Capítulo 46
1626palavras
2023-08-29 09:27
— Me diz mais uma vez porque eu você ainda não é a Senhora Fontes? — perguntei quando ouvi os passos entrando na cozinha.
Mesmo de costas eu sabia que era Magie, já que na nossa nova casa só morávamos nós dois. Eu tinha comprado ela algumas meses atrás, queríamos ter o nosso próprio lugar antes que nossa princesinha chegasse e como minha Barbie insistia que continuaria a trabalhar mesmo depois do nascimento procuramos uma casa perto da loja.
Levou um tempo até que ela escolhesse, mas eu nunca vi uma mulher tão feliz quando finalmente tomou a decisão.
— Porque a sua filha ainda não nasceu. — ela murmurou as minhas costas, envolvendo meu corpo com as mãos. — Não tive um casamento direito da primeira vez e agora eu quero fazer tudo perfeito. Então não vai me fazer entrar em um vestido com uma barriga desse tamanho e me deixar parecendo que carrego uma bola nas nossas fotos de casamento.
Essa era a resposta dela quando eu comecei a falar sobre a cerimônia. Mas ela estava decidida a só se casar depois do nascimento da nossa Hope.
O nome da nossa menininha não podia ser mais perfeito, poi enquanto estávamos presos naquele lugar ela significou exatamente isso para nós: esperança! E continuava significando isso, ela era o pontinho de luz e amor na nossa vida.
— O papai não vê a hora de você nascer! — afirmei me virando e envolvendo a barriga grande dela. Os oito meses tinham chegado e ela estava ainda mais linda, mesmo com aquela carinha amassada de sono.
— Está tão desesperado assim para se casar comigo senhor Fontes? — ela se sentou na cadeira ao meu lado e eu me virei, encantado de mais para tirar meus olhos dela.
— Estou! Preciso prender essa mulher linda enquanto tenho a chance, antes que perceba que é boa de mais pra mim. — ela abriu um sorriso largo aquecendo meu coração. — Mas estou ainda mais ansioso para conhecer nossa filha. Tenho certeza que ela tem o rostinho da mãe.
Magie se inclinou para frente segurando minhas mãos e as levou até a boca, plantando um beijo em nos meus dedos não se importando com o a cicatriz no lugar do meu antigo dedo.
— Tenho certeza que ela tem muito do pai também. Principalmente esses olhos que mexem muito com a mamãe. — lancei uma piscadela e ela me puxou no mesmo instante para perto, com um sorriso nada discreto.
— Nem comece com essas coisas, nós temos um almoço para ir, mamãe. — falei já me levantando antes que ela fizesse alguma coisa que nos levasse a transar.
Estava dando tudo de mim para não agarrá-la toda vez que vinha atrás de mim, não me aproveitar de todo o fogo que só aumentou com a gravidez. Eu me forçava a lembrar sempre que era uma gravidez de risco e Magie não devia fazer esforços.
Só de pensar nela sangrando como naquela cela, perdendo o nosso bebê, pânico me tomava, eu faria de tudo para evitar aquilo a qualquer custo!
— Temos mesmo que ir. — ela falou fazendo um biquinho e eu tive que rir daquela expressão que a deixava ainda mais fofa.
— Temos sim, Barbiezinha. — peguei um prato e coloquei na frente dela. — O que vai querer comer? A mamãezinha acordou tarde hoje.
— Eu não sei, qualquer coisa que tiver aí. — Magie suspirou chamando a minha atenção, ela sempre queria um café elaborado. — Eu estou me sentindo meio enjoada e com uma dor chata que não passa.
Me aproximei dela enquanto suas mãos acariciavam a barriga e sua cabeça se inclinava para os lados. Levei minhas mãos para os ombros dela, observando seu corpo ainda mais de perto.
— Tem certeza de que está bem? Podemos ir ao médico, dar uma checada em tudo, ou ficar em casa se você quiser, podemos só ligar e avisar que não vamos ao almoço. — tagarelei preocupado que ela estivesse muito cansada ou até mesmo estressada, depois do nosso sequestro nada foi igual e os pesadelos dela ficaram mais constantes.
— Não, eu estou bem! Me dá qualquer coisa para comer e acalmar sua filha e então vamos pra esse almoço. — virei o rosto dela para cima até que eu pudesse olhá-la olho no olho. — Estou falando sério, eu estou bem, fica tranquilo.
Plantei um beijo na testa dela e então andei para o fogão começando a preparar o café da minha enjoadinha.
Eu só podia esperar para que nada acontecesse para estragar o nosso almoço, Sophie, minhas irmãs e até mesmo a mãe da Magie, tinham se empenhado em planejar esse dia para nossa Barbiezinha, ela merecia ter um dia especial e era isso que tínhamos planejado para hoje, um dia sobre ela e Hope.
