Kaira liga para Briana, enquanto está no táxi sem saber para onde ir.
– Oi amiga, já está indo para faculdade? – Questiona Briana ao atender.
– Amiga, eu preciso de ajuda. – Diz ela segurando as lágrimas. – Você está em casa ainda?
– Sim, estamos terminando o café, Lucy está aqui também. O que aconteceu?
– Vocês podem me esperar? Preciso muito conversar!
– Claro, vamos te esperar. – Briana Desliga.
– Aconteceu alguma coisa?
– Não sei Lucy, ela disse que precisa conversar. – Elas seguem tomando café, enquanto aguardam.
Depois de um tempo, Kaira chega na casa da amiga, quando Briana abraça-a, ela desmorona e não consegue parar de chorar.
– Hey, o que está acontecendo? O que aquele advogado fez novamente? – Questiona Briana tentando consolar ela.
– Vou buscar água para você, fique calma amiga. – Diz Lucy saindo da sala.
– Isso, coloca tudo para fora, chorar faz bem! Depois me conte o que ele fez, eu mesma vou pregar as bolas dele, numa cadeira e depois matá-lo. – Kaira não deixa de rir, ela seca as lágrimas e senta-se no sofá, Lucy volta e entrega a ela um copo com água.
– Obrigada! – Ela toma toda a água. – Eu não sei nem por onde começar! – Ela suspira e baixa o olhar. – Eu sou tão idiota, tão burra, que sinto vergonha nesse momento! – As amigas sentam-se uma de cada lado dela.
– Amiga, não fique assim, você não é idiota, não importa o que aconteceu. – Diz Lucy.
– Eu mais uma vez fui atrás dele, na casa de campo e depois fomos para França, ele me contou a história dele com o Christoph e disse que quando me contasse a verdade me perderia, tivemos uma ótima noite, ficamos apenas fazendo carinho um no outro e dormimos abraçados. No dia seguinte, ele foi um fofo, atencioso como sempre, eu o confrontei pela verdade. – Ela volta a chorar e Briana abraça-a e faz carinho para acalmá-la. – Ele já tinha me falado sobre a mulher que enganou Christoph, então quando ele disse que me procurou por vingança, eu não precisei de esforço para saber que eles acham que eu sou essa mulher.
– Como assim? E teu marido não sabe identificar a mulher que esteve com ele e o enganou? – Questiona Briana incrédula.
– Eu não sei, eu questionei isso, inclusive perguntei se ele tem um problema mental, mas como sempre ele não respondeu. Eu fiquei tão irritada, com raiva, que não consegui manter uma conversa com ele, voltamos para resolvermos tudo, mas quando chegamos eu só consegui correr para casa, que por sinal não é minha, para chorar, depois eu dormir por toda a tarde.
– Isso é insano, como um homem não consegue diferenciar uma mulher da outra? Ele deve ser um homem mentalmente doente mesmo! – Diz Lucy.
– Eu não sei, Levi queria resolver tudo naquele momento, mas eu não consegui e quando acordei, meu mundo desmoronou de vez, ele tentou abusar da Norabel e depois estava machucando-a. – Ela coloca as mãos no rosto e chora sem parar, Briana e Lucy ficaram chocadas com aquilo que não conseguiram falar nada. – Ele estava em cima dela, enforcando-a, eu pulei nele para salvar a minha irmã, quando ele conseguiu colocar as mãos nela novamente, eu o acertei com um abajur, ela conseguiu sair correndo, mas ele me derrubou e ficou em cima de mim, sabem o que ele fez? Se desculpou, antes de desmaiar em cima de mim! – Ela segue chorando desesperada. – Por que, por que ele se desculpou? Tudo isso é insano!
– Nossa, eu não sei o que dizer! Mas ele é doente Kaira, não me surpreende. Ele tentou fazer com você, normal ele tentar fazer com outra. Como Norabel está? – Questiona Lucy.
– Saímos da casa e passamos na delegacia, ela ficou bem traumatizada, eu deixei ela em casa, meu pai surtou e me acusou por isso! Como se o responsável por tudo, não fosse ele, foi ele que me jogou naquela casa. E agora eu não tenho para onde ir, porque não posso voltar para minha casa e não fico mais um minuto na casa do Keller.
– Sinto muito amiga, você pode ficar aqui comigo, o tempo que quiser. O teu pai é um merda, ele deveria morrer. Desculpa-me, mas é o que eu penso! Vamos até aquela casa de campo, derrubar aquela porta e você irá dar na cara desse filho da puta, idiota e vai se divorciar e após eu pregar as bolas daquele advogado tarado na cadeira, matamos ele. – Diz Briana cheia de raiva.
– Ele está preso! – Diz ela baixando o olhar.
– Que apodreça na cadeia, é o que um homem igual a ele merece. Briana está certa, vamos até aquela casa e você confronta aquele homem, que pessoas doentes.
– Vocês têm razão, eu vou fazer isso. Eu vou entrar lá de qualquer maneira.
– Então vamos, esqueça que ele é doente e dá na cara dele, ele merece por te arrastar para isso.
– Eu quero entender como eles chegaram a isso, como acham que era eu! Será que uma vagabunda qualquer, aproveitou a fama ruim que eu tenho e usou meu nome para enganá-lo?
– Com certeza foi isso, eu te disse amiga, que você era passível demais, que você deveria se defender dessas acusações infundadas, mas você preferiu não ligar, nunca entendi essa passividade que você tem. – Diz Briana não escondendo sua chateação.
– Agora eu entendo, como eu errei em seguir assim, mas eu realmente não me importava com nada! Essas pessoas só sabem ser maldosas! Eu pretendia sair dessa cidade, eu farei isso, assim que terminar minha faculdade! Essa semana estava cheia de provas, mas com que cabeça ou vou para a aula? Eu sou idiota demais!
– Pare de ser essa garota perfeita uma vez na vida Kaira, perder uma prova não irá te matar, sua vida está desmoronando, permita-se surtar, seja jovem! – Diz Briana, levantando-se. – Vamos logo, para você resolver pelo menos uma parte da sua vida.
Elas vão para a garagem e durante todo o caminho elas vão conversando sobre todos os ocorridos, na tentativa de entenderem o que aconteceu de fato, Kaira tenta chorar o mínimo possível, ela quer ser forte em toda aquela história. Quando elas chegam lá, são impedidas de acessar a casa.
– Como assim eu não posso entrar? Se eu sou casada com ele!
– Me desculpe senhora, estou apenas seguindo ordens.
– Do meu marido ou do advogado dele?
– Do Sr. Schneider. A senhora só poderá acessar a propriedade, na presença dele.
– Filho da puta, eu não sei qual eu odeio mais! – Diz ela retornando para o carro cheia de raiva e suas amigas a seguem. – Sorte dele que está preso, pois, eu mataria ele nesse momento!
– Realmente, eles são muitos estranhos, o teu marido é doente mesmo, ele não decide nada. – Diz Lucy.
– Desde que cheguei nesse lugar, Levi me falou no primeiro dia, que ele ditaria as regras em nome do meu marido. – Diz ela desanimada, elas fazem o caminho de volta para o centro da cidade.