Capítulo 52
1372palavras
2023-07-06 20:51
Levi fica imóvel observando-a em silêncio, enquanto Kaira o encara sem desviar o olhar, ela fica impaciente e decide quebrar o silêncio.
– O que você está fazendo no meu quarto? – Ele se aproxima dela, que dá alguns passos para trás, ela se xingou mentalmente por fechar a porta ao bater seu corpo nela.
– Você parece com medo, por quê? Você fez algo para ficar assim? – Diz ele apoiando suas mãos na porta ao lado da cabeça dela, Kaira odeia quando ele faz isso e tenta sair, mas ele não permite. – Não, não, fique aqui pertinho de mim! Então, você fez alguma coisa para estar com medo?
– Qual o seu problema? O que aconteceu com você? – Questiona ela tentando conter sua respiração.
– Você tem apenas uma chance de me contar tudo Kaira, apenas uma! Porque se você não falar, tua vida vai se transformar no verdadeiro inferno, o inferno que eu planejei no início de tudo isso.
– Eu não estou te entendendo, o que fiz para você mudar assim? – Ele dá um tapa na porta com raiva assustando-a, ele se afasta e fica de costas para ela.
– Quem é o homem que vinha aqui todas as noites durante a minha viagem? – Ele pergunta sem encará-la.
– Homem? Do que você está falando? Ninguém veio aqui! – Ele vira-se com raiva trancando-a novamente na porta.
– Você é tão mentirosa, uma vagabunda. Você quase me enganou, eu estava caindo feito um idiota no teu joguinho, como se atreveu a brincar comigo dessa forma? – Ela fica possessa depois de tudo que eles passaram, ele voltou a chamá-la de vagabunda, ela estapeia a cara dele, aumentando mais a ira dele.
– Como você ousa me chamar de vagabunda?
– E você é o quê? Uma dama? Você transa comigo o tempo todo, sendo que é uma mulher casada, você é uma vagabunda, ordinária e merece ser tratada como tal. – Diz ele pegando-a pelo braço e jogando-a na cama. – Qual dos homens que te fodem você gosta mais Sra. Keller? – Questiona ele deixando seu corpo sobre o dela.
– Sai de cima de mim agora. Eu não acredito que você está fazendo isso! – Diz ela cheia de raiva e arrasada com aquilo, mas não deixa as lágrimas escorrerem. – Como se atreve me falar algo assim? Se você foi o único que tocou em mim! – Diz ela encarando o olhar sombrio dele.
– Corta essa, eu preciso te lembrar, para você escolher? Tudo bem. – Diz ele beijando-a, Kaira morde os lábios dele e dá mais um tapa na cara dele, Levi dá um sorriso maldoso encarando-a, ela fica mais irritada e esbofeteia a cara dele novamente. Ela empurra-o e levanta-se pegando na mão a primeira coisa que avista.
– Saia do meu quarto, senão eu vou quebrar esse abajur na tua cabeça. – Grita ela com raiva, Levi fica deitado na cama, encarando o teto, ele leva as duas mãos na cabeça, como se estivesse sozinho naquele momento.
– Eu não sei porque você fez isso, porque decidiu brincar comigo também! – Diz ele com seu olhar fixo no teto.
– Eu não estou brincando com ninguém, eu falei que estou apaixonada por você e o que ganhei? Um monte de humilhação! Guarde na memória esse dia, porque você acabou de ganhar o meu ódio eterno! – Diz ela segurando-se para não chorar. – Saia do meu quarto. – Ela observa-o imóvel na cama. – Saia Sr. Schneider! – Ele senta-se e encara-a.
– Largue isso, o que você acha que fará com esse abajur?
– Vou quebrar na sua cabeça, não me provoca e saia do meu quarto.
– Por que você faz essas coisas? Eu deixei você entrar na minha vida e você só provou que é a mulher vagabunda que todos falam.
