Capítulo 36
1494palavras
2023-08-29 09:06
Dirigia como um louco até o endereço que ela tinha me dado, enquanto Patrick dava um jeito de encontrar Cris e trazê-lo até aqui, dessa vez era um caso de vida ou morte, Magie estava correndo perigo.
Quando cheguei a casa o portão da frente estava aberto e a porta da frente estava caída no chã, o batente da porta destruído, mostrando que a porta tinha sido aberta com algum chute.
Aquilo só fez meu sangue gelar ainda mais, porém eu tinha que entrar e me focar no que encontrasse no caminho, porque seria importante para encontrar minha Barbie.
A sala estava destruída, vidro pelo chão junto com os pedaços de madeira quebrados, e no meio de tudo isso estava o corpo do meu amigo, inerte e cercado por sangue.
Ver aquela cena acabou comigo e eu desabei de joelhos no chão. As lágrimas caíram sem que eu conseguisse controlar, os olhos fechados, o rosto pálido, aquele não era meu amigo não lembrava nem de longe o homem cheio de vida.
— Porra Luke! — gritei tentando achar um lugar para tocar nele, mas o sangue era tanto que ficava difícil saber onde ele tinha sido machucado.
Mas eu coloquei os dedos no rosto dele e o par de olhos se abriu no mesmo instante, me assustando como um inferno. Não podia ser, não com aquele tanto de sangue, ele não podia estar vivo.
Coloquei meus dedos sobre o pescoço dele e lá estava, o pulso fraco e quase inexistente, mas ainda estava lá, ele estava vivo, se segurando por um fio.
Saquei o celular do bolso pronto para ligar para o socorro quando passos apressados entraram na casa. Eu só tive tempo de erguer a mão com a arma para ver o rosto de Cris bem na minha frente.
— Droga!
— Ele está vivo! Ele está vivo! — exclamei mais de uma vez, como se quisesse passar essa garantia para mim também.
Rapidamente um dos homens dele brotou dentro da casa, se ajoelhando ao lado de Luke checando todos os sinais vitais e aplicando soro e mais coisas que eu não tenho ideia do que fosse.
Eu ainda estava atordoado com o cenário a nossa volta, Cris entrando de sopetão e agora com sua própria equipe socorrista.
— Chequem todo o lugar, quero saber de qualquer coisa estranha. — ele ordenou e os outros homens entraram na casa começando a vasculhar tudo.
— Você o virou? — o médico me perguntou e eu o encarei confuso. — os ferimentos das balas foram um no braço e dois nas costas, ele provavelmente estava de frente quando atiraram pela primeira vez, mas deve ter corrido e então foi atingido uma vez nadas costas, caiu no chão e foi atingido mais uma. Mas agora ele está de frente, você o virou?
— Não! Não, eu cheguei aqui e ele já estava assim.
— Seu amigo é muito forte. Vamos levá-lo para o hospital de uma vez!
Rapidamente nós o colocamos na maca e eles o levaram em um piscar de olhos, mas ainda tinha a parte mais difícil, encontrar Magie.
Meu corpo tremia só de pensar que ela estava nas mãos daquelas pessoas, das pessoas que atiraram no meu amigo daquele jeito, atiraram para matar. Respirei fundo tentando me acalmar e ergui os olhos para o céu pedindo forças.
Logo agora que as coisas estavam começando a dar certo, logo quando eu jurava que íamos nos acertar e viver em paz, essa merda toda tinha que acontecer.
Estava resmungando comigo mesmo quando meus olhos pousaram na câmera de uma casa do outro lado da rua. Poderia não ter pegado tudo, nem mostrado a cara dos sequestradores, mas podia nos dar algo.
— Cris! Olha o que eu achei. — gritei já correndo para o outro lado da rua pronto para chamar a dona da casa.
— O que você... — ele foi interrompido no mesmo instante que uma senhora de idade abriu a porta.
— Bom dia senhora, eu sou o marido da mulher que se mudou ali para a frente e eu queria saber se podemos dar uma olhadinha nas imagens da sua câmera. — a mulher fechou um pouco mais o portão e semicerrou os olhos com desconfiança, eu não a julgava por isso. — Meu amigo foi baleado e alguém levou a minha mulher, precisamos descobrir quem!
— Aquela mocinha loira, ela é um amor, me dá bolinhos quase sempre. — ela disse sorrindo e me deixando feliz em saber que Magie estava se enturmando. — Mas ela não me disse nada sobre marido, acho melhor esperarmos a polícia.
