Capítulo 52
1809palavras
2023-08-30 00:03
Vinte anciãos, de alcateias vizinhas estavam sentados na sala do trono, aguardando a presença do Alfa Edward. Já era meio-dia e nenhum deles tinha ouvido alguém falar sobre a caçada. Nem mesmo o chefe do conselho, Garrett Relish, que era quase como um membro da família.
Então, eles se reuniram e marcaram uma reunião de emergência no palácio. Nesse momento, todos estavam sentados na mesa principal com Garrett.
Edward entrou na sala do trono. Ele tinha acabado de ser informado por um guarda do palácio que os anciãos estavam esperando por ele. Ele se preparou o mais rápido possível — tanto fisicamente quanto mentalmente — ele sabia por que eles estavam no palácio.
Rapidamente todos os anciãos se curvaram a ele.
"Vossa Majestade, nós o cumprimentamos Alfa".
Edward olhou em volta, acenou com a mão respondendo aos cumprimentos, com um sorriso nervoso no rosto. Ele se sentou no trono real, o assento que seu pai já sentou uma vez. Ele rezou para que seu filho não perdesse esse trono pelo o que ele havia feito.
Ele olhou em volta, Madeline e Lancelot ainda não tinham chegado. Ao saber da chegada dos anciãos, ele implorou à mãe que falasse com a sua esposa e o seu filho, exigindo a presença deles.
"Diga a eles para me encontrarem na sala do trono, acho que a coisa tá feia por lá", ele havia dito.
Edward soltou um suspiro.
"Você consegue fazer isso", ele sussurrou baixinho. Ele não demonstrou, mas Edward estava morrendo de medo. Ele estava com medo do que poderia acontecer com futuro de seu filho. Ele só queria ter falado com Madeline antes de aparecer nessa reunião.
"Alfa Edward...", Garrett Relish, o chefe do conselho de anciãos, foi o primeiro a falar.
"A caça cerimonial do seu filho, o futuro Rei Alfa desse reino, tivesse ocorrido ontem à noite, e queríamos saber o que aconteceu...", ele fez uma pausa, antes de se virar e olhar para o resto dos anciãos.
"Ou não deveríamos saber?", ele finalmente perguntou.
"Nós deveríamos!", os anciões responderam.
'Não mesmo', Edward pensou, sem falar em voz alta.
"Porém, está quase anoitecendo e não ouvimos uma palavra sobre como foi a caça. Nós deveríamos ter recebido convites comemorativos para beber e festejar a conquista do seu filho. Mas, até o momento em que pisamos no palácio, não aconteceu nada disso...", ele parou e olhou em volta.
"E pelo que eu tô vendo, não tô vendo ninguém preparando a festa".
"É verdade!", um dos anciãos disse em voz alta, outro murmurou concordando com ele.
Edward engoliu em seco e analisou a sala mais uma vez.
Onde Madeline estava?
"Então, viemos aqui como os anciãos e membros do seu gabinete real, para perguntar o que está acontecendo".
Edward suspirou fundo e olhou para os homens novamente.
"Bom, como você notou, não haveria comemorações para a caçada do meu filho..."
Os anciões começaram a murmurarem. Isso o deixou irritado, Edward gritou, exigindo silêncio e a atenção de todos eles.
"Como todos sabem, Lancelot é um homem muito quieto e reservado, então ele decidiu que não queria comemorar", Edward disse.
Mas os anciãos não se convenceram com apenas isso.
"Ele nem é Alfa ainda, e tá mudando a tradição?!", um outro homem gritou.
"A comemoração é tão importante quanto a caça cerimonial! É o dia em que ele deveria jantar e beber vinho com os sábios da alcateia! E receber as nossas bênçãos!"
"Exatamente!", outros anciãos concordaram.
Garrett olhou para Edward, ele notou que ele estava triste. Era muito difícil ter um filho tão reservado quanto Lancelot, e Garrett sabia disso. Mas, Lancelot seria seu genro em menos de um mês, ele decidiu que não faria mal ajudar o jovem.
"Senhores!", ele gritou. A sala ficou em silêncio rapidamente.
"Não se esqueçam que estamos na presença do Alfa. Não podemos insultar ele. Não se esqueçam que o homem de quem estamos falando será nosso Alfa em menos de cinco dias, devemos Respeitá-lo. Foi um lobo da família real Dankworth que iniciou a tradição. Portanto, é compreensível se outro lobo Dankworth pretende acabar com isso", ele falou, ganhando toda a atenção de seus colegas, e de Edward também.
"Por que ele não colocaria um fim nisso, se o mesmo sabotou a caça cerimonial?", uma voz feminina disse.
Eles não a teriam ouvido, mas ela tinha acabado de falar sobre algo muito delicado para todos eles.
Todas olharam para a porta, incluindo Edward.
Hermione estava parada na porta, com Albert ao seu lado.
O coração de Edward começou a bater mais forte. Ela não deveria estar no hospital com Edward? O que eles estavam fazendo no palácio?
Ela se virou para o trono, e viu Edward. Hermione olhou profundamente nos olhos frios do seu irmão.
"Me perdoe irmão, mas eu sou a primeira filha do meu pai e antes de ser sua irmã. Eu sempre cumpro minhas responsabilidades onde fui criada", Hermione disse em voz alta, se virando para longe de Edward.
Com a fala da mulher, os anciãos ficaram curiosos. Todos trocaram olhares, curiosos para saberem o que Hermione tinha a dizer.
"Se você tem algo a dizer, diga logo!", um homem gritou.
"Sim, por que você não fala logo?", outra voz falou.
"Você não pode ficar fazendo suspense por tanto tempo assim! Pode falar".
Hermione ia começar a falar, mas Albert a segurou pelos braços. A mãe, se virou para ele, ela estava dando um sorriso irônico.
