Capítulo 98
1265palavras
2023-05-18 20:12
Ponto de vista do Damian
- Não tem mais! – A Sara estava com os olhos fixos na Patrícia, a arma que antes estava apontada para minha menina agora estava voltada para a Patrícia.
- Que porra é essa Sara? – O homem que estava na minha mira estava ainda mais nervoso que a Patrícia.
- Então você está do lado dela? – O olhar frio da Patrícia me causava arrepios.
- Eu estou do lado do amor dele! Quero ele feliz mesmo que não seja comigo. – A Sara também estava calma, eu nunca imaginei que ambas seriam tão frias assim. Olhei para minha menina, ela tinha parado de chorar e agora me encarava com o olhar confuso e apavorado. – Eu fiz mal demais a eles dois apenas por escutar você! Não posso negar que eu me apaixonei por ele, mas, ele não me ama! E também não ama você porra!! – Ela estava começando a levantar o tom de voz. – Entrar nessa farsa toda era o mínimo que eu podia fazer para compensar a merda toda que NÓS duas fizemos com eles. – Os olhos da patrícia não se desviavam nem por um instante da minha menina e isso estava me deixando cada vez mais nervoso.
-Bom você escolheu o seu lado.
- Eu falei!!! Eu falei que não podias confiar nela! – O homem esbravejou. Ele era de longe a pessoa mais instável do lugar. A patrícia engatilhou a bala e isso fez meu coração gelar.
- Damian, cuida da Luna e, e, e ... eu te amo! Me perdoa por ter fugido, eu devia ter ficado e esclarecido tudo. – As lagrimas escoriam pelo rosto dela sem parar. – Eu devia, eu devia... devia ter ficado do seu lado... me - Ela gaguejava entre soluços. – Me perdoa?
- Não precisa pedir perdão. Vamos ficar juntos – Eu estava tentando tranquilizar a ela e a mim mesmo. – Vamos ficar juntos e isso é tudo que importa.
- Bom a gora que se despediram podemos acabar com todo esse circo. – A patrícia falou com um sorriso sarcástico no rosto.
- Se você matar ela eu mato você também porra! Abaixa logo a porra dessa arma! Vamos parar com toda essa palhaçada! – A Sara estava cada vez mais alterada e isso estava me preocupando.
- Patrícia! – Falei alto chamando a atenção dela para mim. – Vamos conversar ok? Vale mesmo a pena morrer para se vingar de mim? Pensa direito ok? Vale mesmo a pena? – Ela me encarava com uma expressão curiosa. – E se fizéssemos um acordo? – Minha menina parou de chorar e começou a me olhar preocupada. – Onde nos dois ganhamos? Hum? Que tal?
- Estou te ouvindo querido. – As ideias estavam girando na minha cabeça, e eu sei que os meus próximos passos seriam perigosos, mas, eu precisava confiar, precisava acreditar que daria certo por mais perigoso que fosse, eu precisava acreditar que funcionaria.
- Vamos embora! Só nos dois. Só eu e você!
- Oque? – A Sara e minha menina falaram em uníssono. A patrícia olhou para Sara pelo canto do olho.
- Continua.
- Vamos embora, só nos dois, para longe... para onde você quiser.
- Acha que vou cair nessa? Não sou idiota assim.
- Olha! – Abaixei a arma devagar colocando ela no chão. – Vou para onde você quiser. – Levantei as duas mãos para o alto. – Vou com você para qualquer lugar. Vou para onde você quiser.
- Que porra é essa Damian? - A Sara não desviava os olhos da Patrícia.
- Vou com você Patrícia! – O homem veio para trás de mim e me prendeu em um mata leão. Só nos dois. – Falei mais uma vez em um sussurro. Ela me olhou com um sorriso brincando nos lábios. A cena era estranha, todos nós estávamos tensos. Eu estava preso em um mata leão pelo ex da minha menina, a Sara apontava uma arma pra Patrícia, e a patrícia apontando para a Maria.
- Solta ele Luan! – Ela disse depois de um longo tempo.
- Está ficando louca? – Ele gritou em resposta. – Está ficando louca porra?
- Eu mandei soltar! – Ele ficou relutante, mas me soltou por fim. Respirei fundo mandando ar para os meus pulmões, o homem deu alguns passos parando na minha frente.
- Está surtada ou oque? Vai mesmo cair nessa? Vai mesmo acre... Ele não teve tempo de terminar a frase. Um estrondo alto e ensurdecedor preencheu todo o ambiente me deixando sem reação, logo depois outro som, outro e outro, o homem que estava na minha frente deu alguns passos para trás, ele cambaleou e depois de segundo caiu no chão de joelhos, mesmo ele estando de costas para mim eu pude ver ele levando a mão no peito e em segundo ele caiu com o rosto no chão, o sangue dele se espalhando rapidamente pelo chão ao redor dele. Tanto a Sara como a minha menina olhavam para o homem caído em meio ao sangue com pavor nos olhos.
- Detesto que me chamem de louca. – Ela disse olhando para ele. – Então. – Ela levantou os olhos em minha direção, a arma na mão dela como se não fosse nada. – Vamos queridinho?
- Pra, pra... pra... para onde você quiser. – Falei gaguejando. – Mas antes tem uma condição.
- Por que eu não me surpreendo? Vamos? Diga a sua condição. Apesar de que não acho que você esteja em condições de exigir nada. Mas estou de bom humor para sua sorte, então vou deixar você falar.
- Deixa elas! – As minhas mãos ainda estavam levantadas para o alto. – Deixa a Maria e a Sara irem embora. Deixa elas!
- Não! – Ela falou de uma vez.
- Só nos dois lembra? – Eu precisava persuadi-la, precisa convencer ela a deixar as duas vivas. Ela ficou pensativa por um tempo.
- Vem cá!! – Ela acenou para mim balançando a arma, então eu obedeci, caminhei na sua direção a passos lentos. No caminho reparei em como a Sara suava, minha menina estava tremendo, lancei um sorriso pra ela na intenção de tranquiliza-la. Eu aceito, vou deixar as duas viverem...
- Não seja burro Damian! – A Sara gritou angustiada.
- Está tudo bem, você e a Maria ficam ok? Eu vou com a Patrícia, e se formos inteligentes veremos que vai ser melhor assim. - olhei pelo canto do olho para minha menina. – Confia em mim, vai ser melhor assim! – Por alguns segundos pude ver um pequeno sorriso se formar nos lábios da minha menina, e com esse pequeno gesto ela me demonstrou que confiava em mim, e isso me deu coragem o suficiente para seguir com meu plano. Voltei meu olhar pra Ana. – Eu quero ir com você!
- Se você tentar me enganar...
- Eu não vou! – Falei firme com ela.
- Mas se você tentar, eu mato sua namoradinha, sua amante e depois você! Entendeu?
- Entendi. Eu não vou! Pode confiar em mim!
- Vamos! – Ela deu alguns passos para o lado, a mira ainda na minha menina. Eu estava alguns passos a sua frente com as mãos ainda levantadas. Atravessamos o cômodo e chegamos a porta, os olhos dela ainda voltados para minha menina. – Abre a porta! – Ela ordenou. – E se lembre, nada de gracinhas ouviu? – Fiz um gesto que sim com a cabeça.
- Sem gracinhas! – Eu repeti.