– Isso, continua falando essas coisas, meu único erro, único, foi me apaixonar por você, foi ter transado com você, afinal, eu sou casada, não é? Um casamento forçado, com alguém incapaz de me encarar. Mas onde você se encaixa nisso Levi? O que te faz diferente de mim? Você é ainda pior que eu, porque você é amigo daquele homem, você o conhece a vida toda, eu nunca vi ele na vida.
– Eu sou um babaca mesmo e está tudo bem! Somos a combinação perfeita, porque ser babaca não é o suficiente, eu também fui um palhaço acreditando que você era uma mulher inocente, quando estava na minha cara o tempo todo, que você não passa de uma vagabunda, eu não tive muito trabalho em fazer você abrir as pernas para mim e olha que passei a maioria do tempo, sendo um escroto com você. – Kaira fecha os olhos com aquelas palavras.
– Por favor, saia daqui! – Pede ela com a voz embargada. – Não me faça matar você!
– Você sabe qual é o pior animal que existe? – Questiona ele observando-a abrir os olhos para encará-lo. – Você não sabe? É um homem apaixonado! Porque eles são incapazes de raciocinar direito, eles ficam enfeitiçados e fazem tanta estupidez, que não tem explicação. Tipo eu nesse momento. – Ele levanta-se, se aproxima e pega o abajur da mão dela. – Eu teria te perdoado, deixado tudo no passado e ficado com você, mas você preferiu ficar me fazendo de bobo! Você vai voltar para a casa de campo, para perto do seu marido, você nunca mais verá aquele seu namoradinho e eu juro para você, que o mato na sua frente se você ousar se aproximar dele. – Ele se aproxima e beija-a, levando outro tapa em seguida. – Eu sabia, você sempre me bate quando eu beijo você, sem você querer! E você não fez isso com ele, você queria os beijos dele, os toques dele, você mesma disse isso, ele te satisfaz Kaira? – Ela entende que ele está falando de Flinn.
– Tudo isso porque você viu um homem me beijando? Por que você não foi até mim? Eu teria te explicado, mas você adora ser um babaca, eu estou com nojo de você, nojo. Eu não vou voltar para a casa de campo, se você quer que eu fique perto do meu marido, traga-o para cá e aproveite e conte a ele o quanto eu sou uma vagabunda e você um escroto, que transamos na cama que ele deveria estar dormindo comigo. Porque você foi o único homem que deitou ao meu lado e isso nunca mais voltará acontecer!
– Kaira, não venha com esses joguinhos, você é..
– Vagabunda? Manipuladora? – Questiona ela, interrompendo-o. – Eu entreguei meu corpo e minha alma para você e tudo que você fez foi me quebrar em pedaços, não me interessa saber essas drogas de fofocas que colocaram na tua cabeça e você comprou, nenhum pedido de desculpas me fará perdoar você, hoje eu morri para ti e você morreu para mim! Você me perguntou ontem se eu te perdoaria, a resposta é sim, eu te perdoaria Levi, mas você não, nem me deu a chance de me defender ou justificar todas as merdas que você acha que eu fiz! Você cometeu um grande erro e vai se arrepender amargamente por isso! Por favor, saia do meu quarto. – Diz ela mantendo sua postura firme, sem derramar uma lágrima.
– Kaira. – Diz ele tentando se aproximar.
– Não se aproxime! Fique longe de mim, por favor! – Ela caminha até a porta, abre e fica segurando. – Saia do meu quarto! – Levi baixa a cabeça, passa a mão nos cabelos ele caminha até a porta e para na frente dela, ele tenta abrir a boca para falar algo, mas naquele momento não sai som nenhum, ele sai do quarto e escuta a porta bater forte atrás de si, ela tranca e corre para a cama, deixando todas as lágrimas que segurou escorrerem, o choro dela é incessante, ao escutar do lado de fora, ele gira a maçaneta para entrar e ao perceber que ela trancou, ele coloca sua testa na porta com uma mistura de sentimentos, principalmente o de arrependimento por ouvi-la chorar daquele jeito.