Capítulo 34
1117palavras
2023-08-09 13:18
Lancelot tinha decidido, após uma breve conversa com Peter, que iria jantar fora do hotel. Decidiu que iria de carro até um restaurante Michelin, onde apreciaria um bom vinho sozinho e pensaria.
Ele realmente precisava pensar.
Então, exatamente às 17h45, Lancelot estava pronto para sair. Ele informou a Peter que gostaria de fazer um tour sozinho pela cidade. Era mentira, ele precisava sentir a brisa, do burburinho da noite de Nova York para clarear a mente. Havia muita coisa acontecendo com ele.

Enquanto dirigia, Lancelot permaneceu calmo ou pelo menos tentou ficar. Ele daria um jeito de juntar tudo e...
'Companheira!', o grito de Ziko interrompeu sua linha de pensamento. Lancelot franziu as sobrancelhas.
Ele continuou dirigindo, mas o grito que Ziko soltou logo, em seguida, fez com que ele parasse.
'Ela tá aqui! Pare!'
Lancelot parou o carro rapidamente depois de desviar para o lado esquerdo da estrada. Ele estacionou ao lado de uma calçada. Ele estava visivelmente irritado enquanto olhava ao redor. Não havia nenhum sinal de Roxanne.
Só então, ele sentiu o perfume suavemente - o doce aroma da Lavanda. Dessa vez, havia um toque mais feminino. Seu lobo rapidamente sentiu, e ele também.

Ela realmente estava por perto.
E isso era estranho. A cidade Tudor, onde ela morava, ficava á uns quarenta e cinco minutos do centro e de carro. Ele sabia disso, desde do dia em que a viu na calçada com a amiga.
Então, o que ela estava fazendo aqui?
Essa era uma pergunta estúpida de se fazer, ele sabia. Mas ele não podia ignorar o desejo de descobrir o que ela estava fazendo.

Lancelot olhou para o lado direito da estrada, havia um restaurante ali. Seu coração começou a bater mais rápido.
'Ela está lá!', Ziko rosnou.
Sem pensar duas vezes, Lancelot voltou para a estrada, virou para o lado direito e estacionou o carro na garagem.
Seu cheiro estava mais forte agora. Quase como se ele estivesse sentado ao lado dela. Ele desceu do carro, trancou-o e caminhou rapidamente até o restaurante.
Antes de entrar, seus olhos a viram pelas janelas de vidro do restaurante. Ela estava sentada, estava com um vestido preto, e acompanhada de um...
A mandíbula de Lancelot se contraiu. Um homem.
Ele estava rindo, se inclinando para ela, roçando levemente as mãos nas dela, enquanto falava. Quando seus olhos se fixaram em Roxanne novamente, ela parecia entediada. Seus olhos passava uma enorme tristeza, era como se ela estivesse afundando cada vez mais na cadeira enquanto ele falava.
Ele odiava ver ela assim. E a única coisa que ele desprezava mais do que ver ela perturbada era ver a pessoa que a causava tudo isso rindo como se nada estivesse acontecendo.
Assim como sua irmã e seu marido fizeram no dia do casamento.
Agora, ela parecia exausta, como uma cachorrinha abandonada no meio da chuva.
Ele não podia suportar isso. Então, ele entrou no restaurante e se sentou atrás deles dois.
O homem continuou falando com ela, e toda vez que abria a boca para falar, havia uma menção à irmã de Roxanne, seguida de uma comparação rude e humilhante.
Pela Deusa de Lua, Lancelot queria ir até a mesa deles, pegar ele pelo pescoço e arremessá-lo pela porta. Ele queria quebrar sua medula espinhal, para que ele ficasse paralisado e incapaz de falar pelo resto de sua vida.
Mas ele ficou sentado. Seu temperamento estava aumentando a cada minuto. Ele se perguntou quanto mais golpes no rosto de Roxanne ele poderia suportar.
Finalmente, quando não aguentou mais, ele se levantou e foi até a mesa deles.
Alguém tinha que calar a boca daquele homem, antes que Ziko o deixasse mudo para sempre.
**************
Roxanne desviou o olhar dele enquanto afundava ainda mais na cadeira, tremendo de raiva.
O que Lancelot estava fazendo nesse restaurante? Ele já não tinha feito ela sofrer o suficiente? Já não tinha sido ruim o suficiente com ela. Agora, ele estava querendo fazer o quê? Fazê-la sofrer ainda mais?
Jeremy ficou visivelmente irritado com a intromissão de Lancelot. Suas sobrancelhas franziram para Lancelot enquanto ele franzia a testa.
"E você é quem?"
Lancelot desviou o olhar de Roxanne. Seus olhos azuis gelados pousaram no homem.
"Lancelot Dankworth", ele disse com calma, embora estivesse longe de ser calmo. Ele enfiou a mão no bolso da calça, tirou um cartão de visita e o colocou sobre a mesa, bem na frente dos olhos de Jeremy.
Os olhos do outro homem analisaram o cartão de visita. Ao lado da fonte, ele percebeu a qualidade e o design do cartão que estava á sua frente, o dele era uma grande piada. O cartão gritava milhares de dólares.
Os olhos de Jeremy ergueram-se novamente para Lancelot.
"...O chefe da Roxanne", ele continuou.
Com essa fala, os olhos de Roxanne se ergueram para analisar seu rosto frio. Ela teria dito algo a ele se não estivesse tão desanimada. Ela não conseguia sentir nada agora.
Jeremy ficou ainda mais irritado. Ele observou o contato visual entre os dois. A tensão entre eles e a intensidade dos olhares foram mais do que suficientes para deixar Jeremy desconfortável.
Definitivamente havia algo mais entre esses dois do que qualquer um deles parecia demonstrar. Com a presença dele, ela ficou relaxada. O homem parecia que poderia espremê-lo até a morte por apenas estar sentado com ela.
"Isso não lhe dá o direito de interromper a nossa reunião!", Jeremy finalmente falou, dessa vez com os olhos fixados ​​em Roxanne. Ela pagaria por permitir que o homem o insultasse.
"Roxanne..."
Quando ele abriu a boca para pronunciar o nome dela, os olhos de Lancelot avermelharam. Esse homem não merecia sua audiência, muito menos pronunciar seu nome.
"Você não deve dizer mais nada a ela e muito menos tentar contratar ela novamente. Se você fizer isso..."
Ele se inclinou sobre a mesa, colocando as duas mãos sobre a mesa enquanto encarava o homem com um olhar frio e perigoso.
"Nenhum lugar no mundo seria seguro o suficiente pra você se esconder de mim".
Os olhos de Jeremy dançaram entre Roxanne e o homem desconhecido. Pela expressão no rosto de Lancelot, Jeremy percebeu que ele não estava blefando. Esse homem era perigoso demais.
Com isso, Jeremy se levantou e foi embora.
Agora que era apenas eles dois, Lancelot olhou para Roxanne.
Ela ficou lá paralisada e abatida. Ele se aproximou dela, tirou o terno e colocou nela.
Ela soltou um suspiro suave quando ele colocou as mãos em seus ombros.
"Vamos, eu vou te levar pra casa".
Foi uma ordem, a qual Roxanne estava perdida demais para discordar. Lancelot a ajudou a se levantar, observando enquanto ela se abraçava.
Ela seguiu ele, até chegarem ao carro.