Capítulo 54
1320palavras
2023-09-01 00:06
Roxanne estava de coração partido... Ela sentiu desgosto, por ele ter simplesmente se recusado a fazer o que ela esperava dele, ele a magoou.
Mas, ela poderia realmente dizer que Lancelot partiu seu coração? Ela esperava alguma coisa dele? Ele era obrigado a fazer algo por ela? Roxanne não estava entendendo por que tantas perguntas continuavam a passar pela sua cabeça.
A dor de cabeça que ela ainda estava sentindo também não a ajudava.

Peter se aproximou dela, analisando seu rosto delicado em busca de qualquer sinal de estresse. Apesar dela ter passado muitas horas dormindo, havia olheiras no seu rosto e ela parecia visivelmente pálida.
"Você precisa tomar café da manhã", ele falou. Roxanne olhou para ele, com um sorriso triste no rosto. "E precisa tomar banho também".
Mas a jovem estava sem energia.
"Eu não posso fazer isso aqui", ela respondeu, forçando um sorriso.
Peter percebeu, ele queria dizer a ela que ela não precisava fingir suas emoções, perto dele. Ver Lancelot mentir continuamente para si mesmo e não demostrar suas emoções para as pessoas o dia todo estava sendo cansativo demais para Peter, ele realmente não precisava de outro Lancelot em sua vida.
Ele se perguntou por que as pessoas achavam tão difícil demostrar como se sentiam. Mas, novamente, ele percebeu que as vezes quando estava genuinamente chateado com Lancelot, ele nunca disse uma palavra sobre isso para ele. E quando Lancelot pedia ajuda para ele, ele soltava um sorriso largo no rosto. Então, ele também estava sendo hipócrita. Peter se encolheu, isso não era uma coisa muito legal de descobrir sobre si mesmo.

"Isso é compreensível", ele finalmente murmurou, baixinho. Ele olhou para Arthur, que estava olhando para fora da janela.
"Vossa Alteza eu irei acompanhá-la de volta aos seus aposentos, senhorita Roxanne. Só pra ter certeza de que ela não cairá novamente", Peter falou, piscando para Roxanne.
Ela riu. Dessa vez, foi um som genuíno. Peter tinha a habilidade de trazer luz para situações mais desagradáveis. Talvez tenha sido assim que até hoje ele conseguiu ficar trabalhando para Lancelot. Ele frequentemente ouvia as pessoas falarem sobre como ele foi assistente pessoal que mais trabalhou para Lancelot.
Ao ouvir a fala de Peter, Arthur olhou para ele. Seus olhos percorreram sobre o corpo pálido de Roxanne mais uma vez, quando seus olhos se encontraram, ele desviou o olhar novamente.

