Capítulo 36
761palavras
2023-08-15 11:30
Agora que finalmente ela estava sozinha, Roxanne se afundou ainda mais no sofá. Ela ainda não havia se recuperado totalmente de tudo o que tinha acontecido nas últimas horas.
Enquanto ela tentava não pensar em nada disso, sua mente não a deixava descansar. Agora sentada no sofá, ela se sentia como se estivesse em um túnel escuro. Quanto mais rápido ela caminhava para sair dele, mais longo o túnel ficava. Pior ainda, parecia não haver luz no fim desse túnel. De fato, não tinha fim.
Como tudo isso aconteceu? Até em um intervalo de tempo de dois meses?! Um dia, ela estava super feliz, se preparando para ganhar uma promoção, tendo um relacionamento feliz com um homem incrível, e no dia seguinte, ela havia perdido o emprego, o relacionamento e tudo o que restava de um bom relacionamento com sua família.
Sua família.
Ao pensar em tudo isso, uma vontade de chorar começou a invadir. Desde que Rayla quase a matou no hospital, nenhum deles tentou falar ou conversar com ela. Apenas Isabelle ligou e mandou uma mensagem para saber se ela estava bem. Seus pais não se importaram com ela. Ela poderia ter morrido ao chegar em casa e nenhum dos dois saberia.
Esse era o amor que eles sentiam por ela? Como as pessoas descartavam seus próprios filhos dessa maneira?
Sua vida se transformou em um grande pesadelo. Ela estava cansada disso tudo. A comparação constante com Rayla, traições, decepções, estava a deixando cansada de tudo.
E agora havia uma oportunidade de deixar tudo para trás. Estava bem na frente dela, encarando-a, a dar o primeiro passo para deixar para trás todas as inúmeras besteiras pelas quais ela havia passado.
Londres ficava a sete horas de voo de onde ela mora. Todas as lembranças ruins que ela tinha desse lugar. Essa proposta era um ingresso para conhecer novas pessoas, respirar novos ares, sorrir para novos rostos. Era um prêmio para ela ficar longe de toda a má sorte que essa cidade estava dando para ela nos últimos meses.
Mas isso era suficiente para fazer as malas e viajar para tão longe? Estar com pessoas de diferentes ideologias, diferentes princípios e valores. O sistema tributário aqui já era ruim o suficiente, mas ela não tinha ideia do quão rigoroso seria o do povo inglês.
Ir para Londres significaria estar perto dele. Como isso era óbvio, ele tinha uma vida lá. Ela estava realmente pronta para fazer isso?
Na pequena mesa de centro, seu celular começou a tocar. Uma mensagem havia sido enviada para ela. Roxanne olhou para o celular, ela não queria olhar quem era, mas não pôde deixar de ir ver.
Poderia ser algo importante, talvez uma mensagem de Emily. E isso era exatamente o que ela precisava agora. Uma mensagem da sua melhor amiga para lembrá-la de que o mundo não acabou, pelo menos não ainda.
Ela se inclinou no sofá e pegou o celular. Quando ela ligou o celular, viu uma mensagem de um número desconhecido. Suspirando fundo, ela clicou na mensagem e leu em voz alta.
"Hotel Romênia, amanhã às 10h. Não se atrase. Grupo de empresas Dankworth".
Ela desligou o celular. Era um convite para assinar o contrato de trabalho amanhã. Ele havia dito que não daria uma segunda oportunidade para ela depois dessa, pelo menos não dele. Portanto, ela tinha que agarrar essa agora, ou iria perder também.
Ela estava cansada de perder.
Então, ela decidiu ir ver ele. Se as condições para o trabalho fossem favoráveis a ela, ela iria aproveitar essa oportunidade.
Ela encontrou forças para se levantar, pegou o celular da mesa e foi para seu quarto.
Quando ela já tinha se preparado para dormir e estava deitada na segurança e no conforto do seu edredom, seu celular tocou novamente o que a fez se virar para a cabeceira da cama.
Quando ela olhou, viu que era uma mensagem de Emily.
"Ei, querida! Percebi que havia um problema nos fusos horários assim que cheguei aqui na França. Além disso, meus gerentes nem me deram um tempo para respirar. Enviei isso do banheiro de um restaurante em Lyon. Mal posso esperar para conseguir descansar e usar meu celular. Eu te amo, bebê, fique bem. P/S: espero que nenhum estranho bonito tenha esbarrado no meu carro hoje, ouviu? Bjs! ;3"
Ela deu um sorriso, pela primeira vez em horas, Roxanne desligou o celular.
Ela ainda não pagou Emily por bater em seu carro. Ela suspirou fundo e tentou dormir.
"Eu realmente preciso de um emprego", ela disse em voz alta, para si mesma.