Capítulo 38
1884palavras
2023-08-05 03:27
Chegamos ao apartamento dele e parecia que tudo havia sido limpo, pois estava cheirando a eucalipto, o que realmente me agradava porque dava a sensação de que eu havia chego em casa. Dante foi em direção ao meu quarto que havia arrumado para mim, eu o segui e ele colocou a minha caixa em cima da cama para que eu pudesse arrumar mais tarde.
– Espero que goste da forma que arrumei o quarto para recebê-la.
Eu parei em na porta, observei o quarto novamente e parecia ainda mais convidativo. Dante colocara mais cor no quarto além do cinza e branco, modificou a coucha da cama para um edredom creme com rosas vermelhas e não sei se havia mensionado antes, mas o quarto tem um closet...

"Sério, eu não estou acreditando... Literalmente parece um sonho!" - Eu pensei comigo mesmo ao olhar tudo.
– Dante, eu adorei tudo! - Eu respondi sorrindo.
– Que bom que gostou! Enquanto eu preparo algo na cozinha para comermos, toma um banho e tenta dar uma relaxada porque amanhã irá ser corrido por causa da sua mudança.
– Nem me fala! Você quer ajuda para cozinhar? Posso te ajudar.
– Não precisa, só tenta dar uma relaxada, ok? Daqui a pouco eu venho te chamar para me fazer companhia.
– Fechado! Vou tomar um banho. - Fui em direção a caixa, abri e retirei algumas roupas que iria utilizar (meus pijamas). Eu olhei novamente para a porta e Dante já havia ido para a cozinha.

Tomei um banho, escovei meus dentes e cabelos, saí do quarto e fui para a cozinha saber se ele queria ajuda. A mesa já estava posta e a comida parecia já ter sido finalizada, mas não havia nenhum sinal de Dante. Hoje como não estava muito frio, eu estava com um pijama de tecido geladinho (regata e short) azul de estrelinha. Fui até a sacada pegar a brisa da noite que estava uma delícia, chegava a me arrepiar e fiquei perdida na imensidão do céu estrelado... Ah como eu amava aquilo! Que sensação de paz que eu não sentia a anos...
Me debrucei no corrimão da sacada e fiquei perdida em pensamentos que nem percebi quando Dante ao meu lado. Só fui perceber a presença dele quando ele colocou uma manta em mim para que eu não passasse frio.
– Faz muito tempo que está aí? - Eu perguntei.
– Não muito, só o suficiente para ver o quanto você é linda! - Disse ele sorrindo para mim de forma sedutora.

