Capítulo 37
1349palavras
2023-08-29 09:06
Meu mundo se partiu em um milhão de pedaços e dessa vez quase fui eu a perder o equilíbrio. Um filho, um bebê, nosso bebê! Eu tinha esperado tanto por isso, tinha sonhado tanto com um filho, uma família, amor e cumplicidade. E agora que eu tinha assumido os meus sentimentos por ela tudo tinha que desabar desse jeito.
Ela está grávida, minha doce e implicante Barbie está carregando nosso bebê.
— Alejandro precisamos ir, acharam eles em um bar comemorando. — Cris falou em meio a todo o caos que tinha se tornado a minha mente. — Sinto muito cara, mas precisamos ir encontrar respostas.
— Você está certo, cada minuto que passamos aqui ela está nas mãos de algum desgraçado, sofrendo sabe Deus o que.
— Vai meu filho, vai e traz eles de volta pra casa! — as palavras da minha mãe foram um combustível a mais.
Eu tinha agora não só uma pessoa que dependia de mim, mas sim duas, tinha duas vidas que contavam comigo.
Entrei no carro e deixei que Cris me levasse até onde os seus homens estavam com os babacas que a sequestraram.
Tinha ficado na cara que não foram eles, ao menos não eles que a queriam, alguém os pagou para fazer o trabalho sujo e fizeram muito mal feito.
— Então quer dizer que agora os quatro irmãos, foram reduzidos a três! — Cris gritou enquanto entravamos na casa caindo aos pedaços onde eles moravam.
Os três homens, que a pesquisa mostrou serem russos, estavam amarrados em cadeiras, já completamente sem nenhuma peça de roupa e algumas marcas roxas no rosto.
— Vai para o inferno seu desgraçado! — um deles gritou mostrando o quanto o afetava ter perdido um irmão.
— Aquele merdinha do seu amigo foi rápido em atirar nele, pena que não viveu para contar a história.
— É aí que vocês se enganam, Luke está vivo e bem. — falei e os três se entreolharam parecendo apreensivos. — Vocês não souberam fazer nada do serviço, uma câmera pegou cada carinha bonita de vocês e foi assim que os encontramos.
— Poderiam ser preso pelo conteúdo da gravação, mas nossa intensão aqui é outra. — Cris entrou na conversa abrindo uma maleta e revelando objetos de tortura. — Queremos todas as informações sobre a pessoa que pagou vocês e para onde a levaram.
— Ei cara, calma aí. Se acalma que vamo resolver, vamos dar um jeito entrar em um acordo. — um deles começou a pedir de forma afobada quando viu Cris pegando um alicate. — Não faz issooooo!
Ele gritou mas já era tarde, Cris já tinha arrancado o dente do infeliz mostrando que não estava ali para brincadeiras.
— Então o que vai ser? Mais respostas ou mais disso? — questionei e logo eles começaram a tagarelar.
— Foi um cara, ele pagou a gente em dinheiro, cem mil para pegar a loira e não machucar só isso!
— Ele mandou matar qualquer um que estivesse no nosso caminho e não deixar testemunhas. — o outro emendou, mas ainda não estavam falando o importante.
— Qual o nome? — rosnei a questão. — E onde a deixaram?
O silêncio voltou a reinar e Cris se virou para o outro irmão, dando uma pancada no joelho que o obrigou a gritar, então ele agarrou o maxilar do homem enfiando o alicate na boca e agarrando mais um dente. O homem esperneou e gritou, mas não surtiu nenhum efeito, eu não ia ter dó ou compaixão, estava preocupado com Magie e nosso filho, o resto do mundo poderia queimar!
— A levamos até um barco no pier, a deixamos lá e pegamos o dinheiro, não vimos o homem nenhum só vêz
Eles com certeza não estariam mais lá a essa altura, o barco já deveria estar longe e agora voltamos ao beco sem saída.
