Capítulo 47
1091palavras
2023-08-29 09:28
Eu já estava do lado dela e vi o instante que ela levou as mãos a barriga, de forma protetiva, mas eu percebi uma expressão levemente de dor. Aquilo não estava certo, tinha alguma coisa de errado com minha Barbie e ela se negava a dizer o que.
— Você não nos deu outra escolha, já que decidiu decorar todo o quarto do bebê e comprar as coisas mais importantes sozinha. — a mãe dela falou se juntando ao outro lado e enlaçando o braço com ela.
— Tivemos que fazer nossa própria diversão de presentes.
As mulheres foram na frente, a mãe dela a puxou pelo braço e eu segui lado a lado. Assim que adentramos ao outro lado da sala o rosto de Magie mudou completamente, os olhos se arregalam e o queixo caiu, em pura surpresa.
— O que... o que vocês fizeram? — ela gaguejou embasbacada com a quantidade de presente que eles tinham comprado, tanto para Hope quanto para ela.
— Você vai ter que entender que as crianças dessa família vão ser mimadas! — Patrick exclamou arrancando confirmações dos outros.
Ouvindo suspiro profundo que ela soltou, então a segurei pela mão no mesmo instante e a levei até a poltrona mais perto, a fazendo sentar. Olhei por um longo segundo procurando qualquer mudança, mas ela já estava sorrindo enquanto todos começavam a falar ao mesmo tempo, enquanto traziam alguns presentes para ela abrir.
E foi assim por um longo tempo, todos reunidos em volta dela, dando total atenção a minha Barbiezinha e a nossa filha, conversando, rindo, abrindo os presentes.
Até que Sebastian começou a chorar, abrindo um verdadeiro berreiro e chamando toda atenção, pois não havia motivo nenhum para que ele chorasse. E só sossegou quando Magie o pegou no colo, quase como se pressentisse algo.
— Oh merda. — a Barbie sussurrou e meu olhar foi direto a ela, que estava com as mãos na barriga apertando e respirando fundo. — Acho que...
— Ok, a festa acabou. Agora nós vamos para o médico! — exclamei tirando Sebastian dos braços dela, antes de pegá-la pela mão e a levantar no mesmo instante com o maior cuidado.
— O que aconteceu? O que você tem? — a mãe dela se levantou acompanhando a filha. — Chegou a hora? Mas não está cedo?
— Está! É claro que está! — gritei entrando em pânico e começando a andar mais depressa com ela. — Aí meu Deus! Falta um mês ainda, falta tanto tempo! Só está com oito meses!
— Porque os homens tem que surtar nessas horas? Não podiam ficar calmos e tranquilos? — alguém resmungou atrás de nós, mas nem me importei, só estava preocupado com o tempo.
Tempo de gestação, tempo até o hospital mais próximo, todo o tempo que parecia ter se encurtado.
— Ale, não está esquecendo de nada? — minha mãe perguntou e eu me lembrei.
— Tem razão, Carla e John vão buscar as bolsas delas em casa e rápido! Vamos precisar disso com urgência! — ordenei colocando Magie no carro e passando o cinto.
— Acho que está esquecendo de mais uma coisa. — James falou alto da entrada da casa e eu me lembrei de que deveria avisar a médica em caso de emergência.
— Sim, vou ligar para a médica no caminho e mãe você pode avisar o resto da família! — gritei dando a volta e assumindo o volante.
— Meu Deus Ale, eles estão falando do Sebastian! — Magie exclamou ao meu lado e só então eu me dei conta do bebê nos meus braços, parecendo muito feliz em ir com a gente.
— Me da esse aqui Alejandro, está na hora de buscar a sua! — Patrick parou no lado da porta do carro estendendo os braços para o filho, que voltou a chorar no mesmo instante que o pai o pegou. — Nos encontramos no hospital.
E eu corri direto para lá, correndo pelas ruas, quase atravessando os faróis vermelhos em pânico, querendo chegar no hospital logo para saber que ela estava sendo monitorada e que as duas estavam fora de perigo.
Assim que chegamos na porta do hospital uma enfermeira já veio me ajudar, trazendo uma cadeira de rodas e a levando as pressas para dentro do hospital. A médica já estava preparada nos esperando e me garantiu que ela estava bem, foi o único instante que respirei aliviado porque depois disso só o que eu posso dizer é que foi a sucessão de acontecimentos mais loucos da minha vida.
Magie já estava com alguns centímetros de dilatação e só precisamos esperar alguns minutos mais até que a médica dissesse que estava na hora.
Então foi um sessão de gritos, choro, xingamentos, suor e lágrimas até que o chorinho da nossa menina invadisse a sala, meu coração parar por um minuto me fazendo achar que poderia morrer, mas foi só vê-la para que o meu mundo voltasse a rodar novamente e dessa vez em torno dela.
— Ela está bem? Como ela é? — a voz de Magie me alcançou e eu me virei para ela encarando o rosto cansado e vermelho, suado e coberto por lágrimas.
— Ela está bem amor. Ela é perfeita, nossa menina é linda! — afirmei me curvando e beijando a testa dela repetidas vezes. — Ela é linda, nossa Hope está aqui.
A enfermeira me entregou ela toda enrolada na manta, parecendo um pacotinho perfeito e eu um sentimento totalmente maravilhoso invadiu meu peito. Puro amor correndo em minhas veias, a ponto de transbordá-la e me dando a certeza de que eu faria qualquer coisa por aquela menininha.
— Anda homem, me dá minha filha! — Magie exigiu me lembrando que eu não era o único a querer babar em cima dela. — Aí meu Deus, ela é...
— Sim! Uma mini Barbie. — beijei novamente a testa dela e a puxei para perto, aconchegando as duas em meus braços. — Acho que não estou pronto para sair e avisar a todos, quero vocês duas só pra mim.
— É vamos ficar aqui por mais um tempo. Só nós três.
Mas infelizmente não conseguimos segurar a nossa família por nem uma hora, pois eles já estavam começando um escândalo na sala de espera. Mas no fim tudo tinha dado certo, Magie estava bem, nossa filha nasceu saudável e perfeita, sendo paparicada pela família grande e maluca.
Agora eu só precisava esperar pelo nosso casamento, quando daria meu sobrenome a Magie e então tudo estaria perfeito.