Capítulo 83
1592palavras
2023-09-30 00:01
Kathy nem sabe como consegue adormecer, mas assim que Ted coloca as mãos em volta dela e a abraça apertado, ela se acalma.
Mas, ao mesmo tempo, Kathy se sente solitária e, de alguma forma, abandonada em suas próprias ideias. O fato de Gelina desejar ir em uma direção diferente da dela a perturba totalmente. Como Gelina disse, neste momento, Kathy é a minoria. É ela quem se recusa a aceitar o vínculo de companheiro em sua vida.
Talvez por medo, talvez por ainda ser uma mágoa muito profunda, ou apenas pelo seu orgulho ferido. Ela não sabe o que a faz se recusar a perdoar Ted, mas ela simplesmente não consegue.
Nos últimos seis meses, ela se agarra a ele com todo o seu ódio e, agora, se depara com um Ted frágil, longe de ser homem forte que a fez se apaixonar e a levou ao ponto no qual ela seria capaz de rejeitar até seu próprio companheiro predestinado para ficar com ele.
Neste momento, porém, Kathy sente pena dele. Sabendo de toda a história de Ted, ela sente pena dele.
'Mas como assim?' Ela se pergunta. 'Desenvolvi alguma síndrome de Estocolmo? O que há de errado comigo?'
E vamos falar sério! Quantos de vocês seriam capazes de aceitar uma pessoa que os ofendeu da maneira mais cruel? Quantos de vocês seriam capazes de mirar os olhos dessa pessoa e dizer: "está tudo bem. Não, sinto muito por odiar você"?
Só Deus tem esse poder de perdoar, mas o ser humano não nasce com essa incrível capacidade de sempre dar ao outro uma chance para um novo começo.
Kathy está em uma encruzilhada. Se ela insistir em rejeitar Ted, perderá Gelina. Se ela aceitar Ted, ela vai duvidar de si mesma. Ela não pode negar que se sente bem nos braços dele. Esta é também a razão pela qual ela finge dormir por meia hora, enquanto Ted a segura nos braços e acaricia seus cabelos com gentileza. Kathy gosta de estar nos braços dele, mas ela é mais do que uma mulher que cai de joelhos na frente de um homem só porque deseja tocá-lo. Ela é a da princesa deste mundo de lobisomens e deve ser forte.
'Não, Kathy.' Gelina diz. 'Não se trata apenas de Ted, mas de nós.'
'Entenda que não posso.' Kathy responde.
'Você sabe o que nossa mãe sempre nos contou... Mais cedo ou mais tarde, o vínculo de companheiros alcança você. Lutar contra isso é inútil.'
'Então me deixa em paz, deixe eu ser boba e me convencer de que o que tenho agora é o que preciso. Até lá, Ted tem muito para se redimir.' Ela diz, com raiva.
'Você vai ver.'
'Deixe-o me mostrar primeiro o que pode fazer e vamos conversa depois.' Kathy ouve Angel rir dela.
'Você vai se surpreender.'
Kathy abre os olhos e facilmente se vira nos braços de Ted, que está com uma mão em sua nuca. Ela fica de bruços e, olhando um pouco para ele, a garota o pega a admirando cheio de amor. Ted ergue a mão livre e afasta o cabelo do rosto dela, acariciando-o de leve.
"Você está acordada." Ele coloca a cabeça próxima à dela, para que sua testa fique apoiada na de Kathy.
"Sinto muito por tudo..." Ted diz.
"Não preciso do seu pedido de desculpas, Ted. Não tenho nada a ver com isso." Kathy diz, ela vira a cabeça e fica cara a cara com Ted. Se eles estivessem apenas alguns centímetros mais perto, seus lábios provavelmente se tocariam. Ela sente que Gelina a força a se aproximar dele, a se perder nele, mas ela é mais forte do que tal sentimento.
"Por que você não lutou contra ele?" Ela pergunta ao Ted de repente, olhando para os seus lábios.
"Ele é meu pai. Eu nunca vou levantar a mão contra ele. É uma promessa que fiz quando minha mãe morreu. Não importa o que aconteça nesta vida, vou respeitá-lo e não lutarei contra ele. Mas, quando tive que escolher entre servi-lo e amar você, escolhi me tornar um lobo renegado ao invés de lhe machucar ainda mais. Era a única maneira de escapar do comando de Alfa dele. "
"Você não deveria ter feito isso." Kathy estende uma mão e, sem perceber, toca os lábios dele com os dedos. Isso simplesmente a fascinou. Tem que ser culpa de Gelina toda essa atração, ela com certeza influencia a sua mente e a faz reagir assim, pensa Kathy.
"Não me arrependo de nada, talvez só de que finalmente cheguei até você e, agora, não vejo um jeito de salvá-la dessa loucura." Ted afirma, então se aproxima dela e encosta mais as suas testas.
"Você acredita em mim quando digo que amo você?" Ele pergunta, sua voz sai quase trêmula.