– Jura? Qual é... Tantas mulheres passaram na sua vida que eram mais bonitas que eu... - Eu disse mostrando a língua para ele.
– Nenhuma mexeu comigo tanto que me fez perder noites de sono.
– Perder noites de sono? Não estou te entendendo. - Eu franzi o cenho.
– Sim, eu não consegui encontrá-la em nenhum local após você me dizer que não queria mais me ver. Eu senti a sua falta mais do que imagina.
– Eu não entendo, como você sentiu a minha falta, se nós nem tivemos um relacionamento verdadeiro?
– E precisa de um relacionamento para gostar de alguém? - Ele falou me olhando fixamente.
– Não, não precisa... Eu me apaixonei por você mesmo sabendo que gostava da Lola.
– E eu fui idiota o bastante para deixar você escapar dos meus braços. - Disse ele chegando por trás e me envolvendo em seus braços.
– Dante, eu... - Eu não consegui terminar porque ele me interrompeu.
– Kyra... - Disse ele em meu ouvido. - Eu sou louco por você e não sabe o quanto fiquei feliz por ter te reencontrado.
– Louco por mim? - Eu respondi incrédula.
– Você pode não acreditar, mas te quero para mim. Eu preciso de você! Você não sabe o quanto eu fiquei perdido nesses últimos anos, o quanto sofri por não ter conseguido te esquecer e o quanto me arrependi de ter feito você sofrer.
– Eu não sei nem o que dizer... - Eu não estava acreditando no que eu estava ouvindo.
Dante beijou o meu pescoço e cheirou os meus cabelos.
– Isso é como um sonho do qual não quero acordar... Nem acredito que você está aqui morando comigo. - Disse ele rouco e pela primeira vez senti emoção em suas palavras.
Eu me virei para encará-lo e ele segurou a minha mão e a beijou. Senti minha pele queimando de desejo, não podia suportar mais ficar sem tocá-lo, eu o amava e dessa vez, somente desta vez, queria tê-lo só para mim. Ainda não confiava no fato de que ele iria querer ter um relacionamento comigo, mas queria ceder as tentações pelo menos uma vez na vida.
Então decidi beijá-lo. Segurei seu rosto entre as mãos e o puxei para um beijo, mas não qualquer beijo e sim aquele profundo, com todas as minhas vontades e sentimentos transmitidos pelo único ato.
Porém, quando estava colocando meu plano em prática, a campainha tocou.
– Que droga! - Disse ele saindo para atender.
Por um momento, meu mundo parou e agora que ele saíra, levei um choque de realidade.
"Caramba! O que está havendo comigo?" - Eu pensei.
– O fato é: vou desistir do plano ou continuarei com ele? Quero beijá-lo? Sim, muito... Então está decidido... Vou arriscar minhas fichas nisso!
Dante atendeu a porta, eu não consegui ver quem era e momentos depois ele apareceu na sacada.
– Kyra, vou ter que viajar a negócios... Surgiu algo urgente: um amigo me pediu ajuda para administrar a empresa da família que teve um déficit de milhões e eles não sabem onde esse dinheiro foi parar... Como devia uns favores a ele, vou ajudá-lo. Dentro de uma semana mais ou menos, eu estarei de volta.
– Você viaja quando? - Eu não quis transparecer que estava triste então tentei demonstrar apoio nesse momento.
– Tenho um vôo daqui 3 horas, então preciso arrumar minha mala e ir para o aeroporto. - Dante já estava saindo da sacada quando eu o abracei pelas costas.
– Se cuida lá e volta para mim, entendeu? - Eu falei sentindo o coração apertado.
– Você quer que eu volte para você? Não entendi. - Disse ele se fazendo de desentendido.
– Deixa eu te mostrar então. - Eu o virei e finalmente consegui beijá-lo da forma que desejava.
Quando nos afastamos, ele sorriu para mim, parecia extremamente radiante.
– Kyra, você me mata desse jeito sabia? Deixou para me beijar agora só porque eu vou ter que viajar... Isso não é justo. - Disse ele me abraçando.
– E por que não seria justo? - Eu sorri travessa.
– Porque eu quero mais. - Disse ele no meu ouvido.
– Pervertido. - Eu disse gostando daquilo.
– Pervertido? Só tenho uma coisa a te dizer: quero tirar todo o atraso desses últimos 5 anos.
– Como? - Eu me fiz de desentendida.
– Bom, ainda tenho tempo de te aproveitar um pouquinho antes de ir.
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Passamos a noite juntos... Eu explodi de felicidade e Dante parecia nutrir do mesmo sentimento porque não parava de sorrir. E vou te contar caro leitor, ele quase se atrasou para pegar o vôo... Quando vimos a hora, eu o ajudei rapidamente a fazer as malas e o acompanhei até o aeroporto para poder me despedir dele... Nunca estive tão feliz na minha vida! Quando ele estava prestes a pegar a passagem, eu sussurrei em seu ouvido:
– Eu te amo! - Fiquei vermelha da vergonha.
Só não esperava a reação dele que me pegou nos braços e me rodou alegremente.
– Eu também te amo docinho. Me espere, dessa vez não irei decepcioná-la.
– É bom mesmo, se o fizer, não terá uma segunda chance.
– Eu sei.
Dante me beijou, pegou a sua bagagem e a passagem e embarcou no vôo.
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Retornei para o apartamento dirigindo o carro do Dante. Sim, eu possuía carteira de motorista, mas não tinha carro. Logo que cheguei eu comi a comida que Dante havia preparado, que por sinal estava deliciosa, escovei os dentes e fui dormir. O dia seguinte iria ser cheio porque precisava finalizar a mudança.
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Acordei com a ligação do Dante. Fiquei tateando o celular para desligar o alarme e só então vi que era uma ligação.
– Alô? Está tudo bem com você?
– Está sim, eu só queria te avisar que cheguei bem e que já estou com saudades. Desculpa te acordar, mas não queria te deixar preocupada.
– Imagina! Eu adorei que ligou, mesmo sendo 5 horas da manhã! Assim fico mais tranquila de que deu tudo certo no vôo.
– Você realmente é um anjo na minha vida. Te amo amor.
– Eu também te amo. - Eu disse me sentindo a mulher mais feliz do mundo.
– Vou te ligar mais vezes no dia, tranquilo para você?
– Sim, assim não me sinto tão sozinha no seu apartamento.
– Combinado então! Vou te deixar descansar, até mais! Te amo.
Dante desligou o telefone e eu voltei a dormir mais um pouco.
Acordei com meu alarme despertando loucamente, o desliguei, levantei, tomei um banho, fiz um café e fui ao apartamento no qual morava para vender os móveis, pois o rapaz dos móveis usados iria até lá avaliá-los e após o almoço, o freteiro iria pegar as minhas caixas para trazer aqui no apartamento.
O dia passou rapidamente e eu já estava em casa (apartamento do Dante) após ter resolvido as burocracias da mudança (venda dos móveis, limpeza do apartamento e a desocupação trazendo o que restava para cá). Iria entregar as chaves e finalizar o contrato amanhã pela manhã, pois o apartamento iria passar por uma vistoria para saber se eu havia cuidado e entregado o apartamento como peguei.
Dante havia me ligado umas 3 vezes ao decorrer do dia, o que de fato, foi muito bom, posso confessar.
Resolvi começar a escrever meu livro de comédia romântica que tanto queria. Passei horas me dedicando, criando personagens para a história e o enredo que utilizaria para expressar todas as emoções e características dos personagens para os leitores.
Foi então que vi que já passavam da meia noite, me espreguicei, fui tomar um banho, caí na cama e apaguei.
No dia seguinte consegui finalizar tudo referente ao apartamento, entreguei as chaves e me livrei da bronca. Retornei para casa após outro dia corrido, me perdi na escrita e fui dormir logo em seguida.
Os dias se passaram da mesma forma no restante da semana, com a diferença de que eu não saí de casa, pude escrever de pijama e ter um dia mais tranquilo. Dante me ligara todos os dias para saber como estavam as coisas e dizer que estava com saudade.
Um dia antes de Dante retornar da viagem, eu saí para comprar algo diferente para comer do que havia no apartamento. Tinha um mercado próximo ao apartamento do Dante, o que era ótimo, pois eu poderia ir a pé e dar aquela gostosa caminhada matinal. Comprei tudo o que eu estava com vontade de comer e foi na volta que eu encontrei um gatinho pretinho e branco (ainda filhote) miando desesperado e pedindo ajuda. Não pensei duas vezes, o peguei e levei para casa.