Capítulo 28
1072palavras
2023-06-22 11:45
"Agora ele vai me escutar!" - Pensou Trish.
Trish entrou sem bater na sala de Dante.
— Oi para você também. Sabia que existe batida para comunicar que está entrando? - Disse Dante.
— Para o inferno a batida! Como ousa fazer com que eu perca uma escritora de talento? - Disse Trish bufando.
— Você não conseguiu convencê-la né? - Disse Dante passando a mão nos cabelos.
— Eu não desisti, mas ela não é fácil na queda.
— Culpa minha isso, sabia como era e mesmo assim consegui conquistar o seu coração, mas não soube lidar com isso. Eu me arrependo.
— E deve muito porque você irá me ajudar a trazê-la de volta.
— Oi? Você viu que ela não quer nem me ver, quem dirá trabalhar comigo? - Disse ele confuso.
— Não importa como você irá fazer isso, só vai fazer.
— Trish, você sabe que eu ainda sou chefe por aqui né? - Perguntou Dante de forma irônica.
— Para o inferno você! Como ousa ferir os sentimentos dela e ainda por cima fazer com que eu perca o que estava procurando há anos para essa empresa? - Disse Trish em tom de ameaça.
— Você está assustadora. Sério, está me assutando.
— Não me importo, só corrija isso o mais rápido possível!
— Mas como? Eu não sei nem onde ela mora.
— Como se o portifólio dela não tivesse o seu endereço atual e telefone... As vezes acho que você é idiota de propósito, não é possível ser tão inteligente e disperdiçar isso assim.
— Você é malvada, mas é meu anjo!
— Defina uma estratégia e depois me comunique.
— Sim, pode deixar! - Disse Dante animado.
— Antes que eu vá, preciso saber de algo e que você seja sincero.
— Ok, pode perguntar.
— Você a ama?
Dante pareceu levar um choque. Como se a pergunta o deixasse com as defesas baixas, seus olhos ficaram tristes.
— Você quer saber a verdade né?
— Sim, sem esconder o que você sente, por favor.
— Sim, eu a amo. Nunca a esqueci, porém eu fui um covarde e a deixei escapar sendo um cretino. Não consegui tirá-la da cabeça, mesmo tentando. Sabe por qual motivo eu não namorei ninguém neste tempo todo?
— Posso supor.
— E talvez esteja certa, não consegui esquecer seu jeito, perfume e a forma como me beijava. Havia sentimento ali, o que nunca houve em qualquer outro relacionamento que tive.
— O que está esperando para lutar por ela?
— Não sei o que fazer, estou perdido.
— Você a quer de volta?
— Mais do que imagina, não consigo me controlar quando estou com ela. Só quero beijá-la, tocá-la, abraçá-la e não a deixar mais fugir.
— Já vi que vou ter que corrigir os seus erros do passado. Vai ficar me devendo! - Disse Trish saindo da sala.
Agora era só definir como e quando ela começaria a agir. Iria esperar uns dias para colocar o plano em prática, até porque tinha que fazer Kyra acreditar que estava no comando.
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Assim que Trish saiu da sala, Dante ficou pensativo. Não esperava reencontrar o amor da sua vida, ainda mais querendo uma vaga na sua empresa. O destino o pregara uma peça, mas estava feliz com isso porque agora tinha a chance de reconquistar Kyra. Parecia algo extremamente impossível, sabia disso melhor do que ninguém, mas estava disposta a encarar as consequências de seus atos passados para que pudesse ter uma segunda chance. O que faria a seguir, não fazia idéia, só sabia que não iria deixar Kyra escapar de seus braços novamente e isso era uma promessa. Estava com uma esperança no peito que nunca havia sentido e o fato de a Kyra parecer afetada com o seu beijo o fez sorrir entuasiasmado. Seria uma guerra, disso não tinha dúvidas, mas foi uma delícia sentir esses sentimentos e sencações novamente.
Dante colocara os dois cotovelos apoiados em sua mesa com o queixo apoiado em suas mãos olhando para a porta a sua frente.
— Claramente devo iniciar a minha estratégia de conquista. Vou elaborar o plano perfeito. - Dante pegou um papel, caneta e começou a escrever:
1º Primeiro vou fazer com que trabalhe para mim;
2º Não vou com muita sede ao pote, mas vou explicar os reais motivos que eu não pude ficar com ela naquela época;
3º Vou ajudar no que for preciso para que seu talento seja apreciado;
4º Vou reconquistá-la;
5º Vou me casar com ela.
— Isso! Dessa vez eu vou lutar pela sua felicidade e pela minha. Quero fazê-la feliz. Estou bem nervoso.
Dante levantou e foi embora, pois precisava descansar, os próximos dias seriam turbulentos e ele precisava estar preparado.
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Eu (Kyra) saí para comprar os ingredientes que precisava para fazer a janta para receber os seus queridos amigos, já que João e Daniel tinham compromisso e não puderam comparecer. O cardápio da noite seria a tradicional Lasanha (prato típico italiano) porque eu amava e também Lucy e Nick disseram que gostavam de comida italiana. Nunca havia preparado para eles, mas as que eu tinha preparado até hoje eram muito boas (sem me gabar). Minha sorte é que a entrevista não se estendera muito porque se durasse mais uma hora, não iria conseguir preparar a tempo. Cheguei em casa, preparei os ingredientes, a panela no fogão e comecei o molho vermelho. 30 minutos depois e minha lasanha já estava montada e pronta para assar. Como havíamos marcado para as 7:30 da noite, dava tempo ainda de eu tomar um banho. Fui em direção ao quarto, arrumei a roupa que eu iria vestir (um jeans claro com uma blusa gola alta de lã creme, até porque estava friozinho) e fui para o banho (eram 6:35). Saí do banho, fui a cozinha e liguei o forno para que quando chegassem, a Lasanha ainda estar quente.
Tudo estava pronto para receber eles e as 7:30 em ponto, chegaram. Fui até a porta para recebê-los.
— Olá! - Eu disse abraçando a Lúcia.
— Olá Kyra, espero que você não me mate.
— Como assim? - Perguntei franzido a testa sem entender nada.
— Eu trouxe um convidado extra e chato ainda por cima.
Eu terminei de comprimentar Nick e olhei para a porta ficando em choque.
— Olá novamente Kyra! - Disse quem eu menos queria ver hoje.