Capítulo 18
1935palavras
2023-05-29 21:16
Kyra acordou assustada com a sensação de que tinha perdido a hora. Procurou o celular para ver a hora e não encontrou em parte alguma da cama. “Devo ter esquecido na sala” - pensou.
Kyra levantou para buscar o celular e também para verificar como estava a febre de Dante. Abriu a porta do quarto, foi ao balcão da cozinha beber um copo de água e encontrou o celular. Verificou a hora e ainda eram 5 horas da manhã. “Ufa, isso é um alívio! Poderei dormir mais 1 hora e meia - Eu pensei. (Todos os dias eu acordava as 6:30, me arrumava e pegava o ônibus as 7 horas, para dar tempo de chegar a faculdade sem atrasos).
Fui até o sofá, vi que Dante dormia profundamente e medi novamente a sua febre. Estava meio quente, então peguei o termômetro e o coloquei embaixo do seu braço. Esperei dar o tempo, os bipes e verifiquei que estava 37,5. Peguei o remédio de febre que era de 6 em 6 horas, água e o acordei para tomar.

— Dante, acorda porque eu preciso que tome o remédio de febre. - Eu disse tocando em seu ombro.
— Estou com febre ainda? - Perguntou ele sonolento.
— Sim, se não passar hoje, vou te levar no médico. - Eu disse preocupada.
— Não precisa se preocupar.
— Como não vou? Do nada você fica doente. Febre é um sinal de que algo no corpo não está funcionando bem.
— Ok, já que você insiste, pode ligar para meu amigo Nick que é médico. Ele saberá o que fazer e virá aqui me examinar.

— Perfeito! Qual o número dele? - Eu disse empolgada com a ideia.
— Vou te passar o contato dele por mensagem, me alcança o meu celular que está ali no rack da televisão, por gentileza?
Fui até o local, peguei o celular e o entreguei a ele.
— Muito obrigada. - Ele agradeceu.

Dante desbloqueou o celular, procurou o amigo na sua lista de contatos e me enviou o número.
— Pronto! Vai ser bom ele vir me examinar porque estou bem exausto. Isso que eu dormi praticamente a noite inteira.
— Concordo com você. Já vou chamá-lo por mensagem porque ainda é muito cedo e não sei se ele está acordado.
— Que nada, pode acordá-lo. Eu sempre faço isso e ele nunca briga comigo.
— Ok, vou ligar então.
Liguei para o número que o Dante havia me passado. Chamou 4 vezes e na quinta vez, Nick atendeu a chamada.
— Alô. - Disse uma voz cansada do outro lado da linha.
— Bom dia doutor Nick. Aqui é a Kyra, tudo bem?
— Bom dia… Em que posso te ajudar agora pela madrugada?
— Desculpa o horário, não queria te acordar, mas o Dante está com febre desde ontem pela tarde e não passou com remédio e repouso.
— Dante? Espera que ainda estou meio lento para raciocinar.
— Sim, Dante disse que é seu amigo.
— Ah, sim… O que?! Dante está doente, mas como isso foi acontecer?
— Também estou tentando entender.
— Ele se negou a ir no hospital né?
— Sim, aí como eu insisti, ele me passou o seu contato para que eu pudesse ligar.
— Ele é bem resistente e pouquíssimas vezes eu tive que cuidá-lo. Vou me arrumar para ir aí, por favor, me passa a sua localização?
— Sim, já vou te encaminhar por mensagem.
— Perfeito! Até daqui a pouco.
Falando assim, ele desligou a ligação.
— Kyra, ele virá? - Quis saber Dante.
— Sim, acabei de passar a localização para ele vir vê-lo.
— Vai ser agora pela manhã?
— Sim, disse que iria se arrumar e logo em seguida viria para cá.
— Ok, muito obrigada Kyra. Se você não se importar, vou retornar a dormir.
— Isso, descansa que eu recebo o médico.
