Capítulo 37
1426palavras
2023-08-16 00:02
Que ridículo!
Roxanne levantou da cama exatamente às 8h da manhã. Depois de tomar um rápido café da manhã com rabanadas e suco de laranja, ela tomou banho, se vestiu e chamou um uber para ir até o hotel Romênia.
Ela decidiu não pegar o carro de Emily hoje. Sem ofensa ao carro ou a Emily, mas sempre que ela dirigia ele, o dia dela acabava sendo uma bagunça.
Hoje, ela não queria correr risco de ter mais azar. Ela havia aprendido o suficiente para não repetir os mesmos erros.
Esse dia iria provar a ela que ainda havia esperança para ela nesse mundo cruel, e ela rezou pela sua própria sanidade, que acabasse muito bem. Não havia o dizer e o que ela faria se hoje fosse um dia ruim. Havia tanta coisa que ela poderia aguentar.
Quando ela chegou no hotel, ela saiu do carro e entrou no prédio. De pé no saguão de recepção, ela tirou o celular da bolsa para poder ligar para ele.
A ligação começou a chamar, alguém atendeu quase que imediatamente.
"Grupo de empresas Dankworth", uma voz masculina desconhecida respondeu. Não era Lancelot. Se fosse ele, ela saberia.
Ela limpou a garganta para falar.
"Meu nome é Roxanne Harvey, eu queria falar com Lance...", ela parou no meio da frase, batendo em si mesma mentalmente.
"Senhor Lancelot Dankworth", ela continuou.
O homem do outro lado da linha riu.
"Você está falando com o assistente pessoal dele. Eu sou Peter Robertson e atendo a todas as ligações oficiais do senhor Lancelot. Ele está esperando por você, ele marcou com você às 10h, não foi?"
'Então, o senhor nariz empinado têm um assistente pessoal que atende suas ligações? Que rico da parte dele', bufou Roxanne mentalmente.
"Tá?", a voz, a quem ela agora chamava de Peter, gritou novamente.
"Sim, sim, ele marcou esse horário".
"São 9h45 agora, ele estará com você em quinze minutos. No entanto, você deve ir ao Suite Restaurant do hotel. Acredito que haja uma recepcionista por lá, que possa te orientar melhor".
Os olhos de Roxanne caíram sobre a mulher gordinha que estava na mesa à sua frente.
"Sim, têm".
"Legal! Vejo você em quinze minutos, senhorita Roxanne...?"
"Har...", a chamada terminou antes que ela pudesse responder.
Ela suspirou fundo e se aproximou da mesa da recepção. Depois de obter instruções do Suite Restaurant, ela se dirigiu para lá.
Formal e adequado. Foi a primeira coisa que ela pensou quando pisou no restaurante. Estava tocando de fundo umas músicas clássicas, e havia um barulho de garfos batendo nos pratos e taças de champanhe batendo umas contra as outras.
Quase não havia pessoas no local. O restaurante gritava riqueza, e ela podia muito bem imaginar Lancelot em tal ambiente. Afinal, o lugar era exatamente como ele.
Quando ela puxou uma cadeira, um garçom veio ao seu encontro.
"Alguma reserva, senhorita?"
Perdida, Roxanne se virou para ele. Ela não sabia se Lancelot havia feito alguma reserva. Mas, já que seu assistente disse a ela para encontrar ele por lá, isso definitivamente poderia significar algo.
Então, ela riu de nervoso.
"Ah, sim, eu vim aqui para ver o senhor Lancelot Dankworth", ela respondeu.
Ela observou os olhos do garçom percorrerem sua mão. Seus olhos brilharam, de repente. Ele olhou para Roxanne com admiração em seus olhos.
"Bem-vinda, senhorita", ele disse, bastante entusiasmado.
Roxanne se envergonhou. Quando ele foi embora, ela se acomodou na cadeira.
"Senhorita Harvey?", Ela ouviu a voz que tinha ouvido do celular agora a pouco. Ela desviou os olhos do bar requintado, para a direção da voz.
Um homem alto estava parado na frente dela, com um terno cinza estampado, olhos escuros do esmo tom do cabelo. Olhando para cima dele estava o homem cuja presença parecia paralisar todo o seu mundo: Lancelot.
Ela se levantou para cumprimentar a mão do homem.
"Senhor Peter", ela disse em voz alta, sorrindo.
Lancelot não estendeu a mão, então ela simplesmente acenou com a cabeça para ele.
Quando todos se acomodaram, Peter falou primeiro.
"É muito gentil da sua parte se juntar a nós, Srta. Harvey", ele deixou de lado a primeira vez que eles se encontraram, ela quase deu um soco no nariz dele.
