Levi dirige em alta velocidade para casa e é seguido por Adolph, ele não se importa com nada naquele momento, ele chega antes dela em casa e a primeira coisa que ele faz é parar na portaria, ele desce do carro não contendo sua raiva.
– Teve algum homem nessa casa na minha ausência? – Os seguranças se olham. – Não me façam repetir.
– Sim, senhor. – Responde um dos seguranças.
– Qual horário?
– Ele chegava sempre depois das 11h da noite e ia embora antes das 5:30 da manhã. E parou de vir com o seu retorno.
– Me mostre nas gravações, quero ver o rosto dele. – Os seguranças novamente se olham e Levi dá uma gargalhada.
– Levi! – Diz Adolph se aproximando. – Vamos conversar?
– Volta para o seu carro e vai embora Adolph, se tem amor à vida, vai embora. E então, estou esperando? – Diz ele imaginando o que aconteceu.
– Nesse intervalo de horário, as câmeras estavam desligadas. – Levi passa as mãos no cabelo rindo incrédulo com aquilo, a cada segundo ele se acha mais estúpido.
– Por que e por ordens de quem?
– Não sabemos o porquê, foram ordens da senhora Keller. – Levi entra no seu carro cantarolando, ele abre a janela e encara Adolph.
– Adolph, se você vier atrás de mim, você será o primeiro a morrer essa tarde, então entre no seu carro e vá embora! E se ele entrar nesse momento, vocês serão demitidos! – Diz ele ligando seu carro e dirigindo até a garagem.
– Cacete, que merda eu faço agora? – Questiona-se ele. – Levi, você é a porra de um homem louco e doente. – Ele caminha até o seu carro e dá um tapa com raiva.
– Sra. Hoffmann. – Grita Levi ao entrar em casa, a governanta vem apressada até a sala.
– Boa tarde Sr. Schneider. No que posso ajudar o senhor?
– Você viu o homem que estava frequentando essa casa?
– Não senhor!
– A irmã da senhora Keller, trouxe algum acompanhante para essa casa?
– Não, ela é uma menina muito tímida e bem comportada, estava sempre no quarto dela.
– E a senhora Keller não? – Questiona ele deixando a governanta sem graça.
– Eu não quis dizer isso, eu não vi ninguém nessa casa.
– Você saiu do quarto em algum dos dias que estive fora, depois das 11h da noite?
– Poucas vezes, mas eu não vi nada. Eu não queria irritar a Sra. Keller, ainda mais com todos os comentários que surgiram nos últimos dias, ninguém aqui queria sofrer retaliação.
– Saia daqui, volte a fazer o seu trabalho. – Levi sobe as escadas a passos largos e vai direto para o quarto dela, ele nem sabe o que está fazendo, ele senta-se na cama passando as mãos uma na outra. – Eu vou matar você Kaira, você vai se arrepender por tudo.
Quando Kaira chega, ela avista Adolph estacionado na frente da casa, encostado no carro, ele faz sinal para ela parar.
– Sra. Keller, vamos conversar uns minutos? – Questiona ele parando ao lado do carro dela.
– Vamos entrar!
– Não, desça e conversamos aqui. – Kaira estranha a atitude dele.
– Não, vamos entrar e conversar lá dentro. – Adolph abre a porta do carro e tira-a de dentro. – Hey, você enlouqueceu? – Diz ela empurrando-o.
– Você enlouqueceu, como você pode transar com outro homem? E não se dar ao trabalho de esconder isso? – Diz ele se aproximando, fazendo ela se encostar no carro, ele observa a cara de Kaira de constrangimento, mas nenhum pouco surpresa.
– Minha vida não é da sua conta. – Diz ela o empurrando.
– É sim, da minha conta, quando alguém pode morrer.
– Vá se ferrar e fique longe de mim, seu babaca. – Diz ela entrando no carro e entrando na casa, ela suspira com aquilo e se questiona se Levi contou para ele.
Adolph não sabe o que fazer naquele momento, ele entra no seu carro e começa a dirigir para voltar a empresa, ele liga diversas vezes para Levi, que ignora todas as ligações. Na garagem Kaira observa o carro de Levi e sabe que ele está em casa, ela suspira e encosta sua cabeça no volante, tentando entender o que está acontecendo, ela pega o celular e liga para sua amiga Lucy.
– Achei que iríamos almoçar juntas, Briana e eu estamos aqui no restaurante. – Diz Lucy ao atender.
– Eu sei, me desculpa. Encontrei novamente o Flinn no estacionamento da faculdade, ele me beijou, eu fiquei sem reação, paralisei, não consegui nem dar na cara dele. Tudo que fiz foi dirigir para casa.
– Amiga, o que está acontecendo?
– Eu não sei, não tenho mais certeza de nada. Há um tempo, eu estava dizendo ao Flinn que o amava, fazendo planos com ele e ontem eu disse para o Levi que estou apaixonada.
– Não acredito que você disse isso!
– Eu não sei o que deu em mim, eu acho que fiquei emotiva com tudo, ele estava tocando piano, para a mãe dele uma melodia linda, com uma letra triste, ontem era o aniversário dela e o de morte também, ele estava tão triste e sensível, que eu não consegui esconder os meus sentimentos.
– Kaira, não foi uma boa ideia.
– Eu estou me convencendo disso, eu liguei para ele, antes de convidar vocês para almoçarem, ele foi tão frio, voltou a me dar ordens! E eu acho que ele contou para o outro advogado que transamos.
– Ele o quê? Mas que homem filho da puta!
– Eu sei, ele foi muito babaca por fazer isso. Eu sempre soube que o Adolph não gosta de mim, eu consigo perceber os olhares de julgamento dele, há minutos, ele estava aqui na frente da casa, me confrontando por estar transando com outro.
– Amiga, na próxima dá um tapa na cara dele e o coloque em seu lugar, quem ele pensa que é?
– Eu sei, mas não sei o que aconteceu comigo hoje, não consegui me defender deles, da forma que eu deveria. Acho que foi a insegurança que o Levi me fez sentir. – Ela dá um longo suspiro. – Lucy, como eu pude me apaixonar tão rápido e de uma forma tão intensa? Logo por alguém que mostrou ser um babaca, no primeiro minuto ao meu lado. Me diz como?
– Homens assim são sedutores por natureza, é assim que eles pegam suas presas e quando eles têm o que querem, eles logo descartam.
– Deve ser isso mesmo. – Diz ela chateada por ouvir aquilo, ela parece ter sido usada, mas não consegue se convencer, não depois de todos os momentos juntos. – Eu vou desligar. Amo vocês. – Ela desliga e fica mais um pouco sentada no carro.
– Ela está surtando? – Questiona Briana.
– Ela disse para ele que está apaixonada. – Briana dá risadas.
– Nossa amiga é muito bobinha mesmo, não é? Ontem ela estava apaixonada pelo Flinn, hoje pelo tal Levi, amanhã estará por outro. Consequências dessa vida regradinha que ela levava, agora está descobrindo o que é bom.
– Terei que concordar com você. – Diz Lucy rindo.
Kaira pega as suas coisas e desce do carro, ela entra e sobe as escadas indo diretamente para o seu quarto, quando ela abre a porta ela se assusta ao avistá-lo parado em frente a janela, mas tenta se controlar, ela fica parada encarando as costas daquele homem, pensando em se aproximar e abraçá-lo, mas desiste da ideia, pois se lembra que está chateada.
– Você demorou! – Diz ele virando-se e encarando-a, Kaira sente no olhar dele que tem algo errado e fica em silêncio observando-o.