Capítulo 21
967palavras
2023-06-02 15:36
Decidi o filme, coloquei para rodar na televisão e me sentei ao lado de Dante com uma coberta para podermos assistir confortavelmente. Rimos muito durante a duração do filme e quando terminou, vi que a fisionomia de Dante estava um pouco melhor.
— Gostou do filme? - Eu perguntei.
— Sim, faziam anos que eu não parava para assistir a filmes, porém percebi que comédias românticas podem sim serem divertidas.
— Aeee, trouxe mais um para o lado dos românticos cômicos. - Eu disse rindo.
— Somente romance você não gosta?
— Tem muito drama e também não tem a minha personalidade.
— Sua personalidade? - Perguntou ele confuso.
— Sim, sou desastrada. Bom, está na hora dos seus remédios, vou pegá-los.
Saí para alcançar os remédios e não percebi que havia deixado meu tênis próximo ao sofá, tropecei e o tombo só não foi feio, porque Dante me segurou… Bom, o segurar dele foi “tentar” me segurar e de acabar caindo comigo no chão. A princípio doeu e eu não sei como, mas eu acabei ficando por baixo sentindo todo o impacto.
— Kyra, você está bem? - Disse ele preocupado.
— Doeu, de verdade o impacto com o chão, meu cotovelo deve estar vermelho.
— Machucou mais algum outro local?
— Dante, tem como você sair de cima de mim?
Dante parou um pouco e só então entendeu a situação. Foi quando começara a rir sem parar da minha cara. “Que desaforo” - Eu pensei. Porém, mesmo rindo, ele não saiu de cima.
— Como você pode ser tão desastrada? E o pior, eu nem consegui te segurar por conta do meus resfriado. Isso sim seria uma história romântica boa para ser contada!
— Bom, só se os protagonistas ficassem juntos no final, porém, esse não é o nosso caso. - Eu falei tentando empurrá-lo.
— Nossa, como você é uma estraga prazeres. -Disse Dante se levantando. - Pegue a minha mão.
Eu olhei para a sua mão, pensei duas vezes antes de aceitá-la, mas me dei por vencida e decidi aceitar a sua ajuda. Segurei em sua mão e ele me ajudou a levantar. O toque causou várias sensações em mim, mas decidi ignorá-las e ir em direção a cozinha pegar os remédios e a água.
Por mais que eu quisesse evitar, as emoções estavam aflorando e ficando mais fortes. Tudo nele me incomodava, desde o fato de ser bonito, inteligente, arrogante e às vezes quando mostrava seu lado fofo. Seria muito mais fácil evitá-lo e até mesmo ignorá-lo se ele me tratasse com maior frieza. Estava assim no início, mas de uns dias para cá, Dante ficara mais atencioso o que, de fato, estava me deixando apreensiva. Ele tomara conta dos meus pensamentos, do meu dia, da minha rotina e não querendo admitir, talvez do meu coração. Tudo nele me incomodava porque eu não podia tê-lo para mim. Fiquei perdida em pensamentos que não notei Dante e nem as suas ações seguintes.
Sim, ele me abraçou! Eu estava de costas para ele, em frente a pia e não bastando isso, sussurrou no meu ouvido:
— Como você é linda!
Eu fiquei congelada. Não esperava essa reação e muito menos de estar recebendo carinhos dele.
— Cada dia que passa, eu te desejo mais. Isso está me matando.
Dante beijou o meu pescoço, subiu uma das mãos que estava na minha cintura até o meu queixo, virando-o levemente de lado enquanto eu sentia o seu hálito em meu rosto.
— Dante, pare! Não podemos. - Eu sussurrei.
Dante me virou para olhar em meus olhos.
— Por qual motivo não podemos?
— Eu sou virgem!
Ele me olhou perplexo. Foi um choque para ele a minha afirmação. De repente ele deu um passe para trás e foi em direção ao banheiro me deixando ainda mais aflita do que já estava.
Fui em direção ao quarto, arrumei a cama e fui dormir. Não adiantava eu ficar pensando nas maluquices de Dante, pois nem ele sabia o que realmente queria. Demorei a dormir, mas, num passe de mágica, fui para o mundo dos sonhos.
Acordei com o alarme do celular. Me espreguicei, fui ao banheiro, lavei meu rosto para dar aquela acordada básica e fui em direção a cozinha para fazer café. Como estava meio dormindo, coloquei a água ferver sem me tocar de que algo estava errado, voltei ao quarto, troquei meu pijama, fiz o café, servi uma xícara e quando fui sentar a mesa é que notei um papel escrito com meu nome. Só então que eu me toquei de que Dante havia saído. Fiquei pensando se eu deveria ou não ler o bilhete, afinal ele nem se despedira, a única coisa boa é que deveria estar melhor de saúde e que levara os remédios.
"Força Kyra, é só um bilhete!" - Eu pensei.
Peguei o "bendito" bilhete e tomei coragem para lê-lo.
"Kyra, obrigada pela hospitalidade e por cuidar de mim nesses dois dias. Precisarei me ausentar por uns dias, não espere por mim e quando retornar, entrarei em contato."
Imaginava algo semelhante, mas meu coração almejava por algo a mais do que o que ele podia oferecer. Meus olhos arderam com as lágrimas que cismavam em aparecer, o que eu poderia fazer? Aquele homem bagunçara meu mundo e no fim, tudo o que eu previra, estava prestes a se tornar realidade.
— Calma Kyra, quem sabe ele precise somente de um tempo para colocar a cabeça no lugar. - Eu tentei me convencer, sem sucesso.
— Será que ele irá sumir? - Eu sorri tristemente.
"Bom, agora só o tempo dirá". - Eu pensei.
— Bora garota! Levanta essa cabeça e vamos para a faculdade, esse é o seu futuro.
Limpei as minhas lágrimas, peguei a mochila e fui para a faculdade.