Ponto de vista da Madrina
"Um brinde a nós!" Troye disse em voz alta, com uma taça na mão, e todos os outros levantaram suas taças também.
Derek, como sempre, estava bastante calmo, sentado na sua cadeira lançando-me alguns olhares de vez em quando. 'Deus, o desprezo dele por mim é de outro mundo, nunca conseguirei usá-lo se ele continuar me odiando desse jeito.'
"Vamos fazer algo divertido neste fim de semana? O que acham de fazermos uma viagem?" Santiago sugeriu, e as meninas concordaram imediatamente, exceto eu, é claro.
Comecei a brincar com a comida e dei uma mordida no bife antes de olhar para Santiago, que estava me encarando do outro lado da mesa, o olhar fixo me fez parar de mastigar. "O que foi?" Perguntei com a boca cheia, e ele riu antes de balançar a cabeça. "Nada, coma." Ele abriu um sorriso largo, e eu voltei a mastigar.
Senti os olhos de Derek queimando o meu rosto e estava prestes a me virar para fitá-lo quando Anthony me chamou. "Madrina! O que acha de viajar com a gente?" Ele exclamou, e uma risada nervosa escapou dos meus lábios. "Não que ela tenha escolha..." Derek murmurou, e eu me virei para ele. "Combinem tudo para irmos logo de uma vez." Ele completou impaciente, e me perguntei como alguém era capaz de tolerar aquele comportamento.
"Nadia, querida, venha aqui." Ouvi Troye dizer antes de Nadia pular da sua cadeira e sentar no colo dele. Então a observei deslizar o cabelo para o lado para, em seguida, o vampiro começar a lamber todo o seu pescoço com avidez e sedução. Corei um pouco quando um gemido escapou dos lábios dela, mas, ao mesmo tempo, fiquei enojada por estar testemunhando as preliminares de um pornô em primeira mão. Os olhos de Troye ficaram um pouco mais escuros, e vi suas presas roçarem a pele dela, por isso me virei rapidamente.
"Que comece o jantar!" Nick exclamou, e o restante das garotas saíram correndo dos seus assentos para sentarem no colo de um dos bonitões. Não demorou muito para que gemidos e gritos enchessem a sala enquanto eles cravavam implacavelmente suas presas no pescoço das delas, sugando o sangue com vontade.
Minhas mãos começaram a tremer, e eu queria correr, mas meu corpo estava com muito medo para se mexer naquele momento. Foi quando a porta se abriu de repente, e mais um bando de garotas entrou, algumas apenas de sutiã e calcinha.
"Há quanto tempo, senhoritas." A voz de Nick ecoou pela sala enquanto elas corriam em direção aos homens e sentavam nos seus colos, deixando-me em estado de choque. Não era possível que isso estivesse realmente acontecendo! E de onde d*abos essas garotas tinham saído, afinal?
"Posso me retirar?" Perguntei com delicadeza, desviando os olhos para Derek, que bebeu um pouco de sangue do seu copo, fazendo-me segurar a vontade de vomitar. "Não. Se não vai participar, ao menos terá que ficar aqui para se acostumar." Ele respondeu, recostando-se na cadeira, e eu mordi o lábio inferior, desviando o olhar para o meu colo.
"Madrina querida, venha aqui." A voz de Santiago era quase inaudível, mas mesmo assim olhei para ele, que já estava com duas garotas ao lado e a boca coberta de sangue, porém ele a limpou com um guardanapo. "Pelo amor de Deus, Madrina." Anthony choramingou do outro lado da sala, e eu fiquei em silêncio, com lágrimas ameaçando cair. Seria nessa noite que eles se alimentariam de mim?
"Venha aqui." Anthony me chamou, e eu neguei com a cabeça. No entanto, o vampiro não conseguiu aceitar o "não" como resposta, porque de repente, ele estava com o meu queixo na mão, virando o meu rosto para que eu olhasse para ele enquanto se abaixava, apoiando o peito contra a parte de trás da minha cadeira.
"Eu não posso, por favor..." Gaguejei, fazendo-o soltar um suspiro e se inclinar para mais perto do meu rosto. "Eu gosto de você, Madrina, gosto mesmo..." Ele começou, e meus olhos se arregalaram ao notar seus olhos escurecendo, um sinal de que ele estava fora de si ou faminto. "Mas está ficando muito difícil resistir a você." Eu congelei no lugar.
"Anthony, não, dê a ela um pouco mais de tempo. Madrina, venha aqui, vou te fazer companhia por enquanto." Santiago disse, levantando a voz, e Anthony gemeu de frustração ao se endireitar e me soltar. "Mais, mais, chupe o quanto quiser." Ouvi Alice e as meninas gemendo, e logo me levantei.
...