Então quando estávamos achando que não teríamos mais para onde ir a casa explodiu em tiros, os sons altos nos ensurdeciam e eu sabia que tinham muitos homens trocando tiros no andar de cima.
Meu coração estava disparado e de certa forma eu sabia que só podia ser o mesmo homem que a levou, que pagou pelo serviço. Com a arma em punho eu me posicionei perto da escada, pronto para atirar nele.
— Presta atenção, fica junto de mim! — ele ordenou me empurrando para o canto e se colocando a minha frente.
— Ora, ora, não foi difícil achar vocês afinal, bastou colocar um rastreador nesses merdinhas aqui e a mágica aconteceu. — um homem que eu nunca tinha visto antes desceu as escadas com um sorriso no rosto e dois homens a sua frente muito bem armados. — Souberam fazer bem o trabalho, deixando um caminho inteiro de migalhas, era exatamente o que eu queria, migalhas que só uma pessoa iria seguir. Esses doidos aí!
— O que quer? Onde está a Magie? Me devolve ela, devolve ela pra a família dela! — gritei desesperado, mas ele apenas sorriu ainda mais.
— Você vai vir comigo, ela chama por Alejandro enquanto dorme, te chama de amor e pede por socorro. — meu coração disparou no peito com a ideia dela me chamando e se afundou na mesma proporção em saber do perigo que ela corria. — Se quiser vê-la de novo venha comigo, eu nem vou matar seus amigos apenas esses três irmãos de merda.
— Não vai! — Cris rosnou a minha frente e me empurrou para trás mais uma vez. — É uma cilada, ele não vai liberar ninguém com vida e você não sabe se ele vai te levar até ela.
— Eu nunca mentiria sobre isso, ela o quer e eu preciso que ela se comporte. Então vai ser uma troca justa. — o homem garantiu e deu a ordem para que seus homens avançassem e atirassem nos homens amarrados nas cadeiras. — É você quem escolhe, não tem como confiar em mim, mas eu sou sua melhor opção nesse momento. Ou vem comigo pacificamente, ou morre e ela é a próxima.
— Cris, eu tenho que tentar, tenho que arriscar ela precisa de mim! — ele me censurou com o olhar, mas não disse nada dessa vez, apenas me deixou passar.
Assim que alcancei os homens meus braços foram segurados com força e o homem se aproximou ficando bem perto de mim. Não vinha ninguém a minha cabeça, não tinha ideia de quem ele poderia ser.
— Um merdinha desses e achou mesmo que ia ficar com uma mercadoria como aquela! — ele cuspiu no meu rosto e eu só queria socá-lo por chamá-la de mercadoria.
— Só me leve até ela! — então ele acertou um soco no meu estômago me fazendo curvar para frente em busca de ar.
— Você vai garoto, você vai. Mas antes nós vamos amaciá-lo um pouquinho! — ele garantiu e se virou subindo as escadas enquanto seus homens me levavam logo atrás.
Eu não podia ouvir Cris andando atrás de nós e eu sou e que ele não estava me seguindo, só não entendi o motivo disso. Havia um cheiro forte no ar notei assim que subimos as escadas, algo como gasolina ou parecido, um cheiro que não estava ali quando entramos.
Assim que saímos da casa me empurraram para dentro de um carro preto, mas chefão fez questão de empurrar meu rosto contra o vidro, sem se importar em me cortar.
— Preste bem atenção e assista seus amigos queimarem! — ele disse atrás de mim e meus olhos procuraram uma fagulha ou um ponto de incêndio e não demorou para que aparecesse e o fogo começasse a consumir tudo ali.
Porra eu não podia acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo, todos estavam morrendo. Cris e seus homens, Luke, todos em um único maldito dia!
Eu não podia perder mais ninguém, e principalmente eu não podia perdê-la! Ia até o inferno se fosse preciso, daria a minha vida em troca da dela, mas não deixaria que nenhum mal acontecesse a ela e ao nosso bebê.