Mas se Kathy apenas teve a impressão de que Gelina a conduzia, ela percebeu agora que estava errada. Gelina assume o controle dela em um segundo e agarra Ted pela gola da roupa. Ela o puxa em sua direção e une seus lábios. Eles dois brilham. Ambos estão rodeados de um brilho e sentem um formigamento por todo o corpo.
Cada parte do corpo Ted parece tocá-la, aproximá-la do paraíso. Ela está feliz em seus braços.
Gelina assume o controle e, imediatamente, começa a despir Ted, que sente que não consegue controlar esse desejo louco de ter Kathy, de torná-la sua.
Kathy fica realmente desesperada. Ela está de alguma forma presa entre suas vontades, em uma luta entre o desejo louco de ficar com ele e a necessidade de se distanciar. 'Gelina, por favor, não.' Ela forçou uma ligação mental, mas Gelina a ignora totalmente.
Ted está sob a influência de algum feitiço. Ele tira as calças e, de alguma forma, se senta entre as pernas de Kathy, que não consegue resistir à Gelina no momento.
'Eu odeio você, Gelina!' Ela chora, mas Gelina já está perdida no que está acontecendo.
Ted tira a calça dela e a segura com ternura, então beija seu corpo. Kathy fica cada vez mais pálida.
'Por favor, Gelina! Prometo que vou deixar ele se redimir, mas isso é demais agora, eu imploro!' Mas Gelina nem parece estar presente.
Ted pega seu p*u na mão e, imediatamente, posiciona-se diante das partes íntimas de Kathy. Sem p*netrá-la, parece ser conduzido por uma força invisível. Ele apenas fica ali e se esfrega nela. Ted fecha os olhos e, no momento, em que os abre, além dos gemidos de Kathy e do fervor com que ela o beija e toca, ele percebe o que acontece.
'Allen! Para trás!' Ele se afasta de Kathy, levanta-se e veste suas roupas. Ted corre pela sala e fica de costas para Kathy.
"Dr*ga, dr*ga, dr*ga!" Ele grita, batendo com força na parede. "Como eu pude ser tão fraco?" Ele pergunta em voz alta, já à beira de um colapso nervoso.
Kathy se envolve no lençol e chora em silêncio.
'Por quê, Gelina?' Ela pergunta, mas Gelina não diz nada. E o que ela poderia dizer? Gelina sabe que a machucou mais do que Ted fez há seis meses.
'Eu... eu...' Gelina tenta explicar, mas engole as palavras ao perceber como Kathy está devastada.
Assim que ela se acalma, Ted vai até Kathy e se senta ao seu lado.
"Deixe-me ajudá-la." Ele diz e, aos poucos, começa a vestir, com cuidado, como se ela fosse a coisa mais preciosa e delicada do mundo.
"Só sinto muito. Não sabia que poderia ser tão fraco." Ted diz sem mirar os olhos de Kathy. Justo quando pensa ter progredido, percebe que, depois do que acabara de acontecer, perdeu toda a evolução do relacionamento deles. "Sinto muito." Ele diz.
"Não." Kathy rebate. "Não é sua culpa. Nenhum de nós poderia lutar contra nossos lobos. E, ainda assim, você conseguiu parar."
"Eu machuquei você?" Ted pergunta, um pouco assustado.
"Não, Gelina fez isso!" Kathy retruca, com raiva na voz. "Não é culpa sua que eu tenho uma loba cheia de tesão."
Ted segura o rosto dela nas mãos e enxuga delicadamente as suas lágrimas.
"Você está bem, senhorita?" Ele pergunta, sorrindo.
"Isso foi o que você me perguntou há seis meses, quando fingiu me salvar dos renegados." Kathy olha para ele, ainda chorando.
"Sim, foi... a diferença é que agora você sabe quem eu sou."
"Quem é você?" Kathy pergunta, enxugando as lágrimas.
"Eu sou o homem que ama você." Ted se abaixa um pouco e a beija apenas o suficiente para tocar seus lábios. "Eu amo você, Kathy. Tanto que estou disposto a desistir de você ao invés de fazê-la sofrer."
E admirando os seus olhos, ele diz: "Eu, Ted Ravel, eu aceito..." Mas ele não consegue terminar de falar. Kathy, sem estar sob o controle de Gelina e em plena consciência, agarra seu pescoço e o morde. Enfia as presas em sua garganta, e o marca. Ela mal consegue se separar dele, apenas lambe de leve sua marca. Depois, beija seu pescoço enquanto recolhe as presas.
Ted fica chocado e olha para ela como se um alienígena estivesse diante dele. Ela o marcou? Ela o tornou dela! Agora, ele nunca será capaz de aceitar a sua rejeição, porque o que ela fez está além da rejeição. Ele é dela! Mas ela sempre disse sobre não querer aceitá-lo... O que mudou?
Ele se afasta e espera o momento em que Kathy esteja pronta para deixá-lo marcá-la. Assim que seus olhares se cruzam, o pânico toma conta de Kathy.
"Pelo amor da Deusa!" Ela grita. "O que eu fiz?"