Capítulo 32
1291palavras
2023-08-08 15:00
Depois que ele tinha virado as costas para ela, Roxanne ficou lá, paralisada sem saber o que fazer.
Ela esperava que ele se voltasse e olhasse para ela. Que seus olhos pousassem nos dela: ela nem se importaria se ele tivesse pena dela, se isso fizesse com que ele lhe oferecesse o emprego de volta.
Ela não estava conseguindo ir para casa. Emily estava esperando por ela super ansiosa para receber boas notícias, como ela conseguiria voltar para casa cheia de lágrimas no rosto mais uma vez?
Infelizmente, quando ele estava indo embora, Roxanne segurou a vontade de correr atrás dele e também deu meia-volta para ir embora. Não havia mais nada que ela pudesse fazer.
O que restava fazer era voltar para casa e continuar tentando. Ela continuaria tentando até finalmente conseguir um emprego.
Talvez fosse o universo dizendo a ela que ser funcionária de um homem com quem ela já dormiu junto era uma má ideia.
Ela caminhou em direção ao carro de Emily que estava estacionado e entrou nele.
Mesmo estando sozinha dentro do carro, ela ainda sentia um formigamento no estômago e isso acontecia sempre que os olhos dele estavam fixados nela. Havia algo em seu olhar, por mais frio que fosse, que parecia chamá-la, que a possuía.
Roxanne balançou a cabeça com raiva. Ela não iria pensar ou falar sobre ele.
Não importava se ele tinha sido o principal motivo de suas fantasias sexuais depois da noite em que ficaram juntos. Agora, ela iria enterrar todos os momentos que tinha com ele, era óbvio que ele não queria absolutamente nada com ela.
Seus punhos se apertaram contra o volante.
Ela não queria mais nada com ele também, ou pelo menos tentaria.
Enquanto ela dirigia de volta para casa, ela ouviu o seu celular tocar. Roxanne rapidamente usou a mão esquerda para pegar o celular. Talvez Lance tenha mudado de ideia e enviado uma mensagem a ela.
Quando ela ligou o celular ela viu que era uma mensagem de Emily.
"Ei, querida, desculpe ter que mandar uma mensagem pra você em vez de ligar. Mas, é que eu tô no aeroporto e o meu celular está sem sinal. Recebi uma ligação de emergência do meu empresário. Há um colecionador de arte francês que se interessou em um dos meus trabalhos da galeria. Ele disse que queria se encontrar comigo e o mais rápido possível, eu tinha que sair de casa imediatamente. Eu estou indo para a França e vou voltar na quarta-feira de manhã. Você pode sobreviver um dia e meio sem mim, não pode? Farei o possível para ligar para você assim que chegar lá. Fica bem, amor!"
Roxanne leu em voz alta. Ela suspirou fundo e fixou os olhos na estrada.
A volta para casa foi silenciosa. Quando chegou, saiu do carro, conseguiu chegar até o pé da porta, abriu e se jogou no sofá.
Bastou um rápido flash dos acontecimentos do dia passar em sua mente para fazer ela chorar novamente. Sem ninguém para acalmar ela nesse momento, ela chorou para si mesma.
Ela ficou pensando no que havia nela que parecia atrair tanto azar para sua vida.
De repente, ela ouviu uma batida na porta de sua casa.
Ela gemeu de aborrecimento, mesmo entre as lágrimas, ela se levantou para ir ver quem era. O universo certamente estava de palhaçada com a cara dela, e Roxanne não sabia quanto tempo levaria até que o universo sucumbisse a seus desejos.
Ela enxugou os olhos lacrimejantes com as palmas das mãos, esperando que isso não mostrasse que ela estava chorando.
Roxanne ficou na frente de sua porta e firmou sua postura, antes de abrir um pouco a porta, para ver quem decidiu terminar de arruinar o seu dia.
Quando Roxanne avistou uma figura feminina muito familiar — e altamente desagradável — ela balançou a cabeça para afastar o dejavu que a invadiu.
Por que tudo isso parecia ter acontecido antes?