Eu fui em direção do meu quarto para deixar que Dante descanse. Fiquei perto do celular para poder visualizar quando Nick iria chegar. Passou-se uma hora e eu recebi a mensagem de que Nick estava em frente ao meu prédio. Liberei a entrada pelo interfone e também o andar que meu apartamento ficava. Em questão de minutos ele já estava em frente a minha porta.
Fui abrir a porta. Quando visualizei a figura parada em frente a minha porta, fiquei incrédula se realmente ele era médico. Não tinha aparência de um, estava mais para um personal trainer (sei que você, caro leitor, está curioso sobre a aparência dele. Calma! Já vou te contar). Nick tinha cabelos loiros até nos ombros, olhos azuis, era alto com mais ou menos 1,80 e corpo de academia. Sim, eu consegui espiar tudo isso em questão de segundos.
— Olá Kyra! - Disse ele.
— Olá doutor, por favor, entre. - Eu disse liberando o acesso para que ele pudesse entrar. - Dante está dormindo aqui no sofá.
— Quando foi a última vez que você mediu a febre dele? - Disse ele chegando perto de Dante e colocando a mão em sua testa.
— Faz 1 hora doutor.
— Ok, vou examiná-lo. Dante, você poderia se sentar para que eu possa verificar os seus pulmões?
— Bom dia Nick! - Disse Dante. - É claro, o que você não pede chorando que eu não faça rindo?
— Piadas as 6:30 da manhã? Então me responde, o que está fazendo no sofá?
— Como assim? Não entendi a sua pergunta.
— Você, garanhão como sempre, está no sofá ao invés da cama de uma mulher? Com todo respeito Kyra, mas não podia deixar essa passar.
— Eu queria dormir aqui porque não iria deixá-la dormir. - Dante pensou rápido.
— Eu não dormi a noite toda doutor, na realidade, fiquei monitorando a febre dele e como quis dormir no sofá, eu não conseguiria o trazer para a cama. Olha o tamanho dele, dá dois de mim. - Eu disse tentando remendar.
— Verdade, mas eu tinha que ter o gosto de zoar ele. - Disse Nick piscando para mim. - Vamos examiná-lo.
Eu saí da sala e fui em direção do quarto para me arrumar. Terminei de me arrumar, deixei a mochila na cozinha e quis saber o que o doutor descobrira sobre Dante.
— Doutor, o que Dante tem? - Eu quis saber.
— A princípio, ele pegou um resfriado, mas já solicitei uns exames e se ele não melhorar até amanha, por favor, traga ele no meu consultório.
— Perfeito, pode deixar que o levarei na marra.
— Gostei de você! Até que enfim ele saiu dos relacionamentos complicados. O dedo podre! - Disse Nick.
Eu fiquei vermelha, não estava acostumada a ser elogiada. Coloquei as mãos nas minhas bochechas e estavam queimando. “Recomponha-se mulher!” - Eu pensei.
— Nick, nem pense em conquistar essa garota! Sabe que é minha namorada né? - Disse Dante.
— Calma, não sou “fura-olho” dos meus amigos. Kyra, você realmente ficou cuidando dele a noite toda?
— Sim, fiz algo errado doutor? - Eu perguntei franzido o cenho.
— Não, pelo contrário, eu nunca vi uma namorada do Dante cuidar dele, muito menos de ficar a noite toda cuidando dele. Amigo, realmente estou feliz por você! Não deixe-a fujir.
— Pode deixar, esse não é o intuíto. Mudando de assunto, o que eu terei de fazer para melhorar? - Perguntou Dante.
— Primeiro, a Kyra irá comprar os remédios que eu passei a ela, segundo, você precisa descansar mais uns dois dias, terceiro melhore a sua alimentação e por último, diminua a sua carga exaustiva de trabalho ou ficará doente sempre.
— Vou tentar amigo. Muito obrigada por ter vindo. - Agradeceu Dante.
