Capítulo 24
1213palavras
2023-06-14 06:06
Cinco anos se passou após Dante sair do meu apartamento. Eu não o vi desde então. Confesso que tinha o seu número, mas não queria entrar em contato. Meu coração estava machucado demais para conversar ou perdoá-lo. Foquei nos meus estudos, me formei na faculdade, fiquei fora da mídia e o principal, tirei o foco total de Dante.
Sim, eu me formei em Administração, trabalhei em algumas empresas na área, nos setores de Recursos Humanos, Financeiro, Endomarketing e até em Cobrança. Confesso que me saía bem em todas as áreas, mas que não havia me encontrado. Sempre gostei muito de escrever, criar histórias, me dava bem em dissertações, interpretação de textos e até mesmo nos trabalhos acadêmicos que fazia. Foi aí que tive uma brilhante ideia: por que não me tornar escritora? É, fiquei super animada, comecei por blogs, textos para jornais e sites, até que fiz meu pequeno portifólio com 2 anos de experiência. Geralmente o público gostava da forma que eu escrevia, amo comédia romântica e isso mexia bastante com os românticos de plantão.
Foi aí que surgiu a oportunidade de eu escrever um livro em parceria com uma editora de renome aqui da região. Entraram em contato comigo após lerem trechos de histórias românticas que eu havia publicado no jornal da cidade.

Um dia antes da entrevista, recebi uma ligação de um número que não conhecia, decidi atender porque poderia ser do jornal no qual eu havia fechado parceria.
— Alô. - Eu disse atendendo.
— Senhorita Kyra? - Perguntou uma voz feminina do outro lado da linha.
— Isso, com quem eu falo?
— Aqui é a Stefany da editora Vadema, tudo bem?
Cheguei a jogar o celular para cima no susto.

"Caramba! Uma das maiores editoras da região estava me ligando, será que estou sonhando?" - Pensei.
Me recompus, respirei e falei naturalmente:
— Tudo certo Stefany e com você?
— Que bom senhorita Kyra! Estou bem também, obrigada por perguntar. Estamos entrando em contato para saber se você deseja participar de uma entrevista porque estamos selecionando novos escritores para a seção de comédia romântica? Lemos a sua coluna no jornal da cidade e gostamos da forma como escreve.

— Eu topo. - Estava dando pulos de alegria dentro do apartamento.
— Que bom! Você poderia vir aqui na cede amanha, as 10 horas?
— Sim, estarei aí.
— Perfeito! Vou te mandar a localização por mensagem. Até amanhã e boa sorte!
— Obrigada!
Ela desligou a ligação, eu liguei o som e dancei no apartamento por 30 minutos de tanta alegria que eu estava. Terminei o dia finalizando alguns textos que eu tinha, o material para levar na entrevista e a roupa que usaria na manhã seguinte.
Agora retornando a primeira explicação que dei a você, caro leitor, no caso reprisando:
Você já acordou com a sensação de algo estranho irá acontecer? Tipo um dejavú?
Pois bem, foi essa a sensação que eu Kyra tive quando acordei. Não sei ao certo o que o meu sexto sentido tem me reservado, mas no fundo pressinto problemas.
Resolvi pular da cama e verificar o que eu tinha planejado para o dia. Sério, eu realmente preciso utilizar uma agenda como app no meu celular para lembrar dos meus compromissos.
Eu me assustei quando vi a minha agenda, tinha uma hora para chegar em uma entrevista. - Droga! - Corri para come umas bolachinhas já juntamente colocando a roupa da entrevista (vou contar que duas coisas ao mesmo tempo nunca funcionam tão bem para mim).
Terminei de colocar a roupa, corri para o banheiro escovar os dentes e colocar uma base na cara. Por incrível que possa parecer, levei 20 minutos para ficar pronta, chamei um táxi pelo app e desci do meu apartamento para esperar.
Agora que expliquei tudo a você, caro leitor, sobre o meu passado, posso ir tranquilamente para a entrevista de emprego da qual estou bem empolgada.
Entrei no táxi, passei o endereço da empresa para o taxista e fui observando a paisagem. O táxi parou faltando 5 minutos para a entrevista, paguei a corrida, desci, caminhei apressadamente e entrei na recepção. O hall de entrada era imenso, todo decorado em tom amadeirado, com móveis modernos, poltronas confortáveis em tom pastel, quadros de literatura emoldurados em dourado completavam a decoração.
Caminhei até o balcão da recepção, onde haviam duas recepcionista, Carol e Janine.
— Bom dia meninas! Tudo bem? - Eu cheguei comprimentando.
— Olá! Bom dia. - As duas disseram ao mesmo tempo.
— Em que posso ajudar? - Disse Carol.
— Eu tenho uma entrevista, para a vaga de escritora, agora as 10 horas.
— Pode aguardar ali nas poltronas. Eu já te chamo.
— Perfeito. - Caminhei até às poltronas e sentei.
Realmente estava super empolgada, mas não deixei transparecer. Ainda estava com aquela sensação estranha de quando acordei e parecia que algo iria acontecer, bem, algo do qual eu não iria gostar.
Balancei a cabeça de um lado para o outro afugentando os pensamentos negativos, at[e porque, não queria pensar nisso.
Fiquei ali parada, sentada esperando por 30 minutos, estava um pouco ansiosa, mas realmente aquilo não me incomodava, se precisasse esperar, eu esperaria o tempo que precisasse. Aquilo era o meu sonho e não abriria mão, não importava o que acontecesse. Enquanto esperava, decidi olhar minhas mensagens, a princípio, nãao havia nenhum sinal de incêndio, só algumas mensagens da Lucy, sim, mantivemos contato por todos esses anos, eu, ela e o João. Ambos estavam casados, vocês lembram da noite em que saímos e fomos para a casa noturn? Então, ambos conheceram seus maridos naquela noite! Sim, Lucy e Nick e João e Daniel. Ahhh como o armor é lindoooo. - Eu sorri quando lembrei.
Quem mais sofreu para conquistar foi Nick, Lucy estava tão brava com Dante que acabou descontando em Nick e dificultando as coisas para ele. Mas, por conta de ela ter sido assim, conquistou o coração dele. João e Daniel foi romântico e ao mesmo tempo turbulento. O importante é que tudo dera certo no final.
Foi então que olhei para cima e vi uma silhueta que me gelou, tive vários ataques do coração, inclusive borboletas no estômago. A silhueta era muito parecida com Dante, mas não consegui ver o rosto.
"Calma Kyra, você deve ter se confundido! Não tem como ser ele, até porque, fazem 5 anos e você já deveria tê-lo esquecido!" - Falei para eu mesma, tentando me convencer de que havia visto coisas que eram fruto da minha cabeça.
— Senhorita Kyra. - Falou Carol.
Eu pisquei duas vezes até sair do transe em que eu estava.
— Senhorita Kyra, você poderia me acompanhar? - Disse ela.
— Sim, claro. - Me levantei e segui a Carol pelo corredor.
O corredor era lindo, haviam retratos de escritores que eu amava, livros desenhados a mão emoldurados lindamente em tom dourado. Enquanto caminhava, ficava admirando o lugar até que Carol parou em frente a uma porta dupla toda de carvalho.
— A senhorita pode entrar. Aguarde que a editora Trish irá conduzir a sua entrevista.
— Muito obrigada Carol. - Eu disse entrando na sala.
— De nada, boa sorte! -Disse Carol sorrindo para mim e fechando a porta.
"É... tomara que tudo dê certo para mim."