"O prazer é todo meu", ela respondeu sorrindo, enquanto se esforçava para não olhar para Lancelot mais do que deveria. Mais uma vez, ele se vestiu bem. Ele sempre foi tão... perfeito assim?
"Acho que devo ir direto ao nosso principal motivo de ter vindo aqui", Peter falou novamente, colocando um arquivo cheio de papeis na mesa redonda, na frente de Roxanne. Seus olhos caíram sobre ele.
"Aqui está o seu contrato para o trabalho em Londres. Assim que você assinar, o trabalho, assim como todos os benefícios que vêm com ele, serão seus", ele disse em voz alta.
Roxanne o pegou e abriu. A primeira página tinha muitos detalhes chatos que ela obviamente não precisava ler. A única coisa importante que ela queria saber era o salário e os benefícios que vinham com o trabalho.
Então, ela folheou todas as páginas, até que viu a palavra 'benefícios' digitada em negrito. Ela começou a ler.
"Assim que esse contrato for assinado, você tem direito a...", ela parou de ler em voz alta e continuou o resto mentalmente.
A figura abaixo da manchete fez seus olhos se arregalarem.
Roxanne não percebeu que havia ficado em estado de choque, até que ouviu a risada de Peter.
Envergonhada, ela limpou a garganta e se endireitou, olhando para Peter, os olhos cheios de descrença. Ela engoliu em seco.
Diante dela, Lancelot notou como ela estava surpresa. Ele sorriu para si mesmo, ele a havia conquistado afinal.
"Trezentos e cinquenta mil libras por mês!", ela exclamou.
"Cerca de quatrocentos mil dólares", acrescentou Lancelot. essa declaração lhe rendeu um grande olhar de Roxanne.
"Isso é ridículo!", ela disse em voz alta, se virando para Peter, que estava com um sorriso no rosto.
"Mais uma casa e um carro da empresa. Por três meses?"
"Exatamente", Peter interveio.
Ela riu com descrença. Isso era bom demais para ser verdade. Ela tinha achado todas as respostas para seus problemas financeiros: aluguel, carro de Emily, empréstimos estudantil. E ainda sobrará muito mais.
"Esqueci de acrescentar que seu salário seria isento de impostos? Ele seria enviado para sua conta poupança para você fazer o que quiser", acrescentou Peter.
"Eu não entendo. Que trabalho eu vou fazer? Porque com certeza não li o jargão nas três primeiras páginas...", Roxanne perguntou em voz alta. Isso era um sonho, tinha que ser.
"Você trabalhará sob minhas ordens, atendendo às minhas necessidades, garantindo o sucesso e a ordem das minhas atividades diárias", Lancelot falou.
Trabalhando sob as ordens dele? Isso era uma coisa boa ou ruim?
"E o Peter?", ela perguntou, seus olhos se movendo para Peter.
"Ele precisa de um descanso".
"Vou tirar três meses de licença, então ele precisa de um substituto".
Roxanne olhou para Peter, como se perguntasse, 'você recebe tanto assim?'
Ele entendeu. E sorriu, como se dissesse, 'Você não tem ideia'.
"Assim que ele voltar, você poderá voltar para Nova York e, com a recomendação da minha empresa, poderá conseguir qualquer emprego que desejar em qualquer lugar desse país. No entanto, duvido que você queira voltar pra cá", Lancelot falou, seus olhos não a deixaram por um segundo. Ele estava observando sua expressão cuidadosamente.
Roxanne zombou.
"Claro que eu vou voltar! Não posso deixar minha terra natal por qualquer motivo. Não importa quanto seja o salário que você esteja me oferecendo, eu nunca aceitaria esse trabalho se tivesse que viver tão longe de todos que eu conheço", ela disse, rindo.
Os lábios de Lancelot se contraíram em um sorriso. Foi bom ele ter dito que ela ficaria por apenas três meses. Era tempo mais que suficiente para fazer ela ser dele, para sempre.
"Então, o que você me diz, senhorita Roxanne?", Peter perguntou, se inclinando sobre a mesa.
Roxanne sorriu e olhou para ele. Ela estava feliz, muito feliz.
"Posso levar isso pra casa? Algumas pessoas precisam tomar uma decisão comigo", Roxanne perguntou.
Peter se virou para Lancelot. Quando ele recebeu um olhar de aprovação, ele assentiu com a cabeça.
"Claro. Temos uma cópia".
"Eu parto na quinta-feira de manhã. Tome sua decisão antes disso", Lancelot acrescentou.
Mais uma vez, Roxanne sentiu seu batimento cardíaco acelerar. Ela tinha apenas um dia para tomar essa decisão importante.
Ela se levantou, juntando os papéis. "Claro, muito obrigada, senhor Lancelot. Foi um prazer te conhecer, Peter".
Ela saiu correndo da mesa, com um largo sorriso no rosto.
*