— Eu sou da polícia senhora! — Cris afirmou sacando do bolso um distintivo policial, me deixando surpreso, ele estava mesmo preparado.
— Ora, porque não disse logo. Entrem, entrem! — ela foi logo abrindo o portão com toda a inocência do mundo. — Eu ouvi o tiroteio no começo da noite, era por volta das seis e meia, foi uma bagunça, os cachorros não pararam de latir por um bom tempo depois que tudo foram embora.
Ela nos mostrou o celular onde as imagens ficavam gravadas no aplicativo. Cris começou a passar rápido as imagens procurando o exato momento, precisávamos de uma placa, um rosto, marca, tatuagem, qualquer coisa que nos ajudasse a indentificar o grupo.
— A senhora viu quem foi? Conseguiu notar algum detalhe?
— É pra isso que vocês querem as imagens? Nós sabemos quem foi, toda a vizinhança sabe, a polícia também sabe. — ela disse encarando Cris com uma cara nada boa. — Nunca aparecem quando denunciamos um crime nessa vizinha, porque aqui é território daquela gangue.
— Eu não sou daqui, dessa cidade e Magie é minha amiga. Faremos qualquer coisa pra prender os babacas.— ele mentiu na cara deslavada. Quando botassemos as mãos nesses vermes não seria para serem presos e sim mortos por se meterem com as pessoas erradas.
— A gangue é de quatro irmãos, eles dominam o bairro todo aqui. — ela nos deu a ficha completa dos quatro irmãos e onde iríamos encontrá-los, assim como me garantiu que andavam fortemente armados.
Cris as imagens e eu senti como se uma faca fosse cravada em meu peito quando vi minha Barbiezinha sendo arrastada pelos braços por dois brutamontes. Ela claramente desmaiada, os pés arrastando no chão, a cabeça tombada para frente.
A única certeza que eu tinha de que ela estava viva é porque se a quisessem morta ela estaria em uma poça de sangue assim como Luke. Mas eles a levaram, estavam atrás dela e isso ficou claro na ligação, Luke não tinha serventia para eles, mas sim ela, Magie era o alvo. Mas de quem e porque?
— Vamos montar uma operação na empresa, puxar tudo o que encontramos sobre esses caras enquanto meus homens os trazem até nós. — Cris me confidenciou quando deixamos a casa e eu queria muito ir com os homens dele atrás dos bastardos, mas ele tinha razão esperar seria melhor, eu deveria guardar minha segurança para quando descobrissemos o paradeiro dela.
— Minha mãe, eu preciso pegá-la em casa e a deixar segura na casa da Sophie.
— Então vamos direto para lá e um dos meus homens pode levá-la pra montanha, sei que você vai preferir estar por perto enquanto interrogamos os irmãos.
Ele tinha razão, não ia me afastar de arrancar as respostas deles, eu precisava disso e ia ter.
Minha mãe se assustou quando eu gritei no portão da minha irmã a chamando e quando viu o carro.
— O que aconteceu? Você não devia estar com a Magie? E esse sangue na sua roupa Alejandro? O que diabos aconteceu?
— Mãe a gente precisa ir, não tenho muito tempo, mas explico tudo no caminho. — minha irmã apareceu na porta, com a minha sobrinha no colo e eu suspirei sabendo que não podia deixa-las para trás. — Pegue a Elisa e a bebê e vamos agora. Ele vai levar vocês até a casa da Sophie onde vão estar seguras.
Elas foram rápidas em pegar apenas o necessário e sair da casa. Não sabia quanto tempo ia levar para os homens de Cris acharem os vagabundos e os prender, mas eu esperava que fosse logo pois não queria perder nem mais um minuto longe dela.
— Onde está a Magie filho? Só me diga isso. — ela implorou na porta do carro relutando para entrar.
— Alguém a levou mãe, sequestraram ela e quase mataram o Luke!
Minha mãe cambaleou com a notícia, quase caindo no chão, mas eu fui mais rápido e a mantive no lugar.
— Isso não pode ser! Não pode acontecer! — dona Rosa agarrou meu rosto já chorando de forma devastadora, me deixando ainda mais nervoso. — Ela está grávida Alejandro! Era isso que estávamos escondendo e que ela ia contar pra você essa noite no encontro. Magie está carregando seu filho ou filha nesse momento!