Roxanne havia se decidido. Ela ia mandar Rayla para o inf*rno e bater a porta na cara dela. Mas, quando ela estava prestes a fazer isso, os olhos de Rayla encontraram os dela através do pequeno buraco na porta. A mão de sua irmã segurou a maçaneta da porta, para evitar que Roxanne a fechasse.
Roxanne gemeu de raiva ao abrir a porta. Rayla estava na frente dela, com um buquê de rosas nas mãos e fazendo uma cara de cachorrinho.
Roxanne zombou.
"O que você quer Rayla?", sua voz estava trêmula. Ela limpou a garganta para afastar as lágrimas que estavam sufocando sua voz.
Rayla suspirou fundo e sorriu tristemente, antes de permitir que seus olhos se fixassem no chão.
"Roxanne..."
O som do seu nome que saiu da boca de Rayla a fez estremecer.
"Eu vim pedir desculpas", Rayla finalmente falou em voz alta, ganhando um olhar divertido de Roxanne.
Roxanne não sabia o que estava sentindo. A raiva era uma emoção muito pequena para descrever o que ela estava sentindo agora. Tudo o que ela podia fazer agora era rir.
"Você veio se desculpar?", ela perguntou novamente. Se certificando de que ela realmente tinha ouvido aquilo.
Desculpa? Rayla queria pedir desculpas a ela? Nem um milhão de "desculpas" seria capaz de apagar toda a dor que ela causou a ela!
Rayla assentiu com a cabeça e o rosto de Roxanne estava demostrando toda sua raiva.
A coragem dela era inacreditável. Mas ela já estava cansada demais para explicar por que o pedido de desculpas de Rayla não significaria nada para ela. Em vez disso, ela se endireitou e segurou a porta novamente.
"Desculpas aceitas Rayla, por favor, vá embora..."
Rayla segurou a porta novamente. Se Roxanne não conhecesse muito bem Rayla, ela teria pensado que sua irmã estava se desculpando de verdade.
"Espere, Roxy!"
Roxanne revirou os olhos. Aí vem o discurso cheio de falsidade.
"Eu sei que fiz muitas coisas para te machucar no mês passado, vejo como tudo isso arruinou nossa convivência e sei que você nunca vai querer me perdoar. Mas, eu estou disposta a dar o meu melhor para voltar a ter a mesma relação que tínhamos antes. Você sempre foi tão boa pra mim, Roxy, e eu sempre considerei muito você. Sinto muito".
Roxanne deu de ombros.
"Ok..."
"Me deixa fazer as pazes com você!", Rayla interrompeu novamente.
Roxanne conteve a vontade de rir. O que Rayla pensou que poderia acalmá-la?
"Encontrei um velho amigo hoje. Acontece que ele agora é gerente de uma das maiores empresas de publicação de notícias do país! E ele mora aqui em Manhattan. Peguei o cartão dele, disse a ele que tinha uma irmã e que ele tinha que conhecer! Ele está muito animado pra te conhecer, Roxy".
Roxanne observou Rayla procurando um cartão em sua bolsa. Quando ela o encontrou, ela deu para ela.
Roxanne queria pegar o cartão e dar um tapa na cara da irmã. Mas, pensando bem, provavelmente essa era a oportunidade pela qual ela havia orado.
Quando uma porta se fecha, outra se abre, certo?
Com esse pensamento, ela pegou o cartão da mão da irmã e deu uma olhada nele.
"Jeremy Spears, editor-chefe do New York Times. Seria uma oportunidade incrível pra você, Roxy. Por favor, me promete que vai aproveitar essa chance".
Prometer? Aff!
Roxanne simplesmente assentiu com a cabeça. "Ok".
Com isso, Roxanne fechou a porta na cara de Rayla e voltou para o sofá. Ela pegou o celular e discou o número que estava no cartão.
A voz masculina excitante que falava do outro lado da linha agendou um encontro. 17h da tarde, ele havia dito.
Roxanne olhou para o relógio que ficava em cima da televisão. Ela tinha cerca de 4 horas para ficar pronta.
Isso era mais do que suficiente.