Ele queria contar tudo.
Ele deu um passo à frente e se curvou para Edward e os anciãos.
"Vossa Majestade, anciões", ele os cumprimentou, mas ninguém respondeu. Havia tanta tensão naquele lugar que eles nem se preocuparam em os cumprimentar de volta.
Ele deu mais um passo à frente, fazendo gestos com as duas mãos.
O coração de Edward começou a bater mais forte contra seu peito. Ele pensou que seria capaz de resolver tudo com os anciãos e deixar o assunto para trás. Mas, agora que Hermione estava por lá, e ele sabia que ela estava determinada a trazer tudo à tona. Edward entendeu porque Madeline sempre dizia que Hermione não era confiável.
Quando Albert parou no meio da grande sala do trono, ele olhou em volta e falou.
"Não houve comemoração cerimonial depois da caçada, porque não houve caçada".
Mais uma vez, murmúrios invadirão a sala do trono. Ninguém estava acreditando no que tinham acabado de ouvir.
Não houve caça? Mas a caça sempre foi programada no dia da lua de sangue, e não haveria mais luas de sangue novamente nessa temporada, então eles pretendiam esperar até a próxima temporada para a coroação de Lancelot?
Garrett foi quem mais se incomodou com essa revelação. Quanto mais a caçada demorasse, mais o casamento da sua filha com Lancelot seria adiado.
O que realmente tinha acontecido?
"Você disse que não houve caça?", Garrett perguntou, apenas para ter certeza de que tinha ouvido bem. Albert sorriu e se virou para Edward, os olhos de Garrett analisaram o Alfa. Os olhos de Edward estavam queimando de raiva, embora o seu corpo não demonstrasse.
Eles estavam escondendo algo deles?
Garrett não precisou perguntar mais nada, pois a resposta escapou da boca de Albert imediatamente.
"A caçada foi interrompida por uma humana..."
Os olhos de Garrett se arregalaram.
"Uma o quê?!", Todos do salão ficaram em choque. Fizeram tanto barulho que ninguém conseguia se ouvir. Edward sentou e continuou em silêncio, ele estava pronto para assistir o drama que eles iam fazer na frente dele.
"Essa humana foi trazida para cá pelo príncipe, Lancelot. Eu sei disso, porque ele abandonou a caça, depois de quase me matar, para salvar a garota, aquela impostora".
Garrett não podia acreditar no que estava ouvindo, nem seus colegas. Ao seu redor, as pessoas continuaram a murmurar, mas ele permaneceu quieto, olhando em volta e não disse absolutamente nada.
Nesse momento, Madeline entrou na sala do trono, mas ninguém prestou atenção nela. Confusa, ela se virou para o marido. Quando seus olhares se encontraram, o coração de Madeline se despedaçou em pedaços.
Eles descobriram, todos eles já sabiam. Ela se virou para olhar para a mulher pela qual havia passado ao entrar na sala do trono. Madeline estava com tanta pressa que não a notou antes.
Ela encontrou Hermione toda sorridente. Madeline não queria nada mais do que ir até ela e bater seu crânio contra a parede.
Lancelot entrou na sala do trono, logo após sua mãe. Ele estava com o mesmo olhar indiferente de sempre e caminhava com tanta segurança que parecia não se importar se iria se prejudicar.
De alguma forma, os anciãos notaram sua presença, pois todos ficaram em silêncio e se viraram para olhar para a porta.
"Você!", um dos anciões gritou.
Lancelot ficou ao lado de sua mãe e olhou para o homem que estava apontando o dedo para ele. Ele desviou o olhar do homem e olhou para sua mãe.
"Ele ainda tem coragem de manter a cabeça erguida depois de tudo o que fez!", outro ancião gritou.
Os olhos de Madeline imploravam para que Lancelot pelo menos demostrasse algum sinal de remorso, mas ele não fez nada disso.
"Ele nos enganou! E colocou cada um de nós em perigo!"
"Uma humana? Uma mulher? No palácio real? Isso nunca aconteceu antes!"
"Esperamos mais do herdeiro do trono. O que aconteceria depois que você se tornasse o Alfa? Você permitiria que bruxas, vampiros e sabe-se lá o quê mais, você deixaria entrar em nossas terras!"
Entre acusações e gritos, Lancelot continuou quieto. Era óbvio que ele não se importava, ou não via a razão pela qual os anciãos estavam tão irritados. Madeline foi até ele para beliscá-lo, mas Lancelot não olhou para ela.
Ele estava olhando fixamente para Albert. Seu primo estava com um sorriso presunçoso no rosto. Naquele momento, Lancelot se arrependeu de não ter arrancado seu pescoço com uma mordida, ou mesmo arrancado os olhos de Albert.
"Anciãos, esperem!", Madeline tentou intervir, mas foi ignorada.
"Não vamos permitir que você ajude seu filho a escapar dessa situação, Vossa Majestade. Se houver algo que ele queira dizer, deixe-o falar", Garrett falou dessa vez, seus olhos se estreitaram no seu futuro genro.
Ele estava achando difícil acreditar nele. E ele esperava, pelo bem de Ava, que isso tudo não fosse verdade. Mesmo que fosse, ele esperava que Lancelot tivesse uma boa explicação para dar ao conselho. Ficou claro que os anciãos estavam levando o assunto muito a sério.
Ouvir o homem questionar sua autoridade foi mais do que suficiente para fazer Lancelot desviar o olhar de Albert e olhar para o idoso.
Se falar fosse calar a boca de todos, então ele falaria.
No entanto, Lancelot sabia que precisava ter cuidado com o que fosse dizer. E ele tinha que fazer isso sozinho, e era óbvio que nem sua mãe nem seu pai tinham permissão para intervir.