— Imagina, você já fez tanto por mim que eu não poderia o deixar na mão. - Disse Nick dando uns tapinhas nas costas de Dante (de leve).
— Doutor, tranquilo eu o deixar sozinho pela manhã por causa da minha prova?
— Acredito que como ele já tomou o remédio para abaixar a febre e que você precisará pegar os outros remédios na farmácia, pode ir lá fazer a sua prova e qualquer coisa ele me avisa que eu venho.
— Te agradeço pela ajuda! Terminando a prova, vou passar no café para avisar a Anne de que não irei trabalhar hoje e venho direto. - Eu disse.
— Kyra, vai tranquila que qualquer coisa o Nick vem me visitar novamente.
— Ok rapazes, já estou de saída, qualquer coisa me avisa. - Eu disse chegando perto da entrada do apartamento.
— Kyra, espere. - Disse Nick. - Eu te levo.
— Capaz doutor, não quero te dar trabalho, até porque é longe daqui.
— Eu insisto. - Disse ele.
— Kyra, ele é de confiança. Pode ir. - Disse Dante.
— Tudo bem, estão vamos? - Eu disse.
Nick me deixara em frente a faculdade, se despedira e partira para o consultório, pois estava cheio de consultas marcadas e estaria ocupado a maior parte da manhã. Eu entrei, me sentei, olhei pela janela e fiquei pensando na vida que nem vi quando Lucy chegara. Haviam alguns minutos ainda até a aula começar.
— Kyra, bom dia! - Disse ela sorrindo.
Eu levei um baita susto, não havia ninguém na sala quando cheguei, como estava distraída, soltei um gritinho. Lucy caiu na risada que chegou a sentar no chão do tanto que riu da minha cara.
— Lucy, isso não tem graça. - Eu a repreendi escorando meu rosto na minha mão.
— Só você que consegue se assustar tão facilmente. Como consegue? - Disse Lucy limpando as lágrimas do rosto, fruto da crise de riso.
— Não sei, ando meio distraída.
— Essa distração tem nome e é muito popular. - Lucy piscou para mim.
— Ok, não vou mentir, sim, um pouco é por causa dele.
— Eu sabia! Pelo menos você está conseguindo estudar e tirar notas boas. Isso sim é muito bom. Continue assim! - Disse ela sorrindo.
— Gracinha você! Para de tirar sarro e se concentra na prova! - Eu disse vendo o professor entrando na sala. - Boa sorte! - Eu disse sorrindo para ela.
Ao que tudo indicava, me saí bem na prova. Dias de provas tinham seu lado negativo e positivo. Negativo é que a prova sempre assusta e que tem que estudar para não ir mal e o lado positivo é que eramos liberados mais cedo. Quando finalizei a prova, eu saí e fui até café que eu trabalhava conversar com Anne.
— Kyra, bom dia! - Disse Anne.
— Bom dia! Anne, eu gostaria de lhe pedir um favor.
— Diga, sou toda ouvidos.
— Você poderia me liberar hoje? É que Dante está doente e eu preciso comprar os remédios, levá-los e cuidar dele.
— Dante está doente? O que ele tem?
— A princípio o doutor disse que é resfriado, mas desde ontem a febre dele não baixava.
— Agora eu entendi as suas olheiras. - Disse ela me analisando.
— Está tão visíveis assim? - Eu perguntei com expressão assustada.
— Sim, infelizmente. Porém, eu te libero, pode ir. Hoje o movimento não está grande então cuide dele.
— Muito obrigada Anne! - Eu disse lhe dando um abraço.
— Imagina Kyra, você sempre me ajuda aqui e tem horas extras a compensar. Qualquer coisa me avisa, ok?
— Pode deixar, te mantenho informada. - Eu disse saindo da cafeteria.
Agora era só ir na farmácia e comprar os remédios que o doutor Nick receitara. Comprei os remédios e fui para casa.