Roxanne desviou o olhar do jovem, que ela agora conhecia como irmão de Lancelot, e rapidamente olhou para Peter.
"Por favor, faça isso. O cheiro de anti-séptico nesse quarto é horrível". Peter acrescentou, fazendo uma cara feia, "Não consigo nem respirar direito desde que entrei nesse quarto".
A ver essa cena, Roxanne riu alto.
"Nem eu aguento mais. Eu realmente preciso sair daqui".
Peter se curvou em cortesia e estendeu a mão para ela.
"Então, por favor, senhorita Harvey, fique à vontade".
Roxanne deu um sorriso. Ela adorava o jeito que Peter tratava ela. Ele parecia ter sempre uma piada na ponta da língua para cada situação, parecia sempre saber o que dizer.
Roxanne deu a mão para Peter, ela colocou os pés no chão e agarrou as mãos dele para se apoiar enquanto se levantava. Quando ela sentiu seus joelhos dobrarem lentamente, ela agarrou a mão dele com mais firmeza.
Os olhos de Peter se encontraram com os dela.
"Tenha calma agora, vá com calma. Um passo de cada vez, vamos bem devagarzinho".
Apesar dos analgésicos que ela havia tomado antes, as dor forte em sua cabeça ainda não haviam passado. Quando ela colocou os pés descalços no chão frio de mármore, pareceu que a dor piorou. Roxanne sentiu como se sua cabeça fosse se partir ao meio.
Ela fechou os olhos com firmeza enquanto lutava para ficar parada. Quando ela finalmente conseguiu ficar firme no chão, ela soltou a mão de Peter.
"Tem certeza de que está bem, Srta. Harvey?", quando ele perguntou, seus olhos analisaram o corpo pálido dela.
Roxanne assentiu com a cabeça, com um sorriso no rosto.
"Claro, Peter. Muito obrigada por cuidar de mim".
'Ao contrário de algumas pessoas', ela quis acrescentar, o pensamento quase a fez franzir a testa, mas ela manteve o sorriso largo estampado no rosto.
"O prazer é todo meu, senhorita. Agora, se me permite, iremos para o seu quarto. Tenho certeza de que Vossa Alteza tem muito o que fazer hoje, assim como eu".
Quando ele disse "Vossa Alteza", Peter olhou para Arthur novamente. E Roxanne não conseguiu conter a vontade de olhar para ele também.
Ela estava confusa.
Por que ela constantemente se virava para olhar para ele? Por que parecia que ela já tinha visto aqueles olhos antes? E por que ele sempre desviava o olhar dela tão rápido? Por que ele estava quieto?
Isso estava assustando Roxanne. Ele não disse uma única palavra desde que ela abriu os olhos.
Ela achou isso muito estranho. Roxanne sentiu uma sensação muito estranha no estômago. Era como se algo a estivesse incomodando, mas ela não conseguia saber o que era. O sonho que ela teve, de repente, desapareceu da sua mente no momento em que ela abriu os olhos. E Roxanne nunca esquecia os sonhos que tinha, especialmente quando ele lhe dava aquela sensação desconfortável no estômago, aquela que ela estava tendo no momento.
Roxanne sentiu que algo estava faltando. E não importava o quanto ela tentasse lembrar, ela simplesmente não conseguia imaginar ou pensar em nada.
Ao saírem da enfermaria, ela se virou para Peter.
Ela sabia que podia confiar nele para entender o que havia de errado com ela.
"Você disse que me encontrou esparramada no chão do meu quarto".
Peter pareceu surpreso com a pergunta dela, mas se não demostrou de imediato.
"Sim, foi isso", ele respondeu, categoricamente.
"Você sabe o que eu estava fazendo antes disso?", ela perguntou novamente, olhando atentamente para ele. Ela precisava se lembrar da última coisa que estava fazendo antes de desmaiar, talvez então ela pudesse descobrir o que a estava deixando tão inquieta.
Peter falou, sem olhar para ela.
"Não tem câmeras nos quartos, senhorita Harvey".
Por alguma razão, ele parecia um pouco irritado, diferente de como costumava ser, do jeito alegre e engraçado.
Talvez ela tenha o irritado com suas perguntas persistentes.
"Sinto muito, é que sinto que algo está me incomodando, mas não sei o que é. Tenho me sentido extremamente desconfortável desde que acordei".
Ainda assim, Peter continuou sem olhar para ela.
Quando chegaram até a porta do quarto dela, Peter abriu para ela. Nesse momento, ele se virou e olhou para o rosto dela.
"Você deveria descansar um pouco. Eu vou mandar as empregadas prepararem um chá pra você. Isso a ajudará a dormir. Quando você acordar, tenho certeza que você estará bem melhor".
Enquanto ele falava, Roxanne entrou no quarto com um sorriso triste no rosto. Ela não podia evitar, a sensação era muito estranha.
Quando Peter fechou a porta do quarto, Roxanne voltou a olhar para seu quarto. Sua cama estava bem arrumada, seu laptop e os papéis estavam devidamente arrumados.
Pela primeira vez na sua vida, Roxanne ficou irritada ao ver seu quarto arrumado. Se as empregadas o tivessem deixado do jeito que estava antes dela ser levada para a enfermaria, ela poderia tentar se lembrar da última coisa que fez antes de desmaiar. Agora, sua mente estava em branco, e isso a deixava mais desconfortável ainda.
No entanto, ela decidiu seguir o conselho de Peter. Ela foi tomar um banho gelado. Quando terminou, ela saiu para tomar uma xícara de café e comer dois sanduíches que estavam em uma bandeja, em cima da sua cama.
Ela comia e ia dormir.
Talvez se ela acordasse mais tarde, menos estressada e mais leve, pudesse descobrir o que estava acontecendo com ela.
Com isso, Roxanne se acomodou na sua cama e deu uma grande mordida no sanduíche.
Em vinte minutos, ela terminou de comer, se cobriu com o edredom e dormiu profundamente.