Eu me virei para ir para o outro lado da sala, onde Santiago estava sentado, porém acabei batendo os joelhos no canto da mesa e gritei de dor enquanto me agachava no chão. Alguns segundos depois me levantei e bati a cabeça na parte de trás da mesa, ouvindo um forte "estrondo", que fez todos na sala ficarem quietos. Karma é uma m*erda!
Meus olhos se arregalaram quando vi a taça de vinho quebrada no chão, então corri para pegar os cacos de vidro. "Sinto muito, foi um acidente." Eu me desculpei rápido, tentando juntar os cacos e limpar a bagunça. "Não, você vai..." Antes que Derek terminasse de falar, senti um objeto pontiagudo perfurar a minha pele e estremeci de dor. "Se cortar!" Derek murmurou enquanto eu via sangue escorrendo pelo meu dedo e na palma da minha mão.
"Sinto muito por causar tantos problemas!" Eu disse em voz alta, levantando-me para olhar para todos, e, após alguns segundos, percebi que todos os vampiros estavam me encarando com olhos negros, causando arrepios na minha espinha. 'O que aconteceu com eles?' "Seja mais cuidadosa! Por que você sempre complica as coisas para o nosso lado e..." "Madrina, você se machucou..." Morin interrompeu Lillian, e eu olhei para ele confusa antes de finalmente cair em mim.
"Ah, você está falando disso... não foi nada, estou bem!" Eu disse, limpando rápido o sangue no meu suéter e dando um passo para trás. "O seu sangue, parece..." Anthony parou de falar e empurrou a garota que estava no seu colo. Foi quando percebi quase todos os caras dando um passo à frente na minha direção, deixando-me em pânico. O que estava acontecendo? "Delicioso." Nick terminou a frase, e minhas mãos começaram a tremer.
"Eu... vou indo." Gaguejei e me virei para sair, quando Santiago apareceu na minha frente, fazendo-me ofegar e recuar de medo. "Eu sabia que havia algo especial em você." Ele disse, encarando os meus dedos, e eu dei vários passos para trás, até esbarrar em outra pessoa. Então me virei para encarar Felipe, que estava olhando para mim. Não demorou muito para que metade dos caras se amontoasse ao meu redor, e o medo ameaçasse me levar ao colapso. Era como se eu fosse uma presa cercada por seus predadores impiedosos.
"Parem..." Foi tudo o que consegui falar, enquanto lágrimas escorriam pelo meu rosto, e eu tentava manter a calma. "Gente, acalmem-se, p*rra!" Ouvi Santiago gritar do outro lado da sala, mas nenhum deles pareceu ouvir. "Eu vou primeiro." Ouvi Rick dizer, e quando ele estava prestes a dar um passo à frente, Derek o deteve. "Deixem-na em paz!" Ao ouvirem a voz de Derek, os olhos de todos se suavizaram, e eles deram um passo para trás, obedientes e leais como animais de estimação.
A essa altura, eu estava no chão, com o corpo tremendo, ainda tentando entender o que estava acontecendo. O que fora aquilo?! Engoli um soluço antes que uma sombra se elevasse sobre mim, e olhei para cima e vi Derek, que se abaixou, encarando-me sem vacilar nem por um segundo. "E...eu não fiz nada, juro que só..." "Eu sei." Ele disse suavemente, pegando-me nos braços, e, em poucos segundos, comecei a ficar tonta.
Não demorou muito para que eu me visse no meu quarto, e ele me colocasse no chão. "Limpe isso!" Ele disse brevemente, apontando para os meus dedos e depois para os meus joelhos. Então, em silêncio, olhei para baixo e notei um pequeno arranhão no joelho direito.
"Eu não entendi o que aconteceu, por que eles estavam...?" Parei quando Derek me lançou um olhar furioso.
"Foi o sangue, obviamente! Agora ande logo e resolva isso antes que eu mude de ideia e leve você de volta para baixo." Ele falou rispidamente, e eu pude ver a fome enchendo seus olhos, então logo assenti com a cabeça, o medo tomando conta de meu rosto.
'Eu não entendo. O meu sangue é igual qualquer outro, então por que todos eles estavam tentando me atacar?' "Eu não tenho band-aid." Murmurei, enxugando as lágrimas, e Derek respirou fundo antes de desaparecer do quarto.
Em seguida, ele voltou com uma pequena caixa de primeiros socorros e me mandou sentar na cama. Fiz o que me foi dito e sentei-me enquanto tentava descobrir por que os caras tinham ficado tão maníacos. "Me dê o seu dedo." O vampiro disse, sentando-se na cama ao meu lado, e eu não o questionei.
Ele estava prestes a cuidar do meu machucado, quando parou para olhar o sangue escorrendo pelos meus dedos, e a fome de repente encheu seus olhos novamente, fazendo o meu estômago gelar na mesma hora.