em choque com as suas palavras.
"E isso é ruim?" Finalmente gaguejei, então o ouvi rir baixinho, antes de levantar a sobrancelha e me encarar, abrindo o seu sorriso frio de sempre. "Para você, sim." Disse ele, enfiando as mãos nos bolsos e virando-se novamente. "Para mim, não."
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No dia seguinte, começamos a nos preparar para o acampamento que os meninos haviam planejado na noite anterior. Ninguém quisera esperar mais uma semana para viajar, então acabaram decidindo que todos iriam logo pela manhã, inclusive eu. E por mais estranho que isso possa parecer, eu estava muito animada. Afinal, seria a primeira vez que sairia da mansão sem a intenção de fugir.
"Deixa que eu levo isso pra você." Anthony disse, correndo até mim e pegando a minha mala. Seu cabelo platinado claro brilhou sob a luz do sol, e eu mirei seus olhos azuis, negando com a cabeça. "Anthony, estou bem. É só uma mala de mão." Murmurei, arrancando-a dele, até ouvir Santiago rindo e acenando para Anthony.
"Você está sendo mais gentil do que o normal com ela hoje. Está tentando se redimir pela noite passada?" Santiago zombou, passando a mão pelo cabelo preto. Eu não tinha prestado muita atenção antes, mas o cabelo de Santiago destoava do resto deles, era longo e ondulado, chegando até os ombros. Eu prefiro caras com cabelo curto, mas tenho que admitir que ele fica excepcionalmente bonito com cabelo comprido.
Nervoso, Anthony coçou a parte de trás da nuca, e eu fiquei em silêncio enquanto flashs da noite anterior passavam pela minha mente. "O jipe chegou, entrem!" Morin gritou, e as meninas e metade dos rapazes entraram no veículo, prontos para a pequena "aventura".
Sentei-me, e Santiago sentou-se ao meu lado, deixando-me muito desconfortável e um pouco irritada. "Por que você fica me seguindo?" Perguntei, virando-me para encarar seus olhos azuis gelados, e ele ergueu uma sobrancelha, presumo eu que fingindo confusão. "Não estou fazendo isso..." Ele respondeu sem rodeios, e decidi não incomodá-lo com mais perguntas.
Olhei pela janela e notei outro jipe ​​perto de nós, lado a lado. Não demorou muito para chegarmos perto de uma enorme floresta, com muitas árvores ao nosso redor, e todos pularam do jipe, as meninas gritando animadas.
Eu estava prestes a me levantar, mas parei quando Santiago começou a fazer o mesmo. "Desculpe, você pode ir primeiro." Ele disse rapidamente, e eu forcei um sorriso antes de me levantar e sair, sorrindo ao respirar ar fresco. Era relaxante.
Os vampiros nos guiaram para dentro da floresta, constantemente nos alertando para não irmos muito longe, caso nos perdêssemos, e eu mentalmente revirei os olhos. 'Tenho certeza de que a única ameaça aqui são vocês." Após caminharmos mais de 15 minutos na mata, chegamos a uma clareira cercada de árvores, e os meninos decidiram que aquele era o lugar perfeito para montarmos as barracas.
"O Derek está trazendo as bolsas de sangue, mas até lá podemos nos alimentar delas." Ouvi Santiago dizer, e um arrepio subiu pela minha espinha. "Não se preocupe..." A voz de Santiago me fez pular, e me virei para encará-lo. "Eles não vão te machucar." Ele garantiu, e eu dei um passo para trás. "Sim." Falei brevemente, afastando-me para ajudar as meninas a montarem a barraca.
"O que aconteceu com os caras ontem à noite?" Nadia me questionou, e parei para encará-la. "Ouvi dizer que o seu sangue é especial." Ela sussurrou. "Nao é nada disso. Eles estão exagerando." Respondi, sentindo Alice queimando o meu rosto enquanto colocava as nossas malas dentro da enorme tenda.
"Podem deixar as suas coisas aí que nós arrumaremos tudo, é melhor vocês saírem para explorar o lugar com o Rick." Santiago apareceu na nossa frente do nada, e nós nos assustamos, depois suspiramos de alívio. "Pare de fazer isso!" Lillian choramingou, empurrando-o de brincadeira, e ele riu, encarando-me com os seus olhos verdes, que me fizeram abrir um sorriso sem graça.
"Eu vou também..." Disse baixinho, então caminhei com as meninas até Rick, que abriu os braços de forma amigável. "Meninas..." Ele murmurou, inclinando a cabeça para o lado com um sorriso. "E Madrina, seja bem-vinda!" Ele brincou, e as garotas riram enquanto eu permanecia em silêncio, meio que ainda me acostumando com as constantes piadas e provocações.
"Vou mostrar o lugar pra vocês e, depois, voltaremos para vocês comerem. Esta noite faremos uma pequena festa!" Ele gritou na última palavra, e todas aplaudiram, animadas.
"Fiquem por perto e não se afastem de nós. Pode haver outros por aqui também." Ele avisou, com o tom de repente muito sério, e eu olhei para ele, confusa. "Por isso tenham cuidado. Não gostaríamos que nossos preciosos anjos se perdessem por aí, não é?" Sua voz alegre voltou, e ele sorriu, fazendo as meninas rirem e assentirem com a cabeça, enquanto Nadia o agarrava pelo braço.
"Troye, os outros não vêm?” Ouvi Felipe perguntar e me virei para prestar atenção na conversa. "Somos os únicos por enquanto. Mas não sei do Derek, ele está atrasado." Troye disse, olhando para o relógio antes de nos encarar e sorrir.
"Vamos!" Rick exclamou, como se fosse um professor escoteiro, pronto para levar as crianças para passear. 'Oh, por favor, me poupe...' Quando eu ia começar a andar, uma mão agarrou o meu pulso, era Santiago, que me lançou um olhar sério. "A Madrina não tem permissão para ir." Ele levantou a voz, e meu queixo caiu em descrença e confusão.
"É uma pena... Então acho que seremos só eu e as quatro lindas moças." Rick falou, sem sequer questionar Santiago, o qual mirei carrancuda. "Espere, por que..." Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Rick começou a andar junto com as meninas, deixando-me para trás.
"Por que não posso ir?" Surtei do nada, puxando a mão e olhando feio para Santiago. Não tinha a intenção de ser tão rude, mas vamos lá, eu estava ansiosa pelo passeio. Eu queria me distrair para esquecer a noite anterior e, além disso, com Derek longe, talvez houvesse uma chance de escapar. "Ordens do Derek. Ele disse para eu mantê-la segura e garantir que você não se machucasse." O vamprio respondeu com um suspiro, e eu zombei de frustração.
"A qualquer custo." Ele acrescentou com um murmúrio. "Agora ele está preocupado? Posso cuidar de mim mesma, Santiago. Por que sou a única que tem que ficar fazendo nada?" Choraminguei, sem querer parecer um bebê.