Quando ele vai bater na porta para tentar se entender com ela, uma voz chama sua atenção.
– Sr. Schneider, está tudo bem? – Ele olha na direção da voz e avista Norabel o encarando com um sorriso.
– Está! – Diz ele se afastando, indo para o seu quarto, ela não fica nada feliz com aquele tratamento.
– Você será meu, com certeza será. – Ela se aproxima e bate na porta.
– Nossa conversa já acabou, me deixa em paz. – Diz Kaira tentando controlar seu choro.
– Irmãzinha, sou eu. Está tudo bem?
– Nora, está tudo bem! Eu vou dormir um pouco, podemos falar mais tarde? – Ela não quer que a irmã a veja chorando.
– Tudo bem, eu volto depois. – Ela revira os olhos e sai dali, indo ficar no jardim.
Durante todo o dia, Levi e Kaira não saíram dos seus quartos, após ter ligado mil vezes, Adolph retorna a casa para ver o que aconteceu, ele conhece o temperamento instável de Levi.
– Boa noite, o Sr. Schneider está? – Questiona ele logo que a governanta abre a porta.
– Senhora Hoffmann, deixe comigo, eu atendo o Sr. Karps. – Diz Norabel caminhando até ele. – Tudo bem? – Questiona ela
– Srta. Zimmermann, que bom te ver, estou bem, obrigado e você?
– Estou muito bem também, obrigada. O Sr. Schneider está no quarto a tarde toda, quer que eu vá chamá-lo?
– Não precisa, eu mesmo vou até lá, depois conversamos mais. – Ele sobe as escadas, caminha até o quarto de Levi e bate na porta, mais de uma vez até Levi abrir a porta.
– O que você está fazendo aqui Adolph?
– Vim ver se você estava vivo!
– Você já viu, pode ir embora. – Ele vai fechar a porta e Adolph o impede. – Pelo amor de Deus, é difícil você me deixar em paz? – Ele entra no quarto e Adolph faz o mesmo, fechando a porta.
– Ela está viva Levi?
– Que pergunta é essa? É claro que está, eu não sou um assassino.
– O que aconteceu? – Norabel se aproxima da porta e fica escutando as conversas deles.
– Ela negou tudo, disse que nenhum homem esteve aqui! E sabe o que é pior Adolph? Eu acredito naquela mulher imbecil, porque quando ela mente, ela não me olha nos olhos. Eu estou completamente fodido, porque eu estraguei tudo, eu sai acusando, quando eu deveria perguntar, e agora ela me odeia e deveria ser eu a odiar, mas eu estou apaixonado por ela e se já não fosse merda o suficiente, eu deixei ela saber disso. – Norabel se enche de raiva ao escutar aquilo.
– Levi, para de ser idiota, você tem razão, um homem apaixonado é burro mesmo e você já está aí enfeitiçado, achando que aquela mulher é inocente, quando ela deve estar rindo da tua cara nesse momento!
– Se você veio para isso, vai embora nesse momento Adolph, eu já te disse para você não falar dela.
– Estou te falando o óbvio, você viu ela beijando outro homem e vai seguir com isso?
– Vá se foder Adolph, para com essa merda, deixa eu ser um idiota se eu quiser, eu já estou sendo desde o início, porque eu não consegui encaixar ela nessa história! De que adianta ser um homem inteligente se tudo que eu faço é me sentir vazio e triste, deixa eu fazer o meu papel de palhaço em paz! – Norabel escuta barulho na porta do quarto da irmã e se afasta como se estivesse apenas passando por ali.
– Irmã, vamos jantar? – Diz Kaira ao avistar a irmã.
– Claro, estou morrendo de fome. – Responde Norabel chamando atenção dos dois homens no quarto, ela caminha até a irmã e descem juntas as escadas.
– Levi, eu quero jantar aqui, quero ficar perto daquela mulher, eu vou conquistá-la. Faça isso por mim, por favor!
– Minha vida está desmoronando e você quer que eu seja o cupido para você?
– Estou te ajudando com tudo Levi, então me ajuda dessa vez!
– Você só me fode, não vem com essa, mas beleza, vamos lá então. – Diz ele abrindo a porta, ambos vão para sala de jantar.
– Boa noite senhoritas. – Diz Adolph e Norabel sorri, eles se sentam e ficam em silêncio.
– Isso aqui vai ter que começar a mudar, eu não quero mais vocês na minha casa! – Diz ela encarando Levi e depois Adolph, eles se olham e Levi sorri.
– E quem disse que essa casa é sua? – Questiona Levi.
– Eu assinei um acordo pré-nupcial? Eu não me lembro, então enquanto o meu marido não me dá o divórcio, eu sou a dona. Portanto, aproveitem o jantar e depois vão embora da minha casa.
– O Adolph vai, mas eu não vou ir, o que você pretende fazer Sra. Keller? – Provoca Levi encarando-a.
– Um momento! – Diz ela levantando-se, indo em direção à sala, Levi observa Adolph e a segue, ele observa ela tirar o telefone do gancho. – Vamos ver que lado a polícia fica. – Diz ele começando a discar o número da polícia, ele se aproxima e desliga o telefone. – Não importa, eu tenho um celular. – Ela caminha em direção à escada e Levi a segura.
– Kaira, você pode parar com isso? Você quer que eu vá embora, eu vou! Mas você pode conversar comigo?
– Não temos nada para conversar, você já disse tudo que queria, você pode largar meu braço? – Diz ela encarando-o, ele solta-a.
– Nós temos, sim, quero falar sobre o que aconteceu.
– Isso é só problema teu, agora você quer falar, mas eu não quero falar sobre nada. Eu quero que você pegue as suas coisas e vá embora dessa casa.
– Me deixa falar!
– Fala com a minha mão. – Diz ela levando a mão até a altura do rosto dele, ela mostra o dedo do meio, ele sorri com a atitude dela, enquanto ela começa a subir as escadas.
– Eu irei, ok? Eu vou embora da tua casa, mas só depois que você conversar comigo. – Diz ele seguindo-a.
– Sr. Schneider, qual a porra do teu problema? Eu disse que não quero conversar, você está morto para mim, fantasmas não falam, portanto, me deixa em paz. Eu preciso me arrumar e sair por aí, para ver com quem eu vou transar hoje.
– Por que você não vai transar com aquele loiro idiota que você estava se agarrando mais cedo? Você é tão idiota.
– Não, eu já aprendi minha lição, ele tem o mesmo perfil escroto de um certo advogadinho que eu estava transando, um certo babaca que me pediu em namoro, apenas para continuar me humilhando. Como ele pode achar que eu sou uma vagabunda? Olhe para mim, eu sou tão idiota!
– Me desculpa! – Ela não responde, entra no quarto e bate a porta. – Kaira, por favor. Vamos conversar? Me deixa te explicar tudo. Você está certa, eu sou um escroto, fui babaca como sempre, me perdoa!
– Terei que chamar um exorcista, tem fantasmas nessa casa. – Diz ela entrando no banheiro, ela se despe e entra na jacuzzi e naquele momento sozinha, escutando ele bater na porta as suas lágrimas se misturam com a água, enquanto ela coloca toda a sua dor e decepção para fora.