Depois que tomamos um café, tomamos um banho rápido e trocamos de roupa antes de sairmos para a casa de Sophie. Apesar de ser um tanto longe todos gostávamos de nos reunir lá.
— Você tem certeza que está bem? — perguntei quando paramos na frente da casa. Magie tinha passado o caminho todo um tanto quieta e isso estava começando me preocupar.
— Estou, não é nada de mais. — ela tentou me convencer bem no instante que todos começaram a sair de dentro da casa.
— Não, já chega! Vamos para o hospital. — liguei o carro novamente, pronto para sairmos de lá, mas ela segurou minha mão me impedindo. — É só um incomodo e prometo que logo vai passar, eu só preciso ver meus sobrinhos pra me sentir melhor.
Sem esperar mais ela abriu a porta do carro e saiu indo direto para os três pequenos, Mary estava no colo do pai, já Sebastian estava agarrado a Carla, não sei porque, mas o garoto já adorava ser paparicado e ter atenção das mulheres da nossa família.
E o terceiro bebezinho ali era a filha de Elizabeth, mesmo com Cris longe ela continuou junto da nossa família, todos nos apegamos por aquelas duas. Cris ainda estava enfiado em algum buraco, desde que a máfia o levou para a reunião ele nunca mais voltou ou entrou em contato, nós estamos esperando que ele apareça mais cedo ou mais tarde, já que foi o que nos garantiu, assim como prometeu a Elizabeth que voltaria para casar com ela.
— Awnn aí estão meus sobrinhos favoritos! — Magie gritou apertando as bochechas de Mary, enquanto Sebastian se agitava querendo pular no colo dela. — E você minha linda? — ela se virou para Angel dando beijinhos no rosto dela e arrancando uma risada empolgada.
— Deixe de querer chamar atenção garotão. — disse pegando Sebastian no colo e sacudindo os cabelos dele. — Você tem que ficar longe das minhas meninas, especialmente dessa aqui. — apontei para a barriga de Magie e ele pareceu se agitar ainda mais.
O garoto não podia ver a barriga de Magie que se agarrava a ela, como se soubesse que tinha um bebê ali dentro. Tinha apenas onze meses e já parecia entender tudo o espertinho.
— Vamos entrar, você não está com uma cara muito boa, filha. — a mãe de Magie tocou seu rosto e me deu uma olhada.
Eu não tinha sido o único a notar que ela não estava bem, mas minha mulher simplesmente sacudiu a cabeça e entrou.
— Precisando de uma cadeira loirinha? — Luke disse assim que ela entrou, andando com Monalisa nas suas costas, o observando de perto.
— Como se minha mulher fosse sentar no seu colo, seu safado! — resmunguei dando um tapa nas mãos dele antes que Luke conseguisse tocar a barriga dela, mas isso não o impediu.
— Aí vocês dois, tudo o que eu quero é que Hope nasça e todos vocês tenham outro bebê para ocupar o próprio tempo.
Luke se aproximou e plantou um beijo no topo da barriga dela, como um bom padrinho, antes de deixar que ela se virasse para o sofá.
— Além do mais, Luke já tem alguém pra sentar no colo dele. — James gritou do outro lado da sala chamando a atenção de todos. — Não é mesmo?
Todos encaramos os dois, a conversa que começou a correr alguns meses atrás foi de que ele estaria ficando com a enfermeira. Só que nenhum dos dois deixava nada transparecer e eu duvida que Luke pudesse fazer alguma coisa na atual situação dele.
Mas como uma boa família que éramos fizemos uma aposta e o bolão estava mais do que alto agora.
— Achei que seu filho fosse aquele ali, do outro lado da sala, que está doido pra ter dar mais netos. — Luke retrucou apontando para Patrick. — Vamos falar disso, o que acha?
— Primeiro, vocês todos são meus filhos. — James agarrou a cabeça dele, o apertando contra seu corpo só para provocá-lo ainda mais. — Segundo, eu estou aberto a todos os netos que vocês quiserem me dar.
Aquele homem tinha o maior coração que eu já tinha visto, porque abrigava a todos que conhecia com muito amor, mesmo que tivesse acabado de conhecer.
— Eu não estou aberta a te dar nenhum neto por uns bons dez anos! — Sophie exclamou arrancando uma gargalhada de todos nós e um olhar um tanto triste do marido. — Agora é a vez da Magie nos dar o novo membro da família.
— E é por isso que inventamos esse almoço, pra fazer uma surpresinha para você! — Audrey falou sorrindo antes de apontar para a sala.
— O que vocês aprontaram? — Magie perguntou olhando pra todos nós ali, sabendo que todos tinham